6 de março de 2019

Se eu tivesse um Duque

Série Os Duques Desgraçados
Depois de três temporadas fracassadas e uma desastrosa rejeição, Lady Dorothea Beaumont estava mais do que farta com as intrigas da família. 

Ela não domaria um Duque nem enredaria um Conde nem mesmo disputaria um Visconde. Ela sairá discretamente para casa da sua tia, na Irlanda, em direção a uma vida de liberdade e felicidade. Até que um duque arrogante e pecaminosamente atraente a arrastou para uma valsa, tornando Thea a beldade mais popular da temporada.
O Duque arruinou os seus planos e agora ele terá que ajudá–la a consertá-los. Dalton, Duque de Osborne, não suporta debutantes ou casamento, ele usa galanteios e escândalos para esconder o seu verdadeiro objetivo: encontrar o homem que destruiu a sua família. Quando a sua busca o conduz para a Irlanda, a última coisa de que ele precisa é da determinada e dolorosamente inocente Thea, que chega pela calada da noite, exigindo que ele a acompanhe até à casa da tia. Seu tolo acordo poderá ser a sua ruína. 
O caminho para a Ilha Esmeralda está cheio de perigos imprevistos, mas o maior perigo de todos talvez seja ele descobrir que tem um coração…e que está perdendo este coração para Thea.

Capítulo Um

Londres, Primavera de 1819
Thea tinha cometido um erro de dimensões épicas. Um erro alto, de ombros largos, do tamanho de um Duque. Sua coragem era indômita desde que na distância segura do seu tinteiro e do seu papel de carta. Ela planejava se aproximar do Duque de Osborne no primeiro baile da temporada, espalhar a sua comitiva de mulheres deslumbrantes com um olhar severo e dizer algo brilhantemente persuasivo e profissional.
Alguma coisa do tipo: Vossa Graça, esconder as pinturas perdidas de Artemísia no seu sótão é como se o General Hutchinson abandonasse a Pedra de Rosetta às forças de Napoleão no Egito.
Bem, talvez isso fosse um pouco dramático, mas serviria para demonstrar seu ponto de vista. Derrubar esta primeira peça de marfim do dominó e o resto da formação iria atrás. E antes que ela percebesse estaria de volta à Irlanda, livre para ser finalmente imperfeita.
Mas esta primeira peça... Claro que ela observou Osborne durante as suas duas primeiras temporadas, quando ele ainda era o Marquês de Dalton. Mas esta noite era diferente. Esta noite ela precisava de algo dele. E ele era tão grande. Tão poderoso e másculo.
Uma dama podia sentir toda aquela masculinidade do outro lado de um salão de baile sombrio. Ele não andava, marchava. Ele não corria, galopava. E quando ele queria alguma coisa, ela estava à mão para ser pega.  Ele não seria facilmente convencido. Até a sua gravata tinha um ar desafiador de displicência que fazia com que os outros cavalheiros parecessem estar presos por suas gravatas enquanto ele vagueava livre.
Os candelabros sibilavam lá em cima. O perfume açucarado de licor de amêndoa desencadeou uma onda do velho pânico familiar na sua barriga e o peso das pérolas que sua criada tinha trançado em seus cachos encheu-se com a promessa duma dor de cabeça.
— Lady Dorothea, por favor — Lady Desmond abriu o leque com um estalo em frente do nariz de Thea. Thea pestanejou.
— Sim, mãe?
— Este constante vaguear simplesmente não vai dar resultados. Tem de pelo menos tentar parecer suficientemente transformada. Tenho de lembrá-la que esta é a sua última oportunidade de causar uma boa impressão?
Não havia nenhuma possibilidade que isso acontecesse. Ela estava gravada na mente dos membros da sociedade como a Desastrada Dorothea. O que era bastante conveniente quando se desejava permanecer como uma assustadiça donzela e entrar no grupo das solteironas.
— Está me ouvindo? — Perguntou Lady Desmond, estreitando os olhos azuis claros.
— Sim, mãe.
— Agora vou deixá-la sozinha um pouco para que os cavalheiros não se sintam…. Dissuadidos para convidá-la para dançar.
Deveriam estar aterrorizados e longe de tal ideia, isso era o mais provável. Thea tinha uma má reputação, mas a da mãe dela era atroz, uma vez que metade da sociedade suspeitava do embuste que ela tentara utilizar na sua infeliz tentativa de garantir um Duque como genro. Embora isso nunca tivesse sido provado.
— Tente sorrir quando um cavalheiro se aproximar. — Pediu Lady Desmond. — Parece que está num funeral.
De certo modo, ela estava. O último suspiro dos sonhos da mãe... E das perspectivas de casamento de Thea.
Para apressar a partida da mãe, Thea colou um sorriso brilhante no rosto. Se ela sorrisse mais um pouco, sua cabeça se partiria ao meio.
— E nem um pingo daquele risinho esta noite, ouviu? Nem um pio.
— Sim, mãe. — Ela estava fervilhando de frustração, mas absteve-se de uma réplica incisiva. Ela precisava que a mãe saísse para poder arranjar uma maneira de encurralar o Duque.
— Claro que a ouvi. Está bem do meu lado.
— Mesmo? — Respondeu Lady Desmond. — E pare de olhar para o Duque de Osborne. É extremamente inapropriado.
Thea sobressaltou-se com ar culpado.
— Não estou olhando para ele.
— Está praticamente babando, menina. — Lady Desmond bateu com o leque na palma da mão dela. — Admito que é agradável à vista, mas não é o nosso alvo. Foxford servirá perfeitamente, — disse. Lançou um olhar através do salão. — Ainda não chegou.
Thea suprimiu um calafrio. Foxford não iria servir.
Nem em um milhão de anos.
Ela tinha sido dócil e obediente a vida inteira. Exceto daquela vez. Na igreja. Mas ela não tinha nenhuma intenção de casar com um cavalheiro escolhido pela mãe.
O Duque de Osborne agora era o centro das atenções do salão de baile de Lady Thistlethwaite, com suas longas pernas ancorados no chão de mármore, como se fosse o mastro dum navio.
Viúvas usando vestidos de cetim com decotes arrojados, redopiavam à volta dele como ondas de espuma e as debutantes brilhando com juventude e otimismo lançavam olhares tímidos, enquanto as suas mães conspiravam para afastar o Duque da sua aversão ao casamento.
Em que é que ela estava pensando? Ela não podia encaminhar-se para um famigerado libertino. Cada olhar na sala estava cravado nele.
Ela só tinha de lhe escrever outra carta. Sim, era exatamente o que faria. Uma bela e segura carta na sua escrivaninha.
Vamos ver...








Série Os Duques Desgraçados
1 - Como o Duque foi Conquistado
2- Se eu tivesse um Duque
03- A Culpa é do Duque
Série concluída

Um comentário:

  1. Adorei esse romance, não conhecia a autora, adorei sua escrita. Tem humor nos diálogos, tem cenas picantes, um Duque libertino que é mais um Robin Hood, tem amor, muita paixão e revelações. Mocinha forte e decida. Amei o casal Thea e Dalton!

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Oiii você não vai sair sem comentar nada vai? Ou que tal indicar o que leu. Ou então uma resenha heheheheh...Todo mundo agradece, super beijo!