19 de fevereiro de 2020

Golpeado pela Solteirona

Série Highlander Perdido
Quando a atriz contemporânea Lizzie Burnet é jogada de volta à Londres do século XVIII, ela precisa encontrar uma maneira de sobreviver até ser resgatada por um nada confiável conde viajante no tempo.

Ser uma decorosa e apropriada dama de companhia para jovens ricas é apenas mais um papel para ela, e ela encontra um jeito de ganhar algum dinheiro por fora aceitando propinas de mães inescrupulosas que querem casar seus filhos parasitas com uma herdeira. Ela está passando o tempo até conseguir voltar para casa. Nada disso é real, e ela não se apega. Até que um lindo e grande Highlander chega, e arruína tudo.
Quinn Ferguson tem que levar sua meia irmã Catriona para Londres para conhecer seus parentes ingleses pela primeira vez. Para herdar sua vasta fortuna, Catie tem de se casar. Sem total certeza do que isso implica, ele contrata uma acompanhante para Catie, e promete se comportar.
Ele não pode beber. Ele não pode xingar. Ele não pode jogar. Não deve haver flertes e de algum modo ele tem que parecer ser menos alto. Quinn não acha que a viagem até a Inglaterra será divertida. Até ele conhecer a dama de companhia.

Capítulo Um

Foi o autógrafo que fez Lizzie Burnet decidir terminar com seu namorado. Não era como se ela fosse constantemente bombardeada com pedidos ansiosos. Na verdade, fazia mais de uma semana que alguém a reconhecera, e isso foi fora do teatro logo após uma apresentação. Ela certamente não era famosa, mas a peça estava recebendo boas críticas da imprensa e mais pessoas vinham assisti-la. Ela terminou de assinar o cartaz da senhora e a agradeceu, a agradeceu! Ela sentiu o rosto queimar, mas a gentil senhora não pareceu notar quão trôpega ela estava sob essa análise. 
Por mais que amasse atuar, Lizzie não ligava para a atenção de fora, enquanto ao mesmo tempo vivia em constante medo de nunca a receber. 
Se ninguém gostasse dela, ela pararia de conseguir trabalhos. E se tornar outra pessoa, com as luzes acesas sobre ela e as figuras sombrias na plateia aguardando ansiosamente pelo que viria a seguir – essa era a vida dela. E ainda, seu namorado só ficou lá batendo o pé com seus sapatos caros como se uma estranha admirando o trabalho dela não fosse grande coisa.
― Você simplesmente ama isso, não? — Trent perguntou, puxando o rabo de cavalo dela daquela maneira irritante de menino que ele pensava ser charmosa.
Por que ele precisava ridicularizá-la dessa forma? Ele não podia deixá-la aproveitar cinco segundos de uma doce senhora dizendo que ela fez um ótimo trabalho como Dinah em The Rat’s Cheese? Aparentemente não. E agora o rabo de cavalo dela estava torto, mas se ela se atrevesse a ajeitá-lo ele a acusaria de ser uma estrela fútil. Com um suspiro tempestuoso, ela arrumou o cabelo mesmo assim. Haveria fotos dessa coisa. A coisa que ela concordou em fazer por ele.
― Oh, você está perfeita, pronta para seu close, querida.
E aí estava. Quando ele se tornou tão previsível? E tão maldoso? Parecia ter começado quando ela foi ao teste para aquele filme de ação. Quando eles começaram a namorar, ele fazia graça de filmes de ação, e ela concordou com ele porque gostava dele, cruzando os dedos embaixo da mesa e mentalizando um silencioso pedido de desculpas para todos os Duro de Matar.
No começo, ele a fazia se sentir inteligente e especial. E daí se ele era um pouco pretensioso? Ela tinha jurado que não tinha interesse em trabalhar com TV ou cinema. Era apenas o teatro para ela. E era verdade. Ela amava estar no palco, amava a emoção de peças ao vivo todas as noites, a camaradagem com todos os envolvidos.
Mas, meu Deus, era um crime ela ter feito o maldito teste? Foi pela experiência. Não havia chance, muito pouca chance, que ela conseguisse o papel. Era tudo o que ela podia fazer para evitar checar o celular pela milionésima vez, porque ela não conseguia evitar manter um pingo de esperança que de algum modo tivesse conseguido.
― Sério, amor, você está incrível. — ele abaixou e lhe deu um beijo na testa.
Ok, então ele consegue ser fofo. Talvez ela reconsiderasse romper com ele, de novo. Relacionamentos! Sua avó lhe disse uma vez, depois de ela não conseguir um papel fixo numa novela, que ela simplesmente ainda não estava pronta. As palavras francas confortaram-na, deram-na esperança de que ela estaria pronta um dia. Isso se aplicava a tudo, certamente. Ela sentia tanta saudade da avó.
Quando ela faleceu um ano antes, Lizzie ficou completamente sozinha. No começo não foi tão ruim, mas após o choque inicial, ela percebeu que queria uma família para chamar de sua, queria estar em um relacionamento amoroso. Todos que conheciam Trent o consideravam um grande partido. Mas, talvez ainda fosse muito cedo. Talvez ela ainda não estivesse pronta.
Ela considerou sugerir que eles pulassem a festa na mansão histórica para ficarem juntos num lugar calmo e quieto. Ela não pensou que ele fosse aceitar, já que a empresa dele investiu uma tonelada de dinheiro para renovação de uma das alas. Aparentemente, a Belmary House estava cheia de arte, livros importantes e antiguidades raras. Supostamente seria a próxima grande atração do tour de turismo de Londres, pelo menos para quem amava livros e mobiliário. 
A empresa de Trent se beneficiou por estar associada a esse bando de endinheirados e suas conexões. Sua carreira era importante para ele, e se ela esperava que ele a levasse a sério, não podia ficar tirando-o de suas funções, mesmo que suas intenções fossem boas.
No fim da rua, ela podia ver o telhado e várias chaminés altas pairando acima da copa das árvores. Na verdade, ela estava animada para ver a antiga mansão, uma vez que a construção tinha uma história romântica, tendo pertencido a um conde que era um notório libertino, e segundo a lenda, um assassino.
A festa estaria cheia de investidores e suas esposas, provavelmente todas melhores vestidas que ela. Ela se observou no reflexo de uma vitrine ao passar. 
Disse a si mesma que estava ótima no vestido envelope azul claro que comprara especificamente para a ocasião. Os saltos altos quilométricos já estavam apertando seus dedos, mas fora ela que implorou para caminhar a curta distância saindo do loft de Trent, já que era uma linda noite de verão. 
Ela viu o portão na esquina e o fez parar para tirar uma foto dos dois em frente à placa pendurada no muro coberto de hera. Seu humor melhorou quando viu os rostos sorridentes juntos no celular. Então ele tinha sido um pouco condescendente e pouco solidário ultimamente. Ela podia ser insegura às vezes. Todo mundo tinha suas falhas, mas o amor podia conquistar, etc, etc, ela se lembrou.
― Esse lugar parece assombrado.



Série Highlander Perdido
1 -  Highlander Perdido
2 - Reunido
3- Vingança
3.5- Sam e Evie
4- Reconhecimento
5- Golpeado pela Solteirona
6- Sobre a Bruxa Selvagem

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