O plano de Lily Somerset para a temporada de Londres é simples: namoro, casamento com um cavalheiro respeitável e, em seguida, a existência confortável de uma senhora adequada.
Isto é, até que um pequeno passo em falso deixe Lily à beira da ruína social, forçando-a a depender de um malandro perverso para salvar sua reputação. Robyn Sutherland não salva reputações — ele as suja. Ele prefere ser puxado e esquartejado a passar a temporada como acompanhante de Lily. Mas ele não tem escolha a não ser ficar até que sua posição esfarrapada seja consertada. O que começa como um estratagema para enganar Londres logo se transforma em uma paixão incontrolável. Robyn chama o espírito selvagem que se esconde sob o exterior afetado de Lily, e Lily desperta o coração de herói dentro de Robyn. Mas podem esses amantes improváveis confiar em si mesmos o suficiente para permitir que o desejo se sobreponha à razão?
Capítulo Um
Londres, 1814
Uma voz alta e fina flutuou no ar, audível até mesmo através da porta fechada. A música havia começado. Pleyel. Claro. “The Scottish Airs”. O que mais?
Bom Deus… noites musicais. De todos os entretenimentos maçantes e malditos que a alta sociedade infligia aos cavalheiros de Londres, a noite musical era a pior. Ficava-se parado em uma sala sufocante e esperava-se que a música começasse, então espremia-se a bunda em uma cadeira em miniatura e fingia-se apreciar os esforços de uma soprano estridente. Esperar, ficar de pé, apertar, ouvir, fingir. Era muito tedioso.
Robyn revirou os ombros dentro de seu casaco apertado. Ele não tinha intenção de acompanhar suas irmãs por toda Londres nesta temporada. Isto é, a menos que desejasse renunciar aos seus jogos de cartas, confusões e bailes em favor de uma visita aos infernos do jogo ou de uma brincadeira com os cipriotas em Covent Garden. Ele tentou imaginar sua irmã Eleanor em uma mesa de jogo de azar, seus longos e elegantes dedos em volta de um par de dados enquanto cada ladino em Londres respirava em seu pescoço. Ou sua irmã Charlotte, envolvida em um debate com as prostitutas no Enguia Escorregadia sobre o quanto era o mais baixo quando se tratava de corpetes decotados.
Não, ele não conseguia imaginar. Vergonha também, porque teria sido divertido.
Robyn pressionou seu ouvido perto da porta e ouviu. Não o Pleyel, mas para o suave arrastar de sapatilhas de senhora arrastando-se pelo corredor. Ele preferia senhoras pequenas de cabelos escuros, especialmente aquelas de natureza acomodatícia, a Pleyel. Ah, querida velha Londres. A maldade espreitava por toda parte, mesmo nos lugares mais improváveis. Outro motivo para amar a velha cidade. Onde diabos ela estava? Ele bateu com o pé, os olhos fixos na maçaneta da porta, desejando que ela girasse. Não deve demorar muito agora.
— Qual você acha o mais bonito? — Charlotte bateu no pulso de Lily com seu leque e acenou com a cabeça em direção ao centro da sala.
Não se podia dar um passo em qualquer direção sem tropeçar em um ou outro nobre elegante, mas não havia dúvida a qual grupo de cavalheiros Charlotte se referia. Lily notou mais de um cílio feminino batendo naquela direção.
— Meu Deus — interrompeu Eleanor. — Lorde Pelkey está com um colete rosa? — Ela olhou por cima do ombro de Lily para o cavalheiro em questão. — Oh céus. É rosa, com borboletas verdes bordadas. Isso o deixa de fora. Nenhum cavalheiro que usa um colete rosa com borboletas verdes pode ser considerado bonito.
As senhoras deram risadinhas.
— Melhor perguntar qual é o mais perverso — disse a Srta. Thurston, uma jovem amarga com a cabeça cheia de cabelos crespos castanhos e uma expressão perpetuamente irritada. Sua criada claramente se preocupava com seu cabelo, mas o que sem dúvida começou como cachos da moda há muito sucumbiu ao calor da sala. A pobre Srta. Thurston parecia usar algum tipo de animal marrom peludo na cabeça.
— Um deles é tão perverso quanto o outro — declarou ela.
Talvez a perda de seus cachos tenha esfriado seu temperamento.
— O Sr. Robert Sutherland é o mais bonito. — No que dizia respeito a Lily, não havia dúvida. Não era que ele fosse tão alto ou tão notavelmente bem formado, embora fosse os dois. Não era nem mesmo seu cabelo escuro e espesso ou olhos negros com cílios pesados.
Não, era o seu sorriso. Sua boca era um pouco larga demais. Em outro homem, aquela boca poderia ser uma falha, mas Robyn tinha um sorriso lento e sugestivo, e ele o empunhava como uma picareta. Esse sorriso poderia quebrar o gelo ao redor do coração feminino mais frio.
Capítulo Um
Londres, 1814
Uma voz alta e fina flutuou no ar, audível até mesmo através da porta fechada. A música havia começado. Pleyel. Claro. “The Scottish Airs”. O que mais?
Bom Deus… noites musicais. De todos os entretenimentos maçantes e malditos que a alta sociedade infligia aos cavalheiros de Londres, a noite musical era a pior. Ficava-se parado em uma sala sufocante e esperava-se que a música começasse, então espremia-se a bunda em uma cadeira em miniatura e fingia-se apreciar os esforços de uma soprano estridente. Esperar, ficar de pé, apertar, ouvir, fingir. Era muito tedioso.
Robyn revirou os ombros dentro de seu casaco apertado. Ele não tinha intenção de acompanhar suas irmãs por toda Londres nesta temporada. Isto é, a menos que desejasse renunciar aos seus jogos de cartas, confusões e bailes em favor de uma visita aos infernos do jogo ou de uma brincadeira com os cipriotas em Covent Garden. Ele tentou imaginar sua irmã Eleanor em uma mesa de jogo de azar, seus longos e elegantes dedos em volta de um par de dados enquanto cada ladino em Londres respirava em seu pescoço. Ou sua irmã Charlotte, envolvida em um debate com as prostitutas no Enguia Escorregadia sobre o quanto era o mais baixo quando se tratava de corpetes decotados.
Não, ele não conseguia imaginar. Vergonha também, porque teria sido divertido.
Robyn pressionou seu ouvido perto da porta e ouviu. Não o Pleyel, mas para o suave arrastar de sapatilhas de senhora arrastando-se pelo corredor. Ele preferia senhoras pequenas de cabelos escuros, especialmente aquelas de natureza acomodatícia, a Pleyel. Ah, querida velha Londres. A maldade espreitava por toda parte, mesmo nos lugares mais improváveis. Outro motivo para amar a velha cidade. Onde diabos ela estava? Ele bateu com o pé, os olhos fixos na maçaneta da porta, desejando que ela girasse. Não deve demorar muito agora.
— Qual você acha o mais bonito? — Charlotte bateu no pulso de Lily com seu leque e acenou com a cabeça em direção ao centro da sala.
Não se podia dar um passo em qualquer direção sem tropeçar em um ou outro nobre elegante, mas não havia dúvida a qual grupo de cavalheiros Charlotte se referia. Lily notou mais de um cílio feminino batendo naquela direção.
— Meu Deus — interrompeu Eleanor. — Lorde Pelkey está com um colete rosa? — Ela olhou por cima do ombro de Lily para o cavalheiro em questão. — Oh céus. É rosa, com borboletas verdes bordadas. Isso o deixa de fora. Nenhum cavalheiro que usa um colete rosa com borboletas verdes pode ser considerado bonito.
As senhoras deram risadinhas.
— Melhor perguntar qual é o mais perverso — disse a Srta. Thurston, uma jovem amarga com a cabeça cheia de cabelos crespos castanhos e uma expressão perpetuamente irritada. Sua criada claramente se preocupava com seu cabelo, mas o que sem dúvida começou como cachos da moda há muito sucumbiu ao calor da sala. A pobre Srta. Thurston parecia usar algum tipo de animal marrom peludo na cabeça.
— Um deles é tão perverso quanto o outro — declarou ela.
Talvez a perda de seus cachos tenha esfriado seu temperamento.
— O Sr. Robert Sutherland é o mais bonito. — No que dizia respeito a Lily, não havia dúvida. Não era que ele fosse tão alto ou tão notavelmente bem formado, embora fosse os dois. Não era nem mesmo seu cabelo escuro e espesso ou olhos negros com cílios pesados.
Não, era o seu sorriso. Sua boca era um pouco larga demais. Em outro homem, aquela boca poderia ser uma falha, mas Robyn tinha um sorriso lento e sugestivo, e ele o empunhava como uma picareta. Esse sorriso poderia quebrar o gelo ao redor do coração feminino mais frio.
— E o mais perverso.
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Oiii você não vai sair sem comentar nada vai? Ou que tal indicar o que leu. Ou então uma resenha heheheheh...Todo mundo agradece, super beijo!