Para escapar de um escândalo, Lady Joan Flynn foge para a propriedade de sua família nas Highlands da Escócia. Ela precisa de um marido até o Natal, ou as festas de fim de ano soarão em ruína.
Dante Hartwell, proprietário de uma fábrica ambiciosa e prática, se oferece para se casar com Joan, porque uma esposa bem-nascida é sua melhor chance de obter acesso a investidores aristocráticos. À medida que o Natal, e os problemas, se aproximam, o casamento de conveniência de Dante e Joan desabrocha em uma intimidade inesperada, pois o amor verdadeiro muitas vezes se esconde sob a embalagem de um feriado mais despretensioso…
Capítulo Um
— Mas, papai, devemos ajudar a senhora!
O soprano infantil dominava o zumbido e a agitação de uma estação de trem lotada, cutucando a compostura de Lady Joan Flynn como um alfinete perdido se revelando em seu corpete enquanto ela dançava a primeira curva de uma valsa.
Joan, no entanto, abriu um sorriso inabalável para a bilheteira.
— Certamente você pode encontrar um assento no trem para o oeste? Tenho pouca bagagem e só preciso de passagem até Ballater.
Sua bagagem consistia em uma bolsa de viagem apertada em seu punho direito. O fato de ela ter fugido de Edimburgo sem sequer empacotar um único baú de roupas falava da primeira experiência de Joan com verdadeiro desespero.
— Papai, vamos para Ballater. Devemos ajudá-la. — A voz da garota, de alguma coisa, ficou mais alta.
— Como eu disse. Não sobrou um único assento, senhora. Você terá que se afastar agora. — O velho gnomo fez seu pronunciamento com a malévola alegria de um escriturário exercendo seu mesquinho… mas absoluto… poder.
Joan certamente não se afastou.
— O Natal está chegando. Devemos ser gentis, papai.
As intenções da criança eram boas, embora Joan quisesse se virar e enrolar o lenço no rosto da querida. Um suave e retumbante carrapicho gaélico respondeu à garota, enquanto Joan deixava seu sorriso vacilar enquanto ela pegava um lenço de sua bolsa… a seda branca com a guarnição de azevinho e hera nas bordas.
— Eu vou com o gado — disse Joan, tocando o lenço no canto do olho esquerdo, onde as lágrimas, de fato, logo se acumulariam. — Devo me juntar à minha família, e eles ficarão tão preocupados, e…
Sobrancelhas brancas subiram na testa rosada do bilheteiro, depois caíram quando a inspiração veio.
— Você não pode andar com as feras. É contra os regulamentos. — Ele floresceu o r dos regulamentos, então mergulhou no g, um escocês oficioso apreciando a entrega de más notícias… rrrrregras. — Você pode comprar uma passagem para o trem de segunda-feira.
Não, ela não podia. — Mas não tenho onde ficar até segunda-feira. Eu tenho a tarifa se…
— Sua Senhoria irá conosco — disse o mesmo barítono retumbante logo atrás de Joan.
— Porque vamos para Ballater — acrescentou a criança prestativa.
Joan virou-se sem abrir mão de seu lugar no balcão. — Senhor, é muito gentil da sua parte, mas se não fomos apresentados…
Exceto, graças a todos os anjos, Joan foi apresentada ao homem, menos de três semanas atrás.
— Lady Joan. — Sr. Dante Hartwell fez uma reverência, tanto quanto um homem pode fazer quando tem uma criança pequena empoleirada em seu quadril. — Você está convidada a viajar conosco. Charlie me lembra que nós mesmos vamos até Ballater, e temos muito espaço.
Charlie era da persuasão feminina, embora tivesse o cabelo negro do pai e uma versão mais clara de seus olhos verdes. Ele sussurrou algo no ouvido da garota, então deu um beijo rápido em sua bochecha, o que fez Charlie sorrir para Joan.
A expressão do Sr. Hartwell não era tão cordial.
Na experiência de Joan, o Sr. Hartwell e a genialidade não eram bem conhecidos, embora se Joan tivesse falado fora de hora na idade de Charlie, seu nobre pai não teria sussurrado sua repreensão ou seguido com um beijo.
— Sua oferta é generosa, Sr. Hartwell, mas não posso viajar com você desacompanhada. — Ou ela poderia?
— Você estava disposta a viajar com as feras — retrucou ele. — Cheiro um pouco melhor do que elas e posso lhe oferecer mais do que palha e uma caixa solta fria para a duração da viagem.
— Papai cheira bem, — Charlie forneceu, — mas não tão bem quanto a tia Margs. Ela levou Phillip de volta.
— Madame, — interrompeu o bilheteiro. — Você está segurando a fila, e você viaja com o cavalheiro e sua família ou fica aqui até o trem de segunda-feira. Próximo!
Joan havia dançado com Dante Hartwell e achava que ele carecia de muitos dos atributos que ela associava a um cavalheiro adequado. Não fofocava, nem bajulava, nem tomava liberdades sub-reptícias na métrica tripla.
Em suma, apesar de seus muitos detratores… alguns o chamavam de Hartwell Coração Duro… ela gostava dele. A pequena Charlie também estava certa: seu pai cheirava bem, de lã e urze, ao contrário dos sujeitos que usavam suas fragrâncias enjoativas de Paris em salões de baile já impregnados de esforço viril. O Sr. Hartwell saboreava sabores simples, ar fresco e Escócia. Além disso, o cabelo dele estava preso de um lado, como se Charlie tivesse se soltado com o penteado de seu pai.
— Sua irmã está viajando com você, Sr. Hartwell?
4- O que uma Lady precisa para o Natal
Série concluída
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Oiii você não vai sair sem comentar nada vai? Ou que tal indicar o que leu. Ou então uma resenha heheheheh...Todo mundo agradece, super beijo!