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9 de outubro de 2011

A Última Fuga













Uma fuga que resultou num encontro marcado pelo destino.

Perdita estava fugindo de seu cruel e falso tutor.
Lorde Melsonby precisava livrar-se da teia urdida por Karen, para levá-lo ao casamento.
Ambos tramaram uma fuga.
Mas o destino determinou que se encontrassem...

Capítulo Um

— Que posso fazer?
O Marquês de Melsonby falou em voz alta. E, como para desabafar, apanhou um pedaço de lenha e atirou-o na lareira já acesa.
Apesar das chamas saltitantes, o quarto ainda estava frio e úmido.
Ele podia ouvir o vento assobiando e a batida das pedras de granizo nas vidraças das janelas.
— Que posso fazer? — repetiu.
Alguém bateu à porta. Quando esta se abriu, deixou ver o vulto corpulento do estalajadeiro.
— Deseja mais alguma coisa, Milorde?
O Marquês esteve a ponto de responder negativamente. Mas mudou de idéia,
— Traga outra garrafa de vinho.
— Pois não, Milorde.
A sós, o Marquês pensou na possibilidade de se embriagar.
Mesmo sabendo que o vinho da casa era de má qualidade e que, sem dúvida alguma, estaria sujeito a uma terrível dor de cabeça na manhã seguinte.
Mas, ele não podia cogitar de passar uma noite sozinho com seus pensamentos.
Caminhou pelo quarto, agitado.
Os pés com meias produziam pouco ruído sobre as tábuas rangentes do chão.
Suas botas, o pesado casaco de montaria, e o colete de lã estavam secando no andar térreo.
Estremecendo de frio, em mangas de camisa, ele voltou depressa para perto da lareira.
Fora o cúmulo da má sorte ter se perdido no caminho.
Em vez de chegar a Baldock, onde planejara passar a noite no Dragão, fora forçado a procurar acomodação naquela rústica estalagem, sem nada que a recomendasse, a não ser o abrigo contra o mau tempo.
Seu cavalo ficara exausto.
E ele achara impossível cavalgar por uma região desconhecida quase cego pela neve e o granizo que castigavam seu rosto.
Dera ordens que a carruagem, guiada por seu cocheiro, fosse encontrá-lo em Baldock.
Imaginara que uma cavalgada pelo campo não seria apenas um bom exercício, como também um alívio para as preocupações que cercavam sua mente.
Como podia admitir que Karen fosse capaz de se comportar de tal maneira e colocá-lo em uma situação intolerável?
O Marquês se acostumara ao sucesso junto às mulheres.
Não era um tolo. Sabia que era um dos homens solteiros mais procurados, admirados e elegíveis do país.
Herdara um esplêndido nome. Era muito rico e por demais atraente.
Além disso, um desportista estimado pelos homens e um excelente cavaleiro.
Podia guiar uma carruagem puxada por duas parelhas, em tal velocidade e com tanta perícia, que se tornara o membro mais elogiado do clube.
Inteligente, conseguira, apesar da inegável fama de conquistador, evitar uma reputação condenável na Corte.
As mulheres, é claro, comentavam sobre ele.
E havia maridos que falavam do Marquês através de dentes apertados, jurando que se vingariam algum dia se suas suspeitas fossem confirmadas.
Mas, sob outros aspectos, os amigos do Marquês invejavam sua coragem e admiravam a discrição com que tratava seus casos amorosos.
—E agora, essa!

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