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16 de julho de 2011
A Deusa Vencida
Os tambores do vodu ecoavam pela floresta, avisando do perigo, enquanto André e Sãona fugiam dos soldados do general Dessalines, sedentos de sangue.
A não ser que conseguissem despistar seus perseguidores, seriam torturados e mortos. Desde que chegara ao Haiti, para procurar um tesouro enterrado por seu tio, o conde André de Villaret tinha sido protegido pelos deuses nativos.
Disfarçado, atravessou a ilha, dominada pelos ex-escravos que haviam massacrado os colonizadores franceses.
Mas agora precisava de toda a ajuda de Damballah, o deus-serpente, para salvar sua maior riqueza: a vida da mulher a quem amava
Capítulo Um
1805
- Estamos chegando!
Kirk Homer levantou-se e caminhou até a luneta, observando a cidade de Port-au-Prínce, no Haiti, cheia de pequenos barcos ancorados no porto, alguns navios, mas nada tão grande como a escuna americana em que viajavam.
- Agora, começa minha aventura! - uma voz disse atrás dele. Kirk, um americano alto e de rosto quadrado virou-se e olhou quem falava.
- Mude de ideia, André - ele pediu. - Volte para Boston comigo. Está cometendo um erro do qual se arrependerá amargamente. Isto é, se continuar vivo, para se arrepender de alguma coisa.
- Já passamos por isso antes - André de Villaret respondeu - e a alternativa entre seguir adiante e viver na miséria o resto da minha vida é uma motivação bem forte.
- É loucura! Absoluta loucura! - Kirk Homer protestou. - Mas acho que devo ajudá-lo, apesar disso tudo ser contra os meus princípios.
- Você prometeu me ajudar, antes de subirmos a bordo, e estou cobrando a promessa. E agora, o que faremos?
Kirk virou-se novamente e olhou pela luneta.
Além do porto, estava a cidade e, além dela, as montanhas roxas e azuis, escuras e ameaçadoras, mesmo à brilhante luz do sol.
Todo o resto era verde, de um verde tão profundo que parecia cintilar. As casinhas brancas, vistas à distância, davam a impressão de ter luz própria.
- O que quero que faça - Kirk disse -, é ficar aqui, a bordo, até que eu entre em contato com a única pessoa que acho que pode ajudá-lo nessa maluca caça ao tesouro.
- E quem é?
- Ele se chama Jacques Déjean e é mulato.
André já tinha visto mulatos nos Estados Unidos e Kirk lhe contara que, no Haiti, os mulatos e os negros se desprezavam, quase tanto quanto odiavam os brancos.
Kirk disse também que, para um francês, era pura loucura tentar entrar no país, naquele momento.
Jean-Jacques Dessalines, comandante-em-chefe do Exército haitiano havia massacrado cruelmente os fazendeiros franceses e todos os brancos da ilha e, no ano anterior, se fez coroado imperador.
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