Ele tinha que conquistar o coração do seu povo, mas antes deveria conquistar o coração de sua rainha...
Ele era sábio, forte e valente. Seu destino era ser rei. Ela era jovem, linda, uma princesa guerreira. Seu destino era amá-lo.
Mas quando se conheceram, eram somente um homem e uma mulher, consumidos por uma paixão tão súbita e tão profunda, que o mundo desapareceu com o primeiro beijo. Depois, quando o beijo ainda ardia em seus lábios, Jura descobriu que aquele cavaleiro não era outro senão o odiado príncipe Rowan, que regressava da Inglaterra para usurpar o trono de seu meio-irmão. Furiosa, Jura decidiu ser a inimiga desse príncipe, cujo lindo rosto a atormentava de dia e de noite. Mas nada deteria Rowan, decidido a ganhar a guerra...E nada o deteria em seu afã de conquistar a valente e bela Jura, para convertê-la em sua esposa, sua rainha, seu amor....
Capítulo Um
Inglaterra, 1299
William de Bohun se achava escondido entre as sombras dos muros de pedra do castelo e contemplava seu sobrinho, que se encontrava sentado junto à janela. Rowan, de cabelos loiros que brilhavam ao sol, franzia o cenho de seu lindo rosto ao concentrar-se no estudo do manuscrito que tinha diante de si. William preferia não pensar o quanto esse jovem tinha chegado a significar para ele, com o passar do tempo. Rowan era o filho que desejava ter tido.
Ao olhar para o jovem bonito, alto, de ombros largos e quadris estreitos, voltou a se perguntar como um homem feio e sinistro como Thal pôde ter gerado alguém como Rowan.
Thal era chamado rei da Lanconia, mas se vestia com peles de animais, seus cabelos sujos chegavam até os ombros, comia e falava como um bárbaro. William tinha-lhe aversão e só tolerava sua presença em sua casa porque o rei Edward tinha pedido. William lhe tinha devotado sua casa, hospitalidade e ordenado a seu senescal que organizasse entretenimentos para aquele homem vulgar e tosco, mas, pessoalmente, manteve-se afastado desse jovem detestável.
Agora, assaltavam a William lembranças angustiantes quando olhava para Rowan.
Enquanto William estava ocupado, longe do castelo, sua querida e linda irmã Anne se apaixonou por esse homem detestável. Quando William se deu conta do ocorrido, Anne já estava tão enfeitiçada por ele que ameaçava se matar se o perdia.
O estúpido rei bárbaro nem sequer parecia dar-se conta de que Anne punha em perigo sua alma imortal pelo simples fato de mencionar suicídio.
Nada do que William houvesse dito, teria desanimado Anne. William disse-lhe que Thal era uma pessoa repulsiva e Anne o olhava como se fosse um tolo.
— Não é repulsivo para uma mulher. — Havia dito ela, rindo de tal modo que William experimentava náuseas ao pensar que as mãos desse homem gorduroso e sombrio pudessem tocar Anne, tão loira e esbelta.
Finalmente, o rei Edward tinha tomado uma decisão por ele. Havia dito que os lanconianos eram poucos, mas ferozes e que se seu rei desejava uma esposa inglesa, devia tê-la.
De modo, que o rei Thal se casou com Anne, a linda irmã de William. Este se embriagou durante dez dias, com a esperança de que, quando recuperasse a sobriedade, descobrisse que tudo tinha sido produto de sua imaginação. Mas quando despertou de seu estupor alcoólico viu Thal, um pouco mais alto que sua irmã, inclinado sobre ela, envolvendo sua loira beleza com seu tenebroso corpo.
Nove meses mais tarde nasceu Rowan. No primeiro momento, William experimentou um extraordinário carinho pelo pequeno. Embora estivesse casado, William não tinha filhos, mas desejava fervorosamente um menino. Thal demonstrou total indiferença com o bebê.
— Ora, grita em extremo e cheira mal como os outros. As crianças são para as mulheres. Aguardarei até que se converta em um homem. — Grunhido Thal, com seu estranho acento inglês. O que mais lhe interessava era que Anne se recuperasse rapidamente do parto para voltar a deitar-se com ela.
William considerava Rowan como se fosse dele e passava longas horas fazendo brinquedos para ele, brincando com o menino e ajudando-o a caminhar quando deu seus primeiros passos. Rowan começou a converter-se em sua razão para viver.
Quando o menino tinha pouco mais de um ano, nasceu sua irmã Lora. Como seu irmão, era bonita e loira e não parecia ter herdado nada de seu moreno pai.
Quando Lora tinha cinco dias de vida, Anne morreu. Imerso em sua dor, William só se preocupou com seu próprio sofrimento. Não percebeu a dor e nem a amargura de Thal. William só pensava que Thal era a causa da morte de sua adorada irmã.
1- O Leão Negro
2- A Donzela
3- A Herdeira
4- O Corsário
5- A Duquesa e o Capitão
6- Eternidade
7- A Duquesa