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6 de janeiro de 2011

A Espada e a Flor



Irlanda 845
O destino de um amor
Arrebatada do marido no dia do casamento por Wolfram, o Corajoso, a bela Deirdre foi levada da Irlanda para as terras geladas dos vikings.
Embora estivesse prometida a outro homem, Deirdre não podia ignorar o poder de sedução do valente líder viking, o tom dourado de sua pele, o brilho penetrante de seus olhos e a força de seu desejo.
Não demorou muito tempo, e ela se rendeu...

No entanto, aquele amor recém-descoberto alimentava as chamas da traição e do mal. Ferrenhas rixas de famílias exigiam uma vingança sanguinária.
A inveja e o ciúme explodiam furiosamente, e uma tormentosa maldição buscava destruir a felicidade de Wolfram e Deirdre...

Capítulo Um

Província de Munster.
Primavera, 845
As primeiras flores da primavera perfumavam o ar da manhã fria com sua fragrância doce, e o vento soprava as terras verdes da Irlanda.
A névoa do inverno se dissipara, e agora o céu era claro e azul.
Levantando-se da relva onde estivera repousando, a jovem voltou o rosto para o calor do sol e sentiu a carícia de seus raios cintilantes.
Aves matutinas cantavam, imitando a beleza do som do mais perfeito alaúde, e ela sorriu satisfeita.
Com os longos cabelos negros soltos, ela olhou para o mar e apreciou o espetáculo das ondas batendo furio­samente contra os rochedos.
O oceano escuro e revolto no passado amedrontara seu povo por seus mistérios, e também eram temidos os deuses que nele habitavam.
Mas agora a Irlanda idolatrava o Deus cristão, que chegara à ilha com o bendito Saint Patrick.
A jovem se abaixou para colher uma flor com a qual enfeitou os cabelos.
Hoje era o dia de seu casamento.Seria finalmente dada a Phelan em matrimônio, como havia sido prometido tantos anos antes.
Seu pai e o pai do noivo eram os dois maiores pro­prietários de terras naquela parte da Irlanda.
Havia mui­to tempo eles tinham discutido a união dos dois clãs pelo casamento, e como sua irmã mais velha, Bridget, já havia sido prometida, Deirdre, a segunda filha, fora des­tinada a Phelan, o filho mais velho.
Deirdre não vira Phelan com muita freqüência até recentemente, por isso não tinha opinião formada sobre ele.
Ele e a família teriam lucros financeiros com o casa­mento, e o pai dela se beneficiaria com mais poder e prestígio, pois passaria a ser líder de um clã maior.
E ela, depois dessa noite, deixaria de ser uma inocen­te donzela.
O pensamento causou-lhe um certo receio.
Sentiria o mesmo desejo que Bridget dissera sentir pelo marido? Fechando os olhos cor de violeta contra a cin­tilante luz do sol, ela se entregou aos sonhos e fantasias sobre o casamento. Queria muito acreditar no amor.
Mas não podia deixar de pensar em todos os animais e na grande extensão de terra que o marido receberia como dote.
— Talvez Phelan esteja se casando comigo pela rique­za de meu pai, não por meu amor...