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23 de outubro de 2011

A Farsa Da Princesa





Teleere, 1817.

Adorável impostora.

Megan O'Shay é muitas coisas: uma atendente de bar, uma mulher linda e esperta, e uma notória ladra.
Ela obtém, no entanto, muito mais do que esperava no dia em que surrupia de um certo cavalheiro o seu relógio de bolso, e o atraente lorde sai em sua perseguição!


Mas não é na jóia roubada que Nicol está interessado... é em Megan.


Nicol Argyle, o visconde de Newburn, finalmente encontrou o que estava procurando: uma mulher tão parecida com sua suserana, a princesa Tatiana, que Sua Alteza poderá se ausentar por algum tempo numa missão secreta, enquanto a falsa princesa ocupa seu lugar.
Antes, porém, ele terá de transformar uma astuta ladra em uma perfeita monarca, ministrando-lhe aulas de etiqueta, protocolo e dança, ao mesmo tempo que tenta resistir ao brilho apaixonado nos olhos dela e à tentação de seus lábios sensuais.
Porque Megan é uma mestra em sua arte... e Nicol suspeita fortemente que ela pretende roubar seu coração...

Capítulo Um

Somershire, nas colinas do sul de Teleere,

Megan estava cansada. Seus dedos doeram quando os enfiou nas mangas do capote esfarrapado, e seu olho roxo ainda estava ardendo.
Costurar nunca a tinha entusiasmado.
Era tedioso e, ainda por cima, ela tinha de atravessar um bairro perigoso para entregar as roupas.
Porém, aceitava todo e qualquer emprego honesto que conseguisse encontrar.
Também fazia trabalhos desonestos.
Não era algo de que se orgulhasse, mas podia conviver com a falta de orgulho.
Já com o estômago vazio, não conseguiria sobreviver.
E Megan queria viver. Era isso o que fazia: sobrevivia. Era forte. Era assim que sua mãe costumava descrevê-la.
“Vai dar tudo certo”, dizia ela com voz fraca, na escuridão do casebre em ruínas. “Vai dar tudo certo, meu amor, porque você é uma menina forte... forte e esperta, como seu pai.”
Ela acariciara o rosto de Meg com os olhos afogados em lágrimas.
Até na hora da morte, Megan pudera vê-los reluzir. “Vai dar tudo certo”, ela dissera mais uma vez antes de expirar, silenciosamente, sem lamentos, do jeito como tinha vivido.
Megan engoliu em seco. Era melhor se apressar, ou chegaria atrasada na estalagem. Trabalho pesado.
O tempo todo em pé, e seus pés já estavam doendo por causa da corrida através da cidade.
O calçamento ressoava sob seus passos.
Seu hálito se transformava em arabescos de fumaça no ar frio do inverno, e seu estômago roncava alto, mas ela ignorava, fosse a agressividade do frio, fosse o tormento da fome, para se concentrar nas moedas que ganharia.
Talvez não devesse deixar de jantar.
Tinha emagrecido desde que haviam lhe quebrado as costelas, mas se não comesse, economizaria cada uma de suas novas e encantadoras moedas.
Ela as tinha embrulhado num pano e escondido no sapato, depois de ter aprendido a não conservá-las na bolsinha.
Bolsinhas podiam ser perdidas. Ou roubadas.
Algumas escoriações e o salário de um dia perdido haviam lhe ensinado isso, alguns anos antes.
Mas, naquela época, ainda não tinha superado os doze anos e tinha sarado rapidamente. O último incidente, porém, não tinha sido tão agradável; mas, pelo menos, seus atormentadores estavam bem-vestidos.
Megan olhou para os lados, nervosa, e estremeceu.

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Sedonia
1. The Princess and Her Pirate
2. A Farsa da Princesa
3. Seducing A Princess