Um trio de irmãs empreendedoras, de impecável pedigree, monta em segredo uma agência matrimonial.
A mais velha delas é Constance Duncan e, embora tenha seu próprio coração entregue ao trabalho, dedica-se a por em contato corações solitários, através do serviço de anúncios pessoais de seu popular jornal A Dama de Mayfair.
Mas um dia, Constance se sente irresistivelmente atraída por um homem que possui pontos de vista muito diferentes dos seus.
Trata-se de Max Ensor, um político cuja atitude antiquada a tira do sério, embora seu porte impressionante a fascine.
Está claro que só se pode fazer uma coisa com um homem tão exasperante, convertê-lo!
Capítulo Um
Constance Duncan saudou, com a cabeça, o porteiro que mantinha abertas as portas de vidro de Fortnum and Mason.
Na grande extensão de mármores do salão de chá a recebeu um murmúrio de vozes, que quase superava os impetuosos esforços do quarteto de corda que tocava no estrado situado no fundo da brilhante pista de dança.
Deteve-se um instante na soleira do salão, até que viu suas duas irmãs, em uma cobiçada mesa junto a uma das grandes janelas que davam a Picadilly. Mas a chuva golpeava as janelas e com muita dificuldade se via a rua que havia atrás do vidro ou Burlington House, justo do outro lado.
Sua irmã Prudence a viu ao mesmo tempo. Constance fez um gesto com a mão e passou rapidamente entre as mesas em direção a elas.
— Parece um rato afogado —observou Chastity, a mais jovem das três, quando Constance chegou a sua mesa.
— Obrigada, querida —respondeu sua irmã erguendo ironicamente uma sobrancelha. Sacudiu a água de seu guarda-chuva e o entregou ao empregado de fraque que se materializou ao seu lado. — Está chovendo muito —soltou o alfinete que segurava seu chapéu e o contemplou compungida. — Acredito que a pena de avestruz se danificou... Em todo caso, vai gotejar todo —estendeu o chapéu ao empregado. — Melhor que leve também isto. Possivelmente se seque no guarda-roupa.
— Certamente, Senhorita Duncan —o empregado tomou o chapéu, inclinou-se e partiu silenciosamente.
Constance afastou da mesa uma esbelta cadeira dourada e se sentou, abrindo as dobras de sua encharcada saias de tafetá. Tirou as luvas de pelica, alisou e colocou-as ao seu lado sobre a mesa. Suas irmãs esperaram com paciência até que esteve acomodada confortavelmente.
— Chá, Con? —Prudence levantou o bule de prata.
— Não. Acho que tomarei uma dose de xerez —disse Constance voltando-se para a garçonete que já estava junto à mesa. — Estou tão gelada e encharcada que daria na mesma estar em um brejo com os patos, e olhe que até estamos em julho. Ah, pães doces torrados, por favor.
A garçonete fez uma rápida reverência e se afasto apressadamente.
A Prue e a mim a chuva não pegou —disse Chastity. — Começou justo quando chegávamos —esticou um dedo para capturar miolos de bolo de seu prato. — Acha que poderemos permitir pedir outro destes deliciosos doces, Prue?
Prudence suspirou.
— Não acredito que vamos nos arruinar por seu amor ao doce, Chas, é a menor de nossas preocupações.
Constance olhou fixamente a sua irmã.
— Que foi Prue? Algo novo?
Prudence tirou os óculos e os limpou com o guardanapo. Olhou contra a luz com gesto de míope. Depois de decidir que a sujeira tinha desaparecido, colocou-os sobre a ponte de seu longo nariz.
— Jenkins veio me ver esta manhã e seu semblante era até mais sombrio que o habitual. Parece que papai encomendou, no Harper’s da Graceful Street, um barril de Porto e que preencheu a adega com uma dúzia de caixas de um Margaux muito especial. O Senhor Harper enviou a papai uma fatura atrasada bastante considerável, com o amável pedido de que a liquide antes de entregar o novo pedido...
Série Dama De Mayfair
1 - A Lista De Solteiros
2 - A Noiva Escolhida
3 - O Jogo Matrimonial
Série Concluída
Deteve-se um instante na soleira do salão, até que viu suas duas irmãs, em uma cobiçada mesa junto a uma das grandes janelas que davam a Picadilly. Mas a chuva golpeava as janelas e com muita dificuldade se via a rua que havia atrás do vidro ou Burlington House, justo do outro lado.
Sua irmã Prudence a viu ao mesmo tempo. Constance fez um gesto com a mão e passou rapidamente entre as mesas em direção a elas.
— Parece um rato afogado —observou Chastity, a mais jovem das três, quando Constance chegou a sua mesa.
— Obrigada, querida —respondeu sua irmã erguendo ironicamente uma sobrancelha. Sacudiu a água de seu guarda-chuva e o entregou ao empregado de fraque que se materializou ao seu lado. — Está chovendo muito —soltou o alfinete que segurava seu chapéu e o contemplou compungida. — Acredito que a pena de avestruz se danificou... Em todo caso, vai gotejar todo —estendeu o chapéu ao empregado. — Melhor que leve também isto. Possivelmente se seque no guarda-roupa.
— Certamente, Senhorita Duncan —o empregado tomou o chapéu, inclinou-se e partiu silenciosamente.
Constance afastou da mesa uma esbelta cadeira dourada e se sentou, abrindo as dobras de sua encharcada saias de tafetá. Tirou as luvas de pelica, alisou e colocou-as ao seu lado sobre a mesa. Suas irmãs esperaram com paciência até que esteve acomodada confortavelmente.
— Chá, Con? —Prudence levantou o bule de prata.
— Não. Acho que tomarei uma dose de xerez —disse Constance voltando-se para a garçonete que já estava junto à mesa. — Estou tão gelada e encharcada que daria na mesma estar em um brejo com os patos, e olhe que até estamos em julho. Ah, pães doces torrados, por favor.
A garçonete fez uma rápida reverência e se afasto apressadamente.
A Prue e a mim a chuva não pegou —disse Chastity. — Começou justo quando chegávamos —esticou um dedo para capturar miolos de bolo de seu prato. — Acha que poderemos permitir pedir outro destes deliciosos doces, Prue?
Prudence suspirou.
— Não acredito que vamos nos arruinar por seu amor ao doce, Chas, é a menor de nossas preocupações.
Constance olhou fixamente a sua irmã.
— Que foi Prue? Algo novo?
Prudence tirou os óculos e os limpou com o guardanapo. Olhou contra a luz com gesto de míope. Depois de decidir que a sujeira tinha desaparecido, colocou-os sobre a ponte de seu longo nariz.
— Jenkins veio me ver esta manhã e seu semblante era até mais sombrio que o habitual. Parece que papai encomendou, no Harper’s da Graceful Street, um barril de Porto e que preencheu a adega com uma dúzia de caixas de um Margaux muito especial. O Senhor Harper enviou a papai uma fatura atrasada bastante considerável, com o amável pedido de que a liquide antes de entregar o novo pedido...
Série Dama De Mayfair
1 - A Lista De Solteiros
2 - A Noiva Escolhida
3 - O Jogo Matrimonial
Série Concluída