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31 de julho de 2009

A Noiva da Torre

Série The L'Eau Clair Chronicles

Ela se renderia ao desejo que ardia em seu coração?

Inglaterra, 1217

Com modos mais próprios de uma guerreira do que de uma mulher, Julianna D'Arcy jurara defender seu lar de todos os inimigos que porventura cruzassem seu caminho. Ela não sabia se aquele inesperado hóspede era inocente ou se era um traidor, mas muito mais perigoso do que qualquer adversário era o efeito que a simples visão de sir William Bowman exercia sobre ela, aquecendo seu sangue e fazendo seu coração palpitar como nenhum outro homem que ela conhecera havia feito!
William Bowman fora vítima de um golpe contra o rei, e agora estava sob os cuidados de lady Julianna D'Arcy, que jurava ser a mais leal súdita do rei. Porém, uma dama vestida com trajes masculinos, mais precisamente com os paramentos de um guerreiro, não era algo comum; ao contrário, era um motivo mais do que justo para levantar suspeitas... Mesmo assim, não deixava de ser um enigma muito atraente para William... um enigma que ele estava disposto a fazer de tudo para desvendar!


Capítulo Um

Sherwood, Condado de Nottingham, 1217
Sir William Bowman voltou os olhos cansa­dos para a trilha já percorrida que se per­dia na escuridão do início da noite logo atrás de seus passos e sentiu o coração se apertar.
O sol desaparecia por detrás das árvores frondosas com espantosa rapidez, deixando atrás de si uma luminosida­de amarelada e sinistra, que transformava os galhos secos das árvores em espectros horripilantes, cruzando-lhes o caminho ameaçadoramente.
Bran, o animal carregado com seus pertences pessoais, dava mostras de cansaço desde que adentraram a floresta sombria e cheia de mistérios, todavia, William ainda não se sentia confiante o bastante para parar e providenciar o merecido descanso para ele e o cavalo.
Murmurava vez ou outra algumas palavras reconfor­tantes junto à orelha do animal, tentando convencê-lo a acelerar o ritmo, para logo em seguida puxar-lhe as ré­deas impacientemente.
Começava a preocupar-se de verdade com a chegada da noite. O que já estava difícil e cansativo poderia ficar ainda pior, pensava William assustado, observando a escuridão melancólica e cogitando a necessidade de começar a buscar um abrigo seguro enquanto ainda estivesse claro.
Como um tolo, permitira que o ódio que sentia por Richard Belleville o distraísse. Avançara por longos cami­nhos que desconhecia completamente e agora temia não conseguir encontrar a saída daquele enorme labirinto de árvores.
Bran e ele peregrinavam por aquelas terras a serviço de lorde Rannulf nas últimas semanas, e aquela viagem parecia-lhe interminável.
Sonhava com um grande barril de cerveja e uma agra­dável companhia feminina como prémio no final daquela jornada longa e cruel! Imaginava o retorno para casa en­quanto tentava reconhecer algum trecho do caminho e orientar-se melhor.
Mesmo depois de agradecer sir Richard Belleville pelas breves instruções sobre o caminho e a travessia mais se­gura da floresta antes da partida, William não poderia mentir para si mesmo.
Sentia-se um completo idiota. Deixara-se enganar pelo homem inescrupuloso e agora estava perdido em terras estranhas e desconhecidas.
A fria e escura Sherwood, retratada em toda a Ingla­terra como palco das aventuras de Robin Hood e seu ban­do, em nada se assemelhava com o confortável leito onde imaginara repousar a cabeça ao final daquele dia.
Maldito sir Richard! Mantivera-o tão ocupado com pe­quenas trivialidades antes da viagem que não tivera a chance de deixar Birkland, certamente o menos impor­tante condado da região, antes do almoço.
E quando manifestou a ideia de esperar até a manhã seguinte para seguir viagem sob a luz do sol, o homem, obviamente cheio de más intenções, fez questão de o di­rigir até os portões do condado o mais rápido possível.
Ao que tudo indicava, sir Richard e seus homens indi­caram-lhe o caminho errado, uma trilha aparentemente pouco usada e quase abandonada, que parecia levá-lo a lugar nenhum.
Àquela altura da noite, tudo o que tinha a fazer era torcer para conseguir encontrar um abrigo seguro para ele e seu cavalo, imaginou William cheio de raiva. O pri­meiro e mais sensato passo que devia tomar naquele mo­mento era assumir que estava totalmente desorientado e perdido.
Um riso nervoso escapuliu-lhe dos lábios e ecoou alto por toda a floresta. Nada parecia fazer-lhe muito sentido.
Ergueu os ombros e encheu os pulmões de ar, sentindo o forte cheiro das plantas e árvores, tentando afastar qual­quer vestígio de medo de seus pensamentos.
Era um dos melhores cavaleiros a serviço de lorde Ran­nulf, pelo menos um dos mais bem conceituados e tentava lembrar-se disso a todo instante.
Não havia razões lógicas para temer a escuridão que se avizinhava ou as sombras misteriosas que se forma­vam pelo caminho. Já enfrentara batalhas sangrentas e vira a morte de perto várias vezes, mas nada o assustava mais do que ver-se perdido em Sherwood.


Série The L'Eau Clair Chronicles
1 - Amor Secreto
2 - Coração de Guerreiro
3 - O Coração do Dragão
4 - A Sombra do Pecado
5 - Amor Predestinado
6 - A Noiva da Torre
7 - A Honra de uma Dama
Série Concluída