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11 de fevereiro de 2012

A Noiva Do Príncipe







A luz do luar invadia timidamente o quarto de Florella quando um ruído despertou-a. 


Um homem desconhecido aproximou-se de sua cama sussurrando o nome de outra mulher. 
Florella queria gritar, expulsá-lo dali, mas não conseguia se mexer... 
Depois daquela noite sua reputação jamais seria a mesma. Ela duvidava que o príncipe Janos Kovác ainda a aceitasse como esposa... 


Capítulo Um 


1870 
Terminado o jantar, as damas passaram a um suntuoso salão, de cuja decoração sobressaíam candelabros de cristal finíssimo e flores exóticas. 
Seguindo a última tendência da moda, ditada por Frederick Worth, trajavam vestidos com saias de anquinhas, corpetes justos e decotes ousados. 
Não fosse pelo anfitrião, o príncipe János Kovác, um observador desavisado ficaria surpreso por ver tantas mulheres lindas reunidas em um único lugar. 
Tudo no castelo de Alchester exalava uma atmosfera de esplendor e riqueza. 
Apenas os convidados mais idosos, ali presentes para passarem o fim de semana, lembravam-se das condições precárias em que o castelo se encontrava quando o duque de Alchester o vendera ao príncipe. 
—É um consolo saber — comentou uma senhora viúva, ostentando nos dedos uma verdadeira fortuna em brilhantes — que, com a venda do castelo, os Alchester conseguiram não apenas pagar suas dívidas, como também recuperar-se economicamente, a ponto de hoje viverem com relativo conforto.
— Lembra-se, minha querida, de como o castelo tornava-se insuportavelmente frio durante o inverno? — reforçou sua vizinha de sofá. — O telhado vazava, as paredes e os tetos ficavam úmidos... Também, pudera! Fazia uns cinqüenta anos que não passava por nenhuma reforma! E a comida então? Era intragável... A viúva riu de modo cúmplice. 
— Muito diferente da desta noite, não é? Fez-se silêncio, enquanto ambas pensavam no magnífico jantar que fora servido e na excelente qualidade dos vinhos. 
Era inevitável, afinal, que fossem tecidos os maiores elogios ao príncipe. 
Seu reino, no leste da Hungria, compreendia milhares de acres de terra, e ele viera à Inglaterra com a finalidade de caçar. 
No entanto, empolgara-se com a prática do esporte nos condados e montara uma cocheira reunindo excelentes cavalos de corrida, os quais já começavam a ganhar todos os clássicos. 
Sem dúvida, qualquer outro homem nessas condições, despertaria a inveja e o ódio de seus concorrentes. 
O príncipe, porém, gozava de grande popularidade e era respeitado no Jockey Club, do qual se tornara sócio. 
E, em pouco tempo, fora aclamado como verdadeiro esportista por todos que gozavam de sua generosidade e hospitalidade. 
Os convites para suas festas eram concorridíssimos e tornara-se famosa sua habilidade de reunir, num único evento, uma profusão de beldades. 
Mas, apesar do fascínio e do interesse que János Kovác despertava nas mulheres em geral, mesmo os mais renomados mexeriqueiros das altas rodas nada encontravam para falar a seu respeito, dada a elegância e a discrição de sua conduta. 
Em compensação, não se podia dizer o mesmo de seus convidados... 
Nesse momento, quando lady Esme Mcldrum atravessou o salão para se admirar num dos espelhos de moldura de ouro, os olhos escuros da marquesa de Claydon seguiram-na, faiscando de ódio.
Cabelos aloirados, olhos cor-de-mel, pele rosada, lady Esme possuía, sem dúvida alguma, o padrão de beleza aceito sem restrições pelos artistas do momento. 
Além disso, caminhava com desenvoltura e graça, revelando maneiras dignas de uma deusa. 
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