Série Arco-Iris
A formosa Julia Turner tinha conhecido o amor anos atrás...
Mas ele tinha lhe destroçado o coração.
Agora ao retornar à aldeia de sua infância, vai viver com seu irmão Luke.
Mas se sente como uma intrusa.
Enquanto seu irmão foi redimido pelo amor de Sarah de um passado selvagem e sem lei, Julia ainda arde na vergonha de ser uma Turner, uma bonita boneca de trapo procedente de um sujo barraco e indigno de casar-se com o atrativo James Bank, seu amante na adolescência.
Depois de um desgraçado passado junto ao Dobson, seu marido, e depois da morte deste, Julia e James se reencontram.
O desejo o invade de novo, e agora está decidido a cumprir sua promessa: desta vez não a deixará escapar.
Capitulo Um
As mãos do Luke Turner agarravam com força o punho do arado, e os músculos de seus braços se perfilavam pelo esforço de manter a trajetória da grade por trás do casal de mulas.
O ferro fendia o chão, separava os negros torrões, desfazia-os e os voltava com o aterro para formar as fendas.
O sol lhe esquentava as costas e o fresco aroma da terra recém removida lhe alagava o nariz. Luke amava a terra mais que tudo, exceto a Sarah e a filha de ambos; senti-la entre as mãos e sob os pés lhe proporcionava um prazer primitivo e se enchia de um profundo orgulho ao imaginar os brotos novos apontando na primavera e o esbelto milho e o algodão branco e denso a ponto de arrebentar em tempo de colheita.
Amava inclusive o suor e o trabalho exaustivo que esticava seu corpo até o limite.
A terra era boa em qualquer época, sob o calor abrasador do verão ou durante o frio no inverno, mas era agora, na primavera, quando estava em seu melhor momento; tudo renascia, e o arado se afundava no chão fértil para dar começo a um novo ciclo de crescimento.
Os dias eram quentes, mas não asfixiantes ainda, como ocorria no verão; as árvores começavam a florescer e reverdeciam com os brotos recém-nascidos; o prado e a colina que havia por trás da casa estavam enchendo-se de flores primaveris, campainhas azul púrpura, botões de ouro amarelos, margaridas silvestres e prímulas rosa pálido.
O mundo resplandecia, renovado e doce, nada parecia impossível e Luke estava imbuído da força e a promessa da terra, tão pletórico de vida possante como as árvores e as plantas.
No final da fenda deu meia volta à junta; parou um momento para jogar a franja para trás; tinha o cabelo empapado de suor e lhe pegava à testa e à nuca.
Embora o dia estava temperado, tinha muito calor pelo esforço contínuo de manter o arado em linha reta; doíam-lhe os músculos das costas e dos braços.
Olhou para o sol, estava-se fazendo tarde e Sarah começaria logo a preocupar-se; terminaria uma fenda mais e retornaria a casa, antes que a ela lhe ocorresse sair para buscá-lo; não devia mover-se em seu estado.
Série Arco-Iris
1- A Estação do Arco-íris
2- A Promessa do Arco-íris
Série concluída