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2 de junho de 2009
A Senhora do Castelo
O mágico poder da paixão!
Damáris Fleetwood, senhora do castelo de Thornbeck, nascera do mar, da tempestade e da magia.
Era o que se dizia na ilha, e Gavin Rutledge, cavaleiro do reino, não duvidava do comentário.
Um mero encontro com o feitiço daqueles olhos violeta... e sua alma foi atingida, selando seus destinos para sempre!O castelo de seus ancestrais caíra em mãos inimigas e Damáris se viu à mercê dos fados e, inapelavelmente, presa dos braços de Gavin.
Guerreiro valente nas batalhas e nos mistérios dos quais Damáris era herdeira, ele a capturou com um poder tão antigo quanto o próprio tempo...
Prólogo
Fronteira Escócia Inglaterra, 1531
— Não pode fazer mais força, minha senhora? — perguntou Meg, insegura.
— Não desista ainda.
Matilda levantou a cabeça do travesseiro, atendendo ao apelo da dama de companhia.
O som de um animal gritando de dor ecoou entre as paredes de pedra; então, percebeu tratar-se de sua própria voz. Deitou-se exausta na cama.
O quarto estava quente, ainda que fosse início de primavera.
A parteira acreditava que mulheres em trabalho de parto e bebês recém-nascidos precisavam de calor, e por isso ordenara que fossem colocadas brasas de carvão na câmara de entrada do aposento. Matilda mal podia respirar o ar pesado e juntar forças para pedir que removessem o carvão.
Meg, a companheira constante de Matilda por anos, pareceu adivinhar os pensamentos de sua senhora.
— Não podemos abrir a janela, minha senhora. Uma tempestade se aproxima. Não está ouvindo os trovões?
Matilda apurou o ouvido e distinguiu um som longínquo, que a transportou para quase dez anos atrás, quando chegara a Thornbeck como noiva de Owen Fleetwood.
Não o conhecia, pois o casamento fora acertado por seus pais.
Entretanto, às primeiras palavras do jovem bonito e educado, compreendeu que o amaria para sempre. Owen, por sua vez, assim que a viu foi tomado pela tranqüilidade daqueles que amam e são correspondidos.
Era o mais novo de dois irmãos; apesar disso, seria o herdeiro da fortaleza de Thornbeck.
O primogênito fora banido anos antes, por ter criticado abertamente o divórcio do rei Henrique VIII e Catarina de Aragão e seu casamento com a amante Ana Bolena. Antes que os soldados do rei chegassem à quase inacessível ilha de Thornbeck, para levá-lo para Londres, onde responderia por alta traição, fugira, pedindo asilo à Escócia. Num gesto de lealdade ao rei, o velho Fleetwood o deserdara, designando Owen como único herdeiro do castelo e da ilha da família.
Thornbeck se situava no mar do Norte, longe de Londres, mas em ponto estratégico, quase na fronteira entre a Escócia e a Inglaterra.
Era um ponto de observação dos movimentos bélicos dos inimigos, bem como posto avançado de defesa. Pelos serviços prestados à coroa britânica por várias gerações, Henrique VIII outorgara um baronato à família, poucos meses após o casamento de Owen com Matilda.
O casal tinha uma vida perfeita não fosse o fato de Matilda ainda não ter dado a Owen um herdeiro. Ela era fértil, dando à luz um bebê quase a cada ano, mas nenhuma das crianças sobrevivia mais que algumas semanas.
No piso da capela, estendia-se uma fileira de pequenas lápides. Owen já não tinha esperança de ganhar um herdeiro.
Sentindo uma nova contração, Matilda agarrou-se à corda de lençóis que a parteira lhe dera. Uma dor aguda a trespassou.
— Estou vendo a cabeça! — anunciou a parteira. — Força, minha senhora!
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