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28 de julho de 2018

A Tristeza do Barão

Série Os Cavalheiros
Dizem que o amor juvenil nunca se esquece, talvez porque é suficientemente puro e real. 
Depois de anos procurando Anaís Price, sonhando em têla de novo ao seu lado, Federith Cooper terá que se casar com lady Caroline, que leva o filho de ambos em seu ventre, assim pensa ele. Mas sua vida matrimonial é um inferno, sua esposa rejeita sua presença, sua ternura e inclusive sente repulsa por ele, o homem mais educado e respeitoso de Londres. Federith tenta aceitar a vida que lhe calhou, mas... durante quanto tempo poderá manter aquele comportamento frio e aristocrático que seus pais lhe impuseram desde menino, quando o amor de sua vida reaparece anos depois? Um verdadeiro amor não desaparece com o tempo, e a promessa que fez de protegê-la, cuidá-la e amá-la, tampouco. Entre na apaixonada vida de Federith Cooper, futuro Barão de Sheiton e último cavalheiro desta série.

Capítulo Um 


Londres, 1865. Hemilton, residência de Federith Cooper
Quando a observou entrar em sua casa ficou surpreso e milhares de perguntas apareceram em sua mente: o que fazia ali, de noite e sem uma acompanhante? A resposta surgiu com rapidez ao vê-la com mais precisão. Seus olhos, inchados e vermelhos por um incessante pranto, indicaram-lhe o motivo da visita àquelas horas e naquelas condições. 
Abriu os braços para que se sentisse reconfortada no calor de seu corpo e pudesse consolá-la. Não precisava saber a causa de sua presença, embora ela o tenha explicado de qualquer forma. Nesse preciso momento, ao escutar da boca da mulher o que temia, virou-se e caminhou para a janela. Tinha que pensar, que repensar sobre como liberar a adaga que atravessava seu coração, mas por mais que tentasse tira-la e escrever um novo capítulo do livro que começou na sua infância, foi incapaz de fazê-lo. Tinha mantido a esperança de encontrá-la face aos infortúnios da vida. 
Recordou a última vez que soube algo sobre ela e a amargura que sentiu ao compreender que tinha desaparecido para sempre. Por mais que tentasse assimilá-lo, até o momento em que entrou Caroline em sua casa, imaginou que esse dia poderia chegar a qualquer instante. Abriu a cortina. Parado em frente à janela olhou para o céu e a contemplou. 
Fazia muito tempo que não a observava daquela maneira. Desde aquele dia tão somente se atreveu a olhá-la quando não estava na fase de lua cheia. E depois de tantos anos, admirava-a absorto, em silêncio e rogando que o perdoasse por tê-la afastado de sua vida durante tanto tempo. Acreditou, inutilmente, que se a admirasse com a mesma intensidade que naquela noite obteria a resposta que necessitava. Apoiou a testa sobre o vidro e suspirou. 
Seu futuro já estava determinado? Devia esquecer a promessa de procurá-la? Na verdade, não tinha outra alternativa e, apesar de não poder imaginar uma vida ao lado de Caroline, esta se converteria na mulher com quem teria que viver no futuro. Procurou-a durante os meses após a sua partida. Perguntou sobre a família do conde Kingleton em todos os eventos nos quais comparecia. Mas ninguém soube lhe informar para onde tinham partido. Entretanto, anos depois, na universidade, um pequeno mundo afastado do resto da humanidade, uma pessoa mencionou aquele sobrenome…