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2 de julho de 2011
A Dama De Negro
Quem seria a bela misteriosa que atraía o olhar de Lorde Silvester?
Sibele e Selene tinham nascido sob a influência dos mesmos astros, do mesmo signo… Eram gêmeas idênticas e, estando juntas ou a quilômetros de distância, continuariam ligadas pela forca imponderável que une criaturas nascidas do mesmo ventre, na mesma hora.
O coração de Sibele era puro, o de Selene cheio de pecado. Lorde Silvester poderia amar apenas uma: qual das gêmeas ele escolheria?
Capítulo Um
1898
Sibele colocou um buquê sobre a sepultura de seu pai e reparou que o frio de dezembro já estragara as flores do dia anterior.
Não que houvessem muitas, apenas pequenos ramalhetes de rosas silvestres postos ali pelas pessoas da aldeia, uma coroa de crisântemos brancos, homenagem do pastor, e outra de crisântemos amarelos do médico que cuidara de seu pai até a morte.
Aquele não era um reconhecimento à altura de um homem que fora a própria fonte de inspiração e criatividade.
“É, ninguém mais parece se interessar pelas palavras de um sábio com dotes intelectuais acima da média”, pensou ela ceticamente.
Sibele amara muito seu pai e o achara bonito até mesmo depois de ter sido levado pela morte.
Entendia perfeitamente a coragem de sua mãe ao fugir com ele, arcando não só com a indignação da família inteira, como também com o completo esquecimento a que foram submetidos pelo resto da vida.
Seus pais tinham sido muito felizes e o único consolo de Sibele era acreditar fervorosamente que agora os dois estavam juntos de novo e que nada mais os separaria.
Mesmo assim, só conseguia sentir um terrível vazio no coração, quando saiu do cemitério e caminhou lentamente para a casa nos arredores da aldeia, onde morava desde que nascera.
Os sentimentos e as recordações que a envolviam naquele momento eram tão intensos que, ao abrir a porta da frente, teve a impressão de ouvir o riso de seus pais vindo do escritório e de ver uma garota idêntica a ela saindo da sala de estar.
Só de pensar em Selene, o que raramente fazia, Sibele ficava infeliz e magoada.
Chegara a acreditar que sua irmã gêmea viesse ao enterro do pai, mas concluiu que tinha realmente alimentado uma esperança ridícula.
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