Mostrando postagens com marcador A lei do coração. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador A lei do coração. Mostrar todas as postagens

11 de outubro de 2012

A Lei do Coração






Violando a lei! 

A herdeira Moira MacMurdaugh mal havia suspirado aliviada por ter evitado um casamento desastroso com um mulherengo envolvido com jogos de azar para logo em seguida receber uma ação judicial. 

Dividido entre o dever e a desconcertante beleza da dama, o advogado Gordon
McHeath não tem outra escolha senão ir contra a mulher cujo beijo jamais esquecera. Até que forças sinistras ameaçam lady Moira, obrigando Gordon a pôr de lado as leis para salvá-la! 


Capítulo Um 

Escócia, Terras Altas, 1817 
Passara tempo demais na cidade, pensou Gordon McHeath enquanto cavalgava pela crista de uma colina em direção à aldeia de Dunbrachie. Inspirou longa e profundamente o ar fresco. 
Após tantos anos em Edimburgo, esquecera como era limpo e revigorante o ar das Terras Altas. Acostumara-se demais à fumaça e aos cheiros, ao barulho e às multidões de uma cidade grande e populosa. 
Aqui, o silêncio era rompido apenas pelo canto dos pássaros ou o balido ocasional de uma ovelha ou o mugido do gado. A vertente norte, à esquerda, era coberta de tojos e samambaias, a outra, à direita, por uma floresta de bétulas, amieiros e pinheiros. 
As agulhas dos pinheiros tinham um verde profundo e o cheiro lhe chegava com a brisa e o fazia pensar no Natal e em escuras noites de inverno, embora ainda fosse setembro. As folhas das outras árvores já estavam adquirindo tons de marrom e dourado e ele imaginou que a terra sob elas seria lamacenta, úmida e coberta de palha. Através das árvores, via um rio que corria depressa entre margens rochosas e que provavelmente estaria cheio de salmões na primavera. 
Infelizmente, também esquecera como podia ser fria uma brisa nas Terras Altas e aquelas nuvens escuras e pesadas a distância estavam definitivamente se aproximando. A menos que quisesse ser apanhado num dilúvio, teria de conseguir que o pangaré que alugara se movesse mais depressa. 
Estava prestes a incitar o cavalo a um trote quando o latido furioso de um cachorro rompeu o silêncio do campo. Não era o latido de um cão de caça... parecia-se mais com o som de um cão de guarda dando o alarme. 
Um pastor alemão, talvez, ou o cão de uma fazenda que cuidava dos terrenos e da casa. Gordon se ergueu nos estribos e olhou ao redor. Não viu nenhum rebanho de ovelhas, nenhuma choupana ou cabana, nada que exigisse um cão de guarda. 
— Socorro! Alguém me ajude! 
O grito amedrontado de uma mulher, que viera de algum lugar na floresta, mal era audível sobre o som dos latidos e da água corrente, no entanto não havia engano sobre as palavras ou o desespero na voz. 
Gordon afundou os calcanhares nas laterais do cavalo para fazê-lo saiu da estrada e se voltar em direção ao som da mulher e do cachorro, mas nada adiantou. Era a besta de boca mais dura que já cavalgara e se recusava a obedecer, como se fosse uma mula e não um cavalo. Resmungando uma praga, Gordon desmontou, atirou as rédeas sobre um galho de um arbusto nas imediações e começou a descer, com a maior rapidez possível, a encosta escorregadia e rochosa da colina, entre as árvores. 
A manga do casaco comprido de três capas se prendeu a um galho espinhoso e se rasgou. Suas botas de cavalgar logo ficaram cobertas da lama, que também sujou a barra do casaco. O chapéu foi derrubado por um galho alto que não vira até ser tarde demais. 
Debruçou-se para pegá-lo, escorregou, caiu e começou a deslizar até conseguir agarrar o tronco de uma árvore. O cão continuava a latir e a mulher gritou de novo por socorro, desta vez mais perto, felizmente, embora ainda não conseguisse vê-la. 
Gordon se levantou e, então, se encontrou diante do maior, mais feio e mais feroz cachorro negro que já encontrara, parado junto à base de uma bétula de folhas douradas, não muito distante da margem do rio. 
O cachorro não era de nenhuma raça que Gordon conhecesse e tinha uma cabeça e uma mandíbula enormes, olhos muito separados e orelhas pequenas. Estava com as quatro patas plantadas agressivamente no chão e rosnava, um fio de saliva lhe descendo da boca.
Apesar daquela coisa horrível, Gordon sabia que o cão não estava louco. Vira um cão sofrendo de raiva uma vez, espumando e com os olhos enlouquecidos, andando com um passo desequilibrado, e jamais esqueceria aquela visão. Entretanto, manteria a maior distância possível daquela fera. 
— Você está ferido? — A voz feminina veio da mesma direção em que estava o cão, o sotaque revelando a Gordon que não era uma camponesa ou uma pastora.