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12 de outubro de 2011

A Santa e O Pecador



— O que será que aconteceu para que a Santa viesse procurar o Pecador?

Depois da morte de seus pais, em um acidente Pandora foi morar com seus tios, ela pensava no quanto tinha sido infeliz desde que viera morar no Palácio do Bispo, em Lindchester.
Era grande, frio e, aos olhos de Pandora, excessivamente opressivo.
Era esta a palavra que melhor descrevia sua vida, desde que havia se mudado para lá.
Sabia, porém, que logo seu tio daria seu consentimento para as núpcias com Prosper Witheridge que fora nomeado Capelão de seu tio.
Sentia, instintivamente, que o modo como ele a encarava não era o de um homem a serviço de Deus e o evitava sempre que possível.
Não queria sequer por um momento, contemplar a idéia de que ele pudesse ser seu marido.
Mas seria difícil, se não impossível, dizer ou fazer qualquer coisa que impedisse o casamento de se realizar.
Pandora só tinha uma saída, procurar seu primo o quinto Conde de Chartwood.
As histórias de suas extravagâncias, de festas loucas, de somas imensas gastas com cavalos, de um comportamento aparentemente tão dissoluto, poderia ser a sua salvação.

Capítulo Um

1819
Pandora costurava a capa que havia lavado, colocando novamente a almofada dentro dela.
Achava difícil imaginar que pudesse ter uma cor ou um desenho menos graciosos.
Era de um tom muito feio de marrom e o bordado, feito com uma linha esverdeada.
Seu pai costumava dizer que as pessoas podiam ser associadas com as cores e ela achou que aquelas eram típicas de sua tia Sophie.
Suspirou, pensando o quanto tinha sido infeliz desde que viera morar no Palácio do Bispo, em Lindchester.
Era grande, frio e, aos olhos de Pandora, excessivamente opressivo.
Era esta a palavra que melhor descrevia sua vida, desde que havia se mudado para lá.
Tinha sido tão feliz na pequena casa paroquial, em Chart, com seus jardins povoados de roseiras e os estábulos que abrigavam os cavalos de seu pai.
Sua mãe costumava dizer, rindo muito, que eram os membros mais importantes da família.
Na verdade, seu pai jamais quisera ser Pastor, mas como era o terceiro filho de uma família dedicada à igreja, não restou muita escolha.
No entanto, fora suficientemente hábil para conseguir se sustentar, em um lugar onde havia muita pouca coisa a se fazer, e onde podia caçar e cavalgar a seu bel prazer.
Denominavam-no “O Pastor Caçador”, um tanto injustamente, aliás, pois esqueciam com facilidade do fato de que ele fazia suas prédicas todos os domingos. Preferiam pensar nele apenas como um homem atraente e jovial, amigo de todos, nos locais onde se realizavam as caçadas.
Como fora divertido estar em sua companhia, pensou Pandora, reprimindo as lágrimas que imediatamente marejaram os olhos.
Havia chorado com tamanho desespero e descontrole, quando deram a notícia do acidente que havia matado seus pais!

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