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15 de junho de 2011
Anjo Do Pecado
Na pacata aldeia de Yorkshire, erguem-se os muros do consagrado Colégio Burndale, onde o perigo espreita nos cantos escuros.
Um misterioso assassino, com predileção por mulheres loiras, atacou novamente, desta vez pondo o fim a vida de duas professoras, deixando todos em polvorosa, imaginando quem será a próxima vítima...
Elizabeth Canham acabou de entrar neste cenário, ao aceitar o emprego de professora no conceituado colégio.
Sua vida tranquila e organizada sofre a maior das reviravoltas, não só por passar a fazer parte do grupo de risco, mas também ao conhecer Griffin Fairfax, o pai de uma de suas alunas.
O olhar penetrante de Griffin a seduz, e é impossível negar a atração entre ambos...
Griffin parece ser um pai amoroso e dedicado, um cavalheiro perfeito.
Mas quando Elizabeth descobre um detalhe perturbador relacionado àquela série de crimes - que todas as vítimas tinham algum tipo de ligação com Griffin - ela fica imaginando se será mera coincidência, ou se aquele homem pode ser um assassino charmoso e sedutor, para quem tantas mulheres perderam o coração... e a vida...
Capítulo Um
Stepney, Londres, 15 de janeiro de 1813
Respingos vermelhos pintavam uma paisagem horrenda nas paredes da taverna do Cisne Negro.
Henry Pugh, o policial do distrito, rodeou o cadáver rígido, anotando mentalmente o arco de sangue que se espalhava por todo lado e a poça coagulada aos seus pés.
Escura e viscosa, refletia a luz bruxuleante da vela e enchia o ar de um cheiro pesado e ao mesmo tempo adocicado e acre.
Ele nunca vira tanto sangue assim.
Porém, aquele era o primeiro dia de Henry na delegacia de polícia de Shadwell, e ele nunca tinha visto um assassinato cruel.
Lá fora, na rua, o vigia noturno gritou as horas. Meia-noite e meia.
Erguendo a vela, Henry correu os olhos pelo chão, notando as pegadas ensanguentadas que seguiam pelo corredor.
Então, concentrou-se de novo no morto, William Trotter, o dono do Cisne Negro.
Estava caído de costas, esparramado sobre os degraus que levavam ao bar, os olhos arregalados, as feições retorcidas numa expressão de surpresa.
Pelo que parecia, fora atacado por trás, provavelmente sem ter sabido quem era o assaltante.
Pedaços de cérebro e osso salpicavam as roupas do estalajadeiro, a madeira do degrau e a parede ao lado.
Sua cabeça fora esfacelada, e sua garganta cortada.
Filetes de sangue desciam pela escada e pelo chão, juntando-se e empoçando a uma curta distância.
Henry agachou-se. O cheiro de dejeto humano o atingiu, e ele recuou, consternado de testemunhar tamanha humilhação.
A morte não fora nem suave nem digna.
Uma coisa feia, aquilo. Uma coisa muito feia.
O carregador de carvão, Jack Browne, inquilino no número 34 da alameda New Gravei, tinha corrido para chamar Henry depois de bater e tocar a sineta da porta do sr. Trotter, que não aparecera para abrir.
Ao ouvir a história, Henry havia imaginado que Jack ficara trancado para fora e que os Trotter tinham ido para cama mais cedo do que costumavam.
A sra. Trotter era exigente quanto ao horário, e os inquilinos, a maioria marujos que alugavam um quarto por um período curto, sabiam que, se chegassem tarde, a porta estaria trancada.
Estranho para uma hospedaria manter tais regras, mas era assim no Cisne Negro.
As suposições de Henry tinham se comprovado amargamente erradas.
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