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1 de abril de 2012

Ao Chegar A Meia-Noite


Na Londres vitoriana, a jovem viúva Caroline Fordyce publica por capítulos suas bem—sucedidas novelas de mistério. 

Enquanto escreve a última delas, O Cavalheiro Misterioso, Caroline tem problemas para definir o personagem do vilão; por isso quando Adam Hardesty, um homem da alta sociedade londrina, apresenta—se numa manhã em seu estúdio para interrogá—la sobre uma sessão de espiritismo que a jovem assistiu na noite anterior, e depois da qual se encontrou morta a médium que a oficiava, a dura fisionomia do indivíduo dá a Caroline a ideia exata de como descrever seu personagem. 
Seu «cavalheiro misterioso», entretanto, esconde um segredo: o motivo que o levou a revistar a casa da médium morta e que o instiga agora a continuar investigando o caso é a busca de um diário íntimo perdido que se for divulgado, revelaria sombrios segredos sobre seu passado familiar. 
Espantosamente, o habitual desinteresse de Adam pelos assuntos do coração se vê de repente questionado diante da forte atração que exerce sobre ele a jovem e bela escritora, sua principal suspeita. 
Logo ambos descobrirão que têm em comum mais do que acreditam enquanto entram em uma complexa trama de mortes, poderes psíquicos e fraudes financeiras em que deverão aprender a confiar um no outro, mesmo que nada seja o que pareça. 

Comentário revisora Jory K.: História muito gostosa, cheia de suspense, reviravoltas, e claro, um grande amor. Como fã desta escritora, só posso dizer que achei PERFEITA.
Espero que gostem tanto quanto eu. 

Capítulo Um 

O rosto da médium morta era uma mancha apagada e fantasmagórica sob o véu ensanguentado. Em vida, tinha sido muito bonita. 
A saia longa e pesada do vestido azul marinho, estava amassada em torno de suas pernas torneadas, vestidas em meias brancas. 
O atiçador de ferro com que o assassino lhe tinha destroçado a parte posterior do crânio estava jogado no chão, a poucos centímetros. 
Adam Hardesty cruzou a pequena e sombria estadia, fazendo um esforço por cruzar a barreira invisível formada por aquele aroma tão peculiar e frio que emana da morte. 
Agachou—se junto ao corpo e sustentou a vela no alto. Através do fino véu, viu o brilho das contas azuis que adornavam o colar que Elizabeth Delmont usava, combinando com o par de brincos pendurado em suas orelhas. 
No chão, junto a seus dedos pálidos e inertes, havia um relógio de bolso quebrado. 
O cristal que cobria a esfera estava em pedaços, e os ponteiros haviam ficado detidos para sempre, marcando as doze da noite. 
Hardesty tirou o seu próprio relógio de bolso de suas calças e deu uma olhada. Eram duas e dez. Se o relógio, que se encontrava sobre o tapete, houvesse se quebrado no transcurso da violenta resistência, que ao que parecia aconteceu na estadia, 
Delmont tinha sido assassinada há pouco mais de duas horas. 
Um broche de luto, decorado com esmalte negro, descansava sobre o corpete apertado e de formas rígidas, do vestido azul. 
Era como se alguém tivesse deixado o alfinete ali, deliberadamente, em uma macabra paródia de respeito fúnebre. 
Hardesty pegou o broche e o virou para ver seu dorso. A chama da vela iluminou uma pequena fotografia: o retrato de uma mulher loira, com um véu e um vestido branco. 
A dama não aparentava mais de dezoito ou dezenove anos. Algo na expressão triste e resignada de seu rosto formoso e sério dava a impressão de que não tinha muitas ilusões com a perspectiva do seu casamento. 
Sob o retrato havia um cachinho de cabelo loiro abaixo de um cristal bisotado. 
Hardesty estudou a imagem da mulher durante um bom tempo, memorizando todos os detalhes visíveis na diminuta fotografia. 
Quando terminou colocou cuidadosamente, de novo, o broche sobre o corpete de Delmont. Possivelmente, a polícia o consideraria uma pista útil. 
Ao levantar—se, virou devagar sobre seus saltos e percorreu com os olhos a estadia em que tinham assassinado Elizabeth Delmont. 
Parecia que uma tempestade tinha passado por ali,  
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