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31 de dezembro de 2013

As Tentações de uma Dama







Visconde Jamie Burke: o mestre das propostas indecentes. 

Em sua busca frenética por aventuras, â bela Daphne de Courtenay abandona os bons modos nos salões de baile da alta sociedade e cede ao impulso de aceitar o convite de um estranho audacioso que promete apresentar-lhe a Londres de prazeres intensos! 
Com a excitação crescendo a cada fuga, o visconde libertino começa a sonhar apenas com uma noite sem fim. 

Capítulo Um

Town House de Folkestone, Londres Maio de 1835, 20h
Jamie Burke preferia estar em qualquer outro lugar que não ali. 

Por “ali” entendia-se o Baile de Gala Anual de Folkestone. 
O baile de sua própria mãe, considerado pela melhor sociedade de Londres como a porta de entrada para os grandes eventos da temporada.
Ele, respeitosamente, discordava.
Inclinou-se contra o balaústre de pedra da prefeitura de Folkestone. Uma taça de champanhe pendia, precariamente, da ponta de sua mão negligente. 
Examinava as luzes enfeitadas do jardim com olhos cansados. Assim como o salão de baile, o jar­dim atingira a perfeição. Elegante, sem pretensão, sem ostenta­ções. 
Uma aparência projetada para seduzir o olhar e enfeitiçar os incautos, como uma daquelas cobras venenosa indianas de escamas brilhantes. Mais de um cavalheiro teve sua liberdade cerceada por um por um passeio insensato em jardins iluminados por lanternas.
Jamie deveria voltar para o salão de baile e bancar o bom anfitrião. Esperava-se dele conduta condizente com a de um filho prestativo.
Isso significava dançar com uma multidão de jovens de vestido branco, consideradas por sua mãe dignas a aspirarem ao posto de esposa dele. Todas desejando ardentemente tornar-se a próxima viscondessa Knole.
Jamie temia essa perspectiva. Faria 31 anos em quatro sema­nas. Já era hora de se casar. 
Ele sabia que esse dia chegaria e, ainda assim, deveria conjurar algum entusiasmo tanto em relação ao casamento quanto ao padrão de candidatas selecionadas por sua mãe, todas jovens, educadas, relativamente bonitas, e cada uma delas como uma folha em branco para ser preenchida por seus futuros maridos. Conhecia alguns sujeitos que preferiam suas mulheres daquele modo. 
Ele não estava entre esses homens. Gostava de mulheres independentes.
Jamie suspirou. Lá dentro, o baile apenas começava. Podia ouvir os músicos tocando na galeria. Ele deveria entrar. Do lado de fora havia certa ilusão da liberdade. 
Do lado de den­tro, seu futuro (bastante estagnado, diga-se de passagem). Sabia o que sua mãe esperava. Ele se casaria com uma da­quelas boas garotas, uma daquelas inocentes e vazias garotas de boa família. 
Era uma perspectiva assustadora pensar que sua esposa estava a apenas alguns centímetros atrás do balcão de portas francesas e ainda assim não ter a menor ideia de quem ela seria.
Jamie respirou fundo. E estacou. Seu retomo para o salão de baile foi interrompido por um movimento um pouco além da varanda. 
Um vulto em um vestido azul-claro deslizou para o jardim olhando por cima do ombro. Era intrigante. Talvez fosse uma refugiada como ele.
A moça olhou para a sua esquerda, depois para sua direita, revelando assim seu rosto. A beleza etérea evocada por ele causou uma resposta inteiramente viril em Jamie. 
Ela era adorável. Seu cabelo louro bem claro estava preso em um penteado elaborado que já se desmanchava, emoldurando seus olhos de um azul pro­fundo ao cair pelo rosto dela. Era um anjo rebelde caído do céu. 
Tal imagem provocou uma série de reações em Jamie, algumas delas protetoras: tal criatura não deveria ser deixada vagando sozinha por varandas de salões de baile. 
Outras, primitivas: a mesma criatura deveria estar à mercê de qualquer homem. Ela estava destinada para aquele homem, para ele. Pela primeira vez em um bom tempo, Jamie Burke sentiu o despertar do desejo, o chamamento da vida.
O anjo vestido de azul o avistou e arregalou os olhos, surpre­so. Foi como se a esperança houvesse sido subtraída de sua ex­pressão ao vê-lo.
Desapontamento não era uma resposta comum nas mulheres quando o viam. Ela queria ficar sozinha? Jamie estava realmente intrigado. Sorriu com simpatia e ergueu sua taça à guisa de brinde, saudando aquela bela aparição.
— Bem-vinda à varanda. Escondendo-se de alguém?
Foi em direção a ela, pois não queria conversar estando tão distante. Ela colou um sorriso em seu rosto que ele teve certeza de que era forçado.
— Senti uma dor de cabeça se aproximando e saí em busca de ar fresco.
Jamie percebeu uma breve hesitação na voz dela, notou a ansiedade velada em seus olhos e soube que o que ela dizia não era inteiramente verdade. Parecia que não era nem mesmo a metade.
— Ah...