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16 de outubro de 2011

Carrossel de Emoções

Amores e desamores...
A baronesa Antonia Thornton é uma das moças mais lindas da sociedade, se não a mais bela de todas. 
Judith Winslow é a dama de companhia perfeita para ela... Além de terem se tornado, boas amigas, Judith complementa a beleza arrojada de Antonia com seu jeito gracioso e discreto, que funciona como um antídoto para a exuberância e rebeldia de Antonia.
No entanto, quando o primo de Antonia, o charmoso Adam Yorke, retorna à Inglaterra depois de passar alguns anos na Índia, e traz consigo seu grande amigo, o atraente lorde Simon Launceston, Antonia e Judith ficam completamente divididas. O mesmo acontece com os dois garbosos rapazes, e esses quatro jovens corações terão de passar por muitas reviravoltas, aventuras e desventuras, até encontrar a felicidade...

Capítulo Um

Antonia olhou o livro sobre o colo e percebeu que já havia lido a mesma página três vezes, sem conseguir se lembrar de uma única palavra. Na verdade, nem lembrava que livro era. Provavelmente, um romance.
Ela levantou a cabeça e olhou para Judith.
— Você acha que Adam demorará a chegar? Deve ser quase meio-dia.
Sem erguer os olhos do bordado, Judith sorriu com simpatia.
— Você fez a mesma pergunta há cinco minutos, e ainda falta muito para o meio-dia.
Antonia franziu o nariz e desistiu do livro. Colocou-o sobre a mesa e se pôs a andar de um lado para o outro, impaciente. Desde que recebera a carta do primo, no mês anterior, estava ansiosa pelo momento de revê-lo.
— Se eu soubesse em que navio vai chegar, poderia esperá-lo no cais.
— Não foi para menos que ele não contou — Judith respondeu com a paciência habitual. — Mesmo sem se encontrarem a quase oito anos, Adam a conhece o suficiente para saber que se atreveria a esperá-lo na Ilha dos Cães, lugar nada adequado para uma dama.
— Não diga bobagens! — Antonia exclamou, rindo de si.
Ela voltou a passear com ansiedade no cômodo em que as duas mulheres passavam grande parte do tempo quando estavam em Londres. Menos formal que a sala de estar, o aposento proporcionava uma bela vista para Grosvenor Square.
Embora não fosse tão luxuoso quanto o da propriedade Thornleigh, o quarto de Adam era o cômodo mais acolhedor da casa. A mobília fora escolhida priorizando o conforto em vez do estilo. Estantes com livros, revistas periódicas e instrumentos musicais proporcionavam uma atmosfera aconchegante e íntima.
— Você está certa. Mesmo depois de oito anos, Adam me conhece melhor do que ninguém.
Ela e Adam Yorke, seu primo em terceiro grau, haviam crescido juntos. Três anos mais velho, ele era o irmão que Antonia nunca tivera. Quando jovens, fora a pessoa mais importante do mundo para ela. Adam fora seu melhor amigo do sexo masculino, assim como Judith certamente era a melhor amiga que Antonia já tivera. Como fazia diariamente havia mais de dois anos, abençoou a oportunidade de tê-la em sua vida.
Embora na superfície as duas fossem diferentes, a viúva era inteligente, tinha opinião e senso de humor semelhante aos dela. Contratar Judith fora uma ótima idéia. Ao mesmo tempo em que lhe fazia companhia, a amiga respeitava sua privacidade e se refugiava quando pressentia a necessidade de Antonia ficar sozinha.
Tia Lettie se vangloriava pelo sucesso da intromissão, prazerosa pelo fato de que a natureza calma de Judith começara a influenciar a vida de Antonia.
Em contrapartida, Judith tinha amadurecido, sendo encorajada a exprimir seus pensamentos, e era valorizada pelos conselhos úteis.
Agora, a palidez sombria do rosto severo ganhara um leve tom rosado. Os ricos cabelos castanhos, antes presos num coque senhoril, caíam em ondas suaves sobre os ombros delicados, deixando-a com um aspecto mais jovial do que seus vinte e oito anos.
As duas mulheres tinham vivido o luto na mesma época, Antonia pela morte do pai, e Judith pela perda do marido. Antonia aproveitara a ocasião para convencer sua nova dama de companhia da necessidade de um novo guarda-roupa que fizesse jus à sua posição. Judith hesitara, receando arcar com as extravagantes despesas dos trajes elegantes e simples, mas as contas sempre se mantiveram em segredo entre Antonia e a modista.
Antonia cruzou a sala e apanhou a graciosa escultura de madeira que representava um falcão peregrino pousado em um galho, com a cabeça inclinada para o lado como se estivesse relembrando a alegria do vôo. Adam a esculpira quando tinha apenas quinze anos e lhe dera como presente de aniversário.
Com um suspiro, ela acariciou a madeira polida, admirando a perfeição do entalhe. O primo sempre fora dono de uma invejável habilidade manual. Quando crianças, os dois percorriam juntos os campos em busca de ninhos, tomando o cuidado de não tocar nos ovos nem afugentar os pássaros.
Inquieta, ela colocou a escultura de volta na prateleira com expressão saudosa. — Provavelmente eu não deveria sugerir isso, mas...
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