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21 de setembro de 2010
Cavaleiro Valente
Ainslee de Kengarvey sabe cavalgar e manejar armas como uma guerreira, porém sua habilidade e coragem são de pouca serventia para ajudá-la a escapar do intrigante cavaleiro que a persegue implacavelmente.
Para retribuir o apoio e o favorecimento do rei, Gabel de Amalville precisa subjugar a rebelião dos insubordinados MacNaim.
E tomar como refém a filha do líder do clã é mais uma necessidade do que uma escolha, pela posição de vantagem que isso lhe trará.
No entanto, ao levar Ainslee para o cativeiro de seu castelo, Gabel se descobre irresistivelmente atraído por aquela jovem linda e sensual.
E enquanto a guerra assola as Terras Altas, o leal cavaleiro se defronta com um dilema: cumprir a dívida de honra para com seu soberano, ou obedecer ao comando de seu coração apaixonado...
Capítulo Um
Terras Altas, Escócia, 1210
— A cor do céu avisa que uma tempestade se aproxi¬ma, Ronald — Ainslee MacNairn disse ao erguer os olhos para as nuvens escuras.
— É mesmo — concordou seu grisalho companheiro. — Acho que é melhor voltarmos para Kengarvey.
Ainslee sorriu.
— Está com medo de uma tempestadezinha de outono?
— Não, mocinha, e você sabe muito bem disso. Mas nós nos afastamos muito, e receio que possamos deparar com escoceses ou normandos. Achariam excelente se pusessem as mãos em você. Iriam saborear a oportunidade de fazer um pouco de barganha ou se vingar de alguma forma, ou um pouco de cada coisa. E sendo você uma moça de tão boa aparência, não preciso lhe dizer o que nossos inimigos poderiam lhe fazer.
Quando Ainslee virou sua montaria na direção da maciça fortaleza a que chamava de lar, resmungou baixinho e puxou o capuz do manto volumoso sobre os cabelos de um cobre escuro.
— Será que nunca haverá um dia em que eu possa cavalgar sem medo de todos os nossos vizinhos, Ronald? Estamos em conflito com cada clã das redondezas, em conflito com os normandos que nosso bom rei estabeleceu logo depois do rio, e em conflito com as pessoas das Terras Baixas. Será que vocês não se cansam de todas essas lutas e mortes?
— Sim, mas é esse o jeito do mundo, mocinha. Alguém está sempre pensando em nos conquistar. Alguém está sempre cobiçando nossas terras. Sempre há alguma disputa, alguém a reclamar de um ressentimento ou insulto. E sempre haverá os ingleses, os normandos ou os clãs vizinhos a confrontar. Se não for um ataque, é uma hostilidade continuada.
— Bem, estou farta de todas essas lutas. Muitas vezes me pego tão ansiosa para ir embora daqui que até sonho com isso.
— Você logo estará casada e então partirá. Porém deve perdoar este velho por desejar que esse dia não venha muito em breve, já que tenho cuidado de você desde que montou seu primeiro pônei. Sentirei saudades de doer.
— Obrigada, mas não acho que eu vá me casar e seja levada para um lugar melhor, portanto não deveria se preocupar demais. Tenho dezoito anos, Ronald, e nada ainda foi arranjado para mim. Quando eu tinha seis, minhas irmãs se casaram com homens de clãs vizinhos, na vã esperança de aumentar o poder de nosso lorde. Meu pai diz claramente que sou muito magra e muito feia para realizar um bom negócio comigo.
— Que bobagem! — Ronald mudou a perna enrijecida para uma posição mais confortável, e depois esfregou a cicatriz na mão esquerda, onde perdera três dedos. — Você não é por demais magra. Sob esse manto pesado há uma forma que muito homem ansiaria para possuir. Sim, é esguia e flexível, mas tem todas as curvas nos lugares certos. Quadris pequenos, porém arredondados o bastante para prometer os filhos que um homem deseja. Lindos cabelos ruivos mesclados de dourado, e olhos tão azuis como um lago num belo dia de verão. Eu poderia enchê-la de mais elogios, mas você já está vermelha que nem fogo.
— Diz as coisas com muita franqueza, Ronald.
— Alguém precisa, se você tiver de se livrar desse pensamento tolo de que não é suficientemente bonita para qualquer homem.
— Talvez eu não seja desagradável aos olhos dos homens, porém não sou o que eles procuram numa esposa.
A face de Ronald, crestada pelo tempo, enrugou-se num sorriso.
— Com mais de sete anos de diferença de seus irmãos, você chegou à adolescência sem ninguém ao lado. Suas irmãs se casaram e foram embora, e seus irmãos estavam ocupados a aprender a ser homens. Tive a honra de criá-la e receio que não tenha feito isso muito bem.
— Você se saiu muito bem, na verdade, Ronald. Aprendi muito com você.
— Sim, a cavalgar tão bem como qualquer homem, empunhar uma espada adequadamente, e ser quase mortífera com um punhal. Uma flecha não causa estranheza a essas mãos delicadas, e você tem despachado muito bicho da floresta para as mesas de Kengarvey. Sabe ler e escrever e até mesmo fazer algumas contas, já que chantageou seu irmão Colin para que a ensinasse, quando ele voltou do mosteiro.
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