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24 de abril de 2010

Encantos Ocultos - Adele Ashworth



Aborrecida de pretendentes pomposos,
a senhorita Natalie Haislett deseja viver uma história de amor e aventuras.

Suspira pelo misterioso Cavalheiro Negro: um ladrão inglês que lhe roubou o coração a distancia com suas legendárias proezas.

Para lhe conhecer, Natalie deve recorrer, embora a contra gosto, à única pessoa que conhece famoso cavalheiro: Jonathan Drake, um don juán exímio que a cortejou anos atrás.
Jonathan aceita acompanhá-la a França, onde corre rumores que se esconde o Cavalheiro Negro.
Para limpar toda sombra de dúvida, viajam como se fossem um casal casado, compartilhando intimidades que desembocam na amizade, e beijos que despertam uma fome insaciável...
Quando começam a produzir-se roubos a seu redor, Natalie já está apanhada na rede de desejo tecida pelo homem de seus sonhos.

Inglaterra, 1842
—Esmeraldas.
Ela piscou.
—Dizia algo?
O homem esboçou um débil sorriso.
—Estava pensando, senhorita Haislett, que nesta esta pista de baile, sob a luz de milhares de velas, seus olhos cintilam como esmeraldas.
Ela tragou saliva com nervosismo e lhe olhou fixamente aos olhos.
A voz do homem era tão profunda e sonora, quase acariciadora, que de repente sentiu um arrebatamento de intenso acanhamento, um sentimento que a senhorita Natalie Haislett, de Sherborne, não tinha experimentado nunca antes em presença de ninguém.
—Obrigado — sussurrou ela, e baixando o olhar a cravou nos botões de marfim da camisa do homem.
Ele continuou sorrindo, mas não disse nada mais enquanto a fazia girar rapidamente pela pista ao compasso da valsa.
Natalie não era capaz de entender a causa da inquietação que sentia, pois, em resumidas contas, aquele era o baile de disfarces de seu pai, e o cavalheiro em questão, nada mais que um hóspede convidado que lhe tinha pedido gentilmente que bailasse com ele.
Tinha-o visto antes em diversas ocasiões, embora nunca se dirigissem a palavra.
Mas nesta ocasião o homem parecia ter reparado especialmente nela, e a tinha observado com atenção, diria-se que com excessivo interesse, e o interesse de um homem tão atrativo a tinha deixado sem fôlego.
—Eu gostaria de vê-la sem a máscara.
As palavras, ditas com voz rouca e suave ao mesmo tempo, sobressaltaram-na até fazer que levantasse o olhar uma vez mais.
Com aquele espesso arbusto cabelo quase negro, um corpo alto e duro e uns olhos de um cinza azulado do mais cativantes, o homem resultava irresistivelmente atrativo.
Natalie ficou olhando o de marco em marco durante vários segundos, ao cabo dos quais respondeu em voz baixa:
—Eu gostaria de vê-lo sem a sua. — E depois de jogar uma prudente olhada ao redor, inclinou-se para ele e sussurrou audazmente. — Reúna-se comigo fora, no jardim de flores, debaixo da galeria sul, dentro de quinze minutos.
O homem inclinou ligeiramente a cabeça e entrecerrou os olhos depois da seda negra.
—Fala a sério, Natalie?
A inesperada utilização sem permissão de seu nome de batismo fez que ela recordasse, dito no sentido mais estrito da expressão, sua delicada situação.
—Se... acaba-me de ocorrer que seria um bom lugar para falar em privado.

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