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17 de março de 2012
A Máscara Do Amor
As aparências enganam...
Quem irá querer se casar com Lucy Bowes, agora que o irmão dela está sendo apontado como ladrão?
Embora esteja com seu futuro comprometido, sua grande amiga, a convida para passar uma temporada em Dashwood, sua linda casa de campo.
Porém, um ladrão ainda mais perigoso consegue entrar na mansão e, curiosamente, tenta roubar o coração de Lucy. Ameaçado pela arma que ela lhe aponta, o mascarado trata de fugir, mas ele vai voltar.
Ah, se vai... Ewan Sandeford jurou proteger as moradoras de Dashwood contra todo o mal.
Se ao menos Lucy abaixasse aquela arma, seria uma grande coisa, pois ele tem uma missão a cumprir e não quer comprometê-la.
Muito pelo contrário, pois ela é corajosa, divertida e linda, uma jóia rara que qualquer ladrão, mesmo falso, gostaria de roubar.
Capítulo Um
Agosto de 1815
Vai ou não me falar como é a Mansão Dashwood? — perguntou a srta. Lucy Bowes para a amiga Caroline, que se tornara a marquesa de Dash.
— Há dois dias que estamos viajando para lá e você evita de propósito o assunto.
— Está cansada de viajar, Lucy? — retrucou Caroline.
— Nesta carruagem tão confortável e em sua companhia? Passando por cenários de colinas deslumbrantes e bosques encantados? E tendo dormido em uma excelente estalagem ontem? — Lucy sorriu.
— Não, não estou cansada. E você?
— Já que Thomas ainda está retido na França com o comandante Wellington — respondeu Caroline — o único prazer que tenho em abrir a mansão da família depois da morte de meu cunhado é sua presença, querida. E se ainda não lhe agradeci por ter vindo comigo, obrigada.
Os raios de sol que se infiltravam pela janela do coche iluminavam os cabelos loiros da marquesa, e o movimento fazia os laços azuis do vestido balançarem com graça.
— Já me agradeceu vinte vezes — brincou Lucy.
Na verdade, ainda estava surpresa pelo fato de Caroline a ter convidado para acompanhá-la à Mansão Dashwood, lar dos marqueses de Dash, pois nos últimos tempos se julgava uma péssima companhia.
— O prazer é todo meu, Carol — continuou. — Do contrário, não teria muito o que fazer sozinha.
Caroline apenas relanceou um olhar para a amiga, o carinho iluminando suas lindas feições.
Era a pessoa que mais conhecia Lucy, e ficara ao seu lado quando o irmão, Jack Bowes, a envergonhara, fugindo da lei por descobrirem que ele era um ladrão.
Sendo ofícial do Exército, sua fuga, após roubar obras de arte, foi considerada deserção, o que agravou o crime. Lucy fingia para si mesma que não aceitara o convite de Caroline para escapar da enorme quantidade de curiosos que conheciam sua vergonha, mas era inútil disfarçar.
Ali, sentada na carruagem luxuosa, admirando as roupas da marquesa, sentia autopiedade e frustração.
Jack também roubara seu futuro, pois ninguém iria querer uma moça comum, que costumava falar o que pensava, e cujo dote estava preso por mais seis anos, até que pudesse declarar o irmão fugitivo como legalmente morto.
De repente a carruagem diminuiu o movimento, e ambas olharam pela janela.
A sua volta só havia o campo, e nem sinal da mansão ainda. Lucy franziu a testa e fitou Caroline, retirando uma pistola da cesta que trazia no colo e embrulhando-a no xale azul e verde.
A marquesa arregalou os olhos, e Lucy explicou:
— Uma mulher prevenida vale por duas.
A carruagem se deteve, e um homem moreno surgiu na janelinha. — Milady Dash? — perguntou.
Caroline fez um gesto para que ele abrisse a portinhola, e Lucy pôde analisá-lo bem.
O homem usava um uniforme verde com botões de prata e insígnias de oficial.
Além dos cabelos negros, tinha olhos castanhos muito vivos, um queixo forte e malares altos.
No conjunto, as feições eram muito aristocráticas, pensou ela.
— O que deseja, senhor? — perguntou Caroline com polidez.
O oficial as cumprimentou com um gesto de cabeça.
— Milady, sou o capitão Ewan Sandeford, seu novo vizinho. Seu marido, o coronel Dash, me escreveu pedindo que a ajudasse no que fosse necessário.
— Meu Deus, senhor!
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