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8 de janeiro de 2017

Segredos da Noite de Reis



Lady Harriet Devere viaja para Oxfordshire com seus dois irmãos mais novos para a sua reunião anual de férias em família. 

Agora órfão, o trio perdeu recentemente o seu irmão mais velho, Nicholas, que morreu servindo seu país na batalha. 
Antes de sua morte, Nicholas tinha confiado a Harriet um segredo: ele estava trabalhando como espião britânico, recrutado para seguir os passos de seu pai. 
Nicholas usa Harriet como cúmplice, esperando que ela transmita mensagens simples para seus contatos, enquanto ele estava no exterior. Após sua morte, de repente foi pedido a Harriet para satisfazer um pedido muito mais profundo do que os do passado.
Harriet deve manter um olho sobre Julius Forsythe, conde de Marbury, que se acredita ser um agente duplo trabalhando também para os franceses. É esperado que Harriet acompanhe cada movimento do conde para determinar o seu estatuto como um traidor. Mas em pouco tempo, ela começa a admirar o conde, e seus sentimentos românticos são recíprocos. 
À medida que a aventura se desenrola, Harriet deve fazer o seu melhor para honrar o desejo de seu irmão amado, durante a tentativa de manter o homem que ela ama a salvo.

Capítulo Um

— Harry… Harry, você não está dormindo, seus olhos estão abertos, mas você não está nos ouvindo a nós.
Lady Harriet Devere empurrou-se para fora de seu devaneio e dedicou sua atenção para seus jovens irmãos. — Perdoe-me, você está certo. Eu estava a milhas de distância. O que foi que você estava dizendo?
— Quanto tempo mais? — Os gêmeos, como faziam tantas vezes, em coro em uníssono. — Estamos cansados de viajar.
— Eu não culpo vocês, assim como eu —, disse sua irmã com um sorriso triste. Eles tinham viajado desde a madrugada naquela manhã. Ela olhou para o relógio de bolso. Eram quase quatro horas, e a luz de dezembro para além da janela da carruagem era cinza com o início do crepúsculo. Ela abriu a janela, deixando entrar uma rajada de ar gelado, e chamou para o cocheiro.
— Carson, onde estamos agora?
— Acabámos de passar Woodstock, Lady Harriet. Outra meia hora e chegamos, eu acho —, ele chamou para baixo.
Harriet retirou a cabeça e fechou a janela. Os painéis de vidro eram um luxo, mas a família Devere era bem capaz de suportar essas comodidades. — Não demora muito tempo, — ela disse alegremente. — Agora, não se esqueça de não gritar em torno do avô. Eu sei que é Natal, e é emocionante, mas
vocês sabem como ele odeia vozes altas, e vocês não desejam obter seu lado ruim. Ele pode tornar a vida bastante desagradável.
— Oh, nós sabemos. — O par gemeu, revirando os olhos verdes.
— Da última vez estivemos em Charlbury, — Lady Grace disse, — ele não nos quis deixar montar nossas pôneis por uma semana porque estávamos jogando um jogo no corredor e derrubámos o vaso de cristal sobre a consola.
Harriet sorriu para si mesma. Lionel Devere, Duque de Charlbury, era um cavalheiro formidável, mas ele tinha um fraco por seus netos, exceto nas ocasiões em que seus jogos indisciplinados se intrometiam em suas atividades acadêmicas. Ele podia ser particularmente duro para Tom, agora seu herdeiro depois da morte do filho mais velho de Lionel, Edward, e depois seu neto, Nicholas. O Duque sustentava que Tom tinha que se elevar para um padrão mais elevado do que a maioria dos meninos de dez anos de idade, se queria assumir o manto ducal um dia.
O sorriso de Harriet desapareceu. Como sentia falta de seu irmão. A dor da perda de seu pai tinha diminuído ao longo do tempo, mas ainda estava lá, uma dor distante. Ambos perdidos para a faca de um assassino.
E agora aqui estava ela, mergulhando no mesmo mundo desonesto que tinha engolido seu pai e seu irmão. Uma compulsão interna dirigia-a, tinha feito isso desde o primeiro momento em que o homem do ministério a recrutara para esse mundo. Ajudar a vingar a morte da família deu-lhe um senso de propósito que estava desaparecido desde a morte de seu irmão e pareceu suavizar as bordas de sua sempre presente dor.
Como seria ele, este Julius Forsythe, conde de Marbury?









27 de julho de 2015

A Indomável

Série V

Chloe Gresham não esperava uma recepção calorosa, afinal, seu novo guardião era um total desconhecido.

Mas quando Sir Hugo Lattimer adentrou Denholm Manor, depois de uma noite de farra e descobriu que ele estava vinculado a uma jovem pupila incontrolável e bonita, o belo solteiro deixou perfeitamente claro que não queria nada com ela. 
Chloe, no entanto, tinha suas próprias idéias...
Impulsionado por memórias sombrias de um desesperado tormento, a última coisa que Hugo precisava era uma estudante irritante, enfurecedora, imprevisível, e especialmente uma cuja deslumbrante beleza e sensualidade natural desafiavam o seu autocontrole. 
No entanto, ele devia à moça e para isso precisava transformá-la em uma dama e casá-la com um jovem senhor rico, em Londres. E, por Deus, iria fazê-lo... caso pudesse resistir à tentação de levá-la para sua cama... e se também pudesse mantê-la a salvo daqueles que usaria uma jovem inocente para executar uma desavergonhada vingança.

Capítulo Um

Agosto de 1819,
Já tinha avançado a manhã quando o fatigado cavalo percebeu, por fim, o aroma do lar, transpôs a entrada de pedra e entrou pelo acidentado atalho que conduzia à casa senhorial de Denholm Manor.
O animal soprou pelo nariz, levantou a cabeça e, quando a casa branca e negra, protegida em parte pelas árvores, apareceu ante sua vista, pôs-se a trotar. O sol quente iluminava as janelas gradeadas e iluminava as vigas vermelhas do teto alto.
A casa tinha um ar de descuido que se manifestava no caminho com seus sulcos de lodo endurecido invadido de ervas daninhas nos emaranhados arbustos, um triste resto do que tinham sido em outros tempos cercas vivas lindamente podadas.
Hugo Lattimer deteve seu cavalo, sem registrar nada disso. Só percebia que lhe palpitava a cabeça, tinha a boca ressecada e lhe ardiam os olhos. Era incapaz de recordar como havia passado as horas transcorridas desde que saíra de sua casa na noite anterior: certamente, em alguma taverna dos subúrbios de Manchester, bebendo um desses conhaques que queimam as tripas e divertindo-se com alguma rameira, até cair sem sentido. Era seu modo habitual de passar as horas noturnas.
Sem necessidade de receber indicações, o cavalo passou por debaixo do arco de entrada que havia a um lado da casa e entrou no pátio pavimentado. Então Hugo notou que em sua ausência tinha acontecido algo fora do comum.
Piscou, sacudiu a cabeça e observou perplexo, a carruagem de aluguel que descansava ao pé da escadaria de entrada da casa. Visitas... Ele jamais recebia visitas. A porta lateral estava aberta; isto também era pouco usual. Em que diabos estaria pensando Samuel?
Já abria a boca para gritar chamando Samuel quando um cão mestiço saiu saltando pelo vão da porta, ladrando a mais não poder, e desceu os degraus mostrando os dentes, o pelo do pescoço arrepiado, e em uma demonstração de incongruência, meneando a cauda como se lhe desse as boas-vindas.
O cavalo relinchou assustado e escorregou de lado pelas pedras. Hugo lançou uma maldição e o reprimiu. O cão desconhecido saltava ao redor do cavalo e cavaleiro, ladrava e movia a cauda como se estivesse saudando dois amigos que fazia muito não via.
— Samuel! — Vociferou Hugo, saltando de sua montaria e fazendo uma careta quando o violento movimento lhe provocou uma aguda dor na cabeça. Ficou de cócoras, aproximou sua cabeça ao buliçoso cão e explodiu: — Silêncio! — Em um tom tão baixo e feroz que o animal retrocedeu, meneando a cauda, desconcertado, e deixando pender fora de sua boca uma língua muito longa e babosa.
Samuel não aparecia; lançando um xingamento baixo, Hugo soltou as rédeas, deu ao cavalo uma palmada na garupa, sinal conhecido para que se fosse para o estábulo, e subiu os degraus da escadaria lateral de dois em dois, com o cão junto a seus calcanhares e em um bendito silêncio... por hora. Hugo se deteve no grande vestíbulo, com a sinistra sensação de que essa não era sua casa.
Um feixe de luz entrava pela porta aberta do outro lado do enlameado piso; as bolinhas de pó bailavam nos raios que entravam pelas janelas gradeadas; uma grossa capa de pó cobria o aparador de carvalho apoiado contra a parede e a maciça mesa Tudor, da mesma madeira.
Tudo isso estava como sempre. Mas o centro do recinto estava cheio de baús, caixas e artigos variados que, a princípio, Hugo não conseguiu identificar. Depois de uns instantes, sob seu olhar incrédulo, um desses objetos se definiu como uma gaiola com um papagaio.
Depois de havê-lo examinado melhor descobriu que tinha uma só pata. Inclinava a cabeça e lançava uma enxurrada dos mais obscenos insultos que Hugo jamais tinha ouvido em seus dez anos de serviço na Armada de Sua Majestade.
Desconcertado, virou-se lentamente. Sem querer, pisou no rabo do cão e este disparou, se lamentando, e depois a estendeu como um peludo leque sobre o piso.
— Fora.

Série V
1 - Venus
2 - Virtude
3 - A Indomável
4 - Velvet
5 - Valentine
6 - Violet
7 - Vanity
8 - Vice

11 de dezembro de 2014

O Jogo Matrimonial

Série Dama De Mayfair 

Chega à agência matrimonial das irmãs Duncan certo Douglas Farell, médico de profissão. 

Farrell procura uma esposa que cumpra com os requisitos mínimos, quer dizer, que seja rica e de elevada posição social. 
E embora para Chastity Duncan o instinto indique que o melhor é não colaborar com um homem de intenções tão mercenárias, a necessidade, pelo contrário, recorda que ela não pode prescindir dos honorários que Farrell está disposto a pagar pelo serviço. Entretanto, a verdade sobre o pragmático Doutor poderia fazê-la mudar de opinião.
Farell não só é um tipo pragmático, trata-se de um filantropo que só procura exercer sua verdadeira paixão, assistir aos mais pobres.

Capítulo Um

O cavalheiro que estava no alto da escadaria da National Gallery escrutinava atentamente os supostos amantes da arte, que subiam para as grandes portas do Museu, situada as suas costas. Sustentava de forma visível um exemplar do jornal A Dama de Mayfair e procurava alguém que levasse um artigo similar.
Uma grande revoada de pombas se ergueu em Trafalgar Square, por onde uma pessoa avançava apressadamente jogando milho às aves enquanto se aproximava. Cruzou a rua até se situar justamente abaixo do Museu e se deteve no degrau inferior, espremendo na mão o saco de papel que continha o milho, ao mesmo tempo em que dirigia o olhar para cima. Na mão livre segurava um jornal enrolado. O homem realizou um movimento vacilante com seu próprio jornal e a pessoa jogou, em um cesto de papéis, o saco amassado e subiu rapidamente as escadas até ele.
Praticamente, a única coisa que o cavalheiro podia distinguir é que a pessoa era mulher e miúda. Estava vestida em uma folgada capa de alpaca alemã, como o que costumavam vestir as mulheres para viajar de automóvel, usava um chapéu de feltro de aba longa e ocultava o rosto atrás de um véu de renda.
— Bonjour, monsieur — saudou. — Acredito que temos um encontro, n’est-ce pas? — Agitou seu exemplar do jornal A Dama de Mayfair — Você é o doutor Douglas Farrell, não é?
— Eu mesmo, senhora — respondeu ele com uma leve reverência. — E você é...?
— Sou a Mademoiselle Mayfair, certamente. — Respondeu ela, cujo véu tremulava a cada expiração.
Que tem o sotaque francês mais falso que eu já ouvi, pensou o doutor Farrell divertido, mas decidiu não comentar nada.
— A Senhorita Mayfair em pessoa? — Perguntou curioso.
— A representante da publicação, monsieur. — Replicou ela com um sotaque de recriminação em seu tom.
— Ah! — Moveu afirmativamente a cabeça. — E Os Intermediários?
— É a mesma coisa, senhor — respondeu a mulher com uma determinada inclinação da cabeça. — E a meu ver, senhor, o que deseja é a ajuda de Os Intermediários.
Este deplorável sotaque francês sempre a deixava com vontade de rir, refletiu a honorável Chastity Duncan. Quando ela ou uma de suas irmãs o utilizavam, todas estavam de acordo em que soavam como donzelas francesas de uma comédia de Feydeau. Mas era um artifício muito útil para disfarçar a voz.
— Pensei que a reunião teria lugar em um escritório. — Manifestou o doutor, lançando um olhar ao espaço público que os rodeava. Um frio vento de dezembro soprava na praça arrepiando as penas das pombas.
— Nossos escritórios não estão abertos ao público, monsieur — se limitou a dizer Chastity. — Sugiro que entremos, há muitos lugares no Museu onde poderemos conversar.
Encaminhou-se para as portas do Museu e seu acompanhante se apressou a abrir-las, as abas de sua capa de alpaca alemã, infladas pelo vento roçaram o doutor quando a mulher adentrou o cavernoso átrio.
— Vamos à sala de Rubens, monsieur — sugeriu, indicando as escadas com o jornal. — Há ali um sofá circular onde poderemos falar sem chamar a atenção.

Série Dama De Mayfair
1 - A Lista De Solteiros
2 - A Noiva Escolhida
3 - O Jogo Matrimonial
Série Concluída

A Noiva Escolhida

Série Dama De Mayfair 


Você como recompensa!

Quando entrou no escritório de Gideon Malvern, tudo que Prudence esperava era que ele aceitasse sua proposta: defender o polêmico jornal que ela e as irmãs publicam anonimamente na cidade de Londres, e que está sendo injustamente processado.
Em troca ela se propõe a encontrar a mulher perfeita para se casar com ele e ajudá-lo a criar a filha.
Prudence sabe que o famoso advogado é capaz de defender o jornal sem deixar vir a público a identidade das três.
Para um homem que não recusa desafios, Prudence Duncan é uma tentação irresistível. 
Além de contar com ele para defender um caso complicado, ela desperta em Gideon o desejo de descobrir a intrigante mulher que se esconde por trás daquela fachada de austeridade e, quem sabe, convencê-la a ser a candidata número um em sua lista de pretendentes a esposa...

Capítulo Um

Londres, 1906
— Aqui estão, srta. Prue. — A sra. Beedle pegou uma pilha de envelopes de uma prateleira alta na cozinha. — São poucas as cartas, hoje. Oh, esta tem um ar sério. — Ela separou um envelope comprido, de papel encorpado, e observou o nome do remetente, timbrado no alto, com indisfarçável curio­sidade.
Prudence bebericou o chá e não fez a menor tentativa de apres­sar a anfitriã. A sra. Beedle tinha um ritmo próprio de fazer as coisas... exatamente como o irmão dela, Jenkins... um homem que combinava os deveres de mordomo com os de amigo, assistente e, às vezes, cúmplice das três irmãs Duncan, na casa delas, na Manchester Square.
— Alguma notícia da srta. Con? — perguntou a mulher, de­positando finalmente os envelopes na mesa e pegando a chaleira.
— Oh, recebemos um telegrama ontem. Eles estão no Egito no momento. — Prudente estendeu a xícara para tornar a ser ser­vida. — Mas visitaram Roma e Paris antes. Parece uma viagem esplêndida.
Ela soou saudosa, mas, de fato, as seis semanas de lua-de-mel da irmã mais velha haviam passado bem devagar para Prudence e a irmã caçula, Chastity. Manter a casa funcionando normalmen­te, equilibrar as parcas finanças que obtinham com o trabalho secreto, e ao mesmo tempo assegurar que o pai continuasse alheio à verdadeira situação da família, exigia um esforço ainda maior para apenas duas das irmãs. Mais de uma vez, ao longo das se­manas anteriores, Prudence e Chastity tinham se visto obrigadas a lutar contra a tentação de forçar o pai a enxergar a realidade; uma realidade que ele próprio causara com investimentos impru­dentes logo depois da morte da mãe delas. Em respeito à memória da mãe, porém, tinham-se mantido em silêncio. Lady Duncan teria protegido a paz de espírito do marido a qualquer custo e, portanto, as filhas tinham de fazer o mesmo.
Quando somavam aquela luta diária à difícil missão de publicar o jornal Mayfair Lady quinzenalmente, sem a experiência editorial de Constance... sem mencionar a administração da Cupido, sua agência matrimonial... não era de admirar que ela e Chastity es­tivessem exaustas.
A sineta da loja de doces na parte da frente da casa tocou, anunciando a entrada de fregueses, e a sra. Beedle adiantou-se depressa para atender junto ao balcão, alisando o impecável aven­tal branco. Prudence bebeu o chá e serviu-se de uma segunda fatia de pão de gengibre. Havia uma atmosfera acolhedora e tranqüila na cozinha atrás da loja, e ela suspirou, grata pelo breve momento de descanso das várias preocupações. Distraidamente, olhou os envelopes enviados para o Mayfair Lady. O jornal usava como endereço de correspondência a loja da sra. Beedle, em Kensington, uma vez que as editoras tinham de manter anonimato

Série Dama De Mayfair
1 - A Lista De Solteiros
2 - A Noiva Escolhida 
3 - O Jogo Matrimonial
Série Concluída

21 de setembro de 2014

Virtude

Série V
Judith e Sebastian Davenport são jogadores profissionais. 

Os atrativos de Judith distraem os competidores enquanto seu irmão realiza jogadas suspeitas. 
Seu verdadeiro sobrenome é Devereux, mas ocultam sua identidade com a esperança de achar o homem que traiu seu pai.
Mas sua sorte muda quando suas manobras no jogo são descobertas por Marcus Devlin, o bonito e temível marquês de Carrington, que lhes exige que mudem sua rotina e ameaça delatá-los. A beleza de Judith o atrai sem remédio, apesar de tratar-se de uma aventureira...
Uma história de paixão e intriga que transcorre no final da guerra contra Napoleão e nos elegantes salões de Londres, pela autora de Beijar Um Espião.

Capítulo Um

Que diabos estaria fazendo ela? Distraído, pensou Marcus Devlin. O muito honorável marquês do Carrington trocou sua taça vazia de champanhe por outra cheia, que tirou da bandeja de um lacaio que passava. 
Afastou seus ombros da parede e se ergueu em toda sua altura para ver melhor o outro lado do abarrotado salão, ali onde estava a mesa de macao. Ela tramava algo. Ele sentia em cada um dos cabelos da nuca, completamente arrepiados.
Ela estava em pé, atrás da cadeira de Charlie, movendo o leque em lentos balanços frente à parte inferior de seu rosto. Inclinou-se para frente sussurrando algo no ouvido de Charlie, a suntuosa curva de seus seios e a funda sombra da fenda entre eles se revelou no decote de seu vestido de noite. 
Charlie a olhou e lhe sorriu com o suave sorriso tolo do primeiro amor juvenil. Não era de estranhar que seu jovem primo tivesse caído rendido aos pés da senhorita Judith Davenport, refletiu o marquês. 
Quase não havia homem em Bruxelas que não se sentisse excitado por ela: criatura de contrastes, vibrante, transbordante, de aguda inteligência... Mulher que de um modo indefinível representava um desafio para um homem, que em um instante colocava a prova o valor de um homem e no seguinte era mansa como uma gatinha, que provocava em um homem desejos de levantá-la em seus braços e embalá-la, protegê-la da tormenta...
Bobagens românticas! O marquês reprovou a si mesmo duramente por se parecer com seu primo e com a metade dos jovens soldados que passeavam orgulhosos em seus uniformes pelos salões de Bruxelas, enquanto o mundo esperava que Napoleão fizesse seu seguinte movimento.
Fazia já várias semanas que observava como Judith Davenport tecia seus feitiços, estava convencido de que a moça seguia com toda clareza um protocolo específico. Entretanto, não conseguia descobrir do que se tratava.
Pousou o olhar sobre o jovem que estava sentado em frente de Charlie. Sebastian Davenport tinha a banca. Belo como a irmã, a sua maneira, estava sentado descuidadamente na cadeira, tanto em sua forma de vestir como em sua postura, irradiava uma estudada indiferença. 
Do outro lado da mesa, ria ao mesmo tempo em que embaralhava as cartas.
O ânimo que reinava nessa mesa era descontraído, o que sempre acompanhava aos Davenport. Era de supor que esse era um dos motivos da popularidade de ambos... 

Série V
1 - Venus
2 - Virtude
3 - A Indomável
4 - Velvet
5 - Valentine
6 - Violet
7 - Vanity
8 - Vice

2 de dezembro de 2013

A Lista De Solteiros

Série Dama De Mayfair 


Um trio de irmãs empreendedoras, de impecável pedigree, monta em segredo uma agência matrimonial.

A mais velha delas é Constance Duncan e, embora tenha seu próprio coração entregue ao trabalho, dedica-se a por em contato corações solitários, através do serviço de anúncios pessoais de seu popular jornal A Dama de Mayfair.
Mas um dia, Constance se sente irresistivelmente atraída por um homem que possui pontos de vista muito diferentes dos seus.
Trata-se de Max Ensor, um político cuja atitude antiquada a tira do sério, embora seu porte impressionante a fascine.
Está claro que só se pode fazer uma coisa com um homem tão exasperante, convertê-lo!

Capítulo Um

Constance Duncan saudou, com a cabeça, o porteiro que mantinha abertas as portas de vidro de Fortnum and Mason.
Na grande extensão de mármores do salão de chá a recebeu um murmúrio de vozes, que quase superava os impetuosos esforços do quarteto de corda que tocava no estrado situado no fundo da brilhante pista de dança.
Deteve-se um instante na soleira do salão, até que viu suas duas irmãs, em uma cobiçada mesa junto a uma das grandes janelas que davam a Picadilly. Mas a chuva golpeava as janelas e com muita dificuldade se via a rua que havia atrás do vidro ou Burlington House, justo do outro lado.
Sua irmã Prudence a viu ao mesmo tempo. Constance fez um gesto com a mão e passou rapidamente entre as mesas em direção a elas.
— Parece um rato afogado —observou Chastity, a mais jovem das três, quando Constance chegou a sua mesa.
— Obrigada, querida —respondeu sua irmã erguendo ironicamente uma sobrancelha. Sacudiu a água de seu guarda-chuva e o entregou ao empregado de fraque que se materializou ao seu lado. — Está chovendo muito —soltou o alfinete que segurava seu chapéu e o contemplou compungida. — Acredito que a pena de avestruz se danificou... Em todo caso, vai gotejar todo —estendeu o chapéu ao empregado. — Melhor que leve também isto. Possivelmente se seque no guarda-roupa.
— Certamente, Senhorita Duncan —o empregado tomou o chapéu, inclinou-se e partiu silenciosamente.
Constance afastou da mesa uma esbelta cadeira dourada e se sentou, abrindo as dobras de sua encharcada saias de tafetá. Tirou as luvas de pelica, alisou e colocou-as ao seu lado sobre a mesa. Suas irmãs esperaram com paciência até que esteve acomodada confortavelmente.
— Chá, Con? —Prudence levantou o bule de prata.
— Não. Acho que tomarei uma dose de xerez —disse Constance voltando-se para a garçonete que já estava junto à mesa. — Estou tão gelada e encharcada que daria na mesma estar em um brejo com os patos, e olhe que até estamos em julho. Ah, pães doces torrados, por favor.
A garçonete fez uma rápida reverência e se afasto apressadamente.
A Prue e a mim a chuva não pegou —disse Chastity. — Começou justo quando chegávamos —esticou um dedo para capturar miolos de bolo de seu prato. — Acha que poderemos permitir pedir outro destes deliciosos doces, Prue?
Prudence suspirou.
— Não acredito que vamos nos arruinar por seu amor ao doce, Chas, é a menor de nossas preocupações.
Constance olhou fixamente a sua irmã.
— Que foi Prue? Algo novo?
Prudence tirou os óculos e os limpou com o guardanapo. Olhou contra a luz com gesto de míope. Depois de decidir que a sujeira tinha desaparecido, colocou-os sobre a ponte de seu longo nariz.
— Jenkins veio me ver esta manhã e seu semblante era até mais sombrio que o habitual. Parece que papai encomendou, no Harper’s da Graceful Street, um barril de Porto e que preencheu a adega com uma dúzia de caixas de um Margaux muito especial. O Senhor Harper enviou a papai uma fatura atrasada bastante considerável, com o amável pedido de que a liquide antes de entregar o novo pedido...

Série Dama De Mayfair
1 - A Lista De Solteiros
2 - A Noiva Escolhida
3 - O Jogo Matrimonial
Série Concluída

9 de abril de 2013

Quase Inocente

Série Almost






A jovem Magdalena, criada atrás das impenetráveis muralhas de uma fortaleza inglesa, não sabe que é filha ilegítima de um poderoso príncipe inglês e sua esposa francesa assassinada, nem que é um peão na guerra entre a Inglaterra e a França desde que saiu do ventre de sua moribunda mãe. 


Ela só quer um pouco de emoção em sua vida. 
Assim, um dia entra em seu mundo o magnífico Guy de Gervais, um autêntico cavaleiro de brilhante armadura, e a leva em um piscar de olhos. 
Para Magdalena se trata de um amor à primeira vista, mas para Guy só importa sua responsabilidade de manter a jovem a salvo até que ela se case com seu sobrinho e cumpra com seu destino político. 

Capítulo Um 

Carcassonne, 1360. 
O interior da cabana, de palha e barro, estava escuro; escuro e frio. Rajadas de vento gélido passavam pelo buraco do teto que servia de chaminé, formando redemoinhos da fumaça das brasas no ar úmido e frio. 
Apesar do frio, algumas pulgas saltavam sobre os destroçados juncos que cobriam o chão de terra batida. A menina batia as mãos em uma perna distraidamente, com seu interesse fixo na espumosa superfície do líquido que havia em um prato de louça colocado sobre o chão. 
—O que você vê Jennet? — sussurrou com temor tentando interpretar a mensagem mágica que nunca escapava à sua amiga. Jennet, a Louca, sacudiu a cabeça e grunhiu com mais ironia que humor: 
—Me chamam “a Louca”, porém tenho mais senso que a maioria das pessoas. Não esqueça nunca disso, minha pequena senhorita. 
—Não o farei. — disse Magdalena, preocupada em não ofendê-la em um momento tão importante. 
—O que vê? A bruxa começou a recitar com voz inexpressiva: 
—Água e uma terra com espaços abertos. Era muito decepcionante. 
—Irei a essa terra? — perguntou a menina desejando tirar algum significado da imagem. 
—Quem pode dizer? — Jennet, a Louca, cruzou a pernas, levou um frasco de couro aos lábios e bebeu dele um grande gole. —
Quem pode dizer? — secou a boca com o dorso de uma mão enrugada e ossuda. Magdalena sabia por experiência que uma vez que Jennet, a Louca, começava a beber do frasco não havia mais revelações. Desconsoladamente, se pôs de pé sacudindo sua bata holandesa, de cor laranja, nas zonas em que sabia, ainda que não pudesse ver na penumbra, que coisas asquerosas haviam se enganchado. 
—Disse que me prepararia um feitiço para que ocorresse algo. 
—E o quê gostaria que ocorresse, jovem donzela? — a velha levantou a mão até uma prateleira na parede e baixou uma caixa. 
—Qualquer coisa — disse Magdalena. —O que seja. Jennet, a Louca, a olhou na penumbra. 
—Algum dia já não terá esse desejo. Chegará um dia em que rezará para que nada mude. Por pior que seja, desejará que não mude, por medo de que o que está por vir seja pior. Magdalena estremeceu. 
Com Jennet, a Louca, nunca se podia saber quando suas previsões nasciam de premonições e quando eram simples disparates. 
—Dê-me a mão. Obediente, a menina estendeu a mão com a palma para cima e viu como a velha remexia na caixa, escolhia algumas coisas e as colocava sobre sua mão. 
Havia mechas de cabelo, ossinhos, um olho de serpente, um dente de gato e um pouco de alguma substância em pó. 
Magdalena ficou olhando-os, fascinada e assustada ante aquela clara prova da capacidade da anciã para fazer feitiços
—Deixe-os debaixo de seu travesseiro durante três noites — disse Jennet — e assegure-se de cear somente caldo. O feitiço não funcionará se sua barriga estiver muito cheia. 
Magdalena pensou em colocar aquela coleção de coisas sob o travesseiro da cama que compartilhava com sua tia e seu coração se acelerou um pouco, ainda que o riso aparecesse no fundo de sua garganta.
Engoliu o riso, pensando que sua amiga a acharia pouco respeitosa depois de tão impressionante presente, agradeceu à anciã e saiu com cautela da cabana. 
Por desgraça, sua cautela não foi suficiente. Lorde Bellair estava parado sobre as muralhas de seu castelo olhando fixamente a obscura mata do bosque de Radnor. 
Era daquelas densas e escuras profundidades que teria que vir uma incursão, e a presença de sentinelas nas quatro torres da fortaleza refletia o estado de alerta do castelo.
O dever dos senhores de Marca, e lorde Bellair era um deles, consistia em proteger a fronteira de intrusos oriundos dos vales da Gália. 
Os senhores manteriam seus domínios, que se estendia ao largo da fronteira, em nome do rei, e ninguém era mais consciente que lorde Bellair da importância de sua tarefa e da honra que ela implicava. 
Naquele dia nublado e ventoso de fevereiro, de todos os modos, este senhor de Marca esperava visitantes pacíficos para uma questão de negócios que o preocupava consideravelmente. 



Série Almost
1- Quase uma Namorada 
2- Quase uma Dama
3- Quase Inocente
Série concluída



2 de junho de 2012

Uma Aventureira Em Minha Vida



Damian não a procurava deliberadamente nessas visitas, mas olhava-a de longe, intensamente. 

Certa tarde, em agosto, ele notou algo de diferente em Meredith, como se estivesse excessivamente ansiosa, preocupada com algo mais. 

Ela parecia não ouvir o que era dito e, quando ouvia, mal respondia.
Devia haver apenas uma explicação para o fato: talvez houvesse outra entrega de mercadorias na praia nessa noite. 
Se assim fosse, poderia acontecer nova emboscada da Guarda Costeira? 
Lembrava-se de que Meredith dissera terem sido avisados na outra vez e, pelo que Bart havia contado, tinham seguido deliberadamente para dentro da armadilha. 
Ela estaria disposta a correr o mesmo risco? 
Ela prometera a Bart... 

Capítulo Um 

— O céu logo vai clarear — observou o francês baixinho, olhando para o Armamento. 
— É, mas a lua está em quarto crescente — comentou a figura leve, esbelta, a seu lado. 
— Nem sempre temos tudo do nosso lado, mon arai. 
— Pena... — Jacques franziu a testa diante da cena agitada, embora silenciosa, na qual um barco de pesca flutuava, em completa escuridão, enquanto homens se moviam, calados e diligentes, levando caixas e fardos para terra firme com uma familiaridade que dispensava palavras e até mesmo luz. 
— Estaremos longe daqui antes de as nuvens se afastarem. Será você a enfrentar o perigo real, Meredit
— Não há nada de estranho nisso. — Ela ajeitou o gorro de lã. 
— A Guarda Costeira tem se mostrado bastante irritada ultimamente. Não sei por qual motivo eles estão implicando de modo especial com as nossas atividades. — Meredith riu, acompanhada pelo francês. 
— Aposto que isso só faz aumentar o seu prazer — comentou ele, meneando a cabeça. 
— Você, como sempre, é um observador muito perspicaz. 
— Observador e nada tolo, devo acrescentar, pois não ando atrás do perigo sem que haja um bom motivo. Começaram a andar pela areia em passos lentos. 
Parece que estamos terminando Jaques afirmou, olhando para os homens que, depois de deixarem o carregamento empilhado, voltavam para o barco. 
— Vamos embora agora, mas na esperança de voltarmos no mês que vem.
— Certo, porém acho que seria melhor mudarmos a posição do sinal combinado. Se tudo estiver bem, vamos colocar a luz de sinal em Devi’s Point, quatro noites após a lua nova. De acordo? 
 — De acordo. Fique com Deus até lá, então. 
— Você também, Jacques. Meredith não esperou, depois do aperto de mãos, para ver o francês e sua tripulação voltar para o barco. 
A tarefa que ainda tinham na praia era grande e perigosa; precisavam carregar os animais com os barris de conhaque, fardos de seda e renda, pacotes de fumo tão aguardados pelos fregueses nas aldeias e vilas do condado. 
As entregas não poderiam ser feitas de imediato e, nessa noite, o contrabando seria transportado até a caverna segura além do penhasco, a dois quilômetros a oeste de onde estavam. 
O grupo movia-se pela praia em direção à entrada estreita que levava à estrada para o penhasco e, ali, Meredith voltou-se para lançar um olhar ao Atlântico. 
O barco dos franceses chegava agora além da arrebentação, seguindo próximo aos recifes escondidos, invisíveis aos desavisados. 
Mas Jacques conhecia bem aquelas águas, e Meredith nem chegou a temer por ele. 
Quando ela e os homens alcançaram o topo do penhasco, as nuvens começaram a se abrir e, por frações de segundo, a lua apareceu, clara, enviando sua luz prateada sobre o grupo todo. 
— Somos como borboletas espetadas na ponta de um alfinete — comentou um dos homens. 
— Se alguém se dispuser a nos alfinetar esta noite, Bart, teremos uma surpresa para eles — Meredith respondeu com um sorriso zombeteiro nos lábios, cheia de confiança. 
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22 de janeiro de 2012

Série Beijos

Beijada Pelas Sombras

Lady Philippa Nielson não se lembra do que aconteceu em seu aposento em plena noite, nem conhece o perigoso enredo que ameaça sua vida. 

Mas um leve toque da mão de um misterioso desconhecido e um simples olhar de seus inteligentes olhos cinzentos bastam para que Pippa se sinta unida a quem deveria ser seu mais notório inimigo. 
Quem é esse homem que parece saber sobre sua vida mais que ela mesma? 
Lionel Ashton foi designado como guardião de Pippa e do segredo que ela, sem sabê-lo, guarda. 
Mas o que Lionel sabe sobre Pippa porá a vida de ambos em grave perigo, enquanto caem sob o feitiço de uma atrevida sedução que os trasnformará em apaixonados foragidos e em legendários amantes. 

Comentário revisora Rosângela Breda: No começo não entendi o livro, lá do capítulo quatro foi que eu comecei a entender que era tudo um complô político, que o marido dela era um fraco e ela uma heroína muito valente, quando aparece o mocinho muito sofrido também e que salva ela de um futuro incerto e com muito amor eles vencem tudo. 

Capítulo Um 

Palácio de Whitehall, Londres, agosto de 1554. 

Pippa foi consciente do brilho da luz do sol inclusive antes de abrir os olhos, mas continuou deitada até que esteve totalmente acordada. 
Antes que as sensações fossem evidentes, já sentiu a boca seca, os membros pesados e uma débil dor surda nas articulações. 
Sempre que despertava depois do amanhecer se sentia assim. 
Era pouco usual nela dormir até tarde. 
Sempre tinha despertado antes do amanhecer, preparada para tudo o que lhe proporcionasse o novo dia, mas nas últimas semanas, desde o casamento da rainha com Felipe da Espanha, ficava assim nas manhãs nas que se levantava sentindo-se pesada e sem forças, com uma dor nos olhos que demorava até o meio do dia para desaparecer. 
Moveu seu corpo devagar sobre o colchão de plumas. 
Stuart estava ao seu lado. Não tinha se deitado na cama com ela na noite anterior, que era algo comum. 
O aroma de vinho impregnava ainda seu fôlego e adivinhou que tinha amanhecido em companhia de seus amigos, das cartas e dos jogos de dados, aos que era viciado. 
Virou-se de costas para ele, ainda pouco disposta a fazer soar a campainha para chamar sua criada e começar o tedioso processo de vestir-se para o dia. 
Ao separar as pernas notou um ligeiro desconforto, uma viscosidade seca nas coxas. 
«Por quê?», pensou irritada. «Por que Stuart só me faz amor quando estou adormecida?
» Neste sentido nunca se mostrou como uma mulher desinteressada. 
De fato, nas primeiras semanas depois do casamento, fazia tudo que estava em sua mão para que o jogo amoroso na cama do casal acabasse sendo provocador e apaixonado.
«O entusiasmo de Stuart sempre foi muito limitado», refletia Pippa agora, «mas ao menos estive acordada em todas as ocasiões.
» Seu marido se removeu a seu lado e, com renovadas energias. 
Pippa virou sobre si mesma, apoiando-se no cotovelo para contemplá-lo. 
Inclusive dormindo, com aroma de vinho, era condenadamente bonito: formosos cachos sobre essa ampla testa de alabastro, grossas pestanas marrons como luas crescentes sobre suas altas maçãs do rosto, a tez dourada pelo sol. 
Lorde Nielson era um ávido caçador, um homem ao que gostava tanto das atividades ao ar livre como das mesas de jogo. 
Um homem que podia consumir suas forças sem aparentar moléstia alguma. 
Como se desse conta do olhar analisador de sua esposa, abriu os olhos. 
Uns olhos que tinham a íris da cor da água marinha e a parte branca tão clara como a de um menino. 
A voz de Pippa soou irritada. —Por que não me despertou Stuart? Se queria fazer amor esta noite, por que não me acordou? 
Ele a olhou desconcertado, estendendo uma mão para tocar o braço dela. 
—Estava tão profundamente adormecida, Pippa...
 
Série Beijos
1 - O Beijo da Viúva
2 - Beijar uma Espiã
3 - Beijada Pelas Sombras
 

9 de junho de 2011

Implacavél Sedução!



Um jogo audacioso... Uma recompensa tentadora!

Genevieve Latour não dava importância a escândalos... a menos, é claro, que ameaçassem o bom nome de sua família.
E quando se interpôs no caminho de Dominic Delacroix, a fim de impedi-lo de chantagear seu pai, ela não estava preparada para enfrentar o homem sedutor que encontrou sob o disfarce de um perigoso corsário, empenhado em derrubar o bloqueio britânico de mercadorias.
Com a guerra eclodindo à volta deles, e com tudo o que Genevieve mais amava em jogo, seria seguro confiar a Dominic a sua vida... e o seu coração?

Capítulo Um

Bastante quente para aquela época do ano, o sol de abril se despejava pela janela da sala no segundo piso do edifício.
Impaciente, Dominic afastou a cadeira de sua escrivaninha e se levantou, no entanto o deslizar do móvel sobre o soalho encerado foi abafado pelo burburinho que se erguia do mercado de escravos no pavimento térreo.
Lá, apesar do calor, o leilão prosseguia sob a sempre eficiente arenga e o sempre resoluto martelo de Jean Maspero.
Contando com uma eventual lufada de brisa, Dominic foi até a janela.
Doce ilusão!
E se já estava quente assim na primavera, melhor nem pensar como seria nos meses de verão...
Porém a verdade era que só mesmo um desavisado ou um sonhador esperariam clemência do clima da Louisiana.
Os demais, tão logo a temporada de eventos sociais chegasse ao fim, correriam a trocar a capital e a ameaça da febre amarela pelo relativo frescor de suas plantations, as imensas propriedades rurais onde cultivavam produtos tropicais para exportação.
Mas Dominic Delacroix não se deixava atrair pelo campo, e sim pelo oceano.
E nas correntes de vento em alto-mar que encontrava o alívio ao calor e aos mosquitos das áreas baixas de Nova Orleans, era na promessa de copiosos ganhos junto à Armada britânica que encontrava seu conforto.
Se bem que, naquele ano de 1814, os britânicos estivessem muito mais cuidadosos com relação a seus na¬vios mercantes.
Dominic não conteve um sorriso malicioso.
Por mais irônico que parecesse, burlar o bloqueio imposto pelas for
ças britânicas vinha se mostrando um negócio mais promissor do que simplesmente rapinar as inábeis embarcações comerciais, visto que as mercadorias que sua intrépida frota de corsários trazia aos Estados sitiados do Sul em muito contribuíam para levar um sorriso satisfeito ao rosto dos aristocratas latifundiários.
Não só deles como também de suas esposas mimadas, e ainda dos influentes homens de negócios e de suas amantes, pessoas para quem a perspectiva de uma redução, mesmo que insignificante, nos luxos a que estavam acostumados era encarada com verdadeiro pavor.

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9 de fevereiro de 2011

Série Almost

1- QUASE UMA NAMORADA






Jack Fortescu, duque do Saint Jules, está decidido a vingar-se de Frederick Lacey, o homem que denunciou sua irmã Charlotte a segurança de Robespierre, e para isso organiza uma partida de cartas em que Lacey joga todos seus bens, inclusive a mansão que possui nos subúrbios de Londres e o que contém.

Jack ganha e Frederick, arruinado, suicida-se.

Entre o conteúdo da casa se encontra a meio-irmã de Frederick, a jovem e segura Arabella que leva uma vida campestre dedicada ao cultivo de orquídeas, afastada da vida mundana e *sibarita de Londres.
Como parte de seu plano, o charmoso duque lhe propõe um matrimônio de conveniência para que a jovem não tenha que abandonar a casa.
Arabella aceita a única opção que tem fascinada pelo misterioso duque.
Entretanto, descobrirá que entre eles se eleva um muro inacessível e Arabella lutará por desvendar esse passado secreto que tanto atormenta ao Jack.

Capítulo Um

O roçar dos naipes sobre a toalha de mesa, as moedas tilintando dos jogadores ao fazerem suas apostas e o suave murmúrio dos lacaios as cantando eram tudo o que se ouvia no salão interior do clube de jogo do Brooke.
Havia seis homens na mesa de faraó: cinco contra a banca.
Usavam luvas de camurça sobre as rendas de suas mangas e viseiras do mesmo material para proteger seus olhos do brilho dos candelabros, cujas inumeráveis velas lançavam uma luminosidade cegante sobre a toalha de mesa.
O rosto do banqueiro se mantinha inexpressivo enquanto repartia as cartas, olhava as apostas sobre a mesa e pagava ou recolhia o dinheiro ganho no final de cada rodada.
Aos olhos dos espectadores reunidos na sala, era como se para Jack Fortescu, duque do Saint Jules, fosse totalmente indiferente ganhar ou perder.
Mas alguns sabiam que a realidade era muito diferente das aparências.
Naquele elegante salão — onde, apesar do avançado da noite, deixava-se sentir ainda o mormaço do caloroso dia do verão; o ar viciado pela mistura de suor, perfume rançoso e vinho — tinha lugar algo mais que um convencional jogo de azar.
Tão somente Frederick Lacey, conde do Dunston, seguia colocando suas apostas sobre a mesa de jogo, com uma intensidade quase febril.
Quando perdia, limitava-se a empurrar bruscamente as pilhas de moedas para o outro lado da mesa, onde se sentava o banqueiro, e a fazer uma nova aposta.
O duque, como sempre impassível, voltava às cartas com firme gesto, colocando os trunfos a sua direita e as cartas falsas a sua esquerda.
Uma só vez levantou fugazmente o olhar para medir a seu oponente, e logo deixou cair sua vista outra vez sobre a mesa. Nenhum dos dois pronunciou uma só palavra.
— Santo Deus!, Jack tem o diabo no corpo esta noite









Série Almost
1. Quase uma Namorada
2. Quase uma Dama
3- Quase Inocente
Série Concluída

16 de outubro de 2010

A Noiva Inesperada

Trilogia Noivas

Um dia, enquanto Olívia Granville passeia pela praia, perdida na leitura de um livro de filosofia grega, se desequilibra e cai de um penhasco.
Ao voltar a si, encontra-se nua e cativa a bordo de um navio, ao que tudo indica parece ser um navio pirata.
Mas seu sequestrador não é um pirata comum, mas sim um atraente e misterioso homem de olhos cinza, médico e artista, perversamente sedutor que admite ganhar a vida no mar ao comando do Wind Dancer.
O mais desconcertante nisso tudo é que este, ao fixar seu intenso olhar em Olivia, não vê a jovem gaga que foi até o presente momento, mas sim uma bela e apaixonada mulher, capaz de tomar uma grande decisão: …embarcar na aventura de um amor para toda a vida.

Prólogo

Ilha Wight, junho de 1648.
Estava amanhecendo. A chuva caía incessantemente sobre o molhado topo do penhasco e desabava açoitando o quebra - mar sobre o oceano riscado de cristas brancas.
Enormes ondas batiam sobre o canal e se espalhavam ao redor de St. Catherine's Point, encrespando-se e rompendo sobre as rochas dentadas em um balanço ensurdecedor e inexorável que orvalhava de espuma branca a escuridão.
Não havia estrelas nem lua, só o ocasional brilho de um raio de luz iluminava a ilha, escondida como uma baleia à entrada do Canal de Solent, com suas colinas e vales enegrecidos pela chuva.
O melancólico som da sirene da baliza, sob o escarpado, transpassava as rajadas de vento, levando sua advertência aos navios que lutavam contra a tormenta de verão no enfurecido canal.
Uma advertência e uma grata sensação de segurança.
Um pequeno navio conduzido por alguns remadores de rosto sombrio lutavam para mantê-lo em pé naufragava por entre as ondas.
A pequena embarcação se aproximava da baliza cabeceando por entre as ondas, balançando como um insignificante pedaço de cortiça à deriva.
Da popa, um dos homens lançou um cabo sobre a baliza flutuante e puxou do navio rebocando-o palmo a palmo até que alcançou a bóia e o som rítmico da sirene pareceu ensurdecedor apesar do rugido da água, do vento e do incessante tamborilar da chuva.
Ninguém dizia nada, as palavras seriam levadas ao vento; mas de todos os modos não tinham nenhuma necessidade de falar.
Os homens deixaram de remar, enquanto que o marinheiro da popa segurou firmemente o navio à bóia e um de seus companheiros, com mãos peritas, rápidas e habilidosas, enrolou um pedaço de pano grosso ao redor do badalo do sino, silenciando o lânguido som de advertência.
Em seguida se soltaram da bóia e a pequena embarcação voltou para a praia.
Lutando contra vento e a maré, um dos homens elevou a mão assinalando o topo do penhasco.
Uma luz piscou e lançou um brilho lampejante, como um farol que arrojasse sua mortífera mensagem em uma noite devastada pela tempestade.
Braços solícitos cercaram o fluxo para pô-los a salvo, rebocando o bote para a areia.
Os homens estavam com as roupas molhadas e tremiam de frio, dispusera-se a tomar um bom gole das garrafas que lhes ofereciam.
Havia uns vinte homens na praia, não eram mais que silhuetas movediças vestidas de negro que se confundiam com a escuridão do escarpado amontoando-se sob as rochas, e que mantinham os olhos fixos no mar enfurecido, espreitando sua presa.


Trilogia Noivas
1 - A Guerreira
2 - A Noiva Acidental
3 - A Noiva Inesperada
Trilogia Concluída

15 de outubro de 2010

A Noiva Acidental

Trilogia Noivas
Por quatro anos, o marquês de Granville tinha sido para Phoebe um homem: o marido desinteressante e pouco intimidante de sua irmã. Quando ela morreu, Phoebe parecia uma substituta razoável.
Seu compromisso com ele, forçou um acordo e teria sido muito cruel, se não fosse pelo dia em que Phoebe olhou para ele, realmente olhou e viu o que jamais tinha visto antes: que o marido era charmoso e misterioso.
Desde então, ela não conseguia parar de prestar atenção, e se apaixonou perdidamente.
Está casada com Granville, sabendo que ele não a amava e nunca a amaria.
Foi uma verdadeira tortura. Afinal, Phoebe não pertence à classe de mulheres que os homens se apaixonam.
Phoebe, com seus cabelos revoltos, despenteados sua roupa e os dedos sujos de tinta sempre de tanto escrever poemas.
Mas Granville está prestes a descobrir que a desajeitada jovem, é mulher o suficiente. Inclusive para ele.


Prólogo

Rotterdam, dezembro 1645

Brian Morse passou rapidamente pelo beco escuro para longe do porto.
Um homem o seguia era um homem com uma capa e um capuz amarado na testa.
Ao aproximar-se dos úmidos muros de pedra de um lado a outro, Brian se fundia com as sombras.
Os telhados de ambos os flancos quase se tocavam sobre sua cabeça, o que não impedia que a persistente chuva o empapasse enquanto caminhava com cuidado sobre os escorregadios paralelepípedos.
O inglês sabia que o seguiam.
Mas não deu sinal alguma disso, salvo possivelmente uma maior rigidez de suas omoplatas, pois todos seus nervos estavam tensos e alertas. Encontrou-se frente a uma porta estreita e vacilou durante um instante.
Depois elevou a mão como se pretendesse chamar e, ato seguido, entrou no escuro e estreito espaço, onde não podia ser visto do beco, apertando-se contra a porta fechada.
Seu perseguidor se deteve e franziu o cenho.
O inglês não tinha que haver-se detido nessa rua. Supunha-se que tinha à Tulipa Negra a encontrar-se com o agente do rei holandês, Federico Enrique do Orange.
O homem amaldiçoou ao mesmo.
Como podia que um de seus informantes tivesse cometido tamanho engano? Eram todos uns incompetentes.
Seguiu adiante, curvado sob sua capa. Ao chegar ao portão, Brian Morse saiu e se colocou frente a ele.
O homem se precaveu então daquele par de olhos castanhos, frios e determinados como os de uma víbora. A seguir viu o brilho do aço. Tratou de agarrar sua adaga, mas ao ser tornar consciente de sua desesperada posição e da rigidez dos músculos.
A ponta da espada lhe alcançou o peito, atravessando sua capa, sua camisa e sua carne com a facilidade de uma faca que corta manteiga.
A dor foi aguda, uma sorte de fria e aguda intensidade em seus órgãos vitais.
Escorregou pelo muro, procurando com as mãos um cabo nas pedras úmidas, e se desabou inerte. O sangue corria sob seu corpo, mesclando-se com os escuros atoleiros de chuva entre os paralelepípedos.
Brian Morse lhe deu a volta com a ponta de sua bota. Os olhos, agora frágeis, olhavam-lhe fixamente.
Na boca de Brian se desenhou um leve sorriso. Devagar, jogou o braço para trás e afundou a espada no estômago do homem. Depois de tirá-lo, derramou-se pelo chão uma cinzenta e carmesim massa de vísceras.
Brian observou durante um instante o sanguinolento montão de carne. Ato seguido, com um grunhido desdenhoso e torcendo a boca, voltou-se e prosseguiu sua caminhada pela ruela.
Ao chegar acima, dobrou à direita para entrar numa rua larga.
Podia ver-se a luz nas janelas superiores de um botequim de vigas transversais.
O vento fazia ranger e oscilar o letreiro do Tulipa Negro.
Brian abriu a porta de repente e entrou naquele fedorento e abarrotado lugar.
O fedor da cerveja rançosa, a sujeira humana e a pés de porco impregnava o ar carregado de fumaça.
As paredes caiadas exibiam grandes manchas de óleo de umidade e as velas de sebo ardiam nos candelabros que pendurados no teto.
Brian abriu caminho entre a estridente multidão para uma porta situada atrás do mostrador, onde um homem com as bochechas vermelhas servia cerveja sem descanso e com movimentos firmes, alinhando os frascos cheios no bar.
Uma empregada as retirava e levava em uma bandeja que sustentava por cima da cabeça enquanto se ele mergulhava na multidão, esquivando-se dos beliscões e das palmadas no traseiro.
O homem do bar elevou a vista quando Brian passou frente a ele.
Dedicou-lhe uma breve saudação e assinalou com o queixo para a porta que havia a suas costas.
Brian elevou o fecho e entrou em uma pequena habitação de teto baixo. Havia um homem sentado em uma mesa junto ao fogo, acariciando uma jarra de louça. Fazia um frio úmido na estadia, apesar das chamas o homem ainda estava usando capa e chapéu. Quando Brian entrou, elevou a vista e o examinou de cima abaixo.
—Eles te seguiram-perguntou com uma voz estranhamente terminante e nasal. Fixou o olhar na espada que Brian ainda sustentava sem embainhar. Da ponta gotejava sangue que se coagulava na serragem se espalhando sobre o chão de madeira.
—Sim - admitiu Brian.
Levantou a espada e analisou as manchas cor óxido como se analisasse e aprovasse o trabalho feito. Logo, com um cortante ruído surdo, embainhou a espada e se sentou no lado oposto da mesa.
—Um dos agentes do Strickland? —inquiriu o homem, agarrando sua jarra.
—Suponho. Não tive tempo de averiguá-lo


Trilogia Noivas
1 - A Guerreira
2 - A Noiva Acidental
3 - A Noiva Inesperada
Trilogia Concluída

14 de outubro de 2010

A Guerreira

Trilogia Noivas
Prólogo

Rothbury House, Yorkshire,
Inglaterra, 1617

― Milord!
William Decatur, conde do Rothbury, estava escrevendo um documento; ao ouvir o anúncio levantou a vista e apoiou com cuidado a pluma sobre o tinteiro de prata. Seus olhos, de um azul tão intenso como um amanhecer de verão, davam a impressão de atravessar o mensageiro.
― Estão perto?
― A um quilômetro e meio, Milord, e se aproximam a todo galope.
O mensageiro secou a testa com um imundo lenço de tecido. Rodeava-lhe uma espécie de nuvem que fedia a suor e a cavalo.
O conde pulverizou areia fina sobre o pergaminho, deixou cair cera derretida de uma vela acesa sobre sua assinatura e imprimiu nela seu anel de selo. Sem pressa, apartou para trás a cadeira de carvalho esculpido e ficou de pé. Nada deixava entrever seu semblante.
― Quantos são?
― Um batalhão completo, pelo menos, senhor. Cavalaria e infantaria.
― Ao mando de quem?
O mensageiro titubeou.
«Ao mando de quem?» A pergunta estalou como um disparo de mosquete.
― Levam o estandarte de Granville, senhor.
William Decatur deixou escapar um suspiro.
A porta se abriu às costas do mensageiro.
O movimento era suave e inseguro; a mulher que entrou não mostrava suavidade nem insegurança.
― Já estão vindo? — perguntou a mulher, com os olhos cravados no conde com dolorosa intensidade. ― Querem nos jogar de nossa casa, não é, Milord?
― Sim, Clarissa, assim é.
O olhar dos olhos azuis do homem pairava sobre a mulher de cabelos castanhos e sobre o menino de olhos enormes que estava junto dela, era inescrutável.
O menino que Clarissa levava no ventre, sob o cinturão que pendia o grande anel com as chaves da casa, só se notava por um leve engrossamento de sua cintura e pelo gesto que apoiava uma mão no ventre e outra sobre o ombro já robusto de seu filho, gesto que pretendia proteger tanto o filho por nascer como ao nascido.
-Levar-lhe-ão — disse ela, refletindo em seu rosto o esforço que fazia para controlar o tremor de sua voz.
—E então, o que será de nós, Milord?
A dureza e a amargura que davam conta do ressentimento de sua esposa, que se negava a compreender a potência do impulso de consciência que induzia William a realizar semelhante sacrifício de jogar sua família ao exílio, à pobreza, a sujar o sobrenome de uma família orgulhosa com o cruel qualificativo de traição, fez-lhe encolher-se.
Antes que ele pudesse responder, o barulho de cascos chegou pela janela aberta. Clarissa afogou uma exclamação e o menino, Rufus, visconde do Rothbury, filho e herdeiro do agora em desgraça conde do Rothbury, deu dois passos e se aproximou de seu pai, para diferenciar-se da debilidade da mulher.
O conde baixou a vista até o menino de cabelos vermelhos e se encontrou com o limpo olhar azul de seu filho, tão intenso e direto como o seu.
William lhe dirigiu um meio sorriso que levava consigo a profunda compaixão que sentia por esse menino a quem lhe arrebataria o direito que lhe correspondia por nascimento e se condenaria a viver como um proscrito.


Trilogia Noivas
1 - A Guerreira
2 - A Noiva Acidental
3 - A Noiva Inesperada
Trilogia Concluída