Leah Jamison sabia que um dia se casaria, mas sempre imaginara que seria por amor, e não por causa de um plano arquitetado por seu pai.
No entanto, a indignação logo se dissolve em desejo quando ela experimenta as carícias sensuais e os beijos ousados daquele que se tornará seu marido. Richard Wexton é um homem, habituado a dar ordens, e em vez de resistir, tudo que Leah consegue fazer é ansiar por mais...
Richard Wexton, é um homem honrado, e fica furioso com a idéia de ser chantageado para se casar!
No entanto, ele não tem outra escolha, a não ser concordar com aquele esquema pérfido. Mas então, fica conhecendo sua noiva... e ao ver a jovem de beleza incomparável, ele se vê incapaz de esconder seus sentimentos e o ardente desejo que ela lhe desperta...
Londres, 1821
— O duque de St. Austin está aqui para vê-lo, senhor — anunciou o mordomo à porta da biblioteca.
— Mande-o entrar, por favor — ordenou Thaddeus Jamison, tentando esconder a insegurança.
O fato era que estava brincando com o perigo, tendo como opositor, um dos homens mais poderosos da cidade.
No momento, entretanto, todo o seu futuro dependia daquele encontro.
Quando a porta se abriu, respirou fundo e se dirigiu até o duque com passos firmes.
Richard Wexton, o sexto duque de St. Austin, era tudo que um homem almejava ser. O poder e a autoridade evidenciavam-se em cada linha de seu rosto. Os cabelos lhe caíam, meio desalinhados, sobre a testa, o que lhe conferia um charme negligente, e os ombros largos ostentavam uma arrogância herdada de gerações.
O duque geraria uma prole de alta estirpe, concluiu. Era o tipo de homem que queria para marido de sua filha.
— Agradeço por me receber sem aviso — desculpou-se Wexton, com voz grave.
— Não há problemas. Aceita um refresco?
— Não, obrigado. Gostaria de ir direto ao assunto.
— Como quiser, — Jamison indicou uma poltrona de couro.
O sol entrava pela janela da sala, iluminando a grande mesa bem polida, atrás da qual ele tomou assento.
— Em que posso ser útil, Vossa Graça?
— Estou aqui representando meu irmão. Pelo que sei, ele perdeu uma quantia considerável para o senhor, ontem à noite, e eu gostaria de saldar sua dívida.
O anfitrião tomou uma pena de escrever e a acariciou, pensativo.
— O rapaz é seu irmão?
Um brilho de ironia passou pelos olhos escuros do duque.
— Está insinuando que não sabia quem ele era?
— Na realidade, eu não fazia idéia. Só compreendi tudo quando vi Vossa Graça entrar por essa porta. Seu irmão afirmou ser o duque de St. Austin, ontem.
— Difícil acreditar que uma coisa dessas tenha acontecido. Jamison soltou a pena e ficou em pé, assumindo ares de ofendido.
— Insinua que estou mentindo?
— De forma alguma — Richard respondeu com um suspiro. — Meu irmão não me contou os detalhes do encontro que teria hoje com o senhor. Talvez seja melhor que me inteire da situação.
Jamison puxou a cadeira e se sentou novamente.
— O rapaz disse pertencer à família St. Austin. Confesso que estranhei a presença de um duque em um lugar como aquele... O Pigeon Hole não é muito popular entre a nobreza. Mas não vi razão alguma para não acreditar nele.
— Compreendo — anuiu Richard, tenso. — Quero me desculpar, caso esse mal-entendido tenha lhe causado algum inconveniente. Fique tranqüilo. Vou repreender meu irmão assim que chegar em casa. Se me apresentar as notas, faço questão de pagar uma a uma.
— Creio que o incidente não possa ser resolvido assim, tão facilmente — elaborou Jamison, esfregando as mãos suadas contra o joelho.
— O que quer dizer?
A voz gutural do duque feriu o peito de seu interlocutor como uma lança afiada. A impressão era que a frieza de Richard fizera cair a temperatura da sala.
— Seu irmão se fez passar pelo senhor; tanto que assinou as notas com o seu nome. Se não acreditar, posso mostrar as assinaturas. É um caso de fraude e falsificação, sem contar com a ofensa de ter me logrado.
— Quanto Geoffrey perdeu?
— Trinta mil libras.
— De fato, é muito dinheiro. Infelizmente, meu irmão é tão impulsivo quanto todos de sua idade. Sessenta mil libras seriam suficientes para reparar a situação e compensá-lo pelo transtorno?
— O senhor está me insultando novamente.
— Lamento, mas não vejo como uma oferta dessas possa ser um insulto — redargüiu Richard em um tom de voz que implicava em tudo, menos em desculpas.
— Não quero seu dinheiro — Jamison explicou, frio. — Não preciso dele. Sou dono da maioria dos moinhos de algodão de Lancashire.
Richard cruzou as pernas, o rosto não demonstrando nenhuma emoção.
— O que quer, exatamente?
Jamison sentiu um calafrio percorrer o corpo. Havia chegado o momento.
— Tenho uma filha adorável, de dezoito anos. É a garota mais doce e responsável que poderá encontrar...
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Londres, 1821
— O duque de St. Austin está aqui para vê-lo, senhor — anunciou o mordomo à porta da biblioteca.
— Mande-o entrar, por favor — ordenou Thaddeus Jamison, tentando esconder a insegurança.
O fato era que estava brincando com o perigo, tendo como opositor, um dos homens mais poderosos da cidade.
No momento, entretanto, todo o seu futuro dependia daquele encontro.
Quando a porta se abriu, respirou fundo e se dirigiu até o duque com passos firmes.
Richard Wexton, o sexto duque de St. Austin, era tudo que um homem almejava ser. O poder e a autoridade evidenciavam-se em cada linha de seu rosto. Os cabelos lhe caíam, meio desalinhados, sobre a testa, o que lhe conferia um charme negligente, e os ombros largos ostentavam uma arrogância herdada de gerações.
O duque geraria uma prole de alta estirpe, concluiu. Era o tipo de homem que queria para marido de sua filha.
— Agradeço por me receber sem aviso — desculpou-se Wexton, com voz grave.
— Não há problemas. Aceita um refresco?
— Não, obrigado. Gostaria de ir direto ao assunto.
— Como quiser, — Jamison indicou uma poltrona de couro.
O sol entrava pela janela da sala, iluminando a grande mesa bem polida, atrás da qual ele tomou assento.
— Em que posso ser útil, Vossa Graça?
— Estou aqui representando meu irmão. Pelo que sei, ele perdeu uma quantia considerável para o senhor, ontem à noite, e eu gostaria de saldar sua dívida.
O anfitrião tomou uma pena de escrever e a acariciou, pensativo.
— O rapaz é seu irmão?
Um brilho de ironia passou pelos olhos escuros do duque.
— Está insinuando que não sabia quem ele era?
— Na realidade, eu não fazia idéia. Só compreendi tudo quando vi Vossa Graça entrar por essa porta. Seu irmão afirmou ser o duque de St. Austin, ontem.
— Difícil acreditar que uma coisa dessas tenha acontecido. Jamison soltou a pena e ficou em pé, assumindo ares de ofendido.
— Insinua que estou mentindo?
— De forma alguma — Richard respondeu com um suspiro. — Meu irmão não me contou os detalhes do encontro que teria hoje com o senhor. Talvez seja melhor que me inteire da situação.
Jamison puxou a cadeira e se sentou novamente.
— O rapaz disse pertencer à família St. Austin. Confesso que estranhei a presença de um duque em um lugar como aquele... O Pigeon Hole não é muito popular entre a nobreza. Mas não vi razão alguma para não acreditar nele.
— Compreendo — anuiu Richard, tenso. — Quero me desculpar, caso esse mal-entendido tenha lhe causado algum inconveniente. Fique tranqüilo. Vou repreender meu irmão assim que chegar em casa. Se me apresentar as notas, faço questão de pagar uma a uma.
— Creio que o incidente não possa ser resolvido assim, tão facilmente — elaborou Jamison, esfregando as mãos suadas contra o joelho.
— O que quer dizer?
A voz gutural do duque feriu o peito de seu interlocutor como uma lança afiada. A impressão era que a frieza de Richard fizera cair a temperatura da sala.
— Seu irmão se fez passar pelo senhor; tanto que assinou as notas com o seu nome. Se não acreditar, posso mostrar as assinaturas. É um caso de fraude e falsificação, sem contar com a ofensa de ter me logrado.
— Quanto Geoffrey perdeu?
— Trinta mil libras.
— De fato, é muito dinheiro. Infelizmente, meu irmão é tão impulsivo quanto todos de sua idade. Sessenta mil libras seriam suficientes para reparar a situação e compensá-lo pelo transtorno?
— O senhor está me insultando novamente.
— Lamento, mas não vejo como uma oferta dessas possa ser um insulto — redargüiu Richard em um tom de voz que implicava em tudo, menos em desculpas.
— Não quero seu dinheiro — Jamison explicou, frio. — Não preciso dele. Sou dono da maioria dos moinhos de algodão de Lancashire.
Richard cruzou as pernas, o rosto não demonstrando nenhuma emoção.
— O que quer, exatamente?
Jamison sentiu um calafrio percorrer o corpo. Havia chegado o momento.
— Tenho uma filha adorável, de dezoito anos. É a garota mais doce e responsável que poderá encontrar...
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