Um homem incorrigível?...
Frederick gosta da reputação que tem em Londres, de homem libertino e conquistador.
Quando seu pai negocia para que ele se case com lady Eleanor Ashton, ele acredita que isso não afetará seu estilo de vida desregrado.
Afinal, ele se lembra de Eleanor como uma moça tímida e simplória, e não como uma mulher que exigirá atenção e fidelidade.
Mas sua opinião muda no instante em que descobre a beldade em que Eleanor se transformou...
Eleanor fica chocada ao saber que está prometida a Frederick Stoneham, o homem por quem ela nutre uma paixão secreta há anos, apesar de sua reputação.
No entanto, uma paixão impossível de ser ignorada... lentamente dissolve sua determinação de ignorá-lo.
Porém, Frederick precisa provar a ela que seus dias de libertinagem ficaram no passado, em que ela é a única mulher que ele ama e amará, para todo o sempre...
Capítulo Um
Essex, 1806
— Casar com ele? Céus, papai, não! O senhor não pode estar falando a sério. — Lady Eleanor Ashton balançou a cabeça, sentindo uma onda de náusea.
— Claro que estou falando a sério, querida Eleanor. — O pai levantou-se de trás da escrivaninha de mogno. — Está tudo acertado entre mim e lorde Worthington. Você vai se casar na época do Natal. O jovem Frederick já concordou. Pensei que ficaria contente, filha.
— Contente? — A voz de Eleanor se elevou enquanto ela agarrava as saias com os punhos cerrados. — Por que eu deveria ficar contente? Papai... ele é um patife! — argumentou, as faces rubras de indignação.
— Bem, sua mãe me disse que todas as moças suspiram por Frederick. Ela esperava que você ficasse encantada por ele tê-la aceitado.
Do que seu pai estava falando? Nenhuma moça bem-nascida suspirava por Frederick Stoneham.
Ele não freqüentava a sociedade, não nos seis meses em que Eleanor havia estado em Londres. Na verdade, ela passara toda a temporada na capital, e nem sinal de Frederick.
Havia rumores, é claro. Uma tonelada de insinuações e mexericos sobre seu comportamento desregrado, suas conquistas e façanhas.
Mas dizer que as moças suspiravam por ele era um exagero.
Aliás, era uma mentira.
Sua mãe devia tê-lo confundido com outra pessoa. A não ser...
Os pensamentos de Eleanor se voltaram, culpados, para seu diário.
Com o coração acelerado e as palmas suadas, dirigiu-se ao local favorito de sua mãe, onde costumava ficar lendo ou bordando, no final do corredor.
Seria possível que a mãe, de alguma maneira, tivesse encontrado seu diário, que ela escondia sob o colchão?
Teria lido aqueles escritos tolos e infantis? Oh, Senhor, não! Isso seria por demais mortificante para suportar.
— Não estou nem um pouco empolgada, papai — disse Eleanor, quando finalmente recuperou a voz. — Nem um pouco. Frederick não se importa com ninguém, a não ser consigo mesmo. Não sei por que aceitaria tal arranjo, uma vez que não é do tipo de homem que cede às vontades do pai ou cumpre seus deveres.
— Você pode estar enganada, uma vez que lorde Worthington declarou estar de acordo quanto a esse assunto. Seja sensata, Eleanor. Não foi você que sempre fez questão de dizer que não se casaria por amor? Será que mudou de opinião justamente agora, minha filha?
— Não, claro que não. — Ela massageou as têmporas.
— Então não entendo sua relutância. É um excelente acordo, o melhor possível, eu diria. A propriedade de lorde Worthington em Oxfordshire é extensa e lucrativa, assim como as propriedades aqui em Essex. Não tenho dúvida de que esse casamento vai fazer o jovem Frederick sossegar, e além do mais, um dia tornará você uma baronesa.
Eleanor não estava interessada em se tornar baronesa.
Não podia ficar noiva de Frederick Stoneham. Seria uma reviravolta cruel demais em seu destino.E por que Frederick aceitaria o noivado?
Ainda era muito jovem para se casar, e Eleanor conhecia bem a opinião dele a seu respeito.
Já chorara muito, e até agora se lembrava com uma pontada no peito das palavras cruéis de mais de quatro anos antes: "a garota com cara de cavalo", Frederick se referira a ela, sem saber que ela estava escutando.
E essa fora a coisa mais amável que ele dissera a seu respeito.
Eleanor sempre soubera que sua paixão era sem esperança, inadequada.
Nem em um milhão de anos teria confessado esse segredo vergonhoso a quem quer que fosse, nem mesmo a seu irmão. Henry a julgaria insana.
Ela era uma moça sensata, inteligente e pragmática. Não se deixava guiar por delírios românticos. Concordaria que seu pai escolhesse seu futuro marido, mas nunca imaginara que a escolha paterna fosse tão deplorável.
Não, havia imaginado um marido nobre e estudioso, um erudito, talvez alguém como seu pai. Ou, no mínimo, um herdeiro da nobreza.
Não um jovem impulsivo cujas façanhas libertinas beiravam o legendário.
Fechou os olhos, suspirando fundo.
A bela figura de Frederick bailou em sua mente. Os olhos castanhos, os lábios cheios e sensuais num sorriso maroto, a pele bronzeada que podia enganar aos incautos, fazendo parecer que se tratava de um jovem atlético, e não um devasso de vida noturna.
Série Rosemoor
1 - Um Homem Certo para Amar
2 - As Aparências Enganam
3 - Depois Daquele Beijo
4 - A Senhora de Glenbroch
Série Concluída
1 - Um Homem Certo para Amar
2 - As Aparências Enganam
3 - Depois Daquele Beijo
4 - A Senhora de Glenbroch
Série Concluída