Lady Brianna de Clarence é obrigada a casar com Alexander Mackenzie, o mais temido Laird das Terras Altas.
Seu rei está punindo seus pais por desobedecer a suas ordens, e agora, dezoito anos depois é hora de pagar o preço.
Alexander Mackenzie odeia os ingleses e, portanto, a mulher que se tornará sua esposa por ordens do rei, enquanto tira seus sonhos de casamento e felicidade com Isabella, a única mulher que possui seu coração desde a adolescência e é sua amante. Alexander e Brianna devem lutar contra si mesmos, pois nenhum deles estará disposto a se render e sucumbir ao desejo.
Capítulo Um
Inglaterra 1462
Lady Brianna, observava como os servos carregavam seus pertences na carruagem que a conduziria a seu novo lar. Depois de dezoito anos, o qual não tinha saído jamais de seu querido país, devia dirigir-se para regiões mais selvagens nas Terras Altas da Escócia, concretamente a Ross-Shire.
Não conhecia nada de seus costumes, só que seus habitantes eram celtas pagãos, selvagens e guerreiros sanguinários que fazia séculos, ingleses e escoceses, professavam-se um ódio desmedido por todas as batalhas que tinham travado entre eles; sempre ambicionando mais terras, mais poder, mais riquezas… Daquele que deve ser seu esposo sabia menos ainda, só que era o Laird do clã Mackenzie.
Pelo pouco que tinha podido averiguar do que se dizia dele, era desumano com seus inimigos, frio e distante até mesmo com o povo de seu clã, sua reputação de guerreiro lhe precedia... que poderia ela esperar dele? O que mais a assustava, era não se acostumar ali.
Era muito diferente de tudo o que ela conhecia, se pelo menos conhecesse seu futuro esposo antes de partir… Mas o Rei Henrique se assegurou que o castigo fosse infligido o mais dolorosamente possível e, o que seria mais doloroso que enviar à primogênita dos Clarence, a um terrível destino? Sua mãe desde que soube da notícia, não fazia outra coisa que chorar, e seu pobre pai tinha tentado por todos os meios impedir tal desatino, mesmo que fosse membro da casa de York, já não tinha o mesmo favor dos nobres de antigamente.
Preferia ser ela à escolhida que alguma de suas irmãs mais novas, ela era mais forte, mais amadurecida. Tinha chegado o momento de partir e devia despedir-se de sua família.
Certamente, jamais voltaria a vê-los e isso encheu seus olhos de lágrimas, não voltar a ver sua mãe nem ver crescer suas irmãs doía terrivelmente. Se despedir de sua mãe e irmãs foi horrível, houve lágrimas e promessas que sabiam que nenhuma delas poderia cumprir, e seu pobre pai que tinha removido céus e terra para salvá-la de tão horrível destino, estava devastado.
Levariam embora seu pequeno girassol, sempre a chamava assim por seu cabelo dourado.
Subiu à carruagem e entre lágrimas viu como pouco a pouco, tudo o que conhecia ia ficando para trás, sua família, seu lar, sua vida… A viagem foi exaustiva, foram quase cinco dias na estrada, quanto mais ainda poderia faltar? Perguntou a um dos soldados que seu futuro esposo tinha enviado para escoltá-la, se faltava muito para chegarem e sua seca resposta foi negativa, assim tinha a esperança de chegar logo a seu destino. Estava rodeada de guerreiros que não dissimulavam o ódio por ela, incomodava-a e assustava ao mesmo tempo.
Não podia mentir, a paisagem era linda, tão verde e cheia de cor, não era tão diferente de seu país. Finalmente, parecia que chegavam a um castelo.
Ela pensou que seria algo menor, mas se impressionou com o tamanho, seria esse o lar de seu futuro esposo? Quando cruzamos o portão, pude ver muita gente reunida no pátio.
Parece que estão me esperando, mas não acredito que seja para me dar uma cálida boas-vindas. Por suas caras, percebo o ódio e ressentimento que nos separa durante séculos, mas o que me assusta, é ver finalmente o senhor destas terras.
Quando a carruagem se detém, desembarco dela sem esperar que ninguém me ajude. Estes bárbaros não entendem de boas maneiras, mas fico paralisada ao ver que se aproxima de mim um homem enorme, porém bonito.
Deus do céu! Na verdade é lindo! De cabelo negro como o carvão e olhos que pareciam do outro mundo de tão azuis, os mais lindos que já vi. Seu corpo parece esculpido em pedra, não usa camisa alguma só seu tartan que pelo pouco que sei, cada clã tem o seu. Seu olhar é frio como o gelo e me olha sem nenhuma emoção. Para ser sincera este homem me dá medo, mas não demonstrarei.
— Demorou moça — me disse com voz rouca e com um sotaque muito forte que me custa entender. — Laird — lhe saúdo por educação coisa que parece que ele, não tem.
Olha-me com fúria e me segura fortemente pelo braço me levando para as escadas que fazia minutos tinha descido.
Ficamos frente a toda a multidão que até agora, estava em silêncio observando, não sei o que lhes disse em seu idioma e explodiram em gritos que me assustam fazendo com que dê um salto e ele, ri de mim. O olho furiosa e ele parece não gostar, faz mais forte a pressão em meu braço me machucando e ao perceber isso, sorri; é um sorriso maldoso e faz com que um calafrio percorra meu corpo.
Leva-me para dentro do castelo onde estão reunidos todos os servos que a meu parecer são poucos, só vejo duas criadas, um cozinheiro e a que suponho é a ama de chaves.
Todos me observam e posso ver em suas caras um sentimento diferente aos dos outros habitantes deste lugar...