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13 de agosto de 2010

Marcas do Destino





Quando o pai de Madeline Oxley informou-a de que Adam Coats a pedira em casamento, ela pensou que fosse um sonho. Afinal, sempre acreditara que Adam fosse apaixonado por Diana, sua irmã! 

 Feliz, Madeline viajou ao encontro de Adam. Mas ao chegar à América descobriu que tudo não passara de um plano maquiavélico de seu pai. 
Desolada, Madeline resolveu voltar para casa; porém, para sua surpresa, Adam decidiu que ela deveria ficar e se casar com ele! Mas qual seria a verdadeira razão para ele ter mudado de idéia?

Capítulo Um

Yorkshire, Inglaterra, 1775
Madeline Oxley agasalhou-se melhor com o manto e atravessou a charneca obscura e úmida, na volta ao seu lar. Espiou através da névoa que escondia a pequena casa de pedra incrustada no vale, a pocilga também erguida com fragmentos de rocha e as outras edificações. Parou, assustada.
“Oh, não podia ser!” Madeline piscou devagar e olhou novamente. Era a mais pura verdade. Tratava-se da carruagem de seu pai estacionada no pátio. Ele voltara.
Nervosa, sentiu a respiração acelerar-se. Não gostava de surpresas. Nos últimos dias, com a ausência do pai, desfrutara a satisfação de ser livre. Na verdade, o pai não a constrangia no sentido de ir e vir conforme sua própria determinação. la sempre fora livre para fazer o que quisesse. Madeline pensou em liberdade no sentido mais estrito da palavra. om o pai fora de casa, não tivera de preocupar-se com as costumeiras expressões de censura e desapontamento. Um olhar que sempre a atingia como uma pancada e normalmente na hora das refeições, quando ambos se encontravam.
Suspirou, resignada. Desceu a colina e atravessou o jardim pavimentado com pedras arredondadas. Passou pelo galinheiro, pela cocheira e rodeou o coche vazio parado diante da entrada. Abriu o fecho do manto e entrou em casa. O calor das chamas fortes que crepitavam na lareira da sala de estar tocou-lhe as faces coradas pelo frio.
Ela ouviu o ruído da porta fechar-se atrás de si. Tirou o manto, dobrou-o e entrou na sala. O pai estava sentado diante da lareira.
— Olá, papai. Como foi a viagem a Thirsk?
Ele dobrou uma carta, guardou-a no bolso do colete e fitou-a por cima dos óculos de aros dourados.
— Muito agradável. E muito mais proveitosa do que eu poderia imaginar.
— Que ótimo. O que aconteceu por lá? — Madeline procurou manter o tom alegre e descontraído.
— Tenho a impressão de que um fardo foi retirado de minhas costas. Recebi uma oferta muito generosa de um homem que eu não via há muitos anos.
Curiosa, mas inquieta, Madeline engoliu em seco.
— Que tipo de oferta?
O pai ergueu a cabeça, como se estivesse à procura das frases corretas para a resposta.
— Sente-se, Madeline. Precisamos trocar algumas palavras.
Madeline sentiu uma opressão no peito. Uma sensação que a acompanhava sempre que o pai queria "trocar algumas palavras" com ela. Ainda com o manto dobrado no braço, Madeline sentou-se na poltrona em frente à do pai.
— São boas notícias para nós dois. — Ele recostou-se no espaldar estofado e cruzou as pernas. — Minha filha, acredito que, apesar de tudo, apareceu-lhe uma oportunidade para casar-se. Irrecusável, diga-se de passagem.
Madeline retesou-se e passou a língua nos lábios secos.

— Eu poderia saber...