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21 de outubro de 2012

Mudayyan


Ano de 1213.

Os reinos de Castilla, Navarra, Aragón, Leão e Ándalus se enfrentam em uma luta aberta. Juan Blasco, jovem herdeiro do condado castelhano de Fortun e neto ilegítimo do rei Sancho de Navarra, aparece como possível sucessor do reino de Navarra, mas isso significaria deixar o condado castelhano a sua própria sorte.

Com tantas intrigas rodeando esse menino, Dulce Álvarez será a mentora de Juan, e assume a missão de proteger seu tutelado. 
Quando Adoain Estella, conde de Bearin, fica encarregado da delicada missão de sequestrar o jovem para levar a Navarra; não conta com a inoportuna intervenção de Dulce. 
Para ele se trata de honra e vingança. Ira e fogo. Entretanto, o duelo entre ambos, pelo que acreditam ser justo, não pode gerar outra coisa além de uma inesperada atração e provocar a mais feroz das paixões. No meio destas contínuas lutas que assolam a Península Ibérica, os diferentes reinos, procuram o maior controle possível de suas terras; todos os enganos valem, as traições são a ordem do dia… 
O que, então, pode ser mais excruciante que entregar a vida para a quem se ama? 
Quando as emoções estão enraizadas nestes dois corações, tudo se torna secundário, Adoain e Dulce terão que enfrentar obstáculos quase intransponíveis. 

Comentário revisora Samara: O livro é muito bom. É dinâmico, bem apoiado na história e os personagens (inclusive os coadjuvantes) são muito bons. O Adoain, conde TDB de Bearin, é preso e chicoteado pela mentira de uma mulher. 
Ele que já não era afeito ao casamento e detesta mentiras e manipulações, fica ainda mais desfavorável. 
Ele parte com a missão de sequestrar o herdeiro do rei navarro, que reside no reino de Castilha. 
E quer matar também o assassino de seu pai. Que por acaso é irmão da mocinha, e outro conde TDB, paladino do rei de Castilha. 
Sem saber quem é, quando o mocinho vê a Dulce, lembra-se do comentário do pai, de quando achar a mulher da vida dele, saberá na hora. E ela quando põe seus olhinhos dourados nele, sabe que achou o cara. Mas as coisas entre eles são cheias de meias verdades, boas intenções que um não entende, um irmão irado e um amigo (quase da onça, rsrs) que precisa de um refém... 
Ela faz tudo que ele odeia (o manipula, torce a verdade, mente) e mesmo assim, ele não consegue deixar de se apaixonar. É um ogrão, mas desses que pedimos aos céus todo dia... e ela não é uma florzinha... 
No final, ficarão loucas pelo segundo livro...rsrs 

Capítulo Um 

O conde de Bearin 
Castelo da Colina da Santa Bárbara, Tudela, 1213. 

O aroma de podridão no interior da cela era intolerável. Adoain inspirou profundamente e enrugou o nariz pelo penetrante aroma ácido de mofo que emanava do chão de pedra devido a seu confinamento. 
Apesar do tempo que tinha transcorrido em seu interior, jamais iria se acostumar ao aroma nauseabundo dos excrementos.
Nem ao descuido humano em todo seu significado. 
 O lugar estava cheio de goteiras, pela qual se filtrava uma gélida umidade que penetrava sua pele até os ossos. 
Dos cantos das paredes, os ratos entravam e saíam à vontade, sem se importarem com a presença do inquilino que compartilhava com eles o estreito buraco. 
Adoain duvidava de que se deitar na palha para descansar um pouco seria o melhor para aliviar a dor lacerante da tortura infligida, ou continuar recostado no frio muro de pedra. 
A cela tinha uma ventilação gradeada de onde entrava a pouca luz natural que iluminava a tétrica vista dentro das quatro paredes. 
Adoain agradecia a tranquilidade, o invejável e profundo silêncio que o acompanhava, e que parecia uma verdadeira bênção. Ao menos já não tinha que suportar as contínuas chicotadas em suas costas. 
Essa manhã tinha recebido as últimas, de um total de duzentas. Sua quietude foi interrompida pela comida que o carcereiro trazia e passava para ele, através de um nicho que havia na parte inferior da porta. 
Uma terrina de madeira que continha sopa, embora mais que sopa parecia água que tinha sido usada para lavar a roupa. 
Mas não se importou, bebia como um sedento, assim como comia o mofado pão, que em ocasiões repartia entre os seus companheiros de cela: os ratos. Esperava sua sentença, mas sem albergar esperanças. 
 O rei de Navarra tinha acreditado nas mentiras de uma mulher, e ia ser declarado culpado por um delito que não tinha cometido. 
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