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30 de setembro de 2017

Sob o Céu de Paris

Pode resultar precipitado apaixonar-se em um dia e jurar-se amor?

Em tempos de guerra, acontece às vezes, porque o ser humano sempre procura uma saída para os sofrimentos de uma guerra.
Não sabe se voltará a ver essa pessoa que lhe atrai, a luta não terminou totalmente e ambos podem perder a vida.
Sob o Céu de Paris, é uma história de amor ambientada na formosa França de 1944, às portas do fim da Segunda guerra mundial. O relato nos mostra que em tempos de horror também se pode encontrar a sua alma gêmea, mas sem muita demora... porque a vida são dois dias.

Capítulo Um

Paris, agosto de 1944 
Arianne elevou o rosto para olhar o céu que nessa cálida manhã de verão estava completamente limpo. Nos últimos dias aviões americanos e ingleses tinham sulcado os céus da França de forma contínua, e sem trégua. Milhares de soldados que se lançavam do interior das bestas de metal, tinham enchido o céu azul de pontos negros, para converter-se pouco depois de abrir os paraquedas, em flores de algodão branco.
Oscilaram suspensos no ar durante vários minutos antes de tomar terra firme, e levar a esperança de liberdade à população oprimida. A cidade de Paris tinha sido liberada do jugo nazista, e a Alemanha que sofria derrota atrás de derrota, retrocedia para a Bélgica.
A guerra chegava a seu fim, e os franceses podiam respirar com um profundo alívio. Arienne cravou suas pupilas nos Campos Elíseos lotados de gente, de patriotas desejosos de dar as boas-vindas aos aliados.
Ao longe se podia escutar as notas de La Marsellesa que estava sendo tocada com um sentido de orgulho e patriotismo sem comparação, e o alvoroçado repique dos sinos de Notre Damme, davam o ponto festivo à celebração que se estenderia durante dias.
Uma multidão aplaudia com ardor ao passo dos soldados que nesse momento faziam sua entrada triunfal na cidade, com um sorriso nos lábios, e surpresa nos olhos. Blindados da 2ª Couraçada rendiam honras, e os oficiais olhavam, com um brilho de satisfação em suas pupilas, o desfile de seus companheiros.
Muitos dos espectadores se negavam a manter-se passivos, e brandiam lenços brancos em sinal de boas-vindas.
Algumas moças ousadas e risonhas, lançavam beijos aos sorridentes soldados que passavam ao seu lado, estes, devolviam-lhes o gesto lhes lançando barras de chocolate.
Arianne queria desfrutar do júbilo, mas não tinha conseguido uma posição vantajosa para isso apesar de que o tinha tentado. Embora ficasse nas pontas dos pés, não conseguia ver além das costas dos parisianos, e dos oficiais que faziam uma fila de honra com seus jipes e blindados, para proteger o desfile da gente agrupada na grande avenida. Resignada, soltou um suspiro e começou a dar a volta sem precaver-se que a multidão a cercava impaciente por aproximar-se o máximo que permitia o estreito corredor. 
Robert St’James tinha os olhos cravados na moça que tinha diante dele, tinha deixado um momento seu assento no jipe para procurar uma garrafa de água, agora que retornava de novo a seu lugar com uma bem gelada, topava-se com a mulher mais extraordinária que já tinha contemplado. 
Tinha-o deixado nocauteado. Travado em um suspiro que o desfocou. A moça tinha o cabelo castanho, e brilhava sob os raios do sol até o ponto de cegá-lo. O perfume da acetinada pele, enchia-lhe as fossas nasais lhe produzindo um prazer que acreditava esquecido. 









28 de junho de 2015

Seduzindo Um Canalha

Série Familia Beresford



Claire soube, pelo olhar que dedicou a ela, que Guillermo estava fora de si.

Não controlava a cólera nem o sentimento ferido de seu coração.
Ela o tinha desafiado ao limite. Havia provocado uma ferida mortal, sem embargo, necessitava, como o ar que respirava, a ação reprovável que ia receber dele graças a sua manipulação, e assim, a ansiada liberdade do jugo matrimonial.
À medida que avançava, Guillermo ia se despojando de sua roupa. Claire fechou os olhos e se encomendou a Deus frente a seu último sacrifício, ainda que ela ignorasse os desígnios da vida e sua forma de cobrar as ofensas cometidas. 
Queria mais que nada no mundo sua liberdade. Acima dos filhos. 
Acima do amor que lhe professava seu esposo. E ia encontrar-se com a liberdade tão ansiada.

Capítulo Um

Levantou o rosto e fechou os olhos. Entreabriu os lábios para receber o beijo ansiosamente desejado.
Percebeu as mãos fortes nos seus ombros e o coração ameaçou sair do peito. Apenas um roçar suave, efêmero, como se não fosse nada. Os lábios dele estavam mornos sobre os seus, e ela, em um impulso, esmagou a boca e introduziu a língua e a moveu como se buscasse algo. Notou com perfeita clareza o gemido de surpresa dele e o muro que levantou entre os dois, deixando-a desolada.
Entreabriu as pálpebras e o que viu encheu seus olhos de lágrimas.
Thomas estava horrorizado, como se na sua frente tivesse uma serpente a ponto de morder-lhe e não uma garota buscando um beijo. O rapaz recordou perfeitamente as advertências de sua mãe sobre Clara Luna. Sua inclinação pecaminosa, sua atitude indolente e, o mais preocupante, sua falta de moral. Ele acreditou que poderia trazê-la de volta ao caminho da virtude. Resgatá-la da lama do pecado em que estava enterrada, mas havia se equivocado completamente. A Eva tentadora que tinha na sua frente lhe oferecia sua maçã do pecado para contaminar sua alma e ele não podia permitir.
—Por que...? — O rapaz não pode continuar a pergunta — Estás maldita e perdida — assegurou com grave censura na voz. — Tenho que ir!
—Espera Thomas, não!
Mas nada pode fazer para impedir que se fosse. A garota tapou o rosto com as mãos enquanto cedia ao pranto mais humilhante. Lhe ardiam as bochechas pela vergonha. Sentia uma angústia no peito que apenas lhe permitia respirar. Escutou o galope do cavalo que já ia se perdendo na distância e deixando para trás uma nuvem de poeira.
Estava mortificada. Sumida em uma esmagadora autocompaixão.
«Como fui tão estúpida para permitir que me julgasse?», pensou ao mesmo tempo que varria as lágrimas de sua bochecha com os nós dos dedos. «Porque sou uma pecadora impenitente e me comporto como uma meretriz», se recriminou com dureza. «Por isto pode me julgar, porque mereço.»
E recordou vivamente quando anos atrás um grupo de rapazes zombou dela quando brincava no rio. Rasgaram suas roupas acusando-a de ser uma selvagem. Sua natureza sensível e forma de ver as coisas a aprisionaram com um estigma que não havia desaparecido com o tempo nem com seu esforço por parecer com sua mãe. Jamais a haviam aceitado entre eles e Thomaz acaba de demonstrar isto.
Apenas um deslize no rio e já não podia limpar a mancha sobre seu nome. Piscou várias vezes para clarear a visão e olhou adiante a nuvem de poeira que levantavam os cascos do cavalo no galope enquanto ele se afastava dela. Thomas Scott não girou a cabeça uma única vez para olhá-la. Logo seria apenas um ponto na distância e uma recordação constante de sua natural inclinação para o pecado.
—Te disse que era um pusilânime e um covarde, mas não me escutaste.
A garota girou sobre si mesma e olhou com tristeza o rosto do rapaz que lhe falava. Mike era franco, leal e o melhor amigo que tinha. —Não é um pusilânime

Série Família Beresford
1 - Me Ame, Canalha
2 - Me Beije, Canalha
3 - Seduzindo Um Canalha
Série Concluída

25 de agosto de 2013

Inimigo Meu




Contos para Mil e Uma Noites de Amor!








Comentário revisora Ana Paula G.: Como diz na capa é um conto curto…Mas como é da Arlette,achei que valia a pena.

Gostei,imaginei como terminaria uma relação destas em meio a uma Guerra e quando estava começando a me ambientar na história…acabou! Huahah Focado principalmente na solidão e amargura das pessoas durante a invasão das tropas de Napoleão à Espanha achei que, por ser romance, poderia ter sido um poquinho mais longo e melhor trabalhada a relação do casal central, uma espanhola e um soldado francês. 

Capítulo Um

Santuário de Nossa Senhora da Solidão, Somosierra.
Os flocos de neve caíam sem cessar e transformavam o chão em um manto branco e espesso. 
Dentro dos grossos muros de pedra não se escutava nada, nem sequer o ruído dos lobos nessa tarde de dezembro. Elena continuou elevando uma prece pelas centenas de mortos na batalha da Somosierra e pelos que continuavam vivos oferecendo suas vidas pela liberdade. 

Seu irmão, Alfonso de Rodríguez e Sánchez, lutava sob o comando do general Castaños, e fazia várias semanas que não sabia nada sobre ele: ignorava se tinha caído em batalha ou se continuava vivo, e essa incerteza a estava deixando louca.
Seus cães, Golfo e Canalha, um sabujo e um cão de caça, ladraram na porta do santuário como pedindo que se apressasse em suas orações; o tempo piorava e sua casa se encontrava bastante afastada do santuário e do povoado.
Era uma necessidade para ela orar pelos mortos, suplicar pelos que viviam, desafogar a angústia que a invadia pelas incertezas do futuro. 
Tinha chegado a odiar os franceses invasores, embora soubesse que não era um sentimento cristão, mas tinha perdido tanto por culpa deles… Elena concluiu sua oração e ergueu os olhos para à virgem e sorriu com os olhos cheios de lágrimas. Fez o sinal da cruz e voltou-se com um suspiro para retirar-se do silencioso lugar. 
Desamarrou seus cães para que corressem livremente pelo caminho em direção à Chorrera de los Litueros, onde estava situada sua casa. Seguiu o curso do caminho pelo Arroyo de Las Pedrizas e cruzou as pedras para alcançar a outra margem. 
Seguiu o atalho que subia de forma suave pela ladeira, embora os últimos cinqüenta metros eram dificultosos; estava acostumada a caminhar e mover-se por ali desde que era uma menina.
Quando tomou a curva para a esquerda do caminho, tropeçou com um cavalo que bebia noo regato, fixou seus olhos castanhos nos arreios e se deteve. 
O cavalo cinzento elevou suas orelhas ao escutá-la, seu porte elegante delatava sua origem árabe, e era muito belo. Continuou olhando-o com o cenho franzido porque onde havia um cavalo, havia um cavaleiro, mas apesar de seu receio se aproximou da montaria com passos suaves para não assustá-lo.
—É uma preciosidade. —O cavalo relinchou e ondulou sua crina ao escutar sua voz. 
Elena ergueu sua mão para acariciar seu pescoço grosso e sedoso, olhou a sela e se deu conta de que era de fabricação estrangeira, logo olhou da esquerda para a direita procurando o cavaleiro e possível dono de tão magnifico cavalo.
—O que faz neste lugar tão afastado? —disse ao cavalo. Elena supôs que poderia ter se perdido depois da batalha, dias atrás, mas, ao não encontrar resposta, tomou as redeas e guiou o animal com ela. 
De repente, os uivos de Golfo e Canalha a assustaram, os cães ladravam a um homem que estava deitado, inconsciente; atirado na margem do caminho de barriga para baixo, e, pelo rastro de sangue que tinha deixado, a jovem soube que se arrastou até desmaiar.
Fixou-se em seu uniforme de capitão francês e apertou os lábios com uma careta amarga: a casaca azul estava rasgada e a calça clara estava completamente enlameada. Elena continuou caminhando, sem olhar para trás; se não estava morto, logo estaria, mas os cães não se moveram do lugar e não deixavam de ladrar. Então, seu espírito cristão se antepôs a seu patriotismo. 
—Está morto! 







Contos Mil e Uma Noites de Amor 
1 . Sin nombres  
2 . Un amor inesperado 
3 . La pequeña mano 
4 . Inimigo Meu 
5 . Un regalo de Navidad 

11 de agosto de 2013

Vindicatio




27 A. C.
As intrigas políticas e as traições estão na ordem do dia no Império romano.

A ânsia de poder de muitos de seus Senadores os levam a cometer atos reprováveis contra seus próprios aliados e há políticos que estão dispostos a realizar infames assassinatos a fim de que prevaleça sua autoridade, acima de outros.
Aradia ignora o que o destino lhe reserva. 
Seu irmão foi acusado de assassinato e sua família declarada traidora.
A única pessoa capaz de ajudá-la na tragédia em que se transformou sua vida é o General Lucio Máximo Magno, o homem pelo qual ela sempre suspirou em silêncio.
Os dois unirão esforços para descobrir a verdade e também se conhecerem, longe da influência política de Roma.

Capítulo Um

Roma resplandecia transbordante de vitória.
Os balcões das casas senhoriais e das moradias mais humildes estavam profusamente decorados com bandeirolas, brasões e tapeçarias. 
Os cidadãos apareciam para aclamar os vencedores, com aplausos e gritos de vitória, a passagem do séquito.
A honra militar mais desejada pelos romanos era o triunfo e só se concedia ao General e chefe que alcançava uma grande vitória. Então César Augusto fazia sua entrada no Campo de Marte, para receber tão excelsa honra por seu triunfo na Hispânia. 
A pé, os amigos, parentes e legionários acompanhavam gritando vivas a plenos pulmões. A túnica que o vestia era bordada com Palmas nas barras. 
Uma toga vermelha com ornamentos de ouro completava o traje; uma coroa de louro, que havia adquirido o direito de sempre usar; e um cetro de mármore, coroado por uma águia.
O passeio triunfal acontecia em Roma, com o exército das legiões romanas.
Um grande sacrifício devia ser ofertado ao templo de Júpiter Capitolino, como agradecimento. 
A finalidade era mostrar ao povo de Roma toda a glória adquirida, assim como a riqueza conquistada. 
O glorioso desfile militar se iniciava em primeiro lugar com os carros de troféus de guerra. Os prisioneiros vinham em segundo lugar. 
O ouro adquirido os seguia de perto. Todos os cidadãos romanos queriam congratular o grande vencedor. Para o vencedor era um dia magnífico. 
O exército ficou à espera no Campo de Marte, porque não podia transpassar as muralhas servianas. 
César Augusto estava em uma cuadriga puxada por quatro cavalos em fila, e seus lictores o acompanhavam e com os quais entrou no templo para oferecer ao deus, seus louros de vitória. 
A seguir começou uma grande festa para todo o povo de Roma.
Na colina do Palatino, uma das sete colinas de Roma, e no interior de uma sala do palácio encontravam-se dois generais da completa confiança de César: 
Cayo Antístio Veto e Lucio Máximo Magno. Os dois tinham participado do assédio e posterior vitória do último baluarte hispânico conquistado, Aracillum, e esperavam com infinita paciência a chegada de César, para uma celebração em sua residência particular.
O encorpado vinho na taça de prata parecia que ser mais doce, e a música que se ouvia ao fundo aumentava o sentimento de euforia. Os dois militares aguardavam, um deles estava sentado em uma sela castrensis. 
O outro estava em pé e observando o movimento lá fora, ao mesmo tempo em que bebia o vinho dos vencedores. Transmitia uma imagem de serenidade, percepção mais afastada, que mostrava quando intervinha nas sangrentas batalhas que havia compartilhado tanto com Antístio, como com César. 
Cayo Antístio se removeu impaciente onde estava sentado. A sela castrensis não tinha respaldo e suas guardas eram baixas; e por ser dobrável podia ser transportada com muita facilidade. 
Os magistrados e os chefes militares em campanha utilizavam-na com assiduidade. 
Cayo Antístio se sentiu honrado por Augusto ter disposto sua casa, mostrando uma preferência sem igual.
— A celebração durará vários dias.   
  






21 de outubro de 2012

Mudayyan


Ano de 1213.

Os reinos de Castilla, Navarra, Aragón, Leão e Ándalus se enfrentam em uma luta aberta. Juan Blasco, jovem herdeiro do condado castelhano de Fortun e neto ilegítimo do rei Sancho de Navarra, aparece como possível sucessor do reino de Navarra, mas isso significaria deixar o condado castelhano a sua própria sorte.

Com tantas intrigas rodeando esse menino, Dulce Álvarez será a mentora de Juan, e assume a missão de proteger seu tutelado. 
Quando Adoain Estella, conde de Bearin, fica encarregado da delicada missão de sequestrar o jovem para levar a Navarra; não conta com a inoportuna intervenção de Dulce. 
Para ele se trata de honra e vingança. Ira e fogo. Entretanto, o duelo entre ambos, pelo que acreditam ser justo, não pode gerar outra coisa além de uma inesperada atração e provocar a mais feroz das paixões. No meio destas contínuas lutas que assolam a Península Ibérica, os diferentes reinos, procuram o maior controle possível de suas terras; todos os enganos valem, as traições são a ordem do dia… 
O que, então, pode ser mais excruciante que entregar a vida para a quem se ama? 
Quando as emoções estão enraizadas nestes dois corações, tudo se torna secundário, Adoain e Dulce terão que enfrentar obstáculos quase intransponíveis. 

Comentário revisora Samara: O livro é muito bom. É dinâmico, bem apoiado na história e os personagens (inclusive os coadjuvantes) são muito bons. O Adoain, conde TDB de Bearin, é preso e chicoteado pela mentira de uma mulher. 
Ele que já não era afeito ao casamento e detesta mentiras e manipulações, fica ainda mais desfavorável. 
Ele parte com a missão de sequestrar o herdeiro do rei navarro, que reside no reino de Castilha. 
E quer matar também o assassino de seu pai. Que por acaso é irmão da mocinha, e outro conde TDB, paladino do rei de Castilha. 
Sem saber quem é, quando o mocinho vê a Dulce, lembra-se do comentário do pai, de quando achar a mulher da vida dele, saberá na hora. E ela quando põe seus olhinhos dourados nele, sabe que achou o cara. Mas as coisas entre eles são cheias de meias verdades, boas intenções que um não entende, um irmão irado e um amigo (quase da onça, rsrs) que precisa de um refém... 
Ela faz tudo que ele odeia (o manipula, torce a verdade, mente) e mesmo assim, ele não consegue deixar de se apaixonar. É um ogrão, mas desses que pedimos aos céus todo dia... e ela não é uma florzinha... 
No final, ficarão loucas pelo segundo livro...rsrs 

Capítulo Um 

O conde de Bearin 
Castelo da Colina da Santa Bárbara, Tudela, 1213. 

O aroma de podridão no interior da cela era intolerável. Adoain inspirou profundamente e enrugou o nariz pelo penetrante aroma ácido de mofo que emanava do chão de pedra devido a seu confinamento. 
Apesar do tempo que tinha transcorrido em seu interior, jamais iria se acostumar ao aroma nauseabundo dos excrementos.
Nem ao descuido humano em todo seu significado. 
 O lugar estava cheio de goteiras, pela qual se filtrava uma gélida umidade que penetrava sua pele até os ossos. 
Dos cantos das paredes, os ratos entravam e saíam à vontade, sem se importarem com a presença do inquilino que compartilhava com eles o estreito buraco. 
Adoain duvidava de que se deitar na palha para descansar um pouco seria o melhor para aliviar a dor lacerante da tortura infligida, ou continuar recostado no frio muro de pedra. 
A cela tinha uma ventilação gradeada de onde entrava a pouca luz natural que iluminava a tétrica vista dentro das quatro paredes. 
Adoain agradecia a tranquilidade, o invejável e profundo silêncio que o acompanhava, e que parecia uma verdadeira bênção. Ao menos já não tinha que suportar as contínuas chicotadas em suas costas. 
Essa manhã tinha recebido as últimas, de um total de duzentas. Sua quietude foi interrompida pela comida que o carcereiro trazia e passava para ele, através de um nicho que havia na parte inferior da porta. 
Uma terrina de madeira que continha sopa, embora mais que sopa parecia água que tinha sido usada para lavar a roupa. 
Mas não se importou, bebia como um sedento, assim como comia o mofado pão, que em ocasiões repartia entre os seus companheiros de cela: os ratos. Esperava sua sentença, mas sem albergar esperanças. 
 O rei de Navarra tinha acreditado nas mentiras de uma mulher, e ia ser declarado culpado por um delito que não tinha cometido. 
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30 de setembro de 2012

Me Beije, Canalha

Série Familia Beresford

Andrew Robert Beresford é o libertino mais famoso de todo o sul da Inglaterra. 

Suas conquistas são escândalos contínuos em Whitam Hall, e além disso, produzem uma terrível dor de cabeça no patriarca dos Beresford. 
É um conquistador, e nenhuma mulher é capaz de resistir a seu olhar e sorriso maliciosos. 
Rosa de Lara e Guzmán acredita na liberdade e na igualdade de todo o ser humano e, para escapar da tirania do duque de Fortaleza, planeja a forma de seduzir o jovem inglês que lhe roubou o coração: Andrew Beresford. 
Sua alegria e sua impulsividade lhe mostram um mundo que ignorava que existisse, entretanto a guerra está a ponto de estourar... 

Comentário revisora Déia : Como eu tinha uma enorme curiosidade sobre o final do primeiro livro, estava louca pra ler este do Andrew..rsrsrs. 
A heroína realmente é chatinha, meio metida.Mas o Andrew supera as expectativas.Muito sedutor e como a Ana Mayara também acho que o ‘conquistador’ dos Beresford merecia coisa melhor.
Enfim, é livrinho!!!Boa leitura!! Ansiosissima pelo terceiro da série! 

Capítulo Um 

Condado de Hampshire, Inglaterra, 1835. 
Um dedo masculino percorria o contorno das costas nua da mulher. 
Desenhou uma flor e continuou a descida até a curva do quadril. 
Ela moveu a cintura, ao sentir a cócega do dedo brincalhão, mas não mudou sua postura lânguida. 
—É um homem travesso. — A voz feminina soou ansiosa — Mas eu adoro tudo o que me faz. — Andrew sorriu de forma maliciosa, enquanto lhe acariciava a curva do quadril de forma muito mais atrevida 
— E é insaciável. — Suas palavras o fizeram estreitar os olhos, durante alguns segundos. 
À sua mente, acudiu uma lembrança que lhe resultou extremamente dolorosa: a imagem de uma mulher que significara tudo para ele, e que, em pagamento pelos profundos sentimentos que albergava por ela, tinha-o usado a seu desejo e logo o deixado, sem se importar nem um pouco com o amor que lhe professava. Piscou para tentar afastar o sentimento de desgosto que o embargara, durante uns instantes. 
Sua companheira notou a leve hesitação de sua mão em sua pele e apoiou os cotovelos no colchão para olhá-lo. 
Seus azuis olhos brilhavam com um desejo que não tinha diminuído nem um pouco nessa tarde libidinosa. 
 —Não deve preocupar-se, meu marido não chegará até manhã. 
Sua voz apagou em Andrew a lembrança, mas, assim que ela terminou de dizer essas palavras, ouviu-se a carruagem que tomava o caminho de entrada à mansão. 
As rodas moviam os seixos no caminho e os lançavam contra as esculturas que adornavam o percurso até a casa. O som resultava inconfundível.
—Charles terá adiantado sua volta! — A voz da mulher soou assustada, mas Andrew lhe piscou os olhos um olho para tranquilizá-la.
Ouviram o grito do chofer, que deteve os cavalos em frente à porta principal. Andrew recolheu suas roupas espalhadas pelo chão a toda velocidade. 
Vestiu primeiro as calças e, sem fechar os botões da camisa, a pôs também, assim como as botas. 
—Detesto ter de deixar você de forma tão apressada, mas devo ir. — A mulher o beijou nos lábios, que ele abriu para ela de maneira premeditada. 
—Sentirei saudades, amor, não duvide. Até que a veja de novo, o tempo será eterno e tedioso. 
 Andrew lhe segurou o queixo, para aprofundar seu beijo de despedida. 
—Nos veremos durante a próxima viagem de seu marido. Avançou até o balcão e abriu a alta janela. 
Por fortuna, uma das paredes do amplo quarto dava a um jardim lateral; a distância até o seguinte balcão não era muita, e a trepadeira parecia resistente. 
Era fácil deslizar por ela e cruzar o jardim até a taipa, para depois saltá-la. 
Tinha-o feito infinidade de vezes. Sabia que era arriscado manter uma relação com lady Hill, mas a impetuosidade da dama era uma tentação que não podia resistir. 
Embora cada vez fosse mais difícil manter encontros clandestinos, e temia ter chegado o momento de terminar a aventura e passar a outras reservas ainda não exploradas. 
Agarrou a trepadeira e assegurou os pés, à medida que ia baixando; a camisa aberta enganchou em um espinheiro, e Andrew soltou uma maldição em voz baixa, quando teve de rasgar o tecido, mas já havia chegado quase ao final e salvou a distância, até o chão para logo pôr-se a correr em direção oposta à casa. Já podia ver o muro e a árvore por onde tinha de subir. 
Tinha o cavalo preso do outro lado. Deu um salto e apoiou o pé direito na parede para dar impulso e agarrar um galho grosso. 
O cálculo fora perfeito, porque o peso de seu corpo o fez oscilar sobre sua cabeça e pôde segurá-lo com a outra mão sem dificuldade. Balançou-se, até que conseguiu elevar-se e ficar dobrado sobre o galho. 
Em questão de segundos, sentou-se nela a escassos centímetros da borda do muro; de onde estava, podia ver sua montaria, que pastava tranquilamente à luz da lua. 
Então, Andrew girou o rosto para a casa e viu a silhueta feminina através da janela aberta; esqueceu-se de fechá-la. 
Contemplou o rosto irado de lorde Hill e a forma possessiva em que agarrou o braço de sua mulher e a arrastou até o leito. Imaginou o que viria a seguir e, de repente, sentiu remorsos.
Soube que tinha de recomeçar.

Série Família Beresford
1 - Me Ame, Canalha
2 - Me Beije, Canalha
3 - Seduzindo um Canalha
Série Concluída

2 de setembro de 2012

Me Ame, Canalha

Série Familia Beresford


Ágata Martin é filha de um francês e uma nobre espanhola que se apaixonaram durante a guerra da Independência. 

Repudiados por ambas as famílias, viram-se obrigados a levar uma vida mais que modesta na Espanha. 
Christopher Beresford, agente da Coroa britânica, é filho do poderoso marquês de Whitam, que, em sua época, deixou mulher e filhos para ir combater na Espanha contra Napoleão. 
A distante relação entre pai e filho transformou Christopher em um homem frio e amargurado que não acredita no amor. Quando conhece Ágata, encontra-se imerso em uma delicada missão para desmascarar um complô contra Fernando VII, o rei da Espanha. 
Desde o primeiro momento, Ágata e Christopher se detestam tanto quanto se atraem, mas inesperadas circunstâncias os obrigarão a colaborar e fingir um amor que complicará suas vidas e o desenlace da missão. 

Comentário revisora Ana Mayara: Eu amei o livro. O casal principal é perfeito um para o outro: um inglês frio e arrogante e uma espanhola-francesa encrenqueira e que sabe o que quer. 
Os dois protagonizam cenas muito hilárias, detalhe para os lenços do mocinho. Os irmãos e o pai dele também são ótimos. 
E o final, em minha opinião, foi lindo. Adorei! 

Capítulo Um 

Palácio de Westminster , 1830. 
Christopher George Beresford olhava para Robert Jenkinson , sem piscar. 
Os documentos que lhe entregara eram muito importantes, e, possivelmente por esse motivo, Robert tinha o rosto contraído de preocupação. 
—Se estas assinaturas forem autênticas, enfrentamos um problema de enorme envergadura. — Robert deu vários passos que o levaram de forma inconsciente para a mesa de seu escritório — É necessário convocar uma reunião de caráter urgente com Arthur Wellesley . 
Christopher fez uma leve inclinação com a cabeça. 
A amizade que unia Robert e John, seu pai, tinha sido o que o fez decidir procurar sua ajuda. 
Desde que o primo de sua meia-irmã Aurora havia lhe trazido os papéis da Espanha, mal podia conciliar o sonho. 
—Mandei seguir a pista de um possível espião francês — disse, de repente, com um tom de voz controlado — O indivíduo tinha os documentos em seu poder. Um amigo de minha família os recuperou na cidade espanhola de Córdoba. Robert optou por sentar-se na fofa poltrona acolchoada. —Não me importaria absolutamente que derrubassem o monarca espanhol — asseverou, com voz firme — mas há políticos ingleses que estão conspirando para fazê-lo efetivo, e isso pode nos levar a um conflito de interesses com nosso aliado. 
Christopher meditou um momento as palavras do conde de Liverpool . 
Se os espanhóis chegassem a descobrir que nobres ingleses conspiravam na Espanha para derrubar o rei Fernando, a relação entre ambos os países poderia romper-se e ficar muito danificada para alianças futuras. Para a Inglaterra, convinha manter os pactos e acordos com a coroa espanhola, mas tudo podia ir à ruína, se os partidários de 
Carlos obtivessem seu objetivo: derrubar Fernando. 
No mês de maio desse mesmo ano, o rei da Espanha publicara a Pragmática Sanção, que derrogava a Lei Sálica e que permitia às mulheres acessar ao trono espanhol, na ausência de herdeiros varões. 
O decreto fora originalmente aprovado em mil setecentos e oitenta e nove, mas nunca se promulgou de forma oficial até essa data. 
O motivo estava muito claro: María Cristina de Borbón, quarta esposa de Fernando, tinha-lhe dado uma filha, Isabel, e com o nascimento da menina, Carlos María Isidro de Borbón fora deslocado na linha de sucessão ao trono, mas os apostólicos continuavam apoiando os direitos de sucessão de Carlos, em detrimento da infanta Isabel, ao considerar ilegal a Pragmática Sanção. 
Mas o mais preocupante de tudo era que começavam a tramar a favor de Carlos e a obter resultados satisfatórios. 
—Acredita que é possível que os carlistas possam tomar as armas contra o rei Fernando? — A pergunta de Christopher fez com que Robert o olhasse, fixamente.
—A Espanha ainda se ressente do conflito bélico que teve com a França anos atrás, de modo algum lhe interessa uma nova disputa pelo trono entre partidários de Fernando e de Carlos — respondeu Robert, ao mesmo tempo em que baixava os olhos para olhar os documentos. 
Passava as folhas com autêntica surpresa. 
 —Se houver mais nobres implicados — comentou Christopher — terá de lidar com eles.

Série Família Beresford
1 - Me Ame, Canalha
2 - Me Beije, Canalha
3 - Seduzindo um Canalha
Série Concluída

28 de agosto de 2011

O Carcereiro De Isbiliya


Rosália, uma valente jovem cristã, entra na conflitiva Al-Andalus disfarçada de homem com a intenção de resgatar a seu pai.

Quando cai em mãos do soldado mais sanguinário do exército muçulmano, suas esperanças de sair com vida de sua aventura se desvanecem.
Yibrail é o torturado primo do califa de Sevilha.
Sobre o ódio que sente pelos cristãos tão somente prevalece o ressentimento para sua mãe, que o abandonou quando ainda era um menino.
Mas seus sentimentos se tornarão quase imperceptíveis ante a força do amor que Rosália acorda nele.
O ímpeto de uma paixão proibida e o desejo de um amor abrasador.
Conseguirão Rosália e Yibrail vencer ao destino?

Comentário revisora Ana Julia: Só tenho a agradecer por ter feito parte desse trabalho, é um dos livros mais lindos que já li!
É muito bom quando um livro nos leva a ter tantas emoções, compaixão, raiva, tristeza, incompreensão, e neste há todos esses sentimentos e alguns mais, o livro te envolve do inicio ao fim e deixa com um gostinho de quero mais.
Espero que todos gostem deste trabalho tanto como eu.
Boa leitura.

Capítulo Um

Julho de 1195, Alarcos.

O rio Guadiana se tingiu de vermelho pelo sangue valente dos vencidos.
Na alta colina, a fortaleza de Alarcos se erguia como guardião sombrio dos corpos que tinham deixado de lutar e que jaziam inertes sobre o áspero chão, alimentando com seu fôlego despejado as brilhantes papoulas.
A terra sedenta bebia a última gota de vida derramada dos cristãos.
O dia se obscureceu pelo pó e o suor dos que tinham brigado com valentia e caído com resignação.
Nobres, prelados, tropas municipais e cavalheiros das ordens militares de Hospital, de Têmpera, de Santiago e de Calatrava tinham unido forças para frear a ofensiva muçulmana que lutava decidida para ganhar terreno castelhano.
O rei Alfonso tinha desdobrado seu exército em posição defensiva em torno da Praça de Alarcos à espera do início da batalha, dando a ordem a suas tropas para se disporem em formação de combate na ladeira sul da colina, mas os almohades não começaram o ataque como o rei castelhano tinha previsto.
Fatigada as tropas cristãs, feridas pelo feroz sol do verão que caía sobre os campos dourados, suportaram em estóico silêncio o peso de suas armaduras e amparos sem mais ânimo que o de seus corações orgulhosos.
Quando ao fim compreenderam que não haveria combate, retiraram-se doentes.
Abu Já'qub Yusuf se mostrou muito ardiloso e paciente.
Ao primeiro raio do amanhecer, o exército almohade começou seu avanço para Alarcos de forma implacável, iniciando a sangrenta batalha.
Em vanguarda partiram os voluntários da fé.
Andaluzes, cenetes, mazmudes que levavam com soberba o estandarte do califa.
Os intrépidos guerreiros cristãos, ao contemplar a insígnia provocadora, lançaram-se cheios de ira contra a precavida frente ignorando que só era um ardil do hábil Abu Já'qub Yusuf, que se encontrava afastado com sua guarda pessoal e outras unidades de elite de seu exército, disposto a entrar em combate no momento decisivo.
O fronte almohade cedeu de forma violenta ante o ímpeto cristão em um encontro violento, e se desdobraram para perdição dos combatentes cristãos, que se entregaram à luta com mais ferocidade que confiança.
Milhares de flechas, tiradas dos alforjes dos arcos, voaram pelo ar obscurecendo o dia durante um momento, e conseguiram ferir multidão de soldados que ficaram estendidos na terra amada que defendiam.

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16 de abril de 2011

A Promessa Do Highlander


Ele jurou que jamais voltaria a confiar em uma mulher até que uma promessa de honra se interpôs em seu juramento.

Kerien McFalcon é um poderoso e valente Laird das Terras Altas que guarda um escuro e vergonhoso segredo em seu passado.
Sente-se torturado pela traição e oprimido pelo remorso.

Foi repudiado por seu pai e denegrido em seus sentimentos masculinos pela atuação de uma mulher. 
Kerien sofre uma maldição difícil de suportar.
Depois da traição de que foi objeto anos atrás, jura a si mesmo que jamais voltará a confiar em uma mulher nem em suas pérfidas maquinações.
Não pode e nem deseja voltar a amar.
Quando o rei da Escócia, Guillermo McAtholl, o envia com três de seus homens ao reino de Castilla em busca de sua filha María, Kerien trata de se esquivar da ordem de todas as formas possíveis, mas Guillermo se mostra férreo em seu empenho de trazer para o seu lado a sua filha sã e salva em todos os sentidos.
Kerien, finalmente, aceita a ordem de seu rei.
Sua chegada a Castilla o inunda em uma voragem de intrigas, pois o príncipe Juan deseja a castelhana morta e mandou seus seguidores à Toledo.
Kerien descobrirá nessa viagem o poder de persuasão do amor e sua incapacidade de controlar os sentimentos que desperta a feiticeira de olhos misteriosos.
A batalha de sentimentos começou.

Comentário da Revisora Kelly : Amei o livro.
Com uma história envolvente, o romance possui tudo o que é necessário para um bom romance de amor, comédia e é lógico lindas cenas de sexo. Uma mocinha durona e cabeça dura, um mocinho lindo e sofredor que é louco pela mocinha, formam um casal
dessa história que possui um final que ninguén imagina.
Vale a pena ler.

Capítulo Um

Reino da Castilla, 1175.
Branca esquadrinhava o bulício que se escutava a essa hora da tarde.
Finalizara-se um dos combates e ela, da estreita abertura da entrada da tenda, olhava de forma suspicaz o robusto cavalheiro que afundava a cabeça uma e outra vez na bacia cheia de água: seus fortes músculos ficavam manifestos em cada movimento de seus braços enquanto se ocupava de refrescar-se e quando elevou a cabeça e a sacudiu com energia, salpicou gotas por toda parte molhando com sua brincadeira o conde de Anjou, Ricardo Plantagenet e seu cunhado Alfonso, ao que apelidavam de "o Nobre".
Ambos riam enquanto o ameaçavam com fortes represálias se continuasse em seu empenho de deixá-los empapados até os ossos.
Desde o noivado de Alfonso de Castilla com Leonor Plantagenet cinco anos atrás, a amizade de Ricardo e Alfonso tinha maturado e crescido.
Ambos os homens estavam destinados a fazer grandes e poderosas obras.
Branca, de seu esconderijo, podia escutar as brincadeiras que compartilhavam apesar das diferenças que os separavam, alguma menção sobre a brilhante atuação dos cavalheiros ingleses no combate.
Branca sabia que a maioria dos participantes do torneio se encontrava tão ébrios que no próximo jogo de anel muitos perderiam mais pela ressaca do que pela falta de habilidade.
O sol estava se ocultando sobre o horizonte brumoso enquanto uma suave brisa ia penetrando pela fresta aberta e dançava brincalhona entre sua fina saia de linho de cor azul.
O mês de setembro seguia sendo ensolarado em Burgos, os olhos castanhos de Branca passearam além das tendas montadas no campo.
Ao lado do imenso e fresco prado se levantavam pódios, profusamente decorados com bandeirolas, emblemas e tapeçarias. Olhou os diferentes brasões que se mostravam, ingleses e normandos.
Os torneios do rei de Castilla eram extremamente conhecidos e cobiçados nos vastos impérios cristãos.
Os campos de batalha e as tribunas para os espectadores se levantavam no outro lado dos muros da ala sul.
A cor verde intensa da grama ressaltava o mosaico de bandeiras de sedas multicoloridas que embelezavam a paisagem castelhana ainda mais.
O campo se encontrava cheio de escudeiros e pajens que carregavam o peso das armaduras levando-as de um lugar para outro segundo as necessidades de seus amos, sem protestar, muito contentes com a comida e o espetáculo.