Uma adorável guerreira com gelo nas veias faz um refém Highlander para resgatar seus parentes.
Quando suas primas são capturadas por um Laird das Terras Altas, ela assume o comando, tomando o braço direito do Laird como refém. O cativo Colban an Curaidh sabe que seu clã não pode guerrear com Rivenloch, então ele conta com sua honra para manter a paz. Hallie sem saber que ela convidou um campeão feito por si mesmo para sua fortaleza, alguém que pretende ganhar seu respeito, encantar seu clã e derreter seu coração. Ele lhe oferece mais e, apenas o ato desesperado de um campeão sem nada a perder pode dar a eles a felicidade que merecem.
Capítulo Um
Rivenloch, The Borders, Escócia
Outono 1155
Hallidis Cameliard e sua prima Feiyan olharam para o buraco na parede do depósito, olhando para o túnel longo e escuro que levava do castelo de Rivenloch à floresta. Por um momento, nenhuma delas conseguiu falar.
Então uma única palavra saiu dos lábios de Hallie como uma maldição fria.
—Jenefer.
Feiyan cruzou os braços e suspirou em concordância desapontada.
—Jenefer.
Hallie sabia que Jenefer era impulsiva e impaciente. Mas as três primas fizeram um pacto. Elas juraram que qualquer ação que as Filhas Guerreiras tomassem contra o invasor, seriam juntas.
Jenefer havia quebrado esse pacto. Usando a passagem secreta de Rivenloch, ela fugiu noite adentro para enfrentar o inimigo sozinha. Agora ela havia arruinado tudo.
Hallie esperava que elas não precisassem enfrentar o inimigo. Pelas contas dela, seus pais voltariam no dia seguinte com boas notícias. Tudo seria decidido sem recorrer a táticas dissimuladas.
—Talvez não seja tarde demais para impedi-la, — Feiyan ofereceu. —Vou pegar minhas armas.
—Sem armas, —Hallie disse, pegando o braço de Feiyan. —Ninguém está começando uma guerra sob meu comando.
Os olhos de Feiyan fervilhavam em rebelião. Mas enquanto seus pais estavam fora, Hallie foi deixada no comando. Feiyan tinha que obedecê-la.
Como a primogênita, Hallie um dia tomaria o lugar de sua mãe Deirdre como Senhor de Rivenloch. E ela levava essas responsabilidades a sério. Ao contrário de Jenefer, que agia primeiro e classificava coisas fora mais tarde.
—Mas nós iremos atrás dela, sim? — Feiyan perguntou. —Não vamos deixá-la enfrentar um montanhês selvagem sozinha.
—Sim, nós iremos. — Hallie juntou as sobrancelhas. Jenefer não lhe deu muita escolha. As três primas eram aliadas jurados desde que eram garotas. —Mas será uma missão de paz.
—Vou buscar minha capa—, disse Feiyan, girando para longe como a névoa. Hallie reconheceu a necessidade de pressa. Parentes eram parentes. Mas ela se recusou a correr cegamente para o perigo. Se Jenefer estava com problemas, eram problemas causados por ela mesma. A impetuosa moça provavelmente merecia o que quer que ela tenha começado. Ainda assim, Hallie entendeu por que ela agiu. As três moças ficaram impotentes, reduzidas a andar pelos corredores de Rivenloch enquanto seus pais estavam pedindo ao rei a propriedade de Creagor, o castelo e as terras adjacentes aos deles.Como o Laird anterior de Creagor morrera sem filhos, Jenefer foi levada a entender que a propriedade um dia seria dela. Infelizmente, o rei de treze anos da Escócia não via as coisas dessa maneira. O recém-coroado rei Malcolm ofereceu a fortaleza da fronteira como prêmio a um montanhês. Um Highlander. Que era, é claro, insuportável.
Por gerações ,desde o momento em que seu primeiro ancestral Viking se casou com uma moça guerreira picta, o clã Rivenloch protegeu as terras da fronteira. Uma longa linha de guerreiros Rivenloch havia servido aos governantes da Escócia com lealdade e honra. Pensar que um rapaz imberbe sentado no trono estalaria os dedos e concederia o precioso Creagor a um bárbaro das Terras Altas era insondável. Ainda assim, a guerra não era a resposta. Seus pais reconheceram isso. Era vital escolher as próprias batalhas.
Sua mãe ensinou Hallie sobre esgrima e estratégia de conflito. Mas eram as habilidades de diplomacia e compromisso —manter o equilíbrio perfeito entre o que alguém merecia e o que estava disposto a sacrificar —que tornariam Hallidis Cameliard uma grande líder.
E agora, cabia a ela decidir qual arma em seu arsenal seria a melhor para atingir esses objetivos.
Ela teria que ser rápida. A impetuosa Jenefer pode já estar com problemas até o pescoço. Mas Hallie não iria despreparada. Jogando para trás sua longa trança loira, ela juntou as saias e correu em direção ao arsenal para falar com alguém em quem pudesse confiar.
—Não confio na moça—, admitiu Rauve d'Honore, sacudindo a cabeça desgrenhada enquanto afiava a espada na pedra de amolar giratória. —Sua prima cabeça quente age antes de pensar.
Hallie examinou o arsenal. Três cavaleiros conversavam em um canto. Mais dois estavam ocupados, polindo a cota de malha. Eles estavam fora do alcance da audição.
—Sim, eu sei—, ela murmurou, —é por isso que devo partir de uma vez.
—Agora?
—Sim, antes que meus pais voltem. Rauve deixou a roda lentamente parar. Ele fez uma careta em desaprovação.Essa carranca podia fazer tremer guerreiros adultos. Especialmente porque Rauve se elevava sobre quase todos. Até Hallie, que possuía a altura de seus antepassados Viking. Como um urso preto grisalho, Rauve podia enviar inimigos lutando por suas vidas com um rosnado e um rugido.
Mas Hallie se lembrava de ser jogada no joelho de Sir Rauve como uma moça. Ele a ensinou a lutar e a levantou quando ela sangrou seu joelho. Não havia guerreiro mais feroz, nenhum defensor mais leal do que Rauve d'Honore.
—Você não vai sozinha. — Ele não estava perguntando a ela. Ele estava contando a ela.
Ela arqueou uma sobrancelha fina. —Você não vem comigo.
—O inferno que eu não vou.
—Eu preciso de você aqui —, disse ela. —Eu preciso que você assuma o comando de Rivenloch na minha ausência. Além disso, terei Feiyan comigo.
Ele zombou. —Aquele ratinho?
—Aquele ratinho virou você de costas ontem—, Hallie o lembrou. —Feiyan pode ser um pouco demais. Mas suas habilidades de luta aprendidas com a serva de sua mãe no Oriente a ajudaram muito. — Rauve resmungou e esfregou a barba negra e grisalha com a mão marcada pela batalha. Ele embainhou sua espada. Então, arrancou a lâmina de Hallie de onde estava pendurada na parede e pressionou-a nas mãos dela.
Ela balançou a cabeça, recusando-se. —Será uma batalha de palavras, não de armas. —
Seus olhos negros se arregalaram. —Você não pode saber disso. Além disso, na floresta? À noite? Perigos se escondem na floresta. Ladrões. Malfeitores. Lobos.