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17 de abril de 2011

O Pecador Das Terras Altas

Saga das Terras Altas/ Família Murray

Entre a paixão e o perigo.

Tormand Murray já acordou inúmeras vezes ao lado de uma mulher, mas nunca de uma que tivesse sido brutalmente assassinada.
Ele não sabe explicar o que aconteceu à sua ex-amante, tampouco sua presença ao lado do corpo mutilado da pobre mulher.
Alguém está empenhado em continuar matando, até que Tormand seja preso e condenado à forca.
E sua única esperança de encontrar o verdadeiro culpado é pedir ajuda a Morainn Ross, uma linda mulher que vive reclusa e que tem o dom da vidência...
Considerada uma bruxa, Morainn nunca conheceu um homem que aceitasse seu estranho dom, e tampouco um que a fizesse se apaixonar.
Não há como resistir ao charme másculo do atraente Tormand, bem como escapar de um inimigo que se torna mais ousado e mais perigoso a cada dia.
E embora uma união entre ambos pareça ser impossível, Morainn sabe que seu destino está ligado para sempre àquele homem que conquistou seu corpo e seu coração...

Capítulo Um

Escócia, verão de 1478
Que cheiro era aquele? Tormand Murray queria se livrar daquele odor que invadia suas narinas. Gemeu ao se virar de lado e a cabeça latejou.
Deitado, cuidadosamente passou a mão pelos cabelos e encontrou a causa.
O couro cabeludo estava inchado e úmido no local machucado, indicando que havia sangrado.
Uma prova de que ele ficara inconsciente por algum tempo. Tentando se livrar da sensação que o incomodava, abriu os olhos.
Sentiu uma fisgada ainda mais aguda e praguejou.
Alguma coisa além da pancada na cabeça o tinha feito ficar inconsciente.
De repente, lembrou-se de que algo fora jogado em suas vistas antes que tivesse desmaiado.
Esfregou os olhos de leve e os abriu apenas o suficiente para ver se havia água por perto para lavá-los.
Caso ele fosse a fonte daquele cheiro horrendo, poderia se banhar também.
Para sua vergonha, em algumas ocasiões, ele acordara malcheiroso devido às bebedeiras e, consequentemente, aos tombos sobre estrume nas ruas.
Porém, nunca tinha se sentido tão sujo como naquele instante, e o fedor começava a embrulhar seu estômago.
Então, todo seu corpo ficou tenso quando reconheceu o cheiro da morte.
Além do odor desagradável de roupas sujas havia o de sangue, muito sangue, que não vinha de seu ferimento.
Logo em seguida, Tormand notou que estava nu.
Por um breve momento, o pânico o dominou.
Será que ele tinha sido jogado em um túmulo aberto? Rapidamente deixou aquela idéia de lado.
Não era terra nem carne humana fria que sentia debaixo dele, mas sim uma cama macia. Com os olhos totalmente abertos, percebeu que a claridade fazia sua cabeça doer ainda mais.
Tudo estava meio embaçado, mas notou que se encontrava em um quarto ricamente decorado e que lhe parecia familiar.
Seu sangue gelou, e ele relutou, em procurar a fonte daquele cheiro. Com certeza não vinha de uma briga, pois não havia nenhum sinal de luta.
Se há um cadáver nesse quarto, é melhor que descubra logo.
Talvez você precise correr.
Ouviu uma voz em sua cabeça que se assemelhava à de seu escudeiro Walter, e ele concordava com a sugestão.
Olhando ao redor, descobriu a morte dividia a cama com ele.
Afastou-se tão rápido do corpo que quase caiu ao chão.
Lutando para se acalmar, saiu da cama e procurou água para lavar os olhos e enxergar melhor.
Após lavar o rosto com o líquido refrescante, a visão embaçada melhorou.
Uma das primeiras coisas que viu depois de se secar foi sua roupa, arrumada sobre uma cadeira, como se ele tivesse sido convidado a ocupar aquele quarto.
Tormand não perdeu tempo e se vestiu.
Olhando em volta à procura de algo mais que pudesse lhe pertencer, pegou as armas e o casaco.
Vencido pela curiosidade, ele foi até a cama.
Sentiu vontade de vomitar quando observou o que um dia tinha sido uma linda mulher.