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28 de agosto de 2011

O Carcereiro De Isbiliya


Rosália, uma valente jovem cristã, entra na conflitiva Al-Andalus disfarçada de homem com a intenção de resgatar a seu pai.

Quando cai em mãos do soldado mais sanguinário do exército muçulmano, suas esperanças de sair com vida de sua aventura se desvanecem.
Yibrail é o torturado primo do califa de Sevilha.
Sobre o ódio que sente pelos cristãos tão somente prevalece o ressentimento para sua mãe, que o abandonou quando ainda era um menino.
Mas seus sentimentos se tornarão quase imperceptíveis ante a força do amor que Rosália acorda nele.
O ímpeto de uma paixão proibida e o desejo de um amor abrasador.
Conseguirão Rosália e Yibrail vencer ao destino?

Comentário revisora Ana Julia: Só tenho a agradecer por ter feito parte desse trabalho, é um dos livros mais lindos que já li!
É muito bom quando um livro nos leva a ter tantas emoções, compaixão, raiva, tristeza, incompreensão, e neste há todos esses sentimentos e alguns mais, o livro te envolve do inicio ao fim e deixa com um gostinho de quero mais.
Espero que todos gostem deste trabalho tanto como eu.
Boa leitura.

Capítulo Um

Julho de 1195, Alarcos.

O rio Guadiana se tingiu de vermelho pelo sangue valente dos vencidos.
Na alta colina, a fortaleza de Alarcos se erguia como guardião sombrio dos corpos que tinham deixado de lutar e que jaziam inertes sobre o áspero chão, alimentando com seu fôlego despejado as brilhantes papoulas.
A terra sedenta bebia a última gota de vida derramada dos cristãos.
O dia se obscureceu pelo pó e o suor dos que tinham brigado com valentia e caído com resignação.
Nobres, prelados, tropas municipais e cavalheiros das ordens militares de Hospital, de Têmpera, de Santiago e de Calatrava tinham unido forças para frear a ofensiva muçulmana que lutava decidida para ganhar terreno castelhano.
O rei Alfonso tinha desdobrado seu exército em posição defensiva em torno da Praça de Alarcos à espera do início da batalha, dando a ordem a suas tropas para se disporem em formação de combate na ladeira sul da colina, mas os almohades não começaram o ataque como o rei castelhano tinha previsto.
Fatigada as tropas cristãs, feridas pelo feroz sol do verão que caía sobre os campos dourados, suportaram em estóico silêncio o peso de suas armaduras e amparos sem mais ânimo que o de seus corações orgulhosos.
Quando ao fim compreenderam que não haveria combate, retiraram-se doentes.
Abu Já'qub Yusuf se mostrou muito ardiloso e paciente.
Ao primeiro raio do amanhecer, o exército almohade começou seu avanço para Alarcos de forma implacável, iniciando a sangrenta batalha.
Em vanguarda partiram os voluntários da fé.
Andaluzes, cenetes, mazmudes que levavam com soberba o estandarte do califa.
Os intrépidos guerreiros cristãos, ao contemplar a insígnia provocadora, lançaram-se cheios de ira contra a precavida frente ignorando que só era um ardil do hábil Abu Já'qub Yusuf, que se encontrava afastado com sua guarda pessoal e outras unidades de elite de seu exército, disposto a entrar em combate no momento decisivo.
O fronte almohade cedeu de forma violenta ante o ímpeto cristão em um encontro violento, e se desdobraram para perdição dos combatentes cristãos, que se entregaram à luta com mais ferocidade que confiança.
Milhares de flechas, tiradas dos alforjes dos arcos, voaram pelo ar obscurecendo o dia durante um momento, e conseguiram ferir multidão de soldados que ficaram estendidos na terra amada que defendiam.

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