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20 de janeiro de 2016

Os Doces Anos



Quando Linnea chega a Álamo não imagina que o homem irritado que a recebe na estação de trem se converterá em seu grande amor. 

Com apenas dezoito anos, a veemente e alegre Linnea é a nova professora e está determinada a conquistar um lugar na família que a acolhe assim como dentro da comunidade. Theodore é um agricultor de trinta e quatro anos que vive com sua mãe e seu filho de 16 anos de idade. 
Tal como outros agricultores, Teddy está principalmente preocupado com a colheita, e quando Linnea vem viver em sua casa, ele se sente invadido e irritado porque ela não respeita as regras tácitas da comunidade. 
Lentamente, em meio às tarefas diárias, um profundo amor surge entre eles. Assustados com a diferença de idade entre ambos, Teddy tenta ficar longe de Linnea. Mas ela está pronta para aceitar o desafio, porque sabe que ele é o seu destino.

Capítulo Um

Não estava adormecida nem acordada: Linnea Brandonberg se achava em um estranho estado de fantasia induzido — desta vez — pelo estalo continuo e rítmico que se transmitia através do chão do trem. Em posição recatada, com os joelhos juntos, olhava frequentemente os pés para admirar os sapatos mais bonitos que já vira, com ponteiras de couro brilhantes e lisos, de couro de cabra negro cobrindo não só os pés, mas também uns quinze centímetros da panturrilha. 
O assombroso era que não possuíam botões nem laços, mas se ajustavam por meio de uma longa tira de elástico forte que ia da metade da tíbia até debaixo do osso do tornozelo, a cada lado. Mas o mais importante era que se tratava dos primeiros sapatos de salto alto que tinha. Só somavam dois centímetros e meio a sua estatura, mas muito mais anos a sua maturidade.
Isso esperava.
Ali estava ele na estação, esperando para recebê-la: um diretor escolar de tirar o fôlego, conduzindo uma elegante carruagem Stanhope para dois, puxada por dois reluzentes baios...
— Senhorita Brandonberg?
Sua voz era rica e cativante e um sorriso deslumbrante iluminava o bonito rosto. Tirou o chapéu alto, deixando ver um cabelo da cor do centeio ao entardecer.
— Senhor Dahl?
— A suas ordens. Estamos encantados em recebê-la, por fim, conosco. Oh, por favor, me permita... levarei sua mala! — Quando colocou a bagagem no baú da carruagem, ela percebeu quão bem se ajustava a jaqueta negra do traje aos ombros bem formados e quando se voltou para ajudá-la a subir, ela
notou que ele usava um colarinho de celuloide novo em honra a ocasião. — Agora, tome cuidado.
Ele tinha umas mãos maravilhosas, de longos e pálidos dedos, que seguraram solícitos as suas quando a ajudou a subir.
— Senhorita Brandonberg, a sua esquerda verá a ópera, nosso estabelecimento mais novo, e espero que, à primeira oportunidade, possamos assistir juntos a uma apresentação.
Um látego fino estalou sobre a cabeça dos animais e eles arrancaram. O cotovelo do homem se chocava levemente com o seu.
— Uma ópera! — Exalou, com feminina surpresa, apoiando com delicadeza os dedos sobre o coração. — Não imaginei que aqui houvesse um teatro de ópera!