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23 de novembro de 2012

Paixão De Outono




Em um pequeno povoado dos Estados Unidos, Millicent vive entregue aos cuidados de um irmão paralítico.

Tal é sua abnegação que, aos trinta anos, renunciou já a toda possibilidade de matrimônio.
Entretanto, esta convicção se desmorona quando em sua vida irrompe Jonathan, um arrumado viúvo que comprou o periódico local e se estabelece no povo com sua filha de dez anos. 
Através da menina, conflitiva devido à ausência de uma mãe, a relação entre o Millicent e Jonathan se estreita e a mútua simpatia dá passo ao amor. 
Mas o caminho não será fácil. 
Os falatórios maliciosos e as obrigações do Millicent com seu irmão se interpõem entre eles. 

Capítulo Um

Havia um desconhecido no pátio da casa do lado. Millicent o viu logo que saiu de sua casa, com seu vestido de calicó, conhecido como o «penteador», e o velho chapéu que ficava para trabalhar no jardim. 
Saiu ao alpendre e contemplou com orgulho as pulcras fileiras de flores que cresciam frente à casa, ao longo da cerca que rodeava o pátio dianteiro, e no jardim retangular este lado. 
Depois cruzou o pátio, carregada com as grossas luvas de trabalho e os úteis de jardinagem, em direção à curta cerca branca que se estendia entre os pátios dianteiros da casa Hayes e a antiga mansão da viúva Bell, o edifício contiguo. 
Seus apreciados lírios estavam plantados junto a aquela cerca, altos e rígidos; as cabezuelas quedas pareciam muito pesadas para os caules. 
Quando se aproximou dos maciços de flores, olhou em direção a casa Bell, e então viu o homem. Sobressaltou-lhe tanto ver alguém ali que deixou cair ao chão as luvas e as ferramentas e ficou imóvel, lhe olhando. 
Fazia quase um ano que a casa contigua estava vazio, da morte da viúva Bell. 
Nunca ia ninguém, exceto quando a escrivaninha do advogado enviava a alguém para arrancar as más ervas. A gente dizia que à viúva só a tinha sobrevivido uma filha. 
Vivia em Dálias e nem se expor mudar-se ao Emmetsville. Durante meses todo mundo se perguntou o que ia ser da casa. 
 O homem ia muito bem vestido, pensou Millicent, para ser um vagabundo ou um ladrão. 
Era de média estatura, talvez um pouco mais alto do normal, e bem proporcionado. 
Levava chapéu negro, mas como meu - girou em outra direção não pôde lhe ver as feições. 
Esperou com impaciência a que se desse a volta, consumida pela curiosidade. 
 O homem se tirou o chapéu quando jogou a cabeça para trás para observar o segundo piso da casa. 
A luz do sol arrancou brilhos dourados de seu cabelo, no qual se misturavam mechas loira cinza e castanho claro. Millicent se convenceu então de que não lhe conhecia. 
Não havia nenhum homem na cidade com o cabelo daquela cor, a meio caminho entre o amarelo do milho e o dourado pálido do trigo. 
Além disso, havia poucas pessoas na cidade que Millicent não conhecesse. 
Em uma população do tamanho do Emmetsville, um forasteiro sempre era notícia, sobre tudo se se dedicava a contemplar a velha casa Bell. 
O homem subiu os desmantelados degraus do alpendre, abriu a porta com uma chave e entrou. 
A curiosidade do Millicent aumentou. 
O fato de que abrisse a porta c6n chave significava que o senhor Carter, advogado da viúva e administrador de suas propriedades, a tinha dado. 
Devia estar pensando muito seriamente em comprar a casa ou em alugá-la. 
Millicent se deu conta então de que se seguia com a vista cravada no outro pátio, acabaria por chamar a atenção.
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