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6 de agosto de 2011

Pura Como A Neve






Pela primeira vez em sua vida de conquistador, o duque de Ravenstock encontrava uma mulher que não sentia a menor atração por ele.

Passeando juntos pelos bosques de Paris, ceando à luz de velas ou dançando, Anoushka nunca demonstrava nenhuma emoção especial.
Era tão ingênua, que nem sequer percebia o crescente desejo de Raven por ela.
O mais desesperador era que estavam casados!

O duque sentia-se preso na própria armadilha: não tinha feito tanta questão de casar com uma jovem pura e inocente?
Agora, não podia se queixar. Anoushka, sua esposa virgem, era exatamente assim: tão imaculada, que Raven não ousava tocá-la.
E achava que nunca ousaria.

Capítulo Um

1889
A porta da biblioteca se abriu e o sr. Matthews, secretário particular e administrador do duque de Ravenstock, veio ao encontro do patrão, que estava escrevendo perto da janela.
Esperou respeitosamente, até que, passados uns segundos, o duque levantou a cabeça para perguntar, com impaciência:
- O que quer, Matthews?
- Devo informar Vossa Graça de que acaba de chegar um presente de Suas Altezas Reais, o príncipe e a princesa de Gales.
- E o que é? - perguntou o duque, interessando-se.
- Uma jarra para flores, senhor.
- Outra? - resmungou o duque.
- Esta é muito bonita, senhor: em prata, do início da época georgiana.
- Isso significa que tenho que escrever mais uma carta.
- Receio que sim.
- Bem, faça a minuta e junte às outras. Não tenho a menor intenção de passar minha lua-de-mel escrevendo cartas.
- Estou certo de que aqueles que tiverem que esperar pelos agradecimentos compreenderão muito bem.
O duque sorriu e, ao reparar na expressão do patrão, Matthews pensou que era perfeitamente compreensível que as mulheres achassem o duque irresistível.
Alto, bem constituído e muito bonito, ele era o homem mais atraente de Londres e o mais elegante também.
Era alvo de toda espécie de mexericos sobre seus romances e suas vitórias nas corridas de cavalos, mas o duque ficava divertido com essa notoriedade e não ligava a quem o criticava.
Porque seu nome, Raven, também significava "corvo".
Escolhera a cor preta para representá-lo: pretas eram suas carruagens e essa era a cor com que corriam seus animais.

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