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9 de abril de 2013

Quase Inocente

Série Almost






A jovem Magdalena, criada atrás das impenetráveis muralhas de uma fortaleza inglesa, não sabe que é filha ilegítima de um poderoso príncipe inglês e sua esposa francesa assassinada, nem que é um peão na guerra entre a Inglaterra e a França desde que saiu do ventre de sua moribunda mãe. 


Ela só quer um pouco de emoção em sua vida. 
Assim, um dia entra em seu mundo o magnífico Guy de Gervais, um autêntico cavaleiro de brilhante armadura, e a leva em um piscar de olhos. 
Para Magdalena se trata de um amor à primeira vista, mas para Guy só importa sua responsabilidade de manter a jovem a salvo até que ela se case com seu sobrinho e cumpra com seu destino político. 

Capítulo Um 

Carcassonne, 1360. 
O interior da cabana, de palha e barro, estava escuro; escuro e frio. Rajadas de vento gélido passavam pelo buraco do teto que servia de chaminé, formando redemoinhos da fumaça das brasas no ar úmido e frio. 
Apesar do frio, algumas pulgas saltavam sobre os destroçados juncos que cobriam o chão de terra batida. A menina batia as mãos em uma perna distraidamente, com seu interesse fixo na espumosa superfície do líquido que havia em um prato de louça colocado sobre o chão. 
—O que você vê Jennet? — sussurrou com temor tentando interpretar a mensagem mágica que nunca escapava à sua amiga. Jennet, a Louca, sacudiu a cabeça e grunhiu com mais ironia que humor: 
—Me chamam “a Louca”, porém tenho mais senso que a maioria das pessoas. Não esqueça nunca disso, minha pequena senhorita. 
—Não o farei. — disse Magdalena, preocupada em não ofendê-la em um momento tão importante. 
—O que vê? A bruxa começou a recitar com voz inexpressiva: 
—Água e uma terra com espaços abertos. Era muito decepcionante. 
—Irei a essa terra? — perguntou a menina desejando tirar algum significado da imagem. 
—Quem pode dizer? — Jennet, a Louca, cruzou a pernas, levou um frasco de couro aos lábios e bebeu dele um grande gole. —
Quem pode dizer? — secou a boca com o dorso de uma mão enrugada e ossuda. Magdalena sabia por experiência que uma vez que Jennet, a Louca, começava a beber do frasco não havia mais revelações. Desconsoladamente, se pôs de pé sacudindo sua bata holandesa, de cor laranja, nas zonas em que sabia, ainda que não pudesse ver na penumbra, que coisas asquerosas haviam se enganchado. 
—Disse que me prepararia um feitiço para que ocorresse algo. 
—E o quê gostaria que ocorresse, jovem donzela? — a velha levantou a mão até uma prateleira na parede e baixou uma caixa. 
—Qualquer coisa — disse Magdalena. —O que seja. Jennet, a Louca, a olhou na penumbra. 
—Algum dia já não terá esse desejo. Chegará um dia em que rezará para que nada mude. Por pior que seja, desejará que não mude, por medo de que o que está por vir seja pior. Magdalena estremeceu. 
Com Jennet, a Louca, nunca se podia saber quando suas previsões nasciam de premonições e quando eram simples disparates. 
—Dê-me a mão. Obediente, a menina estendeu a mão com a palma para cima e viu como a velha remexia na caixa, escolhia algumas coisas e as colocava sobre sua mão. 
Havia mechas de cabelo, ossinhos, um olho de serpente, um dente de gato e um pouco de alguma substância em pó. 
Magdalena ficou olhando-os, fascinada e assustada ante aquela clara prova da capacidade da anciã para fazer feitiços
—Deixe-os debaixo de seu travesseiro durante três noites — disse Jennet — e assegure-se de cear somente caldo. O feitiço não funcionará se sua barriga estiver muito cheia. 
Magdalena pensou em colocar aquela coleção de coisas sob o travesseiro da cama que compartilhava com sua tia e seu coração se acelerou um pouco, ainda que o riso aparecesse no fundo de sua garganta.
Engoliu o riso, pensando que sua amiga a acharia pouco respeitosa depois de tão impressionante presente, agradeceu à anciã e saiu com cautela da cabana. 
Por desgraça, sua cautela não foi suficiente. Lorde Bellair estava parado sobre as muralhas de seu castelo olhando fixamente a obscura mata do bosque de Radnor. 
Era daquelas densas e escuras profundidades que teria que vir uma incursão, e a presença de sentinelas nas quatro torres da fortaleza refletia o estado de alerta do castelo.
O dever dos senhores de Marca, e lorde Bellair era um deles, consistia em proteger a fronteira de intrusos oriundos dos vales da Gália. 
Os senhores manteriam seus domínios, que se estendia ao largo da fronteira, em nome do rei, e ninguém era mais consciente que lorde Bellair da importância de sua tarefa e da honra que ela implicava. 
Naquele dia nublado e ventoso de fevereiro, de todos os modos, este senhor de Marca esperava visitantes pacíficos para uma questão de negócios que o preocupava consideravelmente. 



Série Almost
1- Quase uma Namorada 
2- Quase uma Dama
3- Quase Inocente
Série concluída



9 de fevereiro de 2011

Quase Uma Dama

Série Almost



Meg se sente asfixiada pelas rígidas normas inglesas e suas damas, que a criticam por continuar solteira.

Numa tarde de tormenta uma carruagem bloqueou-lhe a passagem nas estreitas ruas de Folkestone e ao tentar evitá-las, cai inconsciente sob suas rodas.
Quando acorda se encontra a bordo do navio Mary Rose.
Cosimo é um capitão de navio com uma vida dupla já que também é espião.
Quando descobre Meg em seu navio decide retê-la e instruí-la na arte da espionagem para que lhe ajude em sua próxima missão.
A jovem se nega a participar de seus planos, mas é muito tarde, porque o rebelde capitão ocupou com força o seu coração e se dá conta de que não pode deixá-lo só, em tão perigosa missão.
O desejo e a aventura estão servidos.

Capítulo Um

As duas mulheres que passeavam de braços dados pelos The Leas, na costa de Folkestone, levantavam em seus passos murmúrios de admiração.
O contraste que ofereciam os traços físicos de ambas resultava surpreendente: uma alta e de figura delicada, de pele cor de marfim, cabelo escuro e uns grandes olhos castanho dourados; a outra, miúda, com a pele pálida e sardenta tão típica das ruivas e uns vivos olhos verdes.
Meg Barratt se deteve, soltou o braço de sua amiga e se voltou para contemplar as águas do estreito de Dover.
Apoiou-se no muro com os braços cruzados e elevou o rosto, deixando-se salpicar pela espuma salgada.
A brisa agitava seus cabelos e os cachos de cabelo vermelhos revoavam em torno do afilado rosto.
Pôs-se a rir e segurou com a mão seu elegante chapéu de palha.
— Tenho certeza que se aproxima uma tormenta, Bela — observou.
Sua amiga, que se tinha detido também, farejou o ar.
— Não acredito. O céu está azul, o mar também e não se vê uma só nuvem.
— Olhe para lá.
Meg assinalou o horizonte, por onde começava a vislumbrar um escuro banco de nuvens.
A duquesa de Saint Jules sacudiu a cabeça com ar divertido.
— Você sempre se achou uma expert em meteorologia.
— Não foi à toa que me criei no campo, garota — replicou Meg com uma exagerada imitação do acento de Kent.
— Inclusive sou capaz de predizer as marés.
— Até eu sou capaz disso — divertiu-se sua amiga com a vista fixa na costa.
— Basta observar o porto.
The Leas é uma grande área de terra de propriedade e mantido pelo National Trust, ao longo das falésias osteiras de South Shields, Inglaterra.











Série Almost
1. Quase uma Namorada
2. Quase uma Dama
3- Quase Inocente
Série Concluída

Série Almost

1- QUASE UMA NAMORADA






Jack Fortescu, duque do Saint Jules, está decidido a vingar-se de Frederick Lacey, o homem que denunciou sua irmã Charlotte a segurança de Robespierre, e para isso organiza uma partida de cartas em que Lacey joga todos seus bens, inclusive a mansão que possui nos subúrbios de Londres e o que contém.

Jack ganha e Frederick, arruinado, suicida-se.

Entre o conteúdo da casa se encontra a meio-irmã de Frederick, a jovem e segura Arabella que leva uma vida campestre dedicada ao cultivo de orquídeas, afastada da vida mundana e *sibarita de Londres.
Como parte de seu plano, o charmoso duque lhe propõe um matrimônio de conveniência para que a jovem não tenha que abandonar a casa.
Arabella aceita a única opção que tem fascinada pelo misterioso duque.
Entretanto, descobrirá que entre eles se eleva um muro inacessível e Arabella lutará por desvendar esse passado secreto que tanto atormenta ao Jack.

Capítulo Um

O roçar dos naipes sobre a toalha de mesa, as moedas tilintando dos jogadores ao fazerem suas apostas e o suave murmúrio dos lacaios as cantando eram tudo o que se ouvia no salão interior do clube de jogo do Brooke.
Havia seis homens na mesa de faraó: cinco contra a banca.
Usavam luvas de camurça sobre as rendas de suas mangas e viseiras do mesmo material para proteger seus olhos do brilho dos candelabros, cujas inumeráveis velas lançavam uma luminosidade cegante sobre a toalha de mesa.
O rosto do banqueiro se mantinha inexpressivo enquanto repartia as cartas, olhava as apostas sobre a mesa e pagava ou recolhia o dinheiro ganho no final de cada rodada.
Aos olhos dos espectadores reunidos na sala, era como se para Jack Fortescu, duque do Saint Jules, fosse totalmente indiferente ganhar ou perder.
Mas alguns sabiam que a realidade era muito diferente das aparências.
Naquele elegante salão — onde, apesar do avançado da noite, deixava-se sentir ainda o mormaço do caloroso dia do verão; o ar viciado pela mistura de suor, perfume rançoso e vinho — tinha lugar algo mais que um convencional jogo de azar.
Tão somente Frederick Lacey, conde do Dunston, seguia colocando suas apostas sobre a mesa de jogo, com uma intensidade quase febril.
Quando perdia, limitava-se a empurrar bruscamente as pilhas de moedas para o outro lado da mesa, onde se sentava o banqueiro, e a fazer uma nova aposta.
O duque, como sempre impassível, voltava às cartas com firme gesto, colocando os trunfos a sua direita e as cartas falsas a sua esquerda.
Uma só vez levantou fugazmente o olhar para medir a seu oponente, e logo deixou cair sua vista outra vez sobre a mesa. Nenhum dos dois pronunciou uma só palavra.
— Santo Deus!, Jack tem o diabo no corpo esta noite









Série Almost
1. Quase uma Namorada
2. Quase uma Dama
3- Quase Inocente
Série Concluída