Mostrando postagens com marcador Série Doce Londres. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Série Doce Londres. Mostrar todas as postagens

22 de maio de 2019

Doce Aventura

Série Doce Londres
Quando o coração escolhe, não importa o que aconteça ao redor, ele saberá a quem pertence.

Lady Daisy Hamilton não será a típica jovem que deslumbrará a sociedade em sua apresentação e nem em outros eventos que compareça. No entanto, quando a magia de Clarissa, sua cunhada, trabalhar sobre ela, dois homens ficarão encantados. Encontrar um marido é o objetivo desses eventos, mas não será fácil para Lady Daisy, porque seu coração clama por seu cavalheiro desconhecido, o homem que conseguiu fazê-la se apaixonar graças a uma incomum troca de cartas.
Lorde Andrew Bladeston, Visconde de Bradford, fechou seu coração para o amor quando a garota que ele acreditava amar virou-lhe às costas. Por isso, decidiu continuar com sua vocação - os estudos de manuscritos antigos - e nunca mais confiar em uma mulher. Mas sua estabilidade emocional se verá abalada quando receber uma carta misteriosa e começar a sentir que pode voltar a se apaixonar.
Ambos os jovens, se conhecem desde crianças, mas, entre eles, nunca houve uma relação que pudesse uni-los. Porém voltam a se encontrar quando Lady Daisy faz uma descoberta que a coloca em perigo. Juntos, viverão mais que uma aventura, a qual, aparentemente, foi destinada a eles.

Capítulo Um

Londres, Inglaterra. Abril de 1811.
Passou semanas esperando por esse dia. Havia preparado cada detalhe meticulosamente e tinha chegado o momento. Seus nervos estavam brincando com ele.
— Não pode ser! Vamos, Andy. Acalme-se, homem! — disse a si mesmo, tentando recuperar o equilíbrio.
Sua carruagem parou em frente a uma casa de dois andares descuidada e sem pintura. A propriedade não estava localizada nos subúrbios de Londres, mas, ainda assim, longe dos bairros elegantes localizados, principalmente, de Mayfair e Berkerley Square.
De repente, uma porta em ruínas se abriu e uma figura esguia coberta por um casaco preto longo saiu e a fechou silenciosamente. Seu coração acelerou de emoção e antecipação apenas por vê-la. Ela subiu e sentou-se na frente dele jogando para trás o capuz de seu manto de veludo, inundando o interior com sua atraente fragrância floral. Um adorável cabelo louro claro veio à vista, e Andy voltou a se sentir cativado por sua beleza, como a primeira vez que a viu.
Havia ido, obrigado por sua mãe, a um baile de apresentação no Almack’s. Quando o mordomo apresentou Miss Amélia Wallace, não se interessou e continuou a conversa com Lord Colin Benett, Conde de Vander. Mas, ao ver o espanto que o amigo havia esboçado, virou-se para a grande escadaria do salão e entendeu a reação dele e dos outros rapazes.
A dama que descia pela escadaria era a visão mais magnífica que seus olhos haviam visto. Cabelo como o ouro mais fino, olhos brilhantes como um céu de verão, uma figura sedutora, esbelta e bem torneada nos lugares certos. Ela era elegante, perfeita, irreal, etérea. E Andrew sentiu-se arrebatado no mesmo instante.
Naquela mesma noite, por intermédio de seu irmão, conseguiu que os apresentassem. Seu irmão conhecia o pai da dama, um homem gordo que, apesar de ter o título de barão, havia perdido toda a sua fortuna no jogo e, como Nick tinha avisado, estava à procura de algum desavisado que caísse em sua rede e assim pudesse casar a sua única filha.
Ainda assim, não se importou com o que ouviu, queria apenas conhecê-la, falar com ela. E ao fazê-lo, percebeu sua timidez, simplicidade e nobreza, passando do arrebatamento para estar totalmente encantado por ela.
A beleza inigualável da Srta. Wallace tinha feito com que dezenas de cavaleiros a assediassem em cada dança, e que sua lista de admiradores e pretendentes não demorasse a crescer.
Mas isso não tinha desanimado Andrew, que com apenas esse encontro, pôde sentir uma grande conexão surgir entre eles. Sendo assim, resolveu encontrar sua própria maneira para aproximar-se da jovem sem ter que se preocupar com a concorrência. E conseguiu. Aparecendo diariamente no Hyde Park, onde ela fazia sua caminhada matinal acompanhada por sua dama de companhia.
Duas semanas depois a relação entre eles havia se fortalecido, mas o que parecia perfeito estava prestes a desmoronar.
Amélia, em uma manhã, apareceu desesperada e chorando copiosamente. Andrew ficou preocupado e depois de insistir muito que confiasse nele, a dama confessou que seu pai havia aceitado uma proposta de casamento e que iria casá-la com um duque trinta anos mais velho e extremamente rico.
Andy ficou horrorizado e sentiu seu coração doer somente com o pensamento de que a afastassem dele. Então, se armou de coragem, e apesar de não ter demonstrado seus verdadeiros sentimentos por ela até agora, confessou que a amava. Amélia jogou-se em seus braços chorando muito e dizendo que também o amava.
Uma semana mais tarde, depois de Amélia assegurar que seu pai não o aceitaria como candidato e que estava determinado a casá-la com o velho duque, Andrew lhe propôs matrimônio e haviam decidido que deviam fugir para Gretna Green. Esse foi o dia mais feliz de sua vida, não podia acreditar que aquela mulher tão linda o tinha escolhido. Até que tudo estivesse terminado, ninguém poderia saber dos seus planos para não correrem o risco de serem impedidos ou que arruinassem a reputação de Amélia.
Um pouco mais de um mês do dia em que viu pela primeira vez a sua prometida, Andrew estava na carruagem da família com todas às suas economias e mais três meses de mesada que Nicholas havia lhe adiantado quando lhe disse que iria fazer uma viagem de poucos dias.
— Drew…


 




Série Doce Londres
3-  Doce promessa
4- Doce Aventura
Série concluída

8 de maio de 2019

Doce promessa

Série Doce Londres
Face o perigo de morte, do mistério e da tentação, haverá uma luta entre o ressentimento, o orgulho e a lembrança de uma doce promessa de amor.

Para a sociedade inglesa Sebastien Albrigth, Conde de Gauss, é apenas um libertino despreocupado que gasta seus dias a prazeres carnais e divertidos. É a máscara perfeita para esconder sua verdadeira identidade, a do misterioso espião conhecido como o Falcão Branco. Lady Emily Asher, apesar de ser uma beleza, é rejeitada como a filha do Marquês Louco. Mas ela esconde um segredo: o motivo da insanidade do pai e a perda da mãe. Ao fazer uma descoberta macabra é ameaçada e forçada a fugir, tornando-se a Dama Negra. Quando o famoso perseguidor da coroa persegue a misteriosa mulher por trás da máscara, os amantes do passado se encontrarão novamente e enfrentarão as encruzilhadas que o amor e o desejo irão interpô-los.

Capítulo Um

A agitação do lugar o recebeu logo que passou pelas portas. Assim que ele entrou uma das mulheres seminuas se aproximou dele e o guiou a uma mesa. Uma vez sentado e com a bebida na mão, ele começou a examinar o local. Aquele clube era um dos melhores em Londres, localizado na periferia entre a zona mais rica e o East End, o setor marginal de Londres.
Os clientes que vinham ao Place Club, deveriam atender a requisitos específicos. Manter absoluta discrição e ter um alto poder aquisitivo. As apostas que foram dadas não eram para todos, porque a mercadoria oferecida era a mais exclusiva no mercado.
O animador anunciou que naquela noite novas mulheres seriam anunciadas, e a clientela gritou de alegria. Em outro momento, ele poderia ter se interessado por aquela informação, mas não naquele. Ele não estava ali para sucumbir aos seus desejos mais básicos, como tinha feito em numerosas ocasiões.
—Não! — Naquele momento, estava frustrado e irritado como o inferno. Dois meses! Dois malditos meses e não tinha nada. Nenhum indício, nem um único vestígio, nenhuma idéia maldita sobre onde procurar. Sentia-se um completo idiota. Apenas algumas semanas atrás, ele a deixou a um passo, inclusive sob o mesmo teto. E não tinha notado, ele não a reconheceu. Então, tinha praticamente escorrido por entre seus dedos, em meio a Vauxhall Garden.
Quando sua tia, Lady Ashton, desesperada recorreu a ele, não pôde negar-lhe ajuda. Afinal, a menina era a pequena família que a velha tinha, e por isso que ele entendia seu desespero por não encontrar a filha de seu único irmão. Embora, se fosse por ele, não teria movido um único dedo para procura-la.
Ele odiava essa mulher com toda a força de sua alma, mas não podia ignorar o sofrimento da esposa de seu falecido tio paterno, e somente por isso havia concordado em ir atrás dela em primeiro lugar. No entanto, ao longo das semanas, a busca infrutífera e as constantes voltas que lhe dava, havia convertido sua tentativa de encontrar Emily em um desafio pessoal.
A última vez, ela havia aparecido na casa da sua irmã disfarçada para não ser reconhecida, e depois disso forneceu dados valiosos que ajudaram a encontrar a cunhada de sua irmã, que havia sido sequestrada, voltou a desaparecer, frustrando mais uma vez sua intenção de encontra-la, pois não se deu conta de sua identidade até que fosse tarde demais.
Acha-la tornou-se um desafio para ele, e não iria desistir até encontra-la. Emily Asher tinha finalmente se tornado sua obsessão ... Novamente.
O animador anunciou o próximo leilão, e relutantemente, Sebastien olhou para o pequeno palco.
— Maldição, não estou com humor para isso. É melhor que o cara que passou a informação, de que uma mulher estranha tinha pedido para trabalhar aqui, não tenha mentido — pensou com raiva, olhando para a mulher ajoelhada no centro do palco.
A iluminação era tênue na zona das mesas, não na plataforma onde a mulher parecia brilhar. Uma música afrodisíaca começou a tocar e parecia ser o sinal que ela esperava para começar a sua coreografia.
Seu cabelo negro caiu para trás quando ela levantou a cabeça lentamente. Ela arqueou as costas para se apoiar nas suas pernas dobradas, deixando a vista os seios preciosos vestidos num espartilho preto.
Tudo ao redor de Sebastien desapareceu, deixando sua mente absorvida pela visão requintada. Sua boca molhou quando a viu endireitar-se e sensualmente abrir suas longas pernas. Seu corpo inteiro ficou tenso de desejo e luxúria crua quando a jovem se levantou e caminhou em direção à frente do palco, e parou em uma pose erótica final.
O silêncio na sala era esmagador e, em seguida, o mundo desabou. Mas Sebastien só tinha olhos para a cativante mulher erguida orgulhosamente sobre o palco.
Um impulso de frenética necessidade o invadiu e a urgência de tê-la se apoderou dele, levando-o à beira da loucura quando ele percebeu que não era o único que a cobiçava, mergulhando-o em um fluxo imprevisível de posse e de pertence. E apenas alguns minutos depois, se encontrava puxando a mão delicada, afirmando-a como sua. Ela congelou em seus braços, e logo seus olhos encontraram os dela. Ele não poderia dizer a sua cor, porque a profundidade da máscara que ela usava não permitia isso. Ainda assim, a intensidade em seus olhos causava algo em seu interior, fazendo-o vibrar e estremecer.
A Dama Negra prendeu a respiração, reagindo somente quando sentiu os braços se movendo para abaixá-la. O conde colocou-a no chão, mas continuou a segurá-la pelo braço.
Ela começou a se afastar, mas isso ele não permitiria.
— Aonde você está indo?








Série Doce Londres
1 - Doce Inimizade
2-  Doce Atração
3-  Doce promessa
Série concluída

10 de abril de 2019

Doce Atração

Série Doce Londres
Lady Clarissa Bladeston, como a irmã do Duque de Stanton, está acostumada a ser elogiada e solicitada entre a nobreza inglesa. 

Sua linhagem e beleza auguram sucesso absoluto em sua primeira temporada social. No entanto, os resultados não podem ser mais desastrosos, pois o único homem que amou e ao qual pertence seu coração está muito longe de suas possibilidades.
Steven Hamilton, Conde Baltimore, é conhecido por sua atratividade incomparável e sorriso lendário, e leva a vida feliz de um solteiro convicto. Apesar disso, sob sua aparência leviana, ele esconde um segredo assustador. A misteriosa morte de seus pais não resolvida e uma descoberta aterrorizante forçaram-no a fazer um terrível juramento. Cercado de mistério, suspeita, perigo e morte, um duelo de vontades será travado entre eles, onde a paixão e o amor finalmente triunfarão.

Capítulo Um

Londres, Inglaterra, 1815
Sentada na janela da sua sala favorita da casa, Clarissa Bladeston olhava, com expressão melancólica, a profusão de rosas que decorava o belo jardim de sua mãe.
A primavera estava em seu esplendor; maio chegou com ar de romance e amor, contagiando todo aquele que fervilhava pela bela Londres. A temporada social estava plena nesse momento: a cada noite se celebrava várias festas, de modo que as anfitriãs deviam competir para tentar atrair a multidão de nobres para o seu evento, e, assim, garantir o sucesso do mesmo.
Para qualquer pessoa, ser a filha de um Duque e pertencer à classe nobre e privilegiada, estar em sua primeira temporada, assistir a cada noite um baile diferente, passar suas tardes passeando pelo Hyde Park ou em piqueniques campestres e ter como passatempo ir as compras pela Bow Street seria o paraíso absoluto, um sonho realizado. 
Para qualquer uma, menos para ela. Colocando-se de pé, saiu da sala de estar para subir a seu quarto. Uma vez ali, sentou-se em seu toucador e observou seu reflexo no espelho. Sua imagem era a de sempre: seu cabelo loiro claro continuava impecavelmente penteado, seus olhos azuis e seus longos cílios a olhavam com aborrecimento, e uma expressão zangada se percebia em seus lábios em forma de coração. Não era como se sua aparência a incomodava, ou que não fosse agradecida por ser considerada bonita; o que a aborrecia era que sua imagem era a de uma jovem ingênua e inocente, uma flor frágil.
É claro que sua aparência física coincidia com sua idade, já que não fazia muito tempo que havia completado dezoito anos, mas nem por isso lhe incomodava menos parecer tão menina e pouco mulher. Apesar de ser considerada uma beldade e um sucesso em sua temporada, e ter uma jovem corte masculina suspirando por ela, nada disso a deixava satisfeita ou a fazia feliz. Porque mudaria tudo isso, sem hesitação, por uma só olhada desse homem, o cavalheiro que era dono de seus pensamentos, seus suspiros e seu amor, e que não podia esquecer nem tirar de sua cabeça. 
Ela havia tentado centenas de vezes ao longo dos anos, mas seu coração se recusava a se conformar. E não podia aceitar que seu amor por ele era completamente impossível, por isso que se dedicava a honrá-lo, deseja-lo e amá-lo em silêncio.
Esse era seu segredo: amava como uma louca um homem que nunca a veria como ela queria, ainda que pelo menos tivesse sua amizade, proximidade e afeto, e com isso deveria conformar-se, porque era o máximo que poderia ansiar. 
Para ele era apenas uma jovenzinha agradável, alguém para cuidar, proteger e gostar. Tal e como uma delas, ele a via como uma de suas três irmãs. A olhava como uma menina e ela odiava isso.
“Eu não sou uma menina, cresci! E, definitivamente não sou sua irmã nem você é o meu, por Deus!", pensou Clarissa ainda mais irritada. Uma batida na porta interrompeu seus tortuosos pensamentos.
— Entre — disse, virando-se na banqueta para receber o visitante.
— Filha, o que ainda faz vestida assim? Anda, deve se trocar ou chegaremos tarde ao baile de Lady Ashton — disse sua mãe, com seu habitual tom queixoso, quando a viu.
Clarissa a observou por alguns segundos. Apesar de não ser uma jovenzinha, Honoria era realmente muito bonita: conservava seu cabelo loiro com apenas alguns cabelos brancos e sua figura graciosa e esbelta estava perfeita. Ela, como sua filha, era sua imagem viva. Eram praticamente iguais, com a diferença de que sua mãe não tinha olhos azuis, e sim eram de uma rara cor cinza esverdeada.
— Mãe, não posso ficar em casa hoje? — lhe perguntou, sabendo o que responderia.
— Clarissa, não o repetirei. Já perdemos bastante tempo indo visitar minha irmã em Bath, e então com tudo o que aconteceu com Nicholas. Esta é sua primeira temporada; quase se arruína e caímos em desgraça. E já que por um milagre tudo se resolveu, devemos aproveitar para conseguir-lhe um bom marido, está claro, filha? — terminou sua mãe, jogando um de seus olhares intimidadores.
— Sim, mãe. Estarei preparada — respondeu, reprimindo um grunhido exasperado.
— Bem, chamarei sua donzela. Use o vestido de cor lavanda — lhe ordenou Honoria e logo saiu. Suspirando frustrada, Clarissa assistiu sua retirada.
Por mais que tentasse, ela não poderia impor-se a sua mãe. Honoria tinha um caráter dominante e intimidante em partes iguais. Era uma mãe dedicada e presente, mas tinha uma tendência ao drama e ao exagero. Raramente sorria, porque tinha sido criada com as regras inflexíveis da etiqueta e o decoro da mais exigente linhagem inglesa. 
No entanto, dava mostras de um grande senso de humor quando queria, e Clarissa pensava que secretamente desfrutava da atitude irreverente que sempre tinham Nick e ela. Sua família era composta por seu irmão mais velho e atual Duque de Stanton, Nicholas; seu segundo irmão Andrew, Visconde de Bradford; e sua mãe, Duquesa viúva de Stanton desde que seu pai tinha morrido, há oito anos. Seu irmão mais velho tinha se casado dois dias atrás, depois de ter protagonizado o escândalo mais brilhante dos últimos anos, quando fugiu com uma mulher comprometida, o que fez que, por pouco toda a família caísse na ruína social. Se não fosse porque finalmente se casaram dando relativa respeitabilidade a essa relação, e porque, para um Duque, poucas coisas não lhe eram perdoadas, a história seria outra: estariam sofrendo total ostracismo e nenhum sobrenome ou dote seriam suficientes para fazer com que um cavalheiro pedisse sua mão, ou até sequer se aproximasse, no caso.








Série Doce Londres
1 - Doce Inimizade
2-  Doce Atração
3-  Doce promessa
Série concluída

19 de fevereiro de 2018

Doce Inimizade

Série Doce Londres
Lady Elizabeth Albrigth está de volta a Londres depois de ter crescido na França, após o falecimento de sua mãe. 

Recém apresentada em sociedade, o seu pai, o marquês de Ardem, espera que consiga um bom matrimônio. 
No entanto, ela não tem intenção de escolher um marido, muito menos de casar-se.
Decidida a retornar ao povoado onde foi criada por sua avó materna, Lizzy deve resignar-se a passar uma aborrecida temporada social e tolerar ser oferecida, qual mercadoria, no mercado matrimonial. Lorde Nicholas Bladeston, Duque de Stanton, é famoso por ser um solteiro contumaz. 
Resolvido a manter-se longe dos bailes e eventos sociais, evita mães casamenteiras e debutantes virgens.
Mas quando um assassino começa a atingir alvos aristocráticos, é-lhe atribuída uma missão real: deverá aventurar-se nos salões londrinos para tentar descobrir o homicida e possível traidor do rei, e assim frustrar seus planos.
Seus caminhos cruzar-se-ão e juntos mergulharão no perigoso mundo da espionagem, cheio de traições, mentiras e morte. E enquanto tentam sobreviver, perderão os seus corações para a paixão e para o amor.


Capítulo Um

"O amor ao dinheiro é a raiz de todos os males"
Nicholas Bladeston, nono Duque de Stanton, deixou docemente o jornal sobre a mesa do café da manhã, pensativo.
Há algum tempo, a sua natureza curiosa tinha captado uma série de feitos _ assassinatos de homens pertencentes ao mundo elegante, mais precisamente. As vítimas foram achadas em diferentes becos dos piores lugares de Londres. Mas o mais curioso era que todos tinham morrido de uma mesma maneira _ de um único e certeiro tiro. As autoridades, ao que parecia, pensavam que existiam indícios suficientes para acreditar que eram feitos isolados. 
Mas ele não estava de acordo; muitas coincidências e muitos buracos nas investigações de cada feito alimentavam as suas dúvidas. Sem contar que nenhum dos mortos frequentava os lugares onde tinham sido achados os seus corpos; não havia testemunhas, nem mais pistas, tudo era muito turvo e ele estava certo de que as autoridades escondiam alguma coisa.
Como os assassinatos continuavam, Nicholas decidiu entrar em contato com uma pessoa de confiança do rei e averiguar se as suas suspeitas eram corretas. O que descobriu o deixou estupefato. Não só eram corretas as hipóteses da conexão entre as mortes, como também todas as vítimas estavam, de alguma maneira, envolvidas no contrabando que acontecia entre a França e a Inglaterra. 
Esse mesmo incluía tanto armas, como mercadorias e o negócio mais perigoso – a venda de informação.
Por isso, imediatamente, marcou um encontro com o Ministro da Guerra – antes tinha trabalhado para ele passando informação e dados úteis. 
O ministro lhe confiou que estavam atrás de uma pista de espionagem e possível traição ao Rei Jorge. Além disso, aparentemente, alguém se tinha precavido disso e o cabeça da organização tentava encobrir o seu rastro eliminando os seus membros mais expostos.
A segurança britânica tinha a certeza de que o assassino, e possível traidor era nobre, alguém localizado no coração da nobreza, com as melhores conexões, o que lhe permitia estar sempre um passo à frente. Por isso, ofereceu-se para ficar à disposição da coroa e usar o acesso e os benefícios que o seu título de duque lhe outorgava para tentar desmascarar o traidor e descobrir os seus planos.
A porta da sala de jantar se abriu e apareceram a sua mãe ― a duquesa ― e sua irmã mais nova. 
Não pareciam ter sequelas de ter retornado a altas horas da noite, logo depois de terem assistido a outro interminável baile. Sua irmã, que acabava de ser apresentada em sociedade e que ― pelo que tinha escutado ― já causava sensação entre a população masculina, olhou-o e arqueou uma dourada sobrancelha.
— Brincando de detetive outra vez, irmãozinho? ― A risada lhe dançava nos olhos.
— Bom dia, mãe — disse Nicholas ficando de pé —. Está radiante como sempre, irmã — disse, fazendo uma inclinação com a cabeça.
Sua irmã lhe mostrou a língua, brincalhona, e depois agarrou um prato para ela e para sua mãe. Com um sorriso, Nicholas voltou a sentar-se. «Para alguém tão magro, a minha irmã tem um considerável apetite», pensou enquanto a observava servir-se. Certamente as velhas matronas da alta sociedade escandalizar-se-iam se soubessem que pessoas de sua posição se serviam de comida sem chamar os lacaios. Mas desde que tinha memória tinha sido assim. Seu pai, o antigo duque, não lhes tinha dado uma educação muito ortodoxa. 
O duque gostava de tomar o café da manhã em família e que se servissem eles mesmos. Inclusive lhes ensinou a montar sem sela. Ele mesmo se ocupou de ensinar-lhes a escrever, ler, pescar, nadar e até dirigir uma carruagem. A sua prematura morte os tinha destroçado. A sua ausência ainda lhe doía. Sacudiu a cabeça; deveria fazer como a sua mãe, que o recordava com alegria e riso. Ela tocou-lhe no braço, tirando-o de seus melancólicos pensamentos.
— Filho, está bem? ― Levo horas falando e você só me olha como um peixe moribundo. — «O exagero, evidentemente, é um traço familiar», pensou Nick.
— Sinto muito, sempre me agradou a vida marinha, já sabe —disse sorrindo.
A risada de Clarissa ressonou no cômodo; a sua mãe a fulminou com o olhar e depois lhe beliscou o braço. O seu sorriso se transformou em uma careta dolorida. Queixou-se em voz alta e murmurou:
— Perdão, mãe, o que dizia?
— Contava-lhe do grande baile que se celebrará esta noite. Será o acontecimento da temporada; todo aquele que se considera alguém assistirá.
Nicholas sabia aonde queria chegar. A seus vinte e oito anos já era perito em evitar tediosas festas, onde estaria rodeado de virgens ruborizadas, debutantes vestidas de branco e, o pior, de mães e damas de companhia ávidas para caçar um título. Isso sem contar com os cavalheiros desejosos de cair em suas boas graças, com óbvias intenções de ascender à seu volumoso bolso. A mera visão disso o aterrava; podia passar sem esse grande acontecimento. Olhou para sua mãe, que o observava expectante, enquanto a sua irmã parecia adivinhar os seus pensamentos.
— É óbvio, mãe, que pode assistir. Se quiser algum acessório para o seu vestuário, não tem mais que dizer... — Ela o interrompeu com um gesto.
— Oh, por favor! 








Série Doce Londres
1 - Doce Inimizade
2-  Doce Atração
3-  Doce promessa
Série concluída