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7 de junho de 2011

Coração De Tormenta

Série Família Knight


Como uma rosa inglesa florescendo nas indômitas selvas da América do Sul, Eden Farraday leva uma vida independente — nada própria numa dama — junto com seu pai, um médico exercendo sua profissão no campo da investigação.

Mas Eden sente terrivelmente a falta de sua terra natal, Inglaterra.
Quando o perigoso, misterioso e encantador Lorde Jack Knight entra em sua vida, Eden vê a oportunidade de retornar à civilização e lhe pede que a leve de volta ao seu país, mas este se nega, assim Eden decide esconder-se dentro do navio de Jack.
Jack, um homem com um passado sombrio, conseguiu tudo o que é graças a um enorme esforço.
Agora, navega pelos mares em uma missão secreta de vital importância.
Assim, quando a tentadora ruiva é descoberta em seu navio, reage furiosamente — e com uma luxúria inegável.
Obrigado a protegê-la de sua rude tripulação, o demoníaco Lorde Jack pede à mulher um preço nada honrado em troca de uma passagem segura através do mar.
E, quando um beijo consegue acender entre eles as chamas da paixão, Jack e Eden enfrentarão um amor impossível de negar.

Capítulo Um

Fevereiro, 1818

Ela queria dançar.
Os dedos de seus pés calçados com sapatilhas de seda davam batidinhas sob a prega de seu vestido de seda branco... não, azul… não, verde, ao ritmo dos elegantes compassos da orquestra.
As inumeráveis velas que piscavam nos lustres de cristal desprendiam uma bruma dourada sobre o salão de baile, onde os casais de bailarinos giravam seguindo os passos da nova e atrevida valsa; as damas, vestidas com sedas suntuosas, pálidas e luminosas, e os cavalheiros, vestidos de majestoso branco e negro.
De repente, notou que alguém a estava olhando fixamente entre a multidão. Deu uma olhada por cima de seu leque pintado e viu fugazmente uma figura alta e imponente antes que os giros dos bailarinos a ocultassem novamente.
Acelerou-lhe o pulso. Ela estremeceu ao perceber sua presença, ao notar como se aproximava para lhe pedir que dançasse com ele a seguinte contradança.
Ela aguardou com os olhos muito abertos e o coração palpitante, ansiosa para ver melhor o rosto de seu homem misterioso, seu herói destinado...
Naquele preciso momento, um comichão instintivo de advertência arrancou Eden Farraday de seu maravilhoso devaneio.
Seu olhar perdido foi ganhando precisão à medida que a realidade se impunha de novo sobre seus reticentes sentidos, e com ela chegaram os incessantes sons e os penetrantes aromas de outra noite negra e úmida na selva tropical.


Série Família Knight
1 - O Duque
2 - Coração de Fogo
3 - Coração de Gelo
4 - Desejos Proibidos
5 - Apaixonada pelo Diabo
6 - Pecados Inconfessáveis
7 - Coração de Tormenta
Série Concluída

Pecados Inconfessáveis

Série Família Knight


Lorde Alec Knight, o libertino mais elegante e bonito de toda Londres, é um sedutor aristocrata com uma inumerável lista de admiradoras da alta sociedade.

Com seu engenho irresistível, sua sorte nas mesas de jogo e um carisma encantador, ele pode ter qualquer mulher que deseje.
Mas, quando a única mulher pela qual alguma vez se expôs a abandonar seu celibato se casa com outro, Alec se dá conta de que não quer qualquer mulher – quer encontrar o amor de sua vida.
A bela e valente Senhorita Becky Ward fará que a vida de Alec dê um giro de cento e oitenta graus quando a resgata de uma perigosa situação.
Muito em breve, nosso protagonista percebe o terrível apuro no qual se encontra Becky, já que está fugindo de seu primo, o Príncipe Mikhail Kurkov, por um sombrio e terrível segredo que descobriu a respeito dele.
No meio do perigo, Alec e Becky começam a sentir-se profundamente atraídos um pelo outro.
Depois de passar uma noite abandonado ao mais apaixonado dos pecados, Alec se proclama o cavaleiro de brilhante armadura de Becky e jura protegê-la com sua honra. Mas muito em breve, a protegerá não só com isso.
Terá encontrado o maior libertino de toda Londres aquilo que estava procurando... o verdadeiro amor?

Capítulo Um

Londres, 1817

Os relâmpagos se cruzavam no céu escuro como espadas acesas.
As grandes nuvens onduladas descarregavam uma tênue chuva premonitória.
Um trovão rugiu ao longe.
Entretanto, o único som audível na lúgubre e deserta rua era o frenético repico das pegadas da garota ao correr.
Avançava dando sacudidas a cada passo com suas botas de couro de pelica.
Sua saia suja formava redemoinhos ao redor de suas pernas, ameaçando fazê—la tropeçar.
A moça corria por uma sombria rua lateral, fugindo das luzes da longa avenida, com seu longo cabelo emaranhado e revolto.
Seu pálido rosto juvenil mostrava uma expressão lúgubre de terror enquanto lançava olhares por cima do ombro e continuava correndo pesadamente com os punhos apertados, respirando com dificuldade.
Dobrou a esquina precipitadamente lançando um pequeno grito abafado, apenas um soluço; meteu-se em um beco escuro como boca de lobo e imediatamente desapareceu no oco de um portal apertando-se para trás.
Ela ficou imóvel, à exceção de seu peito palpitante. "Não se mova.
Nem sequer respire".
Iam a escassos segundos atrás dela.
Os cavaleiros se aproximavam perseguidos de perto pela tormenta; implacáveis e inevitáveis como a tempestade que se avizinhava.


Série Família Knight
1 - O Duque
2 - Coração de Fogo
3 - Coração de Gelo
4 - Desejos Proibidos
5 - Apaixonada pelo Diabo
6 - Pecados Inconfessáveis
7 - Coração de Tormenta
Série Concluída

20 de maio de 2011

Apaixonada Pelo Diabo

Série Família Knight

Ele era um homem em busca de vingança... ela, a mulher que o ensinaria a voltar a amar.

Na quietude do campo, muito longe das intrigas de Londres, Lizzie Carlisle, pouco a pouco, vai tentando recompor seu destroçado coração dedicando-se em cheio a seu novo emprego como dama de companhia da Viscondessa de Strathmore até que sua aprazível vida ficará devastada com a visita do indomado "Demônio" Strathmore.
O sobrinho da mulher que está sob seu cuidado, um homem terrivelmente bonito cuja malvada reputação esconde uma alma torturada.
Devlin Kimball, Lorde Strathmore, passou os últimos anos de sua vida em alto mar, tratando de exorcizar seus fantasmas do passado e obter a ansiada paz que seu espírito necessita desde a tragédia que custou a vida de sua família.
Agora, descobriu a sombria verdade sobre a qual, em seu momento, chamou-se um desafortunado acidente, e quer vingar-se.
Sem embargo, para sua consternação, sua excêntrica tia está fazendo todo o possível para que passe o maior tempo com Lizzie, e Devlin começa a achar uma infinidade de obstáculos em seu caminho para a vingança pela teimosia da jovem e tentadora senhorita Carlisle.
A natureza apaixonada desta mulher rivaliza com a sua própria, mas o desengano amoroso que Lizzie sofreu fará que não concorde com nada mais e nada menos que a mais absoluta das devoções...

Capítulo

Londres, 1817

O extravagante pavilhão com cobertura em forma de cúpula estragava com o abandono nos gelados brejos ao sul do Tamisa; uma ruína ostentosa submetida aos açoites de uma deprimente nevasca de fevereiro que açoitava seus descoloridos torreões falsos e suas janelas muradas.
Havia quem dissesse que o lugar estava enfeitiçado. Outros afirmavam que estava maldito.
Entretanto, a única coisa que sabia o modesto procurador de sua senhoria era que se seu elegante patrão não chegasse logo, pegaria uma pneumonia sem dúvida alguma.
Segurando com força o guarda-chuva sobre sua cabeça, Charles Beecham, advogado, aguardava envolvido em um casaco marrom de lã, com um chapéu de pele de castor bem enfiado sobre o cabelo espaçado e uma expressão de absoluta desdita no rosto.
Ele espirrou de repente contra o lenço.
—Jesus te abençoe — disse o senhor Dalloway, que aguardava perto dele, com um sorriso adulador.
—Obrigado —respondeu Charles de forma cortante antes de dar as costas ao sujo agente imobiliário com um enorme bufo.
Dalloway era a parte contrária nessa transação e estava decidido a escamotear suas muito ilustres três mil libras pelo duvidoso privilégio de tomar posse desse maldito lugar.
Charles tinha a intenção de convencer com firmes argumentos a seu patrão de que não realizasse a compra, sobretudo porque ele seria o encarregado de lhe explicar tamanho esbanjamento à anciã Dama de Ferro.
Depois de dar uma discreta olhada a seu relógio de bolso por enésima vez, franziu os lábios. Tarde.
Caramba! Sua tranquila existência como procurador da família Strathmore havia passado a ser alarmantemente interessante desde que sua senhoria tinha retornado de suas viagens pelos sete mares e mais à frente.
Embora não chegasse aos trinta anos, o visconde já tinha feito todo tipo de coisas sobre as quais ele preferia ler da segurança de sua poltrona favorita.
Lady Strathmore o tinha deleitado frequentemente com relatos das aventuras de seu temerário sobrinho: enfrentamentos com piratas, captura de navios negreiros, convivência com selvagens, caça de pumas, exploração de templos nas selvas da Malásia, expedições pelo deserto com as caravanas nômades do Kandahar... Havia tomado tudo por um punhado de tolices até que conheceu o homem em pessoa.


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1 - O Duque
2 - Coração de Fogo
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5 - Apaixonada pelo Diabo
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7 - Coração de Tormenta
Série Concluída

Desejos Proibidos

Série Família Knight

Poucos conhecem seu verdadeiro nome e origem.

Para todos é Billy Blade, o chefe de um bando de ladrões que opera nos bairros pobres de Londres.
Esta noite achou em seu território uma jovem da aristocracia que se nega a lhe dizer quem é, e só lhe pede que a ajude a fugir para Paris.
Talvez o faça: ele sabe o que é fugir de um passado doloroso.
De natureza apaixonada e rebelde, lady Jacinda Knight decidiu desafiar a todos com sua escapada.
Não deixará que seu irmão Robert imponha sua vontade obrigando-a a casar-se sem amor.

E por fim dará um motivo de que falar a quem tem esperado, sempre, que Jacinda repita os escândalos que protagonizou sua mãe.
Decide fugir de sua casa e se vê envolvida em uma briga entre dois bandos dos bairros pobres londrinos.
Ali conhece o perigoso delinquente Billy Blade, e entre eles nascerá uma tórrida e claramente impossível paixão amorosa.
Entretanto, Billy e seu passado não são o que parecem...

Capítulo

Londres, 1816

O coche de aluguel passou debaixo da arcada de pedra, fazendo um grande estrondo e se deteve no pátio da estalagem, iluminado por uma tocha.
Antes que o cocheiro pudesse usar o freio, e menos ainda descer para ajudar a sua única passageira, a porta se abriu de repente e a viajante saiu de um salto, uma jovem impetuosa de dezoito anos com o cabelo revolto e o brilho da rebeldia em seus olhos escuros.
Lady Jacinda Knight, sem donzela nem acompanhante, fechou a porta da carruagem atrás dela com uma batida de satisfação.
Voltou-se, subiu a bolsa de couro com um movimento do ombro e lançou um olhar de ira reprimida à estalagem, com sua dupla fileira de balaustradas pintadas de branco, enquanto um par de rapazes saía correndo para atendê-la.
— Minha bagagem, por favor — ordenou sem prestar atenção aos boquiabertos rapazes, que olhavam sua figura esbelta envolta em um casaco talhado de veludo rubi, com uma deliciosa pele de Marta zibelina no pescoço e punhos.
Pagou o cocheiro e a seguir atravessou o pátio pavimentado com resolução.
Seus caracóis dourados se moviam a cada um de seus passos decididos.
Deteve-se na soleira da concorrida estalagem, enquanto esquadrinhava com receio a mistura variada de viajantes, briguentos e desalinhados.
Um menino berrava no colo de sua mãe, nas cadeiras e nos bancos havia gente simples esperando que suas carruagens partissem.
Um bêbado estava adormecido em um canto, enquanto que um menino mendigo tinha entrado sigilosamente para proteger-se do frio e da umidade e se aproximou da lareira crepitante.
Erguendo o queixo com certo acanhamento, entrou no vestíbulo alongado e passou por entre, o que seu aristocrático pretendente teria chamado "a plebe".
Percebia como a seguiam com o olhar, alguns de forma grosseira e outros com simples curiosidade.
Observou um homem que olhou seus pés, ao passar junto dele, deu-se conta de que seus sapatos de baile de cetim dourado apareciam sob a longa prega do casaco.
Olhou o homem com o cenho franzido para lhe indicar que se metesse em seus assuntos e tampou a ponta dos sapatos puxando a prega.
Enquanto fazia tudo o que podia para manter os pés ocultos, dirigiu-se resolutamente para o alto balcão de madeira, onde se achava o recepcionista, que fazia caso omisso do caos do vestíbulo, escondido atrás de um exemplar enrugado do The Time, de Londres.
Em cima dele tinha pendurado um quadro-negro com o horário rabiscado das chegadas e saídas, tarifas e destinos.
Jacinda puxou energicamente suas luvas e procurou aparentar que sabia o que estava fazendo.
—Desculpe, preciso ir a Dover.


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3 - Coração de Gelo
4 - Desejos Proibidos
5 - Apaixonada pelo Diabo
6 - Pecados Inconfessáveis
7 - Coração de Tormenta
Série Concluída

17 de novembro de 2010

Coração de Fogo

Série Família Knight





Estava há anos preparando tudo.


Por fim estendia a armadilha perfeita para atrair os membros mais relaxados da sociedade inglesa até sua guarida. Agora poderia ganhar definitivamente sua confiança e lhes surrupiar seus mais escuros segredos.

Ninguém, nem sequer sua família, sabe que Lorde Lucien Knight é, na realidade, um espião a serviço da Coroa.
E que atrás da máscara da libertinagem se oculta uma alma atormentada, que perdeu a estima de quem mais queria e que já não confia em ninguém.
Até que o acaso põe a jovem e decidida Alice Montague em seu caminho.

Capítulo Um

Londres, 1814
As sombras esculpiam seu perfil afilado enquanto contemplava o abarrotado salão de baile do alto e escuro balcão; a oscilante luz da vela dava a impressão de que aparecia e desaparecia, como um fantasma alto e elegante.
O vacilante resplendor se refletia em seu cabelo negro e deixava ver o maquiavélico brilho de astúcia de seus olhos da cor do mercúrio. Paciência. Tudo estava em ordem.
A preparação era fundamental, e ele tinha sido meticuloso.
Lorde Lucien Knight levou a taça de cristal de Borgonha aos lábios com expressão pensativa, e se deteve para inspirar seu suave aroma antes de beber.
Ele ainda não sabia quais eram os nomes ou as faces de seus inimigos, mas podia sentir que se aproximavam dele como uma manada de chacais.
Não importava. Estava preparado.
Tinha estendido a armadilha e tinha posto iscas e todo o tipo de atrativos sensuais e pecaminosos, e com o canto de sereia das atividades políticas subversivas, nenhum espião podia resistir.
A única coisa que lhe restava fazer era esperar e observar.
Vinte anos de guerra haviam chegado ao seu fim na primavera anterior, com a derrota e a abdicação de Napoleão, e seu exílio na ilha mediterrânea de Elba.
O outono tinha chegado, e os dirigentes europeus se reuniram em Viena para redigir o tratado de paz; entretanto, qualquer homem com um mínimo de cérebro podia ver que até que Napoleão fosse levado a um local mais seguro e afastado no Atlântico, pensava Lucien realisticamente, era evidente que não podia dar-se por acabada a guerra.
A ilha de Elba estava a um tiro de pedra da Itália, e havia quem s opunha à paz, quem não enxergava nenhum benefício no rei Bourbon Luis XVIII recuperar o trono da França e desejavam que Napoleão retornasse. Como um dos mais capacitados agentes secretos da coroa britânica, Lucien tinha instruções do ministro dos Assuntos Exteriores, o Visconde de Castlereagh, de vigiar até que se ratificasse o tratado de paz; sua missão consistia em evitar que os poderes na sombra causassem problemas em solo inglês.
Tomou outro gole de vinho com um brilho furioso em seus olhos cinza. "Que venham." Uma vez que o fizessem,os encontraria, apanhá-los-ia e os destruiria, tal como havia feito com muitos outros. Na realidade, ia fazer com que viessem a ele.
De repente se ouviu uma ovação no salão de baile, que se estendeu entre a multidão. “Ah, ah, o herói conquistador”.
Lucien se inclinou para frente apoiando os cotovelos na beirada do balcão e contemplou com um sorriso cínico como seu irmão gêmeo, o coronel Lorde Damien Knight, entrava no salão de celebrações, deslumbrante com seu uniforme escarlate e a elevada e severa dignidade do Arcanjo Miguel ao voltar depois de matar o dragão.

30 de outubro de 2010

Coração De Gelo

Série Família Knight




Aos olhos da alta sociedade o coronel Damien Knight, conde de Winterley, é um dos heróis da Inglaterra.

Entretanto, desde sua volta do fronte vive numa solitária casa de campo, afastado de sua família e de seu mundo, torturado pelas lembranças da guerra.
Só o assassinato de um velho amigo, que o tinha nomeado tutor de sua sobrinha, obriga-o a sair brevemente de seu retiro.


Se Damien esperava converter-se no guardião de uma tímida adolescente, não podia estar mais equivocado. Miranda FitzHubert é uma jovem desenvolta, impetuosa e sonhadora que já decidiu o que fazer com sua vida, uma mulher pela qual Damien se sente atraído desde o primeiro momento embora seu amor seja a única coisa que lhe é proibida.

Prólogo

Londres, 1814

— Olhe-se. Outra vez bêbado. É patético — disse lorde Hubert ao seu irmão mais novo.
O major Jason Sherbrooke se limitou a soltar um risinho insolente como resposta. Olhando fixamente o fogo, se ajeitou em sua puída poltrona e deu outro gole à garrafa de genebra.
Enquanto abria caminho com cuidado através do caos que reinava na sórdida habitação de solteiro do major, Algernon Sherbrooke, visconde Hubert, tirou um lenço meticulosamente dobrado com suas iniciais e tampou as narinas para evitar respirar o fedor que flutuava no ar.
— Que Deus nos ampare, esta sala cheira a queijo podre, a urina ou a algo igualmente fedorento. Será que nunca limpa o que suja?
— Certamente, sou o esmero personificado — balbuciou Jason.
Algernon franziu os lábios. A causa do mal-estar de seu irmão era evidente. Olhou a manga vazia da jaqueta do desalinhado uniforme vermelho de Jason. O major tinha perdido o braço direito durante a brutal carga da cavalaria na batalha de La Albuera. Tinha tido sorte de escapar com vida. Algernon aproximou uma tosca cadeira de madeira ao fogo e se sentou com cautela.
— Talvez devesse contratar a uma criada em lugar de ficar aí sentado compadecendo-se de si mesmo.
— E como. A última me roubou — resmungou seu irmão.
— Não é de estranhar, tendo em conta onde vive. — A pensão de Jason não ficava longe dos sujos apartamentos que Algernon possuía, muito em segredo, em uma zona perigosa de East End. Por desgraça, aquele investimento ainda não tinha rendido os benefícios que ele esperava, apesar de ter subido o preço dos aluguéis no mês anterior. Não lhe importava que só faltassem quinze dias para o Natal. Estava disposto a expulsar todo aquele que não lhe pagasse a importância completa — . Por que continuas nesta ratoeira? Ambos sabemos que pode se permitir algo melhor.
Jason o olhou com expressão aborrecida.
— O que importa isso?
— Acaso não tem orgulho?
— Que demônios quer, Algy? Duvido que esta visita se deva a um repentino arrebatamento de amor fraterno. Contagiou-te o maldito espírito natalino ou vieste por alguma razão?
Algernon esquadrinhou com receio o rosto bronzeado de Jason, com seu desalinhado bigode acobreado. Ia ter que proceder com cuidado. Inclusive estando bêbado, seu perspicaz irmão não era um homem a quem se pudesse enganar facilmente; estava muito curtido pelos anos que tinha passado na guerra.
— Talvez vim para evitar que se mate com a bebida.
— Perde tempo. — Enquanto erguia novamente a garrafa, Jason lhe lançou um olhar de esguelha. — Mas duvido que esse seja o motivo de sua visita.
Algernon lhe dirigiu um olhar penetrante durante um longo tempo; depois suspirou dando-se por vencido.
— Não. Não vim por isso.
— No exército respeitamos aos homens que vão direto ao ponto.
— Muito bem. — O magro rosto de Algernon se retesou ao fazer uma pausa, e seus olhos avelã se tornaram ainda mais frios — . Necessito do dote de Miranda.
Os olhos lacrimonosos de Jason se limparam com surpresa.
— Encontro-me em uma situação difícil.
— Oh, não. Não continue. Nego-me completamente.
— Me escute...


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Série Concluída

19 de outubro de 2010

O Duque

Série Família Knight





Belinda Hamilton, uma linda dama, se vê perseguida por um obcecado baronete que a quer a todo custo.

Ele arrisca tudo para se vingar. . . Mas nunca planejou perder seu Coração
Conduzido para descobrir a verdade sobre a misteriosa morte de sua amada, o Duque de Hawkscliffe tomará todas as medidas para desmascarar um assassino.


Mesmo que isso signifique comprometer sua reputação por envolvimento em um caso escandaloso com a mais provocante cortesã de Londres, a desejável, mas distante Belinda Hamilton.
Bel usou sua inteligência e sagacidade, para encantar cavalheiros de títulos da cidade, enquanto lutava para juntar os pedaços de sua vida novamente.
Ela precisa de um protetor, de modo que aceita o convite de Hawk, para se tornar sua amante apenas no nome. Ele não pede nada do seu corpo, mas pede sua ajuda para enganar o mesmo homem que quebrou sua virtude.
Juntos, eles tentam a ira implacável da sociedade, até que sua arriscada charada se transforma em uma atração perigosa, e Bel deve tomar uma decisão devastadora que poderá arruinar sua última chance no amor...

Capítulo Um

Londres, 1814
Quando era um jovem de cabelos encaracolados, em plena viagem pela Europa fazia muitos anos, apaixonou-se loucamente pela beleza, e por ela tinha se estabelecido em Florença para receber lições de um autêntico professor italiano.
Idealista e romântico, ele tinha seguido as musas aladas para o sul, até a Baía de Sorrento, onde tinha ouvido pela primeira vez o antigo refrão italiano: “A vingança é um prato que se serve frio”.
Agora era um ancião sem ilusões, distante e precavido como um pontífice curioso.
A beleza o tinha traído, mas, por estranho que parecesse décadas mais tarde o refrão siciliano provou sua veracidade em um dia invernal na Inglaterra.
James Breckinridge, conde de Coldfell, um homem impecável de constituição franzina, agarrou o punho de mármore de sua bengala com seus nodosos dedos, doloridos pela constante chuva de abril.
Desceu de sua luxuosa carruagem negra com ajuda de seu lacaio enquanto outro criado o cobria com o guarda-chuva.
O silêncio do lugar, só perturbado pelo tamborilar da chuva, o fazia se lembrar de uma igreja.
Voltou-se lentamente, olhou para além dos rostos inexpressivos de seus criados, para além da grade pontuda de ferro forjado, em direção ao cemitério de St. George em Uxhridge Road, ao norte de Hyde Park.
Fazia três semanas que tinha enterrado ali sua jovem esposa.
O monumento de mármore em sua memória se erguia, sob a fria e cinzenta garoa, no lugar onde a colina formava uma curva verde, como uma agulha furiosa contra o céu da cor da fumaça.
Ao pé do monumento, justo onde Coldfell esperava encontrá-lo, divisava-se a silhueta alta e poderosa de um homem; despenteado pelo vento e absorto em seus pensamentos, sem parecer perceber o vento em rajadas que agitava seu capote negro.

Hawkscliffe,
A boca de Coldfell se converteu em uma fina linha. Tomou o guarda-chuva da mão do lacaio.
— Não demorarei muito.
— Sim, senhor.
Apoiando-se em sua bengala, começou a lenta ascensão pelo atalho de cascalho.
Com sua postura pétrea e imóvel, similar ao monumento, Robert Knight, de trinta e cinco anos, nono duque de Hawkscliffe, não deu mostras de perceber sua chegada. Permaneceu em uma quietude digna de um pedaço de granito, com o olhar cravado nos narcisos amarelos plantados na tumba, enquanto a chuva lhe batia no cabelo moreno e ondulado em sua testa, deslizava em filetes frios por suas faces lisas e firmes, e gotejava por seu duro perfil.
Coldfell fez uma careta ao pensar na intrusão pouco cavalheiresca que se dispunha a fazer na intimidade daquele homem.
Apesar de tudo, Hawkscliffe era o único membro da nova geração a quem respeitava. Alguns membros mais conservadores da velha escola consideravam que suas ideias tinham um tom inquietantemente liberal, mas ninguém podia negar que Hawkscliffe era muito mais homem que era o covarde do seu pai.
Esse era o motivo, refletiu Coldfell enquanto subia com dificuldade pelo atalho, pelo qual o tinha visto converter-se em duque aos dezessete anos, administrar três grandes propriedades rurais e criar virtualmente sem ajuda, quatro irmãos pequenos e rebeldes e uma irmã.
Mais recentemente o tinha ouvido pronunciar discursos na Câmara dos Lordes com uma serenidade e uma eloquência que faziam com que todos os presentes se pusessem de pé. A integridade de Hawkscliffe estava além de toda dúvida; sua honra era tão autêntica como a de uma pessoa dos mais elevados méritos.


Série Família Knight
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