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30 de outubro de 2010

Coração De Gelo

Série Família Knight




Aos olhos da alta sociedade o coronel Damien Knight, conde de Winterley, é um dos heróis da Inglaterra.

Entretanto, desde sua volta do fronte vive numa solitária casa de campo, afastado de sua família e de seu mundo, torturado pelas lembranças da guerra.
Só o assassinato de um velho amigo, que o tinha nomeado tutor de sua sobrinha, obriga-o a sair brevemente de seu retiro.


Se Damien esperava converter-se no guardião de uma tímida adolescente, não podia estar mais equivocado. Miranda FitzHubert é uma jovem desenvolta, impetuosa e sonhadora que já decidiu o que fazer com sua vida, uma mulher pela qual Damien se sente atraído desde o primeiro momento embora seu amor seja a única coisa que lhe é proibida.

Prólogo

Londres, 1814

— Olhe-se. Outra vez bêbado. É patético — disse lorde Hubert ao seu irmão mais novo.
O major Jason Sherbrooke se limitou a soltar um risinho insolente como resposta. Olhando fixamente o fogo, se ajeitou em sua puída poltrona e deu outro gole à garrafa de genebra.
Enquanto abria caminho com cuidado através do caos que reinava na sórdida habitação de solteiro do major, Algernon Sherbrooke, visconde Hubert, tirou um lenço meticulosamente dobrado com suas iniciais e tampou as narinas para evitar respirar o fedor que flutuava no ar.
— Que Deus nos ampare, esta sala cheira a queijo podre, a urina ou a algo igualmente fedorento. Será que nunca limpa o que suja?
— Certamente, sou o esmero personificado — balbuciou Jason.
Algernon franziu os lábios. A causa do mal-estar de seu irmão era evidente. Olhou a manga vazia da jaqueta do desalinhado uniforme vermelho de Jason. O major tinha perdido o braço direito durante a brutal carga da cavalaria na batalha de La Albuera. Tinha tido sorte de escapar com vida. Algernon aproximou uma tosca cadeira de madeira ao fogo e se sentou com cautela.
— Talvez devesse contratar a uma criada em lugar de ficar aí sentado compadecendo-se de si mesmo.
— E como. A última me roubou — resmungou seu irmão.
— Não é de estranhar, tendo em conta onde vive. — A pensão de Jason não ficava longe dos sujos apartamentos que Algernon possuía, muito em segredo, em uma zona perigosa de East End. Por desgraça, aquele investimento ainda não tinha rendido os benefícios que ele esperava, apesar de ter subido o preço dos aluguéis no mês anterior. Não lhe importava que só faltassem quinze dias para o Natal. Estava disposto a expulsar todo aquele que não lhe pagasse a importância completa — . Por que continuas nesta ratoeira? Ambos sabemos que pode se permitir algo melhor.
Jason o olhou com expressão aborrecida.
— O que importa isso?
— Acaso não tem orgulho?
— Que demônios quer, Algy? Duvido que esta visita se deva a um repentino arrebatamento de amor fraterno. Contagiou-te o maldito espírito natalino ou vieste por alguma razão?
Algernon esquadrinhou com receio o rosto bronzeado de Jason, com seu desalinhado bigode acobreado. Ia ter que proceder com cuidado. Inclusive estando bêbado, seu perspicaz irmão não era um homem a quem se pudesse enganar facilmente; estava muito curtido pelos anos que tinha passado na guerra.
— Talvez vim para evitar que se mate com a bebida.
— Perde tempo. — Enquanto erguia novamente a garrafa, Jason lhe lançou um olhar de esguelha. — Mas duvido que esse seja o motivo de sua visita.
Algernon lhe dirigiu um olhar penetrante durante um longo tempo; depois suspirou dando-se por vencido.
— Não. Não vim por isso.
— No exército respeitamos aos homens que vão direto ao ponto.
— Muito bem. — O magro rosto de Algernon se retesou ao fazer uma pausa, e seus olhos avelã se tornaram ainda mais frios — . Necessito do dote de Miranda.
Os olhos lacrimonosos de Jason se limparam com surpresa.
— Encontro-me em uma situação difícil.
— Oh, não. Não continue. Nego-me completamente.
— Me escute...


Série Família Knight
1 - O Duque
2 - Coração de Fogo
3 - Coração de Gelo
4 - Desejos Proibidos
5 - Apaixonada pelo Diabo
6 - Pecados Inconfessáveis
7 - Coração de Tormenta
Série Concluída

2 de julho de 2010

Coração de Gelo

Trilogia do Fogo
Inesperada paixão!

Para fugir de uma vida de pobreza como filha de um arrendatário de terras, Ariel Summers fez um pacto com o diabo: ela se tornaria amante do conde de Greville, em troca de estudos e aulas de etiqueta.
Ariel não previa, entretanto, a morte precoce do conde e a poderosa atração que viria a sentir pelo filho ilegítimo dele, e herdeiro, Justin Ross.
Justin não tinha intenção de exigir pagamento da linda jovem que seu pai tão perversamente planejara arruinar. Mas aquela mulher tentadora lhe despertava um forte fascínio, e ele jurou a si mesmo que a seduziria.
Contudo, Justin se surpreendeu ao descobrir que a apaixonante Ariel lhe provocava emoções que ele acreditava estarem soterradas para sempre. Agora, a desconfiança e a traição ameaçam a frágil felicidade que os dois encontraram, e Justin precisa convencer Ariel de que não é o homem desalmado que ela o julga ser...

Capítulo Um

Surrey, Inglaterra, 1800
Agachada atrás da cerca viva que se estendia ao longo da magnífica Mansão Greville, Ariel Summers observava a carruagem preta desfilando com o brasão do conde reluzindo em dourado. Apoiada no estofado estava lady Barbara Ross, filha do conde, que ria com os amigos como se não se importasse com o resto do mundo.
Ariel imaginou-se em vestidos confeccionados na mais fina das sedas, os matizes variando entre rosa, lavanda e o verde mais iridescente. Fechando os olhos, sonhou usar um vestido dourado, com os cabelos do mesmo tom caindo em cachos perfeitos sobre os ombros desnudos. Nos pés o mais formoso dos sapatos.
Um dia terei a minha própria carruagem, além de um vestido diferente para cada dia pensou suspirando, pois sabia que seu desejo não se realizaria em um futuro próximo.
Quando a carruagem desapareceu, levantou o vestido surrado e correu de volta para casa. Estava atrasada e, àquela hora, seu pai ficaria furioso se soubesse por onde andara. Podia até levar uma surra.
Rezou para que ele estivesse no campo. No entanto, ao levantar a cortina de couro que servia de porta para a cabana em que vivia, Whit Summers a aguardava. Gemeu de dor quando ele pegou seu braço com força, puxando-a para dentro. Ao levantar os olhos, não se surpreendeu com o estrondoso tapa que levou no rosto.
— Eu avisei que não a queria vagando por aí! Pedi que fosse entregar a roupa para consertar e que voltasse para cá o mais rápido possível. Onde estava? Aposto que espionando as damas em suas carruagens, não é? Por que teima em sonhar com algo que nunca poderá ter? É melhor encarar a realidade, menina.Você é e nunca deixará de ser a filha de um lavrador. Agora, vá trabalhar.
Ariel não reclamou e tratou de se afastar rapidamente da fúria do pai. Do lado de fora, respirou fundo e deixou que a brisa fizesse esvoaçar seus cabelos. A face ainda doía pelo tapa, mas sabia que este fora merecido.
Disparou em direção à horta, e o avental subiu com o vento, cobrindo seu rosto de linhas suaves. Abaixou-o, pensando que tudo nela refletia sua teimosia. Por mais que o pai insistisse no contrário, tinha plena convicção de que um dia se tornaria uma lady. Ele, porém, não conseguia vislumbrar outro futuro que não aquele que havia herdado. Era muito diferente dela, que tinha jurado se fazer merecedora de uma vida melhor do que aquela.
Considerava-se dona do próprio destino. Apesar de o pai enegrecer seu caminho, haveria de encontrar uma luz para guiá-la.
Depois de a mãe ter falecido, trabalhava desde a alvorada até o entardecer. Começava o dia varrendo o chão de terra batida da cabana, depois cozinhava o que colhia, cuidava da horta e ajudava o pai nos trigais. Planejava fugir assim que possível daquela rotina extenuante e sem fim. E seus anseios não se limitavam a preces apenas, pois tinha um plano bem elaborado para atingir seu objetivo.
Como fazia uma vez por mês, Edmund Ross, quarto conde de Greville, passava o dia inspecionando seus campos e visitando arrendatários. Aquele dia em especial estava muito quente. O sol parecia uma esfera chamuscante lançando seus raios impiedosos sobre a terra, cozinhando raízes, castigando os campos. Ele preferia cavalgar em vez de seguir em um coche, e a cobertura sombreava sua elegante figura, protegendo-o do calor. Recostado no estofamento de couro, deliciou-se com a brisa que soprava do Norte.

Trilogia do Fogo
1 - Coração de Gelo
2 - Discretamente Sedutora
3 - Fogo da Paixão
Trilogia Concluída