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23 de novembro de 2023

Lírios para um Canalha

Série Flores e Canalhas
Se Jana Anderson resumisse sua vida, diria: irmã, amiga e fundadora de uma empresa de cosméticos naturais.
Maravilhoso né? Mas sua história não se reduz a isso, também teria de acrescentar: viúva aos trinta anos, com pouca vida social, eterna companheira de Sir William, seu amado gato e, o mais importante, prestes a perder tudo graças ao maldito herdeiro de seu falecido marido. 
Maximiliano O'Kelly, um canalha, um homem imprudente e implacável, pronto para deixá-la louca de todas as maneiras possíveis. Apenas nomeá-lo fez sua pele arrepiar. Só de pensar nisso... seu coração disparou. Se o odiava? Sim, preferia não o ter conhecido? Claro! Era capaz de não cair aos seus pés? Isso é o que descobriria.

O último livro de “Flores e Canalhas”, uma história que te convida a descobrir que o amor é a prova de que a magia existe.

Capítulo Um

Inglaterra 1871.
A dor nas costas não importava, as mãos com cãibras não importavam e a sujeira não importava. Jana White, viúva Anderson, não pararia por nada no mundo. O inverno era a estação do ano mais esperada para ela, não só porque gostava do frio e adorava a neve, mas também porque era a época ideal para plantar bolbos de lírio, suas flores favoritas.
— Jana, — Agnes interrompeu sua tarefa, — pode olhar para cima por um segundo?
A menção a fez levantar a cabeça, sentiu suas cervicais estalarem. A figura de sua amiga e companheira se recortava contra um manto cinza, o vento brincava com os cachos castanhos da mulher e fazia sua saia sem a armação esvoaçar. Notou outra coisa... era a única alma no campo de flores que cercava as instalações da Four Flowers, empresa fundada pelas quatro amigas: Agnes, Nathalie, Lindsay e Jana.
— Desculpe, perdi a noção do tempo.
— E o clima — comentou Agnes. — Eu e Bastien partiremos imediatamente, venha, levaremos você para casa em nossa condução, não precisaremos nos desviar muito.
— Eu vim na minha carruagem.
—Você sabe a diferença entre uma charrete e uma carruagem? — perguntou Agnes Holland de Tremblay, com acentuado sarcasmo. Era um traço de sua personagem, assim como Nathalie McAdam, agora Lady Becket. Desde seu casamento com o honorável Bastien Tremblay, essa peculiaridade se aprofundou, apenas no humor e não na acidez.
Jana, perdida em seus pensamentos sobre lírios, não entendeu a real intenção da pergunta:
— A charrete tem um único cavalo e as carruagens não estão completamente fechadas, por que pergunta? — pegou um bulbo de lírio e gentilmente o colocou no buraco na terra preta. Cobriu-o, umedeceu a superfície; não queria afogar o bulbo ou deixar a terra voar com o vento.
— Jana! — a repreendeu.
— O que?
— Aquelas nuvens ali não são amigáveis, sabe? Sem mencionar que Lorde Becket veio buscar Nathalie há uma hora, segundo ele, seus ossos lhe dizem que a tempestade será sangrenta.
— Os ossos de Lorde Becket doem por causa do acidente, e além disso… — Ela se sentou, cada vértebra estalando. — Bem... talvez não fossem os ossos de Raphael que fossem o problema, — não tinha caído de um cavalo e sentiu como a pressão atmosférica e a umidade estavam afetando suas articulações. Reconheceu que o marido de sua amiga havia desenvolvido uma habilidade única para detectar mudanças climáticas, mas aquela tempestade no horizonte era infalível e incrédula.
— E?
— Além disso, estava indo embora, vai me dar tempo de chegar em casa. A tempestade se aproxima do outro lado...
— Se me prometer que “já” se refere ao imediatismo real…
— Sim, Agnes. Vou deixar as mudas na estufa e ir embora.
— Eu não sei…— a mulher hesitou, seus olhos nas nuvens. Um halo de luz passou por elas, nenhum trovão foi ouvido, a tempestade ainda estava longe. Os braços de Jana a envolveram, impedindo-a de pensar na ameaça e no bom senso.
— Vá com Bastien. Se te atrasar mais, ficará furioso comigo, e eu o temo mais do que aqueles raios.
— Temê-lo? Bastien? Ele é um cachorrinho dócil.
— Sim, claro. — Jana riu. — Dócil desde que tenha a esposa por perto. — Dizendo isso, avistou o homem à distância. Sua impaciência era palpável, e a viúva Anderson ficou comovida ao saber que sua não aproximação traía seu temperamento de patife redimido, mantendo distância por consideração aos desejos de sua esposa.
— Bem, ele me tem por perto.
— Vão tranquilos. — Pegou a cesta de plantas e colocou-a em cima do carrinho de ferramentas, segurando as alças e se preparando para empurrar em direção à estufa. Agnes, vendo-a em ação, soltou um suspiro.
— Quatro mãos rendem mais que duas...
— Sim, mas duas dessas mãos devem ir para apaziguar um honorável Sr. Tremblay. Vai, vai...





Série Flores e Canalhas
04- Lírios para um Canalha
Série concluída


2 de novembro de 2023

Narcisos para um Canalha

Série Flores e Canalhas

Tinha ouvido centenas de vezes de seus pais... 
—Sua inocência será nossa condenação.  E talvez, não estivessem errados, porque essa inocência a condenou a um casamento com o pior dos canalhas.  Lindsey White tinha muitos anseios, e pretendia ir atrás de todos eles, a começar por uma magnífica magnólia noturna resguardada na estufa secreta de Lady Loretta. Acredita nisso? Uma magnólia noturna? Não encontrou a flor... em vez disso, encontrou Jonas Hudson, o Barão de Cowrnell, um ser desprezível, um canalha puro-sangue, um patife traiçoeiro. Seu passado o condenava, seus inimigos o confirmavam, traiçoeiro.
Um encontro inesperado. Um beijo errado. É assim que esta história começa. A questão importante é... Como isso vai acabar? 
—Nunca imaginou que a perfeição pudesse ser encontrada nos erros. A errada, a inapropriada, a filha do comerciante que horrorizou os esnobes de Londres era a certa para ele.

Capítulo Um

Inglaterra 1870.
O sol queimava em suas costas. A brisa fresca de março lhe trouxe um alívio tão necessário enquanto se inclinava sobre um botão de peônia rosa e aspirava seu perfume.
—Hum...— Srta. Lindsay White fechou os olhos. Conjurou uma paisagem em sua mente, montou uma história e sorriu. Uma mocinha, mais nova que ela, andando pelos pomares, com uma cesta na qual colhe... — Tangerinas, sim. Por um momento pensou em laranjas, mas as tangerinas serão melhores. E carrega em suas mãos um arranjo de rosas-chá, cuja fragrância une os cítricos e os amadeirados. Seu vestido é pêssego, e a cor a faz pensar em frutas. Tudo sobre uma base de almíscar branco, pureza como a menina.
Não estava falando com ninguém em particular. Estava sozinha, o que não a impedia de falar com o vento, as flores e... as abelhas. Parou o ato de cortar peônias. Uma abelhinha laboriosa estava roubando o pólen para fazer seu trabalho.
— Recomendo que você não o deixe cair na área dos lírios de Jana, pequena, ou verá seu trabalho interrompido pela pá vil da minha irmã e movido para a estufa. — Ficou imóvel, os olhos no corpinho aveludado preto e amarelo, olhando para o inseto. Deixou sua mente vagar na história inventada para sua nova fragrância, mas seu cérebro decidiu guiá-la pelos caminhos de outra história. As experiências de outra jovem inexperiente, inocente e sonhadora, que criou fragrâncias para os outros, sem ter encontrado a sua.
O nome daquela garota era Lindsay White, e desde que conseguia se lembrar, tinha ouvido que seu destino era se casar. O primeiro presente que recebeu na vida foi uma boneca, que ainda tinha. Com apenas três anos de idade, começou a praticar como ser uma boa mãe. Até que completou doze anos, e sua mãe arrancou a boneca de seus braços e a substituiu por fitas, espartilhos, vestidos e chapéus.
Percebeu que seus gostos e desejos não importavam mais. Apenas os masculinos eram relevantes. E eles não gostam de garotas com muito artifício, nem gostam de garotas muito joviais, ou que falam, sentam, ficam em pé, respiram ou se movam. Ah, mas também não pareçam um vaso, você deve cativar a atenção deles, sem chamar muito a atenção, eles não gostam disso, você parece desesperada. Não passe despercebida! Fale! Cale a boca! Suspire! Não faça barulho!
Ufa. Era cansativo ser uma dama destinada ao casamento. Foi em sua ânsia de encontrar a paz que descobriu Jane Austen e as irmãs Brontë. Seus romances a faziam desejar mais que apenas um marido. A obrigaram - sim, a forçaram - a procurar o amor. Não é à toa que as matronas diziam que ler era ruim para as senhoras! Que audácia aspirar ao amor sendo filha de comerciantes!
Observou a abelha trocar de botões, sorriu e cortou a peônia abandonada. Cheirou, o pólen solto fazendo-a espirrar. Lindsay podia jurar que a abelha a julgava com seus olhos enormes.

— Desculpe, sei o que pensa sobre flores sendo cortadas. Você é do time de Jana, — aludiu a sua irmã mais velha. Removeu as pétalas e as jogou no óleo neutro. Ao fazê-lo, lembrou-se do jogo absurdo: bem me quer, mal me quer. Não tinha a quem perguntar. Substituiu então por: encontrarei o amor, não encontrarei o amor. —Certamente você pensa como Jana sobre a Emma de Jane Austen. Apela para a praticidade de Knightley, e não para o sonho de Emma. Sim, sim... eu sei... 





Série Flores e Canalhas
03- Narcisos para um Canalha



5 de outubro de 2023

Camélias para um Canalha

Série Flores e Canalhas

Você já ouviu falar de infortúnios de sorte? 

Bem, acredite ou não, eles existem. A senhorita Natalie McAdam e lorde Raphael Becket podem atestar isso: esta é a história deles, que começou há muito tempo, quando seus caminhos se cruzaram na infância. Mas, como a única coisa constante na vida é a mudança, o que era uma bela amizade tornou-se uma inimizade confessa. Ela, uma simples camponesa, solteirona, com ares de independência. Ele, um verdadeiro canalha, futuro herdeiro, um libertino com título e honras. Casar-se com ele? Nunca. Os canalhas não amam. Casar-se com ela? Pelo céu, não! Com aquela garota insípida? Nunca. Que pena, a fortuna tem outros planos. Pode ser um acerto ou outro horrível teste do destino... eles terão que descobrir. Fingiram não se amar, não precisar um do outro, porém... lá estavam eles, brincando de esconde-esconde.

Capítulo Um

Inglaterra, 1869.
O gemido feminino abafado ecoou em todas as paredes da mansão Whelan. Lady Magnolia era incapaz de conter o prazer, ainda mais quando não era obtido por seu marido.
— Aos céus e à Rainha Vitória! — Exclamou enquanto rolava no colchão. Estavam completamente nus. Gemeu novamente, com a intenção de perpetuar a sensação de seu orgasmo recente.
— Oh não, milady, o crédito é todo meu, não se esqueça disso.
Quanto à figura máxima da monarquia, não se opôs, o sangue nobre corria-lhe nas veias, embora não honrasse tal privilégio; quanto à força superior que governava os céus, não permitiria que ela fosse aumentada em nome de suas proezas masculinas. Tal habilidade se devia à prática inesgotável e à busca incansável da satisfação sexual. Lorde Raphael Becket estava determinado a fazer do jogo íntimo uma arte, apenas para cuspir a conquista nos rostos daqueles que o consideravam o exemplo a não ser imitado. Hipócritas! O que fazia em plena luz do dia — e de madrugada também — os outros faziam sob o abrigo secreto da noite. Preferiria orgulhosamente usar o título de maior libertino de Londres do que ser um maldito esnobe em eterna insatisfação.
Pegou um travesseiro, apoiou-o contra a borda de madeira do estribo; se deitou na extremidade oposta do colchão. Olhou para o rosto corado e saciado da mulher que dividia o leito conjugal com ele. Amava aquelas mulheres que denegriram livremente o sagrado mandato de obediência e fidelidade, elas eram o tipo de mulher que acorda sua masculinidade imediatamente.
— Whisky? — Ela perguntou depois de sua última exalação de alegria.
— Eu tenho que responder a essa pergunta absurda?
A combinação usual na vida de Lorde Becket: sexo e álcool. Quem se orgulhava de conhecê-lo sabia disso.
— Bem, sim… — Lady Magnolia esticou a perna direita para ele e com os dedos dos pés acariciou seu queixo, — Não tenho notícias suas há tanto tempo que temo que você mudou seus hábitos.
— Isso nunca! — Ele riu. Com um movimento ágil de sua boca, capturou seu dedo do pé, lambeu, agarrou seu tornozelo com uma mão e continuou o jogo sensual.
Ela mordeu os lábios, vítima do novo desejo que começou a invadir seu corpo. Os olhos de Raphael nunca deixaram os dela com óbvia provocação. O muito infeliz possuía aquela qualidade única, com seu olhar único, frio, profundo e sensual, despertava os demônios cativos nos corpos das fêmeas. Seja abençoado! Muitas mulheres em Londres estavam esperando para serem exorcizadas por este homem. — Os últimos rumores que chegaram aos meus ouvidos…
— Lady Magnolia capturou a garrafa de uísque que estava em sua mesa de cabeceira. Bebeu direto da garrafa, depois entregou a Raphael – o colocaram em Mônaco.— Tais rumores são corretos, mas antiquados — Deixou o jogo erótico para saborear um gole da bebida—, Mônaco despertou o pior em mim, me deixou entediado.
— Pobre milorde, a vida de folia o aborreceu! — Pegou o whisky, era sua vez de beber.
— Não, a vida de festa não... a companhia — ele murmurou para si mesmo.
A verdade era que seu coração estava partido. Sim, quebrado. Homens de sua laia, patifes, canalhas confessos, apenas davam uma pitada de sentimentos a seus cúmplices em aventuras. Havia um estranho código de fraternidade que, quando quebrado, deixava lacunas irreparáveis. No caso de Lorde Raphael Becket, seu capanga desonesto abandonou a frente de batalha em nome do amor. Ah! Que estupidez!
— Você não encontrou um substituto para o honorável Sr. Tremblay, encontrou? — A mulher zombou. Raphael capturou seu dedo do pé em sua boca novamente, mas em vez de lambê-lo, o mordeu. — Malvado!




Série Flores e Canalhas
02- Camélias para um Canalha



16 de agosto de 2023

Jasmins para um Canalha

Série Flores e Canalhas

A senhorita Agnes Holland fez o possível para se estabelecer como uma verdadeira solteirona. 

Tal tarefa exigiu perseverança, disciplina e uma inteligência oculta. Para a maioria, a moça é um completo fracasso social sem perspectivas de casamento. Para ela, nada mais é do que um triunfo, o prelúdio da liberdade pela qual anseia. Junto com suas amigas, ela tem planos que lhes permitirão alcançar a independência, que não está atrelada aos homens, nem às regras impostas. Oh querida Agnes! Se você quer fazer o destino rir, apenas conte a ele seus planos. Uma grande pedra no caminho e apenas uma alternativa: o casamento. Lorde Tremblay, Visconde Meldrum, é o candidato perfeito. Viúvo, com um filho, ancorado nos padrões sociais mais arcaicos e dócil como uma gazela. Seria o único, se não fosse por um pequeno detalhe. Seu irmão. O honorável Bastien Tremblay, que tem pouco de honra e muito de patife. Um mal-entendido. Um casamento inesperado. Um acordo nada romântico. Ele era um canalha, e ela... ela era a esposa perfeita para esse tipo de canalha

Capítulo Um

Inglaterra, 1868.
Os pés vestidos com delicadas botas, batiam dentro da carruagem. Estava a caminho da casa de Jana Anderson, uma longa viagem até os arredores de Londres. A senhorita Agnes Holland não se caracterizava pela paciência e quietude, defeitos para alguns, virtudes para Agnes, ela gostava de qualquer coisa que a tornasse uma péssima candidata ao casamento. Sorriu com o pensamento, já tinha vinte e quatro anos! Em apenas alguns meses seria coroada como um completo fracasso social. 
Soprou a pena ridícula de seu arranjo de cabelo, que caia em sua testa e fazia cócegas em seu nariz, nunca foi uma beleza, mas..., mas ela explorou esse atributo de feiura ao máximo. Era preciso o mesmo esforço para parecer deslumbrante como para parecer horrenda. 
Horas de espartilhos e anáguas, horas de cabelos emaranhado, de olhar o mundo por trás de óculos com ampliação maior do que o necessário. Soprou novamente, tirou os óculos horríveis e os substituiu pelos verdadeiros, que só eram necessários para ler. Abriu sua bolsa e tirou a carta de Jana. 
O barulho ainda era aceitável, uma vez que saíssem de Londres e chegassem às estradas rurais, a leitura se tornaria uma odisseia. O selo no envelope era o brasão da família Anderson, oh, Berthan, pensou com tristeza. Há pessoas que tornam o mundo um lugar mais triste com sua partida, independente do curso natural da vida e da morte. 
O marido de sua amiga Jana já foi um deles. Suspirou, enfiando a pena odiosa atrás da orelha. 
Queridas amigas, a carta começou.
Isso foi o suficiente para fazê-la sorrir. As quatro moças eram grandes amigas e não havia segredos entre elas. Agnes sabia que Jana havia escrito a nota apenas uma vez e copiado mais três vezes, todas recebendo a mesma vírgula, o mesmo ponto e a mesma tristeza de seu remetente. 
Nunca terei palavras suficientes de agradecimento pela companhia que vocês me deram, tanto durante a doença do meu querido Berthan, quanto durante as primeiras semanas de minha viuvez. Respeitaram minha necessidade de conforto, bem como meus momentos de introspecção e, graças a isso, hoje posso dar mais um passo no meu processo de cura. 
Para isso, também preciso de vocês, minhas adoradas amigas. É hora de retomar nosso projeto. Manter minha mente ocupada, preencher minhas horas com atividades e ter mais desculpas do que chá para vê-las, me ajudará a focar no bem e aceitar o mal Temos muito o que conversar, Berthan não apenas me deixou viúva, deixou a todos órfãs. Delimitar um novo plano, tão próximo da meta, é um desafio. Um projeto que estou ansiosa para embarcar. Para vocês, que tem sido tão boas para mim, e em memória do meu amado marido, que sempre me incentivou. 
Espero vocês em minha casa, na minha estufa - que ainda me pertence e pelo qual lutarei com unhas e dentes - para retomar o sonho de sermos mulheres livres. 
Com amor e eterna gratidão, 
Jana. 
Ela dobrou o papel e o devolveu à bolsa. Inalou pela boca com a intenção de desfazer o nó em seu peito e não chorar novamente, não podiam dizer que a viuvez de Jana os pegara inteiramente de surpresa, embora a natureza virulenta da doença o fizesse.








Série Flores e Canalhas
01- Jasmins para um  Canalha