Tinha ouvido centenas de vezes de seus pais...
—Sua inocência será nossa condenação. E talvez, não estivessem errados, porque essa inocência a condenou a um casamento com o pior dos canalhas. Lindsey White tinha muitos anseios, e pretendia ir atrás de todos eles, a começar por uma magnífica magnólia noturna resguardada na estufa secreta de Lady Loretta. Acredita nisso? Uma magnólia noturna? Não encontrou a flor... em vez disso, encontrou Jonas Hudson, o Barão de Cowrnell, um ser desprezível, um canalha puro-sangue, um patife traiçoeiro. Seu passado o condenava, seus inimigos o confirmavam, traiçoeiro.
Um encontro inesperado. Um beijo errado. É assim que esta história começa. A questão importante é... Como isso vai acabar?
—Nunca imaginou que a perfeição pudesse ser encontrada nos erros. A errada, a inapropriada, a filha do comerciante que horrorizou os esnobes de Londres era a certa para ele.
Capítulo Um
Um encontro inesperado. Um beijo errado. É assim que esta história começa. A questão importante é... Como isso vai acabar?
—Nunca imaginou que a perfeição pudesse ser encontrada nos erros. A errada, a inapropriada, a filha do comerciante que horrorizou os esnobes de Londres era a certa para ele.
Capítulo Um
Inglaterra 1870.
O sol queimava em suas costas. A brisa fresca de março lhe trouxe um alívio tão necessário enquanto se inclinava sobre um botão de peônia rosa e aspirava seu perfume.
—Hum...— Srta. Lindsay White fechou os olhos. Conjurou uma paisagem em sua mente, montou uma história e sorriu. Uma mocinha, mais nova que ela, andando pelos pomares, com uma cesta na qual colhe... — Tangerinas, sim. Por um momento pensou em laranjas, mas as tangerinas serão melhores. E carrega em suas mãos um arranjo de rosas-chá, cuja fragrância une os cítricos e os amadeirados. Seu vestido é pêssego, e a cor a faz pensar em frutas. Tudo sobre uma base de almíscar branco, pureza como a menina.
Não estava falando com ninguém em particular. Estava sozinha, o que não a impedia de falar com o vento, as flores e... as abelhas. Parou o ato de cortar peônias. Uma abelhinha laboriosa estava roubando o pólen para fazer seu trabalho.
— Recomendo que você não o deixe cair na área dos lírios de Jana, pequena, ou verá seu trabalho interrompido pela pá vil da minha irmã e movido para a estufa. — Ficou imóvel, os olhos no corpinho aveludado preto e amarelo, olhando para o inseto. Deixou sua mente vagar na história inventada para sua nova fragrância, mas seu cérebro decidiu guiá-la pelos caminhos de outra história. As experiências de outra jovem inexperiente, inocente e sonhadora, que criou fragrâncias para os outros, sem ter encontrado a sua.
O nome daquela garota era Lindsay White, e desde que conseguia se lembrar, tinha ouvido que seu destino era se casar. O primeiro presente que recebeu na vida foi uma boneca, que ainda tinha. Com apenas três anos de idade, começou a praticar como ser uma boa mãe. Até que completou doze anos, e sua mãe arrancou a boneca de seus braços e a substituiu por fitas, espartilhos, vestidos e chapéus.
Percebeu que seus gostos e desejos não importavam mais. Apenas os masculinos eram relevantes. E eles não gostam de garotas com muito artifício, nem gostam de garotas muito joviais, ou que falam, sentam, ficam em pé, respiram ou se movam. Ah, mas também não pareçam um vaso, você deve cativar a atenção deles, sem chamar muito a atenção, eles não gostam disso, você parece desesperada. Não passe despercebida! Fale! Cale a boca! Suspire! Não faça barulho!
Ufa. Era cansativo ser uma dama destinada ao casamento. Foi em sua ânsia de encontrar a paz que descobriu Jane Austen e as irmãs Brontë. Seus romances a faziam desejar mais que apenas um marido. A obrigaram - sim, a forçaram - a procurar o amor. Não é à toa que as matronas diziam que ler era ruim para as senhoras! Que audácia aspirar ao amor sendo filha de comerciantes!
Observou a abelha trocar de botões, sorriu e cortou a peônia abandonada. Cheirou, o pólen solto fazendo-a espirrar. Lindsay podia jurar que a abelha a julgava com seus olhos enormes.
— Desculpe, sei o que pensa sobre flores sendo cortadas. Você é do time de Jana, — aludiu a sua irmã mais velha. Removeu as pétalas e as jogou no óleo neutro. Ao fazê-lo, lembrou-se do jogo absurdo: bem me quer, mal me quer. Não tinha a quem perguntar. Substituiu então por: encontrarei o amor, não encontrarei o amor. —Certamente você pensa como Jana sobre a Emma de Jane Austen. Apela para a praticidade de Knightley, e não para o sonho de Emma. Sim, sim... eu sei...
Série Flores e Canalhas
O sol queimava em suas costas. A brisa fresca de março lhe trouxe um alívio tão necessário enquanto se inclinava sobre um botão de peônia rosa e aspirava seu perfume.
—Hum...— Srta. Lindsay White fechou os olhos. Conjurou uma paisagem em sua mente, montou uma história e sorriu. Uma mocinha, mais nova que ela, andando pelos pomares, com uma cesta na qual colhe... — Tangerinas, sim. Por um momento pensou em laranjas, mas as tangerinas serão melhores. E carrega em suas mãos um arranjo de rosas-chá, cuja fragrância une os cítricos e os amadeirados. Seu vestido é pêssego, e a cor a faz pensar em frutas. Tudo sobre uma base de almíscar branco, pureza como a menina.
Não estava falando com ninguém em particular. Estava sozinha, o que não a impedia de falar com o vento, as flores e... as abelhas. Parou o ato de cortar peônias. Uma abelhinha laboriosa estava roubando o pólen para fazer seu trabalho.
— Recomendo que você não o deixe cair na área dos lírios de Jana, pequena, ou verá seu trabalho interrompido pela pá vil da minha irmã e movido para a estufa. — Ficou imóvel, os olhos no corpinho aveludado preto e amarelo, olhando para o inseto. Deixou sua mente vagar na história inventada para sua nova fragrância, mas seu cérebro decidiu guiá-la pelos caminhos de outra história. As experiências de outra jovem inexperiente, inocente e sonhadora, que criou fragrâncias para os outros, sem ter encontrado a sua.
O nome daquela garota era Lindsay White, e desde que conseguia se lembrar, tinha ouvido que seu destino era se casar. O primeiro presente que recebeu na vida foi uma boneca, que ainda tinha. Com apenas três anos de idade, começou a praticar como ser uma boa mãe. Até que completou doze anos, e sua mãe arrancou a boneca de seus braços e a substituiu por fitas, espartilhos, vestidos e chapéus.
Percebeu que seus gostos e desejos não importavam mais. Apenas os masculinos eram relevantes. E eles não gostam de garotas com muito artifício, nem gostam de garotas muito joviais, ou que falam, sentam, ficam em pé, respiram ou se movam. Ah, mas também não pareçam um vaso, você deve cativar a atenção deles, sem chamar muito a atenção, eles não gostam disso, você parece desesperada. Não passe despercebida! Fale! Cale a boca! Suspire! Não faça barulho!
Ufa. Era cansativo ser uma dama destinada ao casamento. Foi em sua ânsia de encontrar a paz que descobriu Jane Austen e as irmãs Brontë. Seus romances a faziam desejar mais que apenas um marido. A obrigaram - sim, a forçaram - a procurar o amor. Não é à toa que as matronas diziam que ler era ruim para as senhoras! Que audácia aspirar ao amor sendo filha de comerciantes!
Observou a abelha trocar de botões, sorriu e cortou a peônia abandonada. Cheirou, o pólen solto fazendo-a espirrar. Lindsay podia jurar que a abelha a julgava com seus olhos enormes.
— Desculpe, sei o que pensa sobre flores sendo cortadas. Você é do time de Jana, — aludiu a sua irmã mais velha. Removeu as pétalas e as jogou no óleo neutro. Ao fazê-lo, lembrou-se do jogo absurdo: bem me quer, mal me quer. Não tinha a quem perguntar. Substituiu então por: encontrarei o amor, não encontrarei o amor. —Certamente você pensa como Jana sobre a Emma de Jane Austen. Apela para a praticidade de Knightley, e não para o sonho de Emma. Sim, sim... eu sei...
Série Flores e Canalhas
03- Narcisos para um Canalha