Série Irlanda
Irlanda,1588.
No furor da tempestade, eles descobriram um amor para toda a vida...
Última sobrevivente de seu clã escocês, Karen Mulvaine fora aprisionada em um castelo na costa da Irlanda.
Uma noite, o mar tempestuoso enviou-lhe um homem que acendeu a chama do amor e da esperança em seu coração.
Brian McKenna buscava aventura e foi lançado com seu navio em meio ao perigo. Não havia ninguém que pudesse salvá-lo das mãos de seus inimigos, a não ser uma linda e fascinante garota...
Capítulo Um
Castelo de Dunluce.Antrim, Irlanda,26 de outubro de 1588
Karen Mulvaine inclinou-se contra o vento, céu estava negro, embora ainda faltasse muito para o pôr-do-sol. Diante dela, a espuma da água do mar varria a costa, encobrindo as rochas.
Longe, Mimms, o cão, brincava e uivava. Não fosse ele, Karen estaria com as costas em carne viva, e os ossos, quebrados. Mimms era seu protetor contra o velho que a ator¬mentava todos os dias.
― Nós não pertencemos a este lugar. ― Karen, naquele momento, tinha apenas a égua e Mimms como ouvintes.
Deus havia muito desertara os Mulvaine, e privilegiara todos os O'Donnell. Como as famílias inimigas da qual se originara, uma irlandesa, outra, escocesa, ela era condenada e maldita.
Dessa forma, aguardava que a tempestade chegasse e acabasse com o seu sofrimento. Sabia que ninguém se importava com ela. Sua morte seria assunto particular entre Karen e Deus.
Desesperada, desejou que a tempestade derrubasse o castelo de Dunluce, mas este permanecia inabalável.
Mimms correu para perto da água e começou a latir, feroz. Karen sentiu medo.
Firmou as pernas e ficou firme contra o vento, segurando a respiração à medida que as ondas ficavam cada vez mais altas.
A vela desamarrada de um navio despontou no horizonte, como um fantasma sob as águas do mar. Era uma visão tão inesperada que Karen piscou.
O navio desapareceu na vaga entre as ondas.
Esfregou os olhos, limpando-os para focalizar o mar revolto. Trovões e relâmpagos completavam o cenário.
O navio reapareceu e rumava para leste, como um brinquedo, na direção da perigosa formação rochosa conhecida por Pontas de Chaminé, uma península de rocha irregular que se estendia para longe, para a Escócia.
Karen costumava caminhar pelas rochas traiçoeiras quando a maré estava baixa. A borda ao redor da península era bastante acidentada e perigosa. Estava claro que os tripulantes do navio não conheciam a costa. Ela precisava alertá-los do perigo. Começou a agitar os braços, gritando.
O navio se aproximava cada vez mais. Os relâmpagos permitiram que Karen visse homens lançando cordas, movimentando arcas para fora.
Achou que eles sabiam o que estavam fazendo. Conduziu a montaria para um terreno mais alto a fim de verificar se o navio conseguiria transpor os rochedos.
O som de madeira se rompendo veio com o vento.
― Bom Deus, não!
Homens pulavam do convés, e o mar abocanhava-os com vontade.
― Deus, seja misericordioso ― exclamou Karen. ― Não. Não permita que isso aconteça.
Piscou com força, como se quisesse apagar a imagem.
Mas era verdade, e ela não podia fazer nada para ajudá-los.
De repente, Karen desceu da égua e ajoelhou-se, fazendo uma prece.
Sentia a mão de Deus nesse episódio. A vida era preciosa demais para ser jogada fora. Por que pensara em morrer? Porque a dor imposta pelo avô era demasiada para seus ombros? Não. Ela era mais forte que isso.
O horror daquela cena abalou-a até a alma.
Erguendo a cabeça, enxugou a água de chuva e do mar de seu rosto,A] a água já tomava conta das últimas passagens no penhasco.
― Certo. ― Karen levantou-se, acariciando a égua.
― Calma, Netta. Nós já vamos. Mimms. ― Olhou para a maré que subia. ― Mimms, venha.
A água já chegava a seus pés.
O cão uivava, dançava entre as ondas e parecia não querer voltar.
― Mimms, seu cachorro bobo. Não há nada que possamos fazer!
Série Irlanda
1 - O Guerreiro da Ilha
2 - Tormenta de Paixões
Série Concluída
Mostrando postagens com marcador Série Irlanda. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Série Irlanda. Mostrar todas as postagens
25 de fevereiro de 2009
24 de fevereiro de 2009
O Guerreiro da Ilha
Série Irlanda
Morgana chegara a Benburg e se deparara com uma armadilha inesperada.
Não havia santuário para ir quando se fugia de uma igreja. Mas Morgana não cometeria o mesmo erro duas vezes. De agora em diante, não confiaria em Ninguém.
— Morgana de Kildare, eu lhe disse meu nome: Hugh O'Neill. Aqui é o meu lar, o castelo de Dungannon.
Não posso entrar no castelo! Não posso!
O desespero em sua voz fez Hugh virar-se para os lados e analisar as portas abertas do salão principal. Encheu-se de orgulho. Ali sempre aconteciam festas memoráveis, cheias mulheres bem vestidas e bem penteadas. Sabia que tinha um lar elegante e aconchegante.
A melodia da harpa, acompanhada pela voz suave de um tenor, entretinha um grupo de convidados nobres.
— Você acha que eu gostaria de ser vista neste estado deplorável? Não existe uma porta lateral por onde possa entrar? — indagou Morgana. — Que diferença faz? Ninguém a conhece.Com quem a comparariam? Não agradece por estar viva?
Mesmo imunda e descabelada, Morgana era uma mulher atraente. Ao contrário das belezas da corte da rainha Elizabeth, ela não fazia a sobrancelha, o que a deixava mais linda ainda.
Eram grossas o suficiente para deixá-lo louco de vontade de percorrer os dedos sobre os arcos naturais. Tinha a cútis alva. O nariz era fino. A boca... bem poderia ficar horas e horas compondo poesias e mais poesias sobre os lábios que se abriam com tanta delicadeza
Você é lady Morgana Fitzgerald, filha mais velha do exilado conde de Kildare, James FitzMaurice Fitzgerald.
Capítulo Um
Além das traiçoeiras correntes do rio Abhainn Mor, o mais temperamental da Irlanda, ficava o seio de Ulster.
A fronteira setentrional impetuosa e unida, formada por vales estreitos, montanhas com vegetação abundante e invencíveis rochedos íngremes à beira-mar tinha resistido à submissão inglesa desde a conquista normanda.
As terras margosas de Ulster haviam criado gerações de heróis; gigantes de outrora, santos de fé mística, guerreiros de reputação duradoura e mulheres de grande coração.
Uma lenda ligava as ravinas, as correntes e as repentinas mudanças de humor do Abhainn Mor ao rei dos reis do clã dos O'Neill.
Ao cair da noite do dia cinco de maio de 1575, a enchente causada por um dilúvio de primavera expôs o rio ao pior de seus humores.
Águas impetuosas chicoteavam a ravina em Benburg com ferocidade; o Abhainn Mor libertou-se de seu antigo leito e ameaçou lanhar mais um caminho através da Irlanda. O furioso estrondo da corrente de água se misturava ao rumor dos trovões e aos ventos uivantes.
Se a lenda fosse considerada verdadeira, o temperamento sombrio do rio se asseme-lhava à perfeição ao do herdeiro de Dungannon.
Montado em seu cavalo de batalha predileto, Boru, um animal pardo de belo porte, o conde favorito de Sua Majestade, Hugh 0'Neill, observava sete soldados ingleses saírem de Benburg, seguindo a trilha de mais uma vítima.
A rainha Elizabeth desaprovaria a indumentária do conde de Tyrone se o visse agora. O lorde Hugh não vestia as elegantes roupas de um cortesão inglês, mas as de um escocês: xadrez e couro.
O semblante jovem de Hugh refletia todo o dissabor com a cena na ravina.
Através de um acordo particular entre a rainha e ele, o direito de administrar Ulster lhe pertencia, bem como o de matar os malfeitores.
Os soldados britânicos não deveriam entrar ou patrulhar as terras do falecido mártir Shane O'Neill.
Série Irlanda
1 - O Guerreiro da Ilha
2 - Tormenta de Paixões
Série Concluída
Morgana chegara a Benburg e se deparara com uma armadilha inesperada.
Não havia santuário para ir quando se fugia de uma igreja. Mas Morgana não cometeria o mesmo erro duas vezes. De agora em diante, não confiaria em Ninguém.
— Morgana de Kildare, eu lhe disse meu nome: Hugh O'Neill. Aqui é o meu lar, o castelo de Dungannon.
Não posso entrar no castelo! Não posso!
O desespero em sua voz fez Hugh virar-se para os lados e analisar as portas abertas do salão principal. Encheu-se de orgulho. Ali sempre aconteciam festas memoráveis, cheias mulheres bem vestidas e bem penteadas. Sabia que tinha um lar elegante e aconchegante.
A melodia da harpa, acompanhada pela voz suave de um tenor, entretinha um grupo de convidados nobres.
— Você acha que eu gostaria de ser vista neste estado deplorável? Não existe uma porta lateral por onde possa entrar? — indagou Morgana. — Que diferença faz? Ninguém a conhece.Com quem a comparariam? Não agradece por estar viva?
Mesmo imunda e descabelada, Morgana era uma mulher atraente. Ao contrário das belezas da corte da rainha Elizabeth, ela não fazia a sobrancelha, o que a deixava mais linda ainda.
Eram grossas o suficiente para deixá-lo louco de vontade de percorrer os dedos sobre os arcos naturais. Tinha a cútis alva. O nariz era fino. A boca... bem poderia ficar horas e horas compondo poesias e mais poesias sobre os lábios que se abriam com tanta delicadeza
Você é lady Morgana Fitzgerald, filha mais velha do exilado conde de Kildare, James FitzMaurice Fitzgerald.
Capítulo Um
Além das traiçoeiras correntes do rio Abhainn Mor, o mais temperamental da Irlanda, ficava o seio de Ulster.
A fronteira setentrional impetuosa e unida, formada por vales estreitos, montanhas com vegetação abundante e invencíveis rochedos íngremes à beira-mar tinha resistido à submissão inglesa desde a conquista normanda.
As terras margosas de Ulster haviam criado gerações de heróis; gigantes de outrora, santos de fé mística, guerreiros de reputação duradoura e mulheres de grande coração.
Uma lenda ligava as ravinas, as correntes e as repentinas mudanças de humor do Abhainn Mor ao rei dos reis do clã dos O'Neill.
Ao cair da noite do dia cinco de maio de 1575, a enchente causada por um dilúvio de primavera expôs o rio ao pior de seus humores.
Águas impetuosas chicoteavam a ravina em Benburg com ferocidade; o Abhainn Mor libertou-se de seu antigo leito e ameaçou lanhar mais um caminho através da Irlanda. O furioso estrondo da corrente de água se misturava ao rumor dos trovões e aos ventos uivantes.
Se a lenda fosse considerada verdadeira, o temperamento sombrio do rio se asseme-lhava à perfeição ao do herdeiro de Dungannon.
Montado em seu cavalo de batalha predileto, Boru, um animal pardo de belo porte, o conde favorito de Sua Majestade, Hugh 0'Neill, observava sete soldados ingleses saírem de Benburg, seguindo a trilha de mais uma vítima.
A rainha Elizabeth desaprovaria a indumentária do conde de Tyrone se o visse agora. O lorde Hugh não vestia as elegantes roupas de um cortesão inglês, mas as de um escocês: xadrez e couro.
O semblante jovem de Hugh refletia todo o dissabor com a cena na ravina.
Através de um acordo particular entre a rainha e ele, o direito de administrar Ulster lhe pertencia, bem como o de matar os malfeitores.
Os soldados britânicos não deveriam entrar ou patrulhar as terras do falecido mártir Shane O'Neill.
Série Irlanda
1 - O Guerreiro da Ilha
2 - Tormenta de Paixões
Série Concluída
Assinar:
Postagens (Atom)