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5 de julho de 2015

A Vingança do Libertino

Série Liga das Quartas-feiras
O conde de Glenross teria sua vingança, mas a que preço?

Rob McHugh tinha sobrevivido a uma provação angustiante em climas estrangeiros apenas para descobrir que a tragédia de sua família estava enraizada em solo britânico.
Uma terrível ironia revelou que Afton Lovejoy, sua bela rosa inglesa, tinha espinhos perigosos e que era, de fato, a mulher que ele jurou destruir!



Capítulo Um

Londres, 12 Dezembro de 1818
Poderia haver maior contraste entre esses cheiros e sons e o calabouço Mouro úmido que ele tão recentemente escapou? Lorde Robert McHugh, quarto conde de Glenross, tirou o casaco e entregou a um lacaio a espera. O cheiro de sempre-vivas misturadas com canapés picantes e vinho quente flutuava no ar. As notas suaves de uma orquestra e uma conversa educada eram transportadas de uma sala adjacente. Ao lado dele, Lorde Ethan Travis manteve um discurso sobre as muitas razões que Rob deveria reconsiderar em participar do sarau desta noite.
— Você não está pronto para isso, McHugh. Está apenas a uma quinzena de volta a Londres. Dê-se mais tempo antes de...
— Não existe tempo de sobra, Travis, disse ele. Isso terminou em Argel.
— Você precisa se familiarizar com a sociedade. Se você corre para lugares onde os anjos temem pisar...
— Pensa que a sociedade não está pronta para mim? Rob não podia deixar de sorrir com a preocupação de seu amigo.
Ethan lhe lançou um olhar exasperado.
— Eu procuraria um barbeiro, se fosse você. Seus cabelos estão além de byroniano. E suas emoções são tão brutas como um dia de inverno. Diplomacia nunca foi o seu forte. Dadas as circunstâncias, ninguém poderia culpá-lo, mas por que colocar a si mesmo atrás de cochichos, a piedade...
Piedade? Teria que esmagar isso. Preferia ser odiado que ser digno de piedade.
— Por que a preocupação, Ethan? O Gabinete das Relações Exteriores tem me mantido em isolamento desde o meu retorno. Duas malditas semanas escavando meu cérebro por qualquer pedaço de informação que consegui reunir durante a minha... ah, a residência no palácio do Dey. É muito cedo para você ter queixas de mim.
— Isso é o que eu estou tentando evitar.
— Alguém se queixou das minhas maneiras? — Perguntou ele.
— Suas maneiras, quando você quer, são impecáveis​​, Rob. Não tanto quanto a sua reputação. E você fez pouco para consertar isso. Sua obstinação e completa falta de consciência ao perseguir um objetivo são lendárias. Mas eu esperaria se não estivesse pronto para brindar debutantes e manter uma conversa educada se tivesse passado pelo que você sofreu nos últimos anos, e pior nos últimos seis meses.
Rob empurrou a dor das lembranças de volta para as trevas da sua mente. Não podia permitir que seus demônios o desviassem de sua missão esta noite. Sua preocupação é desnecessária, Ethan.
— Eu sei que você quer encontrar essa pessoa “Madame Zoe” e derrubá-la, mas este não é o momento para isso, Rob.
— Nenhum será melhor, ele respondeu. Mas não tenha medo. Eu não vou fazer uma cena. Ao contrário, quero manter em segredo as minhas intenções. É uma estratégia de caça ruim buzinar e enviar a raposa para a toca.
Ethan limpou a garganta. A Senhora Forbush é amiga íntima da minha esposa. Está introduzindo sua sobrinha, Senhorita Dianthe Lovejoy, a sociedade hoje. Ela ficaria arrasada se algo der errado.
— Você se arrepende de ter obtido o convite para mim? ele perguntou. — O que poderia dar errado?
— Bom Deus, McHugh. Você pode falar a sério?
Rob deu uma risada cruel. O Gabinete das Relações Exteriores pediu-lhe para me vigiar? Você fala como Lorde Kilgrew. Ele me incentivou a esperar algum tempo antes de retomar as minhas... obrigações.
— Rob puxou os cachos encaracolados na parte de trás de seu pescoço e permitiu-se um pequeno suspiro. Supunha que Ethan estava certo sobre uma coisa, ele deveria ter providenciado um corte de cabelo.
Mas Ethan Travis não precisava ter se preocupado. 

Série Liga das Quartas-feiras
1 - Por Justiça ou por Amor
2 - A Dama da Noite
3 - Um Segredo de Natal
4 - A Vingança do Libertino
5 - O Herdeiro Perdido
6 - Bela e Culpada
Série Concluída

30 de abril de 2014

Um Segredo de Natal

Série Liga das Quartas-feiras


A senhorita Charity Wardlow esperava uma proposta de casamento enquanto participava de um casamento de Natal. 

Mas quando Andrew MacGregor chegou à mansão, Charity percebeu que não queria mais ninguém, a não ser o escocês com um sorriso sensual... 

 Capítulo Um 

Oxfordshire, Inglaterra, Dezembro de 1819
Andrew “Drew” MacGregor sacudiu a neve de suas botas no vestíbulo de Wyecliffe Manor e entregou seu casaco ao mordomo. Ele chegou a Great Tew, Oxfordshire, no início do dia e conseguiu adquirir o último quarto restante na hospedaria local antes de oferecer suas saudações ao seu anfitrião para as festividades próximas. A casa estaria cheia de hóspedes, distribuídos em duplas ou trios nos quartos que estavam disponíveis, e ele não estava disposto a compartilhar sua cama. 

Ele até pagou o dobro ao estalajadeiro para impedir que tal possibilidade ocorresse.
O espaçoso saguão central havia sido enfeitado com ramos de sempre-viva e o aroma de pinho impregnava o ar. Visco e azevinho haviam sido tecidos nas grinaldas de cedro penduradas nos corrimãos, um fogo crepitava alegremente na lareira, na outra extremidade do corredor. 
O som de risadas ecoava de sala em sala, evidenciando a atmosfera de expectativa feliz. Cinco dias até o Natal e aconteceria o tão esperado casamento entre Olivia Fletcher e Edward Mackay.
Embora fosse convidado a ficar na mansão, Drew havia recusado. Ele estava feliz por participar desta festividade em particular, mas desejava um lugar tranquilo para se retirar. 
Os ingleses eram tão infernalmente barulhentos e curiosos, sempre se intrometendo nos assuntos dos outros. Ele normalmente preferia a quietude de seu chalé de caça nas Terras Altas escocesas e, assim que o casamento fosse um fato consumado, retornaria aquela solidão abençoada.
Endireitou as lapelas de sua jaqueta escura e deu um passo adiante para o corredor. 
Sem direção e nenhum anfitrião disponível para saudá-lo, estava indeciso sobre como proceder. Certo! 
Iria para a direita para um aposento repleto de risos histéricos, ou para a esquerda, uma sala onde os sons de um piano e violino podiam ser ouvidos? Se existisse uma biblioteca com uma garrafa de bom uísque de malte, seria onde encontraria Edward Mackay. Mas primeiro, ele faria o reconhecimento do terreno.
Virou para a esquerda, optando pela sala de música socialmente menos exigente. Ele entrou e deu um passo para o lado, imaginando que estaria quase invisível contra a parede. Olhando ao redor, encontrou a reunião muito menos formal do que havia imaginado. 
Um violinista ocupava o canto oposto, tocando seu instrumento, e uma loira surpreendente estava sentada no banco de madeira, suas mãos graciosas posicionadas nas teclas do piano com um atento jovem virando as páginas de um livro de música. 
Eles pareciam entrosados, quase íntimos. Drew suprimiu uma pontada inesperada de inveja.
O homem olhou em direção à porta, então dispensou Drew como alguém insignificante e voltou sua atenção para a moça. Ela ruborizou encantadoramente, e Drew percebeu que seu companheiro provavelmente a tinha elogiado. E por que não? — a mulher tirou seu próprio fôlego. 
O cabelo dourado tinha sido puxado para cima, preso com um laço francês azul de veludo que combinava com o seu vestido, deixando cair uma profusão de cachos até o meio das costas. O arco de cisne de seu pescoço expunha uma das gargantas mais tentadoras que já tinha visto — uma garganta que pedia beijos. Seus beijos.
Senhor! Quanto tempo havia passado desde que ele fora arrebatado pela aparência de uma mulher? Por um rubor recatado? Anos? Décadas? Nunca? Ele não conseguia desviar o olhar, mesmo quando o homem ergueu uma de suas mãos das teclas para pressionar um beijo galante em seu dorso.
Ah, então era isso, estava desabrochando um namoro. Algo possessivo disparou estranhamente através dele. Muito ruim.
A mulher olhou para um relógio de bronze dourado sobre a lareira perto do piano e levou um pequeno susto. Ela retirou a mão, aparentando relutância por ter que ir e se levantou. Sua voz era suave e musical.
— Devo correr para a sala de estar de Olivia para o ajuste de meu vestido com a costureira. Será que vou vê-lo mais tarde, senhor Lingate?
— Conte com isto, senhorita Wardlow. 


Série Liga das Quartas-feiras
1 - Por Justiça ou por Amor
2 - A Dama da Noite
3 - Um Segredo de Natal
4 - A Vingança do Libertino
5 - O Herdeiro Perdido
6 - Bela e Culpada
Série Concluída

17 de dezembro de 2011

O Herdeiro Perdido

Série Liga das Quartas-feiras

Havia voltado de entre os mortos para encontrar-se cara a cara com um anjo… 
O que Adam Hawthorne via em Grace Forbush era uma beleza etérea que resultava até mais intrigante devido ao halo de mistério que a rodeava. 

Seriam certos os rumores? 
Seria possível que aquela criatura celestial que havia despertado nele algo completamente novo tivesse cometido assassinato? 
Aquele homem não era o que parecia. 

Grace Forbush em seguida se deu conta de que era muito mais; Adam Hawthorne era um cavalheiro inglês… além disso era o verdadeiro herdeiro de seu falecido marido e tinha ido reclamar o que lhe pertencia por direito… 

Capítulo Um 

 Adam Hawthorne levantou o rosto e respirou sob a cálida chuva primaveril antes de entrar no imponente edifício de pedra cinza às dez em ponto. Levantou a gola de sua jaqueta de pele e sacudiu as gotas de chuva do cabelo. 
Comodidades como chapéus e capas brilhavam por sua ausência no selvagem noroeste, e, depois de quatro anos, resultava difícil inclusive lembrar como eram. 
Mal estava um dia na Inglaterra e já se sentia desconjurado. Imaginava que a jaqueta de pele não ajudava.
Quanto tempo demoraria para voltar a pensar e sentir como um inglês? 
Uma semana? Um mês? Alguma vez? 
Bom, ao menos tinha recordado que devia cumprir primeiro com suas obrigações e deixar as preocupações de índole pessoal para depois. 
Subiu as escadas até o segundo andar, seguiu pelo corredor até chegar à porta do fundo e logo se anunciou a um jovem magro e com óculos. 
-Sou Adam Hawthorne e devo ver lorde Barrington. 
O jovem examinou Adam dos pés à cabeça e atrás de seus pálidos olhos azuis se distinguiu um espio de curiosidade. 
Aquele olhar o fez ver com claridade o extremamente estranho que devia resultar seu aspecto dentro de um ministério em Londres. 
Pensou que deveria incluir um alfaiate e um barbeiro em primeiro lugar na lista de coisas que deveria fazer. 
Mas isso dependia do que encontrasse ali. 
-Sua senhoria já está lhe esperando, senhor. Entre, por favor. 
Adam deu um golpe seco no painel de vidro da porta antes de abri-la e entrar. 
Lorde Ronald Barrington elevou a vista de seu bloco de papéis.
-Hawthorne! Pelo amor de Deus, que alegria vê-lo -disse assinalando com um gesto a poltrona de couro que havia em frente a escrivaninha-. Senta-se, por favor. Quando recebi sua mensagem fiquei petrificado. O consideramos morto há quatro anos. 
-Foi o que ouvi, meu senhor.

Série Liga das Quartas-feiras
1 - Por Justiça ou por Amor
2 - A Dama da Noite
3 - Um Segredo de Natal
4 - A Vingança do Libertino
5 - O Herdeiro Perdido
6 - Bela e Culpada
Série Concluída

Bela e Culpada

Série Liga das Quartas-feiras

Para salvar sua reputação, primeiro tinha que destruí-la… 

Quando a acusaram de assassinar a uma cortesã que era estranhamente parecida com ela, Dianthe Lovejoy se viu obrigada a esconder-se. 
O único homem que podia protegê-la era seu inimigo, o reputado farrista e jogador lorde Geoffrey Morgan. 
Por culpa de uma dívida de honra, lorde Geoffrey não tinha outra opção que acolher à entremetida dama, mas quando se inteirou de seu plano de fazer-se passar por cortesã para desmascarar a um vilão, decidiu impedir tão ridícula idéia. 
Convencido de que assim conseguiria dissuadi-la, Geoffrey lhe ensinou a comportar-se como uma cortesã… mas o que descobriu foi que tinha encontrado à mulher perfeita… 

Capítulo Um 


18 de agosto de 1820 

Fragmentos de sombra desenhavam formas matizadas no caminho de seixos do Vauxhall Gardens. 
Ouviu-se um suspiro. Um gemido. Seria o vento? 
Dianthe não estava apreensiva, pois ela nunca tinha gostado de ficar sozinha na escuridão. 
Os objetos, reais ou imaginários, desapareceram com a próxima rajada de brisa. 
Avançou aos tropeções, convencida de que as suas amigas tinham percorrido aquele mesmo caminho para ver os fogos de artifícios junto ao rio, há pouco tempo. 
Teria se extraviado na escuridão? 
Os arbustos próximos rangeram e um calafrio de pânico lhe subiu pela coluna. 
Seria a aragem do córrego, ou seriam Hortense e Harriett que estavam voltando para junto dela? Ou possivelmente foi aquele mesmo desconhecido envolto em um manto escarlate em tropeçou a alguns momentos atrás? 
Não tinha podido lhe ver o rosto, mas o homem pareceu surpreender-se quando ela virou para olhar a mão que tinha lhe pego no braço, como se esperasse ver outra pessoa. 
Voltou a tropeçar e se apoiou em um tronco para recuperar o equilíbrio. 
 Os reflexos da lua projetavam uma mescla caleidoscópica de sombras e luzes entre os ramos e as folhas, mas dessa vez não havia nenhum engano. 
O objeto em que havia tropeçado era uma mulher. 
Parecia uma boneca esquecida no chão. 
Jazia de barriga para baixo e estava parcialmente coberta sob um arbusto de madressilva. Dianthe a reconheceu pelo vestido branco. Era quase idêntico ao dela, com o mesmo laço de cetim rosa que adornava o decote. 
Tinha visto essa mesma jovem ainda naquela tarde, junto à entrada. 
 E Hortense, até havia se desculpado com a jovem anteriormente, ao se dirigir a ela, por tê-las confundido, comentou ao vê-la. 
— “Meu Deus, Dianthe, ela poderia ser sua irmã gêmea” disse espantada.

Série Liga das Quartas-feiras
1 - Por Justiça ou por Amor
2 - A Dama da Noite
3 - Um Segredo de Natal
4 - A Vingança do Libertino
5 - O Herdeiro Perdido
6 - Bela e Culpada
Série Concluída

23 de setembro de 2011

Por Justiça ou por Amor

Série Liga das Quartas-feiras

O amor, assim como o perigo, pode surgir quando menos se espera...

Inglaterra, 1816. 

Apesar da determinação de lady Anita Sayles de permanecer solteira a melhor maneira de vingar-se de mulheres traiçoeiras e também de proteger o coração.
A presença de Tristan Sinclair, o conde de Auberville, fazia com que ela tivesse desejos que ultrapassavam o imaginável... 
Tristan queria uma esposa dócil, e ao contrário do que ele desejava Anita era independente e misteriosa! 
Sem dúvida, a noiva menos indicada para um conde, mas perfeita para ele, pois tinha a mesma sede de justiça que Tristan e despertava seus 

Capítulo Um

 — Você me perguntou que mulheres aqui presentes têm a reputação de serem inteligentes, capazes e leais — Julius Lingate disse, indicando uma dama no fundo do salão de baile dos Worthingdon. 
— Lady Anita Sayles encaixa-se perfeitamente nessa descrição. — Continue — Tristan Sinclair, o oitavo conde de Auberville, encorajou-o, enquanto observava a forma esguia da mulher, cujos cabelos negros estavam presos na nuca, e admirava a graça com que ela se movia ao lado de uma jovem loira. 
— Pouco se sabe a respeito da vida dela em Sussex antes de vir morar em Londres. Dizem que seu pai... 
— O conde? Julius confirmou e prosseguiu: — ...era adepto à bebida e um homem particularmente desagradável. 
Estava embriagado quando insistiu em conduzir a carruagem após a família visitar o vigário. 
Ele atiçou demais os cavalos e acabou virando o veículo. Matou a si mesmo e à esposa. 
O valete, que se encontrava dentro da carruagem quando o conde tomou as rédeas, salvou lady Anita, mas dizem que ela nunca mais foi a mesma depois disso. 
O valete ainda manca, e Lady Anita se recusa a falar do acidente. — Interessante... E depois? — O título e o legado paternos passaram a seu tio Thomas, que é o guardião de lady Anita. Ela ficou com as propriedades da mãe e as administra faz três anos.
— Há quanto tempo foi o acidente? — Ela devia ter uns dezesseis anos, então... foi há nove anos. — Jovem demais para tamanho sofrimento — Tristan ponderou, lembrando-se de suas experiências de traição e perda nas mãos de sua mãe. 
Prometera a si mesmo na época que nunca mais confiaria ou precisaria de uma mulher. Iria se casar, algo inevitável para um homem de sua posição, mas jamais necessitaria de uma mulher.
— Ela se entregou à arte, aos livros e à política. Adquiriu a reputação de erudita, engajou-se numa variedade de causas e reformas — Julius listou. 
— Foi assim que os problemas começaram. Ela está sempre envolvida em algum escândalo. Tristan sorriu e relaxou. Uma mulher tão ocupada teria pouco tempo para exigir o compromisso que ele não estava disposto a oferecer.
— Eu lhe devo minha gratidão, Jules.

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Série Concluída

5 de junho de 2010

A Dama da Noite

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Ela poderia escapar da escuridão do seu passado? Inglaterra Ethan Travis não tinha como saber dos negócios mais íntimos de Sarah. 

Ele a enxergava como uma dama perdida e vulnerável que precisava dos raros talentos deles para ser salva.

Do mesmo modo, Ethan precisava do amor incondicional de Sarah. 
Ele sempre soube usar muito bem a fama que lhe dava o título de “Demônio de Alsácia”, e Sarah Hunter sentiu-se atraída por ele de modo intenso e selvagem.
Mas era um sentimento fútil, bem sabia, pois mesmo um homem com um passado duvidoso jamais desejaria um mulher sem futuro! 

Capítulo Um 


Londres, maio de 1818 

Havia muita tensão na sala de visitas de lady Sarah Hunter. 
A decoração alegre em tons de azul e amarelo e a luz que se infiltrava pelas altas janelas do segundo andar não conseguiam animar o ambiente. 
Quatro mulheres sentavam-se em volta de uma mesa de chá e fitavam umas as outras com ansiedade. 
As decisões que tomavam em tais ocasiões nunca eram fáceis e poucas vezes agradáveis. 
Uma quinta mulher na sala era quase estranha para as demais.
Gladys Whitlock, de aparência agradável, apesar de não ser bonita, com trinta e poucos anos, fora-lhes enviada por madame Marie, modista da alta sociedade. 
Enquanto contava sua história, vez por outra tocava uma ferida recente no pescoço. 
Quando terminou, enxugou o canto dos olhos com um lencinho de linho. 
- Sinto-me uma tola por lhes contar tudo isso, mas madame Marie disse-me que poderiam me ajudar. Na verdade, senhoras, são minha única esperança. 
Com um suspiro, Sarah recolocou a xícara de chá sobre o pires e ajeitou atrás da orelha uma mecha rebelde de cabelos. 
Temia estar ficando muito cansada das coisas mundanas e imaginava se as outras moças de vinte e quatro anos também se sentiam assim. 
Voltou a atenção para o grupo, quando Grace Forbush, a elegante viúva de cerca de trinta anos, que desdenhava a moda dos cabelos frisados, preferindo usá-los lisos em um coque baixo, externou para o grupo sua opinião sobre o problema. 
- Em resumo, o sr. Harold Whitlock escondeu os três enteados e continua a ameaçar e abusar da sra. Whitlock. Cada vez passa mais tempo nas casas de ópio e torna-se sempre mais imprevisível. A sra. Whitlock teme pela segurança de seus filhos e por sua própria vida. Creio que a situação não é boa.
Sarah fitou as outras mulheres e deu de ombros. Precisava dizer uma coisa. 
- É hora do sr. Whitlock sair do caminho. - Podemos fazer uma petição ao tribunal - sugeriu Charity Wardlow, os olhos azuis muito honestos.

Série Liga das Quartas-feiras
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Série Concluída