Mostrando postagens com marcador Gail R. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Gail R. Mostrar todas as postagens

14 de maio de 2019

Uma Ligação Audaciosa

Série Irmãs O’Rourke/Série Irmãos Hunter

Reunidos em circunstâncias mortais...

Encarregado de investigar secretamente uma série de mortes suspeitas, Charles Hunter encontra-se novamente com Georgiana Huffington, querida da sociedade, que partiu seu coração muitos anos antes. Ela é uma mulher com um passado misterioso – poucos dias depois de fazer seus votos, os dois maridos de Georgiana morreram em circunstâncias duvidosas.
Conforme Charles trabalha com Georgiana para provar sua inocência, ela se vê cativada pelo homem que ele se tornou. Ainda diabolicamente bonito, agora está mais cauteloso, mais... perigoso. Georgiana teme que esteja perdendo o coração para ele, mas será que seu amor fará de Charles a próxima vítima do assassino?
A criatura sedutora fez uma reverência educada, com os olhos baixos. Ela se lembraria do extraordinário e único beijo que eles haviam roubado em um jardim sete anos atrás?
Ele pegou a mão dela e se curvou.
— Encantado novamente, Sra. Huffington. Há quanto tempo
você está na cidade?
— Não muito tempo, senhor – disse ela, erguendo os olhos das mãos unidas. — Acabei de voltar de Kent.
Ele levou um momento para absorver seus notáveis olhos verdes. Não eram esmeralda. Não eram cinza-esverdeado ou verdemar.
Os dela eram mais... verde-oliva. E tão cativante quanto haviam sido anos atrás. Sua memória não lhe falhara. Nem a dela – a julgar pelo sutil rubor em suas bochechas. Sim, ela se lembrava daquele
surpreendente único beijo também. Ah, mas ela não era mais uma recatada menina. Não, esta Georgiana era uma mulher de considerável experiência. Uma que ele não teria escrúpulos em seduzir.

Capítulo Um

Londres, abril de 1822. 

Charles Hunter sempre se sentava de costas para a parede para evitar surpresas desagradáveis – uma tática que ele aprendera com seu superior no Ministério do Interior, Lorde Wycliffe – e a Taverna do Cachorro Negro não era um lugar onde alguém iria querer ser surpreendido. Charles observou Wycliffe aproximar-se dele, imaginando por que ele organizara esta reunião fora do escritório. A expressão sombria em seu rosto não era reconfortante. Problemas, então. Problemas, sérios e altamente confidenciais já que não puderam falar sobre eles no Ministério do Interior. Ele bebeu um profundo gole de sua caneca e gesticulou para a caneca de cerveja que estava à espera, a qual Wycliffe levantou prontamente.
— Hunter — ele disse enquanto se sentava. Charles assentiu.
— Do que se trata? — É sigiloso, Hunter. Eu não posso fazê-lo aceitar o empreendimento, mas seria bom para sua carreira se fizesse isto. Provavelmente conseguirá a designação para o Ministério das Relações Exteriores que você me solicitou. Foi por isso que pensei em dar a você uma primeira chance.
O Ministério das Relações Exteriores? Esta era uma gorda cenourinha a balançar na frente dele. Ele queria dar o fora da maldita Inglaterra há meses. Talvez uma transferência limpasse a sua cabeça. Desde que fora ferido no outono passado, ele estava inquieto, com raiva e um pouco imprudente. Ficar ao lado do seu melhor amigo quando este havia sido baleado na cabeça poderia fazer isto com um homem, ele fora informado.
— Do que se trata? Wycliffe suspirou e olhou para sua cerveja.
— Longa história. Primeiro, você conheceu a antiga protegida da falecida Lady Caroline Betman, Georgiana Carson, atualmente conhecida como a Sra. Gower Huffington? Charles escondeu sua surpresa e amaldiçoou a rápida reviravolta que suas entranhas deram ao ouvir este nome. Se ele a conhecia? Inferno, ele estava prestes a propor casamento a ela quando sua guardiã lhe informara que seus sentimentos não eram retribuídos. Mas isso fora antes dela se casar pela primeira vez. Ela era tão nova. Tão bonita. Tão desonesta.
— Nós nos conhecemos – ele admitiu. — O que você pensa sobre ela ? — Eu sempre achei que ela é cativante. Inteligente e segura, embora protegida e... Wycliffe assentiu novamente, como se confirmando a opinião de Charles.
— Inescrutável? Charles encolheu os ombros. Ele estava prestes a dizer traiçoeira, mas talvez tenha sido apenas sua experiência. — Indiferente, eu diria. E não dada a emoções.
— Estranho para uma mulher que foi casada por duas vezes.
— E viúva duas vezes. E que agora se esconde no campo, pelo que ouvi.
— Então você não está sabendo? — Wycliffe estreitou os olhos quando se recostou na cadeira. — A Sra. Huffington voltou para a cidade. A conexão se perdera para ele.
O que Georgiana Huffington, nascida Carson, tinha a ver com a atribuição de Wycliffe? Ele massageou o ombro, ainda dolorido pela bala que ele levara quando seu amigo fora morto em outubro passado.
— Sim, ela voltou para a cidade e....?
— Bom Deus, Hunter! Onde você esteve? Permita-me atualizá-lo — Wycliffe se inclinou para frente novamente e baixou a voz como se temesse que pudessem ouvi-lo. — Há rumores de que ela matou seus maridos. Charles olhou fixamente para sua cerveja, lembrando sua obsessão pela mulher há sete anos. Ele havia sido levado por aqueles olhos verde-oliva e a promessa de curvas exuberantes sob seus vestidos recatados de menina. Ela era tímida, doce e possuidora de um humor gentil que ele achara cativante, mas sempre haveria uma pitada de escuridão e mistério sobre ela.
— Ela não se parece com o tipo. — Você, melhor que a maioria, sabe que as aparências enganam. Ora, você testemunhou coisas que chocariam a sociedade, deixando-a sem palavras, com a possível exceção de mim. Sim, a mentira e a duplicidade que ele havia visto sob a aparência inofensiva não mais o surpreendiam. Ele era um homem cansado. — Mas estou feliz que você a ache atraente. Isso facilitará seu trabalho. Um trabalho envolvendo a Sra. Huffington?




Série Irmãs O’Rourke/Série Irmãos Hunter
1 - Indiscrições
2 - Beijos de Fel
3 - Despindo Lilly
4 - Um Libertino à Meia-Noite
5 - Uma Ligação Audaciosa 
Série Concluída






24 de julho de 2018

Um Libertino à Meia-Noite

Série Irmãs O’Rourke/Irmãos Hunter
Seu desejo é mantê-la como sua amante!

James Hunter não pode esquecer a noite em que resgatou Eugenia O'Rourke de uma provação terrível, de como a sentiu em seus braços, quente e vulnerável. 
Agora trabalhando no Ministério do Interior durante o dia, ele não acha difícil assumir o papel de seu protetor libertino à noite...
Gina está dolorosamente ciente de que James testemunhou sua mais profunda humilhação. Seu maior medo era o retorno de seu captor, mas à meia-noite ela tem mais medo de ser o objeto da pena de James. No entanto pena não é o que James sente...

Capítulo Um

12 de setembro de 1821

Noite novamente. Ruas escuras, movimentos inconstantes nas sombras, sons abafados, sussurros no vento, o frio úmido de um nevoeiro sufocante. E sempre, a ameaça iminente de desastre nas costas dela. Gina O'Rourke odiava a noite, embora tivesse começado a viver sua vida nas horas entre o crepúsculo e o amanhecer, como se nada de mal pudesse acontecer com ela se apenas vigiasse. Se encheu de alívio ao ver acender o poste de luz do lado de fora da sua janela da sala de estar. Ela poderia jurar que havia sombras no parque do outro lado.
Afastando-se da janela, pegou o bordado e sentou-se perto da lareira, onde a luz era melhor. Enquanto empurrava a agulha através do linho fino, tentou direcionar seus pensamentos para o futuro, algo que ela não era capaz de fazer desde aquela noite.
Amanhã, talvez, falaria com seu cunhado sobre achar, para ela e sua mãe, um lugar só delas. Andrew e Bella deveriam ter a chance de ficar sozinhos e nutrir o casamento sem a interferência da mãe. Nada tão distante quanto St. Albans, mas talvez um chalé em St. John's Woods funcionasse muito bem. Lá, mamãe poderia reclamar e se preocupar com seu coração, sem incomodar a ninguém. Exceto Gina. Mas havia algo... seguro nesse tipo de vida. Seguro e reconfortante, como só o familiar poderia ser.
Sim, uma vida tranquila sem drama ou perigo era o que queria. Ninguém teria que saber sobre o passado dela, sobre aquela noite. Ela poderia parar de se atormentar, tentando lembrar os trechos horríveis, antes de se ver carregada da mesa, embalada nos braços de James Hunter. Apenas seu perfume, amadeirado e aquecido, a acalmou então. Agora a lembrança disso a incomodava de um modo muito perturbador.
O sino da frente tocou, seguido pelo som de botas e uma voz baixa falando com o mordomo de Andrew no vestíbulo. Ela olhou para o relógio. Quase meia-noite. A reunião de Andrew se estendeu até muito tarde e ele ainda estava na biblioteca com Lorde Wycliffe, mas quem viria à meia-noite? Ela se levantou, pronta para fazer uma retirada rápida, mas não foi rápida o suficiente. James Hunter apareceu na porta e tirou o chapéu.
— Imploro seu perdão, Senhorita O’Rourke. Eu vim para ver meu irmão e Edwards me pediu para esperar enquanto informa a Drew que estou aqui. Ele não sabia que você estava usando a sala.
Gina se esforçou para pensar em algo para dizer, mas se encontrou com a língua presa. Ela afundou-se no sofá, com o coração disparado, e se perguntou se seus simples pensamentos haviam sido suficientes para convocá-lo. Coisas mais estranhas que essa tinham acontecido com ela ultimamente.
Sair agora seria rude. E revelador. Recuperou o bordado novamente e o colocou no colo, rezando para que os dedos não tremessem quando ela pegasse a agulha.
— Acredito que ele esteja em algum tipo de reunião tardia, Senhor Hunter. — Ela disse a ele. — Eu duvido que você tenha que esperar muito tempo.
— Com uma companhia tão encantadora, rezo para que ele atrase.
Ela encontrou seu olhar e percebeu que ele estava apenas sendo gentil, e só porque sua irmã era casada com o irmão dele. Todos os irmãos Hunter eram extremamente educados. Ainda assim, nunca poderia encontrá-lo sem ver a lembrança daquela noite miserável nas profundezas de seus olhos azul-violeta. Também viu pena e abominou o pensamento de que ele sentia pena. Não podia deixar de se perguntar se ele ainda a via como estava naquela noite, nua até que a cobrisse com sua capa. O calor a atravessou e ela engoliu um pequeno gemido ao simples pensamento.
Ele deixou cair o chapéu numa cadeira e foi até um aparador para se servir de uma garrafa de xerez de lá. Olhou para ela por cima do ombro e levantou uma sobrancelha a convite.
— Não, obrigada. — Ela murmurou, olhando para a porta da sala de estar. Onde estava Edwards? E por que James, de todas as pessoas, tinha que encontrá-la sozinha?
— Como tem passado, Senhorita O’Rourke?
— Bem, obrigada. — Ela olhou para o bordado, mas a mão direita ergueu-se para tocar a garganta e a ferida que cicatrizara ali. Encontrou o olhar dele, engoliu em seco e tirou a mão rapidamente. Por que ele tinha que ser tão diabolicamente bonito? Ela poderia suportá-lo se fosse velho ou feio ou grosseiro em vez de alto e invulgarmente bonito!




Série Irmãs O’Rourke/Série Irmãos Hunter
1 - Indiscrições
2 - Beijos de Fel
3 - Despindo Lilly
4 - Um Libertino à Meia-Noite
5 -  Uma Lgação Audaciosa
Série concluída


5 de julho de 2015

A Vingança do Libertino

Série Liga das Quartas-feiras
O conde de Glenross teria sua vingança, mas a que preço?

Rob McHugh tinha sobrevivido a uma provação angustiante em climas estrangeiros apenas para descobrir que a tragédia de sua família estava enraizada em solo britânico.
Uma terrível ironia revelou que Afton Lovejoy, sua bela rosa inglesa, tinha espinhos perigosos e que era, de fato, a mulher que ele jurou destruir!



Capítulo Um

Londres, 12 Dezembro de 1818
Poderia haver maior contraste entre esses cheiros e sons e o calabouço Mouro úmido que ele tão recentemente escapou? Lorde Robert McHugh, quarto conde de Glenross, tirou o casaco e entregou a um lacaio a espera. O cheiro de sempre-vivas misturadas com canapés picantes e vinho quente flutuava no ar. As notas suaves de uma orquestra e uma conversa educada eram transportadas de uma sala adjacente. Ao lado dele, Lorde Ethan Travis manteve um discurso sobre as muitas razões que Rob deveria reconsiderar em participar do sarau desta noite.
— Você não está pronto para isso, McHugh. Está apenas a uma quinzena de volta a Londres. Dê-se mais tempo antes de...
— Não existe tempo de sobra, Travis, disse ele. Isso terminou em Argel.
— Você precisa se familiarizar com a sociedade. Se você corre para lugares onde os anjos temem pisar...
— Pensa que a sociedade não está pronta para mim? Rob não podia deixar de sorrir com a preocupação de seu amigo.
Ethan lhe lançou um olhar exasperado.
— Eu procuraria um barbeiro, se fosse você. Seus cabelos estão além de byroniano. E suas emoções são tão brutas como um dia de inverno. Diplomacia nunca foi o seu forte. Dadas as circunstâncias, ninguém poderia culpá-lo, mas por que colocar a si mesmo atrás de cochichos, a piedade...
Piedade? Teria que esmagar isso. Preferia ser odiado que ser digno de piedade.
— Por que a preocupação, Ethan? O Gabinete das Relações Exteriores tem me mantido em isolamento desde o meu retorno. Duas malditas semanas escavando meu cérebro por qualquer pedaço de informação que consegui reunir durante a minha... ah, a residência no palácio do Dey. É muito cedo para você ter queixas de mim.
— Isso é o que eu estou tentando evitar.
— Alguém se queixou das minhas maneiras? — Perguntou ele.
— Suas maneiras, quando você quer, são impecáveis​​, Rob. Não tanto quanto a sua reputação. E você fez pouco para consertar isso. Sua obstinação e completa falta de consciência ao perseguir um objetivo são lendárias. Mas eu esperaria se não estivesse pronto para brindar debutantes e manter uma conversa educada se tivesse passado pelo que você sofreu nos últimos anos, e pior nos últimos seis meses.
Rob empurrou a dor das lembranças de volta para as trevas da sua mente. Não podia permitir que seus demônios o desviassem de sua missão esta noite. Sua preocupação é desnecessária, Ethan.
— Eu sei que você quer encontrar essa pessoa “Madame Zoe” e derrubá-la, mas este não é o momento para isso, Rob.
— Nenhum será melhor, ele respondeu. Mas não tenha medo. Eu não vou fazer uma cena. Ao contrário, quero manter em segredo as minhas intenções. É uma estratégia de caça ruim buzinar e enviar a raposa para a toca.
Ethan limpou a garganta. A Senhora Forbush é amiga íntima da minha esposa. Está introduzindo sua sobrinha, Senhorita Dianthe Lovejoy, a sociedade hoje. Ela ficaria arrasada se algo der errado.
— Você se arrepende de ter obtido o convite para mim? ele perguntou. — O que poderia dar errado?
— Bom Deus, McHugh. Você pode falar a sério?
Rob deu uma risada cruel. O Gabinete das Relações Exteriores pediu-lhe para me vigiar? Você fala como Lorde Kilgrew. Ele me incentivou a esperar algum tempo antes de retomar as minhas... obrigações.
— Rob puxou os cachos encaracolados na parte de trás de seu pescoço e permitiu-se um pequeno suspiro. Supunha que Ethan estava certo sobre uma coisa, ele deveria ter providenciado um corte de cabelo.
Mas Ethan Travis não precisava ter se preocupado. 

Série Liga das Quartas-feiras
1 - Por Justiça ou por Amor
2 - A Dama da Noite
3 - Um Segredo de Natal
4 - A Vingança do Libertino
5 - O Herdeiro Perdido
6 - Bela e Culpada
Série Concluída

16 de novembro de 2014

Indiscrições

Série Irmãs O’Rourke/Irmãos Hunter
Daphne tinha sacrificado tudo para permanecer desconhecida em seu paraíso tropical. Mas se Lorde Lockwood reconhecer a mulher que fugiu da Inglaterra com um crime em sua consciência, nada poderia mantê-la a salvo...

Mesmo o pensamento de uma punição futura não poderia atenuar o presente desejo. 

Os lábios de Lockwood haviam despertado a mulher apaixonada que tinha sido uma vez. 
Que mal, Daphne raciocinou, poderia vir de um beijo roubado? Ainda assim, ela não podia permitir que seus sentimentos dominassem seu sentido — o que seria muito perigoso. 
Tinha negado-se a isso por cinco anos. 
Certamente ela poderia se negar a Lockwood por algumas semanas?

Capítulo Um

Londres, 1 de Setembro de 1820
Reginald Hunter, sexto conde de Lockwood, fitou o subsecretário do Ministério das Relações Exteriores com dúvida.
— Não sei Lorde Eastman. Estou com o Ministério do Interior. Como posso ajudá-lo?
— Os limites entre o Ministério do Interior e o Ministério das Relações Exteriores têm divergido recentemente, especialmente nas Antilhas. St. Claire é uma colônia britânica, que se colocaria sob a responsabilidade do Ministério do Interior, mas já que estamos lidando com outras nacionalidades e disciplinas, o Ministério das Relações Exteriores assumiu o comando.
Hunt se acomodou na poltrona funda e confortável em frente a lorde Eastman e aceitou um pequeno cálice de conhaque do criado. 
O que poderia o homem estar prestes a dizer que exigia que eles se reunissem no clube deles em vez de nos escritórios do governo? Ou Eastman o queria bêbado, ou estava preocupado com a segurança no escritório. Segurou o cálice em sua mão direita e aqueceu o líquido vermelho escuro.
— Será que Castlereagh informou você que eu apresentei minha renúncia ao Ministério do Interior?
A última coisa que desejava na véspera de sua aposentadoria do serviço público era voltar a se envolver nos problemas dos outros. Tinha pagado suas dívidas, em uma medida extra, além disso. O que mais se poderia pedir além de sua alma?
— Sim, seu pedido de demissão, — Eastman assentiu. — E é por isso que esperávamos persuadi-lo a se juntar a nós.
— Obrigado pela confiança, mas por que eu iria trocar um trabalho perigoso por outro? Estou cansado de arriscar a minha vida a cada curva de uma esquina. E agora que nós finalmente lidamos com...
— O traficante de escravos brancos. Sim, ouvi sobre isso. Há apenas uma semana ou mais, não foi?
— Essa foi a última ponta solta. Posso parar com a consciência limpa agora, tomar meu assento na Câmara dos Lordes e sossegar.
Eastman bebeu seu próprio conhaque.
— Você mal atingiu seu ápice, Lockwood, — disse, usando o título de Hunt. — Esta missão é uma pequena ameixa. Macia como uma torta e algo que você poderia fazer dormindo. Pense nisso como tirar férias.
Pela sua experiência, nada que o Governo solicitava dele era tão simples.
— Então, alguma outra pessoa pode ir de férias.
— Tem que ser feito em segredo. E muito sensível, pois é uma parte de uma investigação que já está em curso. Você é conhecido por sua discrição.
Discreto? Agora era assim que eles estavam chamando os assassinos? Discrição recuperaria a alma que havia perdido fazendo o trabalho sujo, mas necessário que outros homens se recusaram?
Ah, mas ele estava intrigado a despeito de si mesmo. E agora tinha certeza que no Ministério das Relações Exteriores havia um traidor. Por que mais eles precisariam de um homem com seus — talentos?
— O seu vazamento é aqui ou em St. Claire?
Eastman franziu a testa e baixou a voz.
— Nós não sabemos. Precisamos de uma pessoa de fora para isso, e seu nome surgiu já que você tem plantações em St. Claire. Seria natural que você quisesse visitar e verificar seus investimentos, certo?
Hunt suspirou.
— Conte-me sobre esta “pequena ameixa” que você quer que eu veja.
— Piratas.
Série Irmãs O’Rourke/Irmãos Hunter
1 - Indiscrições
2 - Beijos de Fel
3 - Despindo Lilly
4 - Um Libertino à Meia-Noite

18 de maio de 2014

Despindo Lilly

Série Irmãs O'Rourke/Irmãos Hunter

Não é bem um Cavalheiro.

Filho bastardo de um Duque, Devlin Farrell está prestes a se vingar pela morte de sua mãe.
E irá mesmo tão longe ao ponto de sequestrar a noiva de seu inimigo no altar!
Lilly O'Rourke é apenas um peão inocente no plano de Devlin. Apesar de arruinar a reputação dela, não quer lhe fazer nenhum mal, embora seja difícil bancar o perfeito cavalheiro quando está lutando para resistir à sua beleza tentadora.
Mas Devlin viveu tanto tempo alimentando sua vingança, que pode agora esquecer esse desejo, libertar Lilly, salvando a si mesmo?

*****
— Pensativa senhorita?
Lillian ofegou e virou-se para encontrar um homem em mangas de camisa de pé debaixo do salgueiro. Um jardineiro ou o chefe dos estábulos. Ela virou-se sem falar.
Uma risada profunda causou um pequeno arrepio de mau agouro escorregando por sua espinha.
— Senhorita Lillian, não é?
— Senhorita O'Rourke, — ela corrigiu sem se virar.
O homem deu a volta no banco e deu-lhe um sorriso insolente. Sentiu-se toda ofegante e nervosa. E havia estado espionando-a.
Ela empinou o nariz para cima, fingindo indiferença.
— Pode falar comigo. Prometo que não mordo.
O olhou novamente e notou que tinha uma jaqueta cara pendurada no braço. Não era um jardineiro. Mas era mais perturbador do que pensava. Não, não parecia adequado de qualquer modo. Ele parecia o tipo de homem que poderia arruinar uma mulher...
— Então, Senhorita O'Rourke, está para se tornar uma Duquesa. Que sorte para você.

Capítulo Um

Londres, 27 de Julho de 1821.
Esta não foi a primeira vez que Devlin Farrell havia penetrado nos terrenos de Rutherford House para observar as pessoas dentro da casa. Longe disso. Ele conhecia os moradores quase tão bem quanto conhecia a si mesmo. Sabia o que eles gostavam e não gostavam, quando se moviam, para onde foram e o que queriam.
E sabia, também, quando os eventos aconteceriam em Rutherford House e isso lhe permitia assisti-los e, por vezes, se misturar. Como esta noite. Não havia muito, de fato, que não soubesse sobre Lorde Rutherford e sua ninhada.
Envolto e protegido pelos ramos de um salgueiro, passou despercebido por casais passeando e os retardatários ocasionais. Tinha um pequeno receio de ser descoberto. Havia demasiadas pessoas para controlar esta noite. Com a lábia certa, poderia até entrar no salão e misturar-se.
Ninguém iria reconhecê-lo, e se o fizessem, certamente não iriam denunciá-lo para não se entregarem. Devlin não era um homem que as pessoas admitiam conhecer.
Lanternas de papel de cores vivas iluminavam os caminhos e o som de uma orquestra flutuava do salão de baile sobre uma brisa de verão tão suave como uma carícia no rosto. Risos enchiam o ar, junto com o tilintar de copos, e sabia que o vinho seria como o Tâmisa, fluiria livremente.
Devlin tirou o casaco e pendurou-o ao longo de um galho para erguer as mangas da camisa para cima. A noite estava extraordinariamente abafada e não tinha a menor preocupação sobre como um cavalheiro deveria se apresentar em público. Ele não era um cavalheiro.
— Oh, Lorde Olney! Você está se afastando muito do caminho.
Edward Manlay? Marquês de Olney e herdeiro do Duque de Rutherford? Devlin se virou em direção à voz. Descendo o caminho em direção ao banco sob o salgueiro estava o herdeiro de Rutherford, o magro e desengonçado Olney, e uma criatura que lembrava uma fada cujo cabelo cor de mel ficou prateado pela claridade do luar.
Ela usava um vestido azul escuro, convertido num tom quase preto devido à profundidade da noite, e estampado com bordados de pequenos pássaros brancos em voo. Muito apropriado para alguém tão etéreo.
Escondeu-se atrás do tronco da árvore e se encostou nela, observando entre os ramos, curioso para ver o que Olney faria em seguida. Tendo em conta que este era o banco favorito do filhote para suas seduções, perguntou-se, maltrataria sua companheira, como fizera com outras mulheres infelizes em inúmeras ocasiões? Ou bocejaria e arranjaria uma desculpa para voltar ao salão de baile?
— Diga que será minha e vou passar o resto dos meus dias me afastando com você.
— Está propondo casamento, senhor, ou algo diferente?
Olney envaideceu-se, provavelmente sabendo perfeitamente que um Marquês, não importa seu caráter, seria considerado um bom partido.
— Casamento, Senhorita Lillian. Nunca quis alguém tão desesperadamente como a quero minha querida. Você roubou meu coração completamente.
A deslumbrante Senhorita Lillian se sentou no banco e o herdeiro do Duque se empoleirou ao lado dela.
— Penso que dificilmente seu pai me acharia adequada, uma vez que não possuo título de nobreza nem sou possuidora de um magnífico dote.
As sobrancelhas de Olney franziram. Devlin não conhecia aquele olhar. Estaria enrolando a pirralha para assegurá-la, ou estava realmente atormentado?
— Ele está ansioso para me ver casado. Posso convencê-lo a pensar à minha maneira. Confie em mim.
Ela abriu o leque e começou a movê-lo indolentemente, não era um artifício ou afetação pela noite abafada, mas uma tentativa genuína para esfriar-se. Devlin poderia facilmente ver os atrativos da garota, beleza, graça natural, autocontrole e uma atitude orgulhosa. Sim, era tudo o que Devlin jamais poderia ter e que Olney esperaria como se fosse de direito.
— Mesmo assim, — a garota disse, — acho que ele não iria gostar disto.
Olney prendeu-lhe a mão e puxou-a para encará-lo. — Tenho que tê-la. Não consigo tolerar a forma como os outros homens estão observando-a, cortejando-a, farejando em torno de você como vira-latas atrás de...

Série Irmãs O'Rourke/Irmãos Hunter
1- Indiscrições
2- Beijos de Fel
3 - Despindo Lilly
4 - Um Libertino à Meia-Noite
5 -  a revisar





30 de abril de 2014

Um Segredo de Natal

Série Liga das Quartas-feiras


A senhorita Charity Wardlow esperava uma proposta de casamento enquanto participava de um casamento de Natal. 

Mas quando Andrew MacGregor chegou à mansão, Charity percebeu que não queria mais ninguém, a não ser o escocês com um sorriso sensual... 

 Capítulo Um 

Oxfordshire, Inglaterra, Dezembro de 1819
Andrew “Drew” MacGregor sacudiu a neve de suas botas no vestíbulo de Wyecliffe Manor e entregou seu casaco ao mordomo. Ele chegou a Great Tew, Oxfordshire, no início do dia e conseguiu adquirir o último quarto restante na hospedaria local antes de oferecer suas saudações ao seu anfitrião para as festividades próximas. A casa estaria cheia de hóspedes, distribuídos em duplas ou trios nos quartos que estavam disponíveis, e ele não estava disposto a compartilhar sua cama. 

Ele até pagou o dobro ao estalajadeiro para impedir que tal possibilidade ocorresse.
O espaçoso saguão central havia sido enfeitado com ramos de sempre-viva e o aroma de pinho impregnava o ar. Visco e azevinho haviam sido tecidos nas grinaldas de cedro penduradas nos corrimãos, um fogo crepitava alegremente na lareira, na outra extremidade do corredor. 
O som de risadas ecoava de sala em sala, evidenciando a atmosfera de expectativa feliz. Cinco dias até o Natal e aconteceria o tão esperado casamento entre Olivia Fletcher e Edward Mackay.
Embora fosse convidado a ficar na mansão, Drew havia recusado. Ele estava feliz por participar desta festividade em particular, mas desejava um lugar tranquilo para se retirar. 
Os ingleses eram tão infernalmente barulhentos e curiosos, sempre se intrometendo nos assuntos dos outros. Ele normalmente preferia a quietude de seu chalé de caça nas Terras Altas escocesas e, assim que o casamento fosse um fato consumado, retornaria aquela solidão abençoada.
Endireitou as lapelas de sua jaqueta escura e deu um passo adiante para o corredor. 
Sem direção e nenhum anfitrião disponível para saudá-lo, estava indeciso sobre como proceder. Certo! 
Iria para a direita para um aposento repleto de risos histéricos, ou para a esquerda, uma sala onde os sons de um piano e violino podiam ser ouvidos? Se existisse uma biblioteca com uma garrafa de bom uísque de malte, seria onde encontraria Edward Mackay. Mas primeiro, ele faria o reconhecimento do terreno.
Virou para a esquerda, optando pela sala de música socialmente menos exigente. Ele entrou e deu um passo para o lado, imaginando que estaria quase invisível contra a parede. Olhando ao redor, encontrou a reunião muito menos formal do que havia imaginado. 
Um violinista ocupava o canto oposto, tocando seu instrumento, e uma loira surpreendente estava sentada no banco de madeira, suas mãos graciosas posicionadas nas teclas do piano com um atento jovem virando as páginas de um livro de música. 
Eles pareciam entrosados, quase íntimos. Drew suprimiu uma pontada inesperada de inveja.
O homem olhou em direção à porta, então dispensou Drew como alguém insignificante e voltou sua atenção para a moça. Ela ruborizou encantadoramente, e Drew percebeu que seu companheiro provavelmente a tinha elogiado. E por que não? — a mulher tirou seu próprio fôlego. 
O cabelo dourado tinha sido puxado para cima, preso com um laço francês azul de veludo que combinava com o seu vestido, deixando cair uma profusão de cachos até o meio das costas. O arco de cisne de seu pescoço expunha uma das gargantas mais tentadoras que já tinha visto — uma garganta que pedia beijos. Seus beijos.
Senhor! Quanto tempo havia passado desde que ele fora arrebatado pela aparência de uma mulher? Por um rubor recatado? Anos? Décadas? Nunca? Ele não conseguia desviar o olhar, mesmo quando o homem ergueu uma de suas mãos das teclas para pressionar um beijo galante em seu dorso.
Ah, então era isso, estava desabrochando um namoro. Algo possessivo disparou estranhamente através dele. Muito ruim.
A mulher olhou para um relógio de bronze dourado sobre a lareira perto do piano e levou um pequeno susto. Ela retirou a mão, aparentando relutância por ter que ir e se levantou. Sua voz era suave e musical.
— Devo correr para a sala de estar de Olivia para o ajuste de meu vestido com a costureira. Será que vou vê-lo mais tarde, senhor Lingate?
— Conte com isto, senhorita Wardlow. 


Série Liga das Quartas-feiras
1 - Por Justiça ou por Amor
2 - A Dama da Noite
3 - Um Segredo de Natal
4 - A Vingança do Libertino
5 - O Herdeiro Perdido
6 - Bela e Culpada
Série Concluída

7 de abril de 2012

Beijos De Fel

Série Irmãs O'Rourke/Irmãos Hunter

Há muito tempo que Andrew Hunetr frequenta o mais sórdido submundo de Londres. 

Mesmo assim, não está preparado para a misteriosa Lady Lace. 
Sua desenvoltura no jogo do flerte demonstra sua experiência na arte da sedução. 
Mas seus lábios enfeitiçantes a denunciavam: era pura e inocente. 
Para Andrew, nada seria mais prazeroso do que descobrir a verdadeira Lace. 
Mas ela não poderia revelar seu passado, pois procurava apenas um home... um cavalheiro alto, moreno, com beijos de fel... o assassino de sua irmã! 

Jenna: Li e gostei apesar de nobres maldosos que se valiam de magia negra praticando estupros, matando e se divertindo com isso e nossa heroína infiltra-se no meio disso tudo para descobrir o assassinato de sua irmã.

Capítulo Um 

Londres, 2 de julho de 1821. 
- O que estamos fazendo neste baile de máscaras idiota quando poderíamos nos divertir em um sabá de feiticeiras? É verão, Hunter, tem que haver alguma coisa melhor para fazer. O quê? 
Andrew Hunter bocejou e passou os olhos pela sala lotada em Argyle Rooms. 
Que coisa triste não conseguir pensar em nada que lhe interessasse. 
Bem, o tédio chegaria mais cedo ou mais tarde. 
Não havia praticamente nada que não tivesse feito, tentado, experimentado. Henley disse:
— Haverá uma missa negra na capela do cemitério Whitcombe. Andrew sacudiu a cabeça. — Vá sem mim, Henley. Acho que vou para casa cedo. 
— Vai para casa cedo? Está doente, Hunter? 
Doente? Era assim que chamavam o tédio total? Então sim, sofria da maldita doença terminal do tédio. 
— É tudo idiotice, Henley. Simulação e fingimento. Sabás de feiticeiras, lutas de gaios, tormento de ursos, prostitutas... 
— Precisamos encontrar alguma coisa que o interesse, Hunter. 
— Deus! — riu Andrew. — Vai sugerir uma mulher? 
— Nada como uma mulher para amenizar aborrecimentos. Considerou a sugestão, mas lhe pareceu insípida. 
Quantas mulheres já tivera só no último ano? 
Quantos encontros e seduções? Quantos namoros ilícitos? Quando seu irmão mais velho, o conde de Lockwood, se casara, Andrew se instalara numa casa na cidade. 
Não queria ficar na mansão da família com o casal, como testemunha da felicidade conjugal, embora talvez fosse divertido. 
Seus irmãos, James e Charles, também tinham alugado um apartamento. 
Acabara a restrição que a presença do irmão mais velho lhe impusera, mas a liberdade para fazer o que quisesse lhe tirara o prazer. 
Naquela noite sentia uma inquietação, uma expectativa, como se alguma coisa incomum estivesse para acontecer. 
— Não — disse finalmente à sugestão de uma companhia feminina. — Verei o que está acontecendo no clube e depois, casa. 
— Está tão entediado assim, Hunter? Olhe em volta!

Série Irmãs O'Rourke/Irmãos Hunter
1- Indiscrições
2- Beijos de Fel
3 - Despindo Lilly
4 - Um Libertino à Meia-Noite
5 -  a revisar


17 de dezembro de 2011

O Herdeiro Perdido

Série Liga das Quartas-feiras

Havia voltado de entre os mortos para encontrar-se cara a cara com um anjo… 
O que Adam Hawthorne via em Grace Forbush era uma beleza etérea que resultava até mais intrigante devido ao halo de mistério que a rodeava. 

Seriam certos os rumores? 
Seria possível que aquela criatura celestial que havia despertado nele algo completamente novo tivesse cometido assassinato? 
Aquele homem não era o que parecia. 

Grace Forbush em seguida se deu conta de que era muito mais; Adam Hawthorne era um cavalheiro inglês… além disso era o verdadeiro herdeiro de seu falecido marido e tinha ido reclamar o que lhe pertencia por direito… 

Capítulo Um 

 Adam Hawthorne levantou o rosto e respirou sob a cálida chuva primaveril antes de entrar no imponente edifício de pedra cinza às dez em ponto. Levantou a gola de sua jaqueta de pele e sacudiu as gotas de chuva do cabelo. 
Comodidades como chapéus e capas brilhavam por sua ausência no selvagem noroeste, e, depois de quatro anos, resultava difícil inclusive lembrar como eram. 
Mal estava um dia na Inglaterra e já se sentia desconjurado. Imaginava que a jaqueta de pele não ajudava.
Quanto tempo demoraria para voltar a pensar e sentir como um inglês? 
Uma semana? Um mês? Alguma vez? 
Bom, ao menos tinha recordado que devia cumprir primeiro com suas obrigações e deixar as preocupações de índole pessoal para depois. 
Subiu as escadas até o segundo andar, seguiu pelo corredor até chegar à porta do fundo e logo se anunciou a um jovem magro e com óculos. 
-Sou Adam Hawthorne e devo ver lorde Barrington. 
O jovem examinou Adam dos pés à cabeça e atrás de seus pálidos olhos azuis se distinguiu um espio de curiosidade. 
Aquele olhar o fez ver com claridade o extremamente estranho que devia resultar seu aspecto dentro de um ministério em Londres. 
Pensou que deveria incluir um alfaiate e um barbeiro em primeiro lugar na lista de coisas que deveria fazer. 
Mas isso dependia do que encontrasse ali. 
-Sua senhoria já está lhe esperando, senhor. Entre, por favor. 
Adam deu um golpe seco no painel de vidro da porta antes de abri-la e entrar. 
Lorde Ronald Barrington elevou a vista de seu bloco de papéis.
-Hawthorne! Pelo amor de Deus, que alegria vê-lo -disse assinalando com um gesto a poltrona de couro que havia em frente a escrivaninha-. Senta-se, por favor. Quando recebi sua mensagem fiquei petrificado. O consideramos morto há quatro anos. 
-Foi o que ouvi, meu senhor.

Série Liga das Quartas-feiras
1 - Por Justiça ou por Amor
2 - A Dama da Noite
3 - Um Segredo de Natal
4 - A Vingança do Libertino
5 - O Herdeiro Perdido
6 - Bela e Culpada
Série Concluída

Bela e Culpada

Série Liga das Quartas-feiras

Para salvar sua reputação, primeiro tinha que destruí-la… 

Quando a acusaram de assassinar a uma cortesã que era estranhamente parecida com ela, Dianthe Lovejoy se viu obrigada a esconder-se. 
O único homem que podia protegê-la era seu inimigo, o reputado farrista e jogador lorde Geoffrey Morgan. 
Por culpa de uma dívida de honra, lorde Geoffrey não tinha outra opção que acolher à entremetida dama, mas quando se inteirou de seu plano de fazer-se passar por cortesã para desmascarar a um vilão, decidiu impedir tão ridícula idéia. 
Convencido de que assim conseguiria dissuadi-la, Geoffrey lhe ensinou a comportar-se como uma cortesã… mas o que descobriu foi que tinha encontrado à mulher perfeita… 

Capítulo Um 


18 de agosto de 1820 

Fragmentos de sombra desenhavam formas matizadas no caminho de seixos do Vauxhall Gardens. 
Ouviu-se um suspiro. Um gemido. Seria o vento? 
Dianthe não estava apreensiva, pois ela nunca tinha gostado de ficar sozinha na escuridão. 
Os objetos, reais ou imaginários, desapareceram com a próxima rajada de brisa. 
Avançou aos tropeções, convencida de que as suas amigas tinham percorrido aquele mesmo caminho para ver os fogos de artifícios junto ao rio, há pouco tempo. 
Teria se extraviado na escuridão? 
Os arbustos próximos rangeram e um calafrio de pânico lhe subiu pela coluna. 
Seria a aragem do córrego, ou seriam Hortense e Harriett que estavam voltando para junto dela? Ou possivelmente foi aquele mesmo desconhecido envolto em um manto escarlate em tropeçou a alguns momentos atrás? 
Não tinha podido lhe ver o rosto, mas o homem pareceu surpreender-se quando ela virou para olhar a mão que tinha lhe pego no braço, como se esperasse ver outra pessoa. 
Voltou a tropeçar e se apoiou em um tronco para recuperar o equilíbrio. 
 Os reflexos da lua projetavam uma mescla caleidoscópica de sombras e luzes entre os ramos e as folhas, mas dessa vez não havia nenhum engano. 
O objeto em que havia tropeçado era uma mulher. 
Parecia uma boneca esquecida no chão. 
Jazia de barriga para baixo e estava parcialmente coberta sob um arbusto de madressilva. Dianthe a reconheceu pelo vestido branco. Era quase idêntico ao dela, com o mesmo laço de cetim rosa que adornava o decote. 
Tinha visto essa mesma jovem ainda naquela tarde, junto à entrada. 
 E Hortense, até havia se desculpado com a jovem anteriormente, ao se dirigir a ela, por tê-las confundido, comentou ao vê-la. 
— “Meu Deus, Dianthe, ela poderia ser sua irmã gêmea” disse espantada.

Série Liga das Quartas-feiras
1 - Por Justiça ou por Amor
2 - A Dama da Noite
3 - Um Segredo de Natal
4 - A Vingança do Libertino
5 - O Herdeiro Perdido
6 - Bela e Culpada
Série Concluída

23 de setembro de 2011

Por Justiça ou por Amor

Série Liga das Quartas-feiras

O amor, assim como o perigo, pode surgir quando menos se espera...

Inglaterra, 1816. 

Apesar da determinação de lady Anita Sayles de permanecer solteira a melhor maneira de vingar-se de mulheres traiçoeiras e também de proteger o coração.
A presença de Tristan Sinclair, o conde de Auberville, fazia com que ela tivesse desejos que ultrapassavam o imaginável... 
Tristan queria uma esposa dócil, e ao contrário do que ele desejava Anita era independente e misteriosa! 
Sem dúvida, a noiva menos indicada para um conde, mas perfeita para ele, pois tinha a mesma sede de justiça que Tristan e despertava seus 

Capítulo Um

 — Você me perguntou que mulheres aqui presentes têm a reputação de serem inteligentes, capazes e leais — Julius Lingate disse, indicando uma dama no fundo do salão de baile dos Worthingdon. 
— Lady Anita Sayles encaixa-se perfeitamente nessa descrição. — Continue — Tristan Sinclair, o oitavo conde de Auberville, encorajou-o, enquanto observava a forma esguia da mulher, cujos cabelos negros estavam presos na nuca, e admirava a graça com que ela se movia ao lado de uma jovem loira. 
— Pouco se sabe a respeito da vida dela em Sussex antes de vir morar em Londres. Dizem que seu pai... 
— O conde? Julius confirmou e prosseguiu: — ...era adepto à bebida e um homem particularmente desagradável. 
Estava embriagado quando insistiu em conduzir a carruagem após a família visitar o vigário. 
Ele atiçou demais os cavalos e acabou virando o veículo. Matou a si mesmo e à esposa. 
O valete, que se encontrava dentro da carruagem quando o conde tomou as rédeas, salvou lady Anita, mas dizem que ela nunca mais foi a mesma depois disso. 
O valete ainda manca, e Lady Anita se recusa a falar do acidente. — Interessante... E depois? — O título e o legado paternos passaram a seu tio Thomas, que é o guardião de lady Anita. Ela ficou com as propriedades da mãe e as administra faz três anos.
— Há quanto tempo foi o acidente? — Ela devia ter uns dezesseis anos, então... foi há nove anos. — Jovem demais para tamanho sofrimento — Tristan ponderou, lembrando-se de suas experiências de traição e perda nas mãos de sua mãe. 
Prometera a si mesmo na época que nunca mais confiaria ou precisaria de uma mulher. Iria se casar, algo inevitável para um homem de sua posição, mas jamais necessitaria de uma mulher.
— Ela se entregou à arte, aos livros e à política. Adquiriu a reputação de erudita, engajou-se numa variedade de causas e reformas — Julius listou. 
— Foi assim que os problemas começaram. Ela está sempre envolvida em algum escândalo. Tristan sorriu e relaxou. Uma mulher tão ocupada teria pouco tempo para exigir o compromisso que ele não estava disposto a oferecer.
— Eu lhe devo minha gratidão, Jules.

Série Liga das Quartas-feiras
1 - Por Justiça ou por Amor
2 - A Dama da Noite
3 - Um Segredo de Natal
4 - A Vingança do Libertino
5 - O Herdeiro Perdido
6 - Bela e Culpada
Série Concluída

5 de junho de 2010

A Dama da Noite

Série Liga das Quartas-feiras

Ela poderia escapar da escuridão do seu passado? Inglaterra Ethan Travis não tinha como saber dos negócios mais íntimos de Sarah. 

Ele a enxergava como uma dama perdida e vulnerável que precisava dos raros talentos deles para ser salva.

Do mesmo modo, Ethan precisava do amor incondicional de Sarah. 
Ele sempre soube usar muito bem a fama que lhe dava o título de “Demônio de Alsácia”, e Sarah Hunter sentiu-se atraída por ele de modo intenso e selvagem.
Mas era um sentimento fútil, bem sabia, pois mesmo um homem com um passado duvidoso jamais desejaria um mulher sem futuro! 

Capítulo Um 


Londres, maio de 1818 

Havia muita tensão na sala de visitas de lady Sarah Hunter. 
A decoração alegre em tons de azul e amarelo e a luz que se infiltrava pelas altas janelas do segundo andar não conseguiam animar o ambiente. 
Quatro mulheres sentavam-se em volta de uma mesa de chá e fitavam umas as outras com ansiedade. 
As decisões que tomavam em tais ocasiões nunca eram fáceis e poucas vezes agradáveis. 
Uma quinta mulher na sala era quase estranha para as demais.
Gladys Whitlock, de aparência agradável, apesar de não ser bonita, com trinta e poucos anos, fora-lhes enviada por madame Marie, modista da alta sociedade. 
Enquanto contava sua história, vez por outra tocava uma ferida recente no pescoço. 
Quando terminou, enxugou o canto dos olhos com um lencinho de linho. 
- Sinto-me uma tola por lhes contar tudo isso, mas madame Marie disse-me que poderiam me ajudar. Na verdade, senhoras, são minha única esperança. 
Com um suspiro, Sarah recolocou a xícara de chá sobre o pires e ajeitou atrás da orelha uma mecha rebelde de cabelos. 
Temia estar ficando muito cansada das coisas mundanas e imaginava se as outras moças de vinte e quatro anos também se sentiam assim. 
Voltou a atenção para o grupo, quando Grace Forbush, a elegante viúva de cerca de trinta anos, que desdenhava a moda dos cabelos frisados, preferindo usá-los lisos em um coque baixo, externou para o grupo sua opinião sobre o problema. 
- Em resumo, o sr. Harold Whitlock escondeu os três enteados e continua a ameaçar e abusar da sra. Whitlock. Cada vez passa mais tempo nas casas de ópio e torna-se sempre mais imprevisível. A sra. Whitlock teme pela segurança de seus filhos e por sua própria vida. Creio que a situação não é boa.
Sarah fitou as outras mulheres e deu de ombros. Precisava dizer uma coisa. 
- É hora do sr. Whitlock sair do caminho. - Podemos fazer uma petição ao tribunal - sugeriu Charity Wardlow, os olhos azuis muito honestos.

Série Liga das Quartas-feiras
1 - Por Justiça ou por Amor
2 - A Dama da Noite
3 - Um Segredo de Natal
4 - A Vingança do Libertino
5 - O Herdeiro Perdido
6 - Bela e Culpada
Série Concluída