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29 de maio de 2019

Um Beijo Seu

Série Troca de Identidade
Eleanor de Lacy deve ter sido louca por concordar em trocar identidades com sua obstinada prima. 

Ela nunca iria convencer Remington Kinight da loucura dessa união – especialmente desde que o homem parecia tão determinado para que isso acontecesse. Pior ainda ela acha Remington deslumbrante atraente – e ela fica encantada com suas tentativas de seduzi-la, embora ele acredite que ela já é dele. Mas se ele souber do engano de Eleanor, esse ousado patife vai destruir sua reputação e seu coração. Remington esperava uma aristocrata altiva e inflexível que assegurasse sua entrada na boa sociedade. Mas essa “duquesa”é uma surpresa muito agradável – modesta, calorosa, carinhosamente desajeitada - e uma delícia para os olhos. Em suma, ela é exatamente o tipo de noiva que Remington poderia apaixonar-se apaixonadamente por...se ele não estivesse tão interessado em sua vingança.

Capítulo Um

Londres, 1806
A carruagem que pertencia à Duquesa de Magnus parou em frente à mansão em Berkley Square e dela saiu uma impostora.
A longa e resistente capa de viagem cobria as roupas lisas, escuras e modestas da impostora. Era alta e curvilínea como a duquesa e falava com um acento aristocrático. Assim como a duquesa, tinha os cabelos negros penteados para trás.
No entanto, para olhos mais atentos, as diferenças eram evidentes. A impostora tinha um rosto mais doce, mais arredondado, dominado por grandes olhos azuis, impressionantes em sua serenidade. Sua voz era rouca, quente, rica. Suas mãos descansavam tranquilamente na cintura e movia-se com uma graça serena, em nada semelhante à vivaz segurança da duquesa. Sorria lentamente, franzia o cenho lentamente e nunca ria com radiante liberdade. De fato, parecia pesar cada emoção antes de se permitir demonstrá-la, como se cada pingo de impulsividade tivesse sido sufocado em algum momento do passado. Não que fosse taciturna, mas era observadora, serena e muito quieta.
Sim, uma pessoa experiente reconheceria as diferenças entre a duquesa e a impostora. Felizmente, para a Senhorita Eleanor Madeline Anne Elizabeth de Lacy, pessoas assim não se encontravam em Londres naquele momento, com exceção de seu criado, seus cocheiros e lacaios, mas todos eles eram leais a sua prima, a verdadeira duquesa, e a Eleanor – acompanhante da duquesa. Eles nunca trairiam a missão de Eleanor.
Nunca diriam a verdade ao Sr. Remington Knight.
Eleanor sentiu-se tensa quando o mordomo de rosto severo fez o anúncio no grande e ecoante vestíbulo.
— Sua Graça, a Duquesa de Magnus.
Ouvir a si mesma ser apresentada de modo tão formal a fez querer olhar ao redor em busca de sua prima. Se Madeline estivesse aqui! Se a sua prima não tivesse se esquivado desta missão para outra tarefa mais importante!
Se Eleanor não tivesse concordado em passar por Madeline.
Na outra extremidade do salão, um lacaio uniformizado fez uma reverência, então desapareceu por uma porta aberta. Ele se demorou apenas um momento, em seguida voltou e inclinou a cabeça para o mordomo.
O mordomo voltou-se para Eleanor e informou:
— O senhor está ocupado, mas vai recebê-la em breve. À propósito, minha senhora, eu sou Bridgeport. Posso ajudá-la com o casaco e o chapéu?
Embora passasse do meio-dia, a névoa impunha à luz solar um tom acinzentado. As chamas das velas não conseguiam iluminar os cantos escuros da enorme entrada da sala do Sr. Knight, uma entrada construída para anunciar, de modo mais claro possível, a riqueza do proprietário.
As narinas de Eleanor tremeram com desprezo.
Bridgeport sobressaltou-se levemente, como se antecipasse que seria atormentado por ela, tal qual uma substituta de seu senhor.
Claro que o Sr. Knight compraria este tipo de casa, queria que todos soubessem que estava rolando em riquezas. Ele era, afinal, nada mais do que um americano arrivista que sonhava em se casar com um título.
No entanto, a entrada era decorada com cortinas de veludo verde e dourado, com uma profusão de vitrais e espelhos chanfrados de um maravilhoso bom gosto. Eleanor se consolou com o pensamento de que Knight comprara a casa com a entrada já nesta condição e agora planejava destruí-la e instalar algo em dourado no estilo chinês, um estilo tão vulgar quanto a boca de Eleanor se curvou com diversão tão vulgar quanto o próprio Príncipe de Gales adorava.
Bridgeport relaxou e voltou ao seu comportamento impassível.
Ele a observava muito de perto. Seria porque pensava que era a duquesa? Ou porque seu senhor o instruíra a fazer isso
?








Série Troca de Identidade
1-Escandalosa Novamente
2- Um Beijo Seu
Série concluída

15 de maio de 2019

Escandalosa Novamente

Série Troca de Identidade
Madeline de Lacy, a duquesa de Magnus, orgulha-se de ser uma das jovens mais sensatas da Inglaterra, e não pode acreditar que, no jogo de cartas, seu nobre pai perdeu todo o seu patrimônio - e ela! - para um estranho.

Em uma missão para salvar a fortuna de sua família, ela muda de lugar com sua prima e companheira, enviando a mantenedora Eleanor para confrontar o homem que ganhou a mão de Madeline.
Agora, Madeline está livre para entrar na casa de um notório jogador e finge ser mansa e humilde. Ela não é naturalmente nenhuma dessas coisas, ela simplesmente está decidida a recuperar a fortuna de sua família. Quando ela acha que as coisas não podem piorar, ela conhece Gabriel Ansell, o conde de Campion.
Quatro anos atrás, Madeline estava noiva de Gabriel e adorava seus beijos arrogantes. Agora, ser forçada a se casar com um homem que ela não conhece empalidece em comparação com a provação de encarar Gabriel novamente, o homem que a traiu - Gabriel, o único homem que ela amou.

Capítulo um

Suffolk de 1806
— Agora, Madeline, eu percebo que você acabou de chegar em casa de sua excursão no exterior e precisa descansar, mas receio que não seja possível.
Madeline de Lacy, a marquesa de Sheridan, a futura duquesa de Magnus, mordeu o primeiro bife inglês digno, que ela tinha tido em quase quatro anos, mastigou, engoliu e sorriu beatificamente através da mesa de café da manhã ensolarada no penhasco, para o inglês de bochechas vermelhas de buldogue. — E porque disto, papai?
— Eu apostei você em um jogo de pôquer e eu perdi.
Ela o encarou. Colocando a faca e o garfo cuidadosamente ao lado do prato, ela olhou para o lacaio estupefato, congelado no lugar quando ele se inclinou para derramar em sua xícara seu café da manhã. — Isso basta, Heaton. Coloque a garrafa no aparador. Vamos chamá-lo se precisarmos de você. —Quando Heaton saiu, ela olhou para seu pai e repetiu, pois queria ter certeza que havia entendido direito. — Você me apostou em um jogo de azar e perdeu.
Ele não parou de comer batendo os talheres no prato. — Não adianta tentar suavizar o golpe, eu costumo dizer. Não com você, minha querida. Menina resistente, sensível. Orgulho-me de você, sempre disse isso.
Usando dessa famosa sensibilidade, ela disse, — Talvez você possa me dar os detalhes desta aposta extraordinária.
— Tive a má sorte de apostar sem saber que ele já havia ganhado uma partida, o que reduziu minhas chances.
Madeline respirou fundo. — Não, papai. Quero dizer, por que você me apostou em um jogo como este?
— Bem, meu oponente sugeriu isso.
— E quem seria ele...?
— O Sr. Knight.
— E porque o senhor concordou...?
— Eu tinha acabado de perder nossa fortuna e todas as nossas propriedades. Você era a única coisa que me restava.
Incrível como ele conseguiu dizer isso de forma tão racional. — Então, em uma maré de azar, o senhor perdeu tudo que tinha, incluindo sua única filha?
— Sim. Na hora me pareceu uma aposta sábia.
Ela arqueou as sobrancelhas. Após a morte de sua mãe, dezessete anos atrás, quando Madeline tinha cinco anos, sua vida tinha mudado drasticamente, de filha mimada e protegida por sua mãe, a ter que lidar com os desastres frequentes orquestrados pelo seu amado pai. Até o momento em que ela tinha doze anos, ela já sabia como dirigir uma casa, como planejar uma festa e como lidar com cada tipo de desastre social.
Ela não estava preparada para isso. No entanto, seu batimento cardíaco permaneceu calmo, sua testa sem rugas, as mãos relaxadas no colo. Ela tinha enfrentado catástrofes de proporções olímpicas antes — quase todas resultado do desrespeito descuidado de seu pai. Ela não perderia a compostura agora. — Como assim?
— Pelo menos, se ele ganhasse você teria a garantia de ter nossas propriedades sob seu controle, ou pelo menos sob o controle de seu marido. — Magnus mastigou pensativamente. — É quase o mesmo que oferecer as propriedades como seu dote.
— Exceto que, se as propriedades houvessem sido oferecidas como um dote, eu teria a vantagem de conhecer o meu marido e concordar com a oferta. —Parecia um ponto que seu pai admitiria, embora tivesse pouca esperança disso.
— Você tem um ponto, mas realmente, qual diferença faria se você conhece o cara? Você já esteve comprometida uma vez. Você o amava. E isso acabou sendo um desastre! Qual era seu nome? De cabelos castanhos e com aqueles malditos olhos perturbadores. — Olhando para o decorado teto pintado com querubins dourados, Magnus coçou o queixo. — Ele era cem vezes mais adequado do que esse Sr. Knight, mas você o abandonou, pelo menos deu esse motivo pra deixar Londres, sem palavras. — Ele engasgou. — Até então, não sabia que você poderia perder o seu temperamento. Qual era o seu nome mesmo?
Uma rachadura apareceu em sua tranquilidade; as mãos em punhos. — Gabriel Ansell, o conde de Campion.
— É isso mesmo. Bom Deus, eu nunca vou esquecer. Magnífica na sua ira!








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