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17 de dezembro de 2024

Acredite em Mim

Série Vingança

O plano de Lady Cristiana de se vingar do assassino de sua mãe é interrompido quando um cavaleiro cansado do mundo chega para escoltá-la até seu novo guardião, um Bispo poderoso. 
Cristiana se recusa a se tornar tutelada do Bispo que ela suspeita estar envolvido na morte de sua mãe, mas o cavaleiro não lhe deixa escolha. Sir William De Bremont espera ganhar uma segunda chance que recebeu na vida, mas acredita que não merece. Servir o Bispo parece a solução perfeita, exceto que Lady Cristiana o frustra a cada passo, cativando-o de corpo e alma. Cristiana tem a capacidade única de curar os doentes através do seu toque. Acostumada a esconder seu dom, a parede que ela construiu para se proteger desmorona sob o olhar apaixonado de William. Obrigado pela honra a entregá-la, apesar de seus protestos e suas próprias dúvidas, William relutantemente cumpre sua promessa apenas para perceber a profundidade de seu erro. À medida que o amor de William e Cristiana cresce, eles percebem que o Bispo planeja usar sua habilidade para cumprir seu próprio destino com pouca preocupação com a vida dos outros, incluindo a de Cristiana. A traição do Bispo vem à tona, obrigando Cristiana a escolher entre a vingança ou o amor de uma vida.

Capítulo Um

Inglaterra, setembro de 1268 
Uma vida dedicada a Deus não era para ela. Disso Lady Cristiana Ormond tinha certeza. A sua estadia no Convento de São Gabriel não mudou a sua falta de aspiração à vida religiosa. Ela e as irmãs tinham uma diferença de opinião ‒ uma diferença que não poderia ser facilmente superada. Elas foram gentis nos últimos dois meses desde a morte de sua mãe, mas se recusaram a dar crédito à sua necessidade de descobrir a identidade do assassino de sua mãe. “Lamente, ― disseram elas, “e perdoe”. Como poderia quando a raiva queimava tão forte dentro dela? Com um olhar atento à sua formidável guardiã, a irmã Mawde, Cristiana largou o sapato pelo qual fingira interesse e aproximou-se da parte de trás da tenda do sapateiro. De alguma forma, ela tinha que encontrar uma maneira de escapar. Embora seu coração batesse forte de medo ao pensar na jornada que estava diante dela, sua fúria era maior. A morte da mãe não ficaria impune enquanto Cristiana vivesse. 
Ontem chegou uma mensagem ao convento informando a Cristiana que ela havia recebido o privilégio de ficar sob a tutela do Bispo Thomas Duval. As irmãs ficaram extasiadas com a honra que lhe foi concedida. Uma escolta estava programada para chegar naquele mesmo dia para levá-la em segurança à Catedral de Longsbury. 
Ela não podia ‒ não iria ‒ deixar isso acontecer. Seu plano para descobrir quem havia assassinado sua mãe não incluía viver sob os cuidados do Bispo Duval. Ele era a única pessoa que sua mãe a alertara para evitar a todo custo ‒ o homem que Cristiana suspeitava estar envolvido na morte de sua mãe. Ela não seria sua próxima vítima. Através da estreita fenda da tenda, ela vislumbrou o caos barulhento e lotado do lado de fora. A feira de Natal cobria a campina ondulada do pequeno condado, incluindo a movimentada tenda do sapateiro onde ela estava. A colheita de outono foi abundante e o senhor local organizou uma grande celebração.
Assim que ela saísse, a multidão serviria para escondê-la até que ela pudesse entrar na floresta circundante. Pelo menos, essa era sua esperança. 
— Certamente são grandes demais para você, irmã Mawde. — Cristiana apontou para os sapatos que a freira segurava, na esperança de distrair sua sentinela. Demorou apenas um momento para a freira baixa e robusta entender o insulto fingido.
— Na verdade são. Preciso de algo bem menor — informou ela ao sapateiro. 
— Mas seus pés mediam esse tamanho — balbuciou o homem. A conversa resultante se transformou em uma discussão acalorada entre os dois, permitindo que Cristiana desse mais um passo em direção à abertura estreita. Ela pode estar cometendo um pecado imperdoável ao buscar vingança em vez de oferecer perdão, mas que se dane sua vida eterna. Quem quer que tivesse matado sua mãe merecia sua ira e logo estaria ocupado com isso. 
Deus não deveria estar do lado dos justos? Sua garganta se apertou quando a dor da perda tomou conta dela. Talvez depois que sua mãe fosse vingada, ela seria capaz de sofrer adequadamente. 
— Seu pagão! — Irmã Mawde acusou o sapateiro. — Primeiro você me insulta insistindo que tenho pés grandes e agora tenta me roubar às cegas! Se você acha que alguém pagará preços tão exorbitantes, é melhor pensar novamente. — Ela acenou com a vara de bétula que sempre carregava na cara dele. 
O homem se encolheu ao negar sua afirmação. Cristiana balançou a cabeça, achando o comportamento da irmã bastante duro para uma mulher devotada a Deus. 
Respirando fundo, ela olhou novamente para fora da tenda e determinou que era o momento certo. 
— Bom dia para você, irmã.








03- Acredite em Mim
Série concluída

19 de novembro de 2024

Confie em Mim

Série Vingança


Quando seu irmão é abandonado à beira da morte no portão de sua fortaleza, Lorde Nicholas De Bremont busca vingança contra aqueles que ele acredita culpados
Lorde Crefton e sua traiçoeira filha, Elizabeth. Mas o velho senhor é muito fraco para lutar com Nicholas.Desesperada para proteger seu pai, Lady Elizabeth se oferece para tomar seu lugar, mas como esposa de Nicholas. Nicholas jurou nunca ter uma família e arriscar passar sua amaldiçoada segunda visão para uma criança, mas de que outra forma ele pode fazer Crefton sofrer senão tirando-lhe a única filha? Determinado a fazer Elizabeth pagar por sua parte nos ferimentos de seu irmão, ele acrescenta uma cláusula punitiva à oferta dela – ele se recusa a dormir com ela, frustrando seu sonho de ter uma família.

Capítulo Um

Inglaterra, primavera de 1268
Lorde Nicholas De Bremont lutou contra a visão indesejável que se formava em sua mente. Ele se concentrou no grão áspero da cerca à sua frente, no cinza do poste desgastado pelo tempo, até mesmo no fedor do curral onde ele estava.
Qualquer coisa para parar a visão.
Ele caiu de joelhos, sem se importar com a sujeira. Uma dor penetrante atravessou seu crânio. Uma onda de náusea passou por ele, e ele engoliu em seco para manter o conteúdo de seu estômago no lugar.
— Milorde? O que foi? — Walter curvou-se para espiar Nicholas.
— Não foi nada.
— Com licença, mas nada que não deixe um homem cair de joelhos.
Nicholas fechou os olhos, desejando que cessasse o latejar em sua cabeça. Lama fria escorria por suas calças. Cristo, ele realmente tinha caído. A súbita recorrência de sua segunda visão não fazia parte de seus planos para a bela tarde de primavera e provou que ele falhou mais uma vez em sufocar seu maldito “dom”.
— Eu vou ficar bem em um momento.
Ele cerrou os dentes e agarrou o poste para se levantar. Uma respiração profunda e lenta aliviou tanto a dor aguda em sua têmpora quanto a dor de estômago.
Sucesso. A cena que se desenvolvia em sua mente desapareceu. Ele teve apenas um vislumbre de uma fortaleza estranha, então uma estreita sala de pedra com um catre no chão de terra. Nenhum dos dois significava nada para ele, mas isso não era nenhuma surpresa.
Raramente suas visões eram claras ou confiáveis.
— O cheiro daqueles porcos deve estar lhe incomodando. — Seu servo parecia esperançoso de que o odor ofensivo fosse a causa.
— Não. Não é isso.
— Humph. — Walter balançou a cabeça. — É melhor pararmos nosso trabalho.
Nicholas encontrou seu olhar.
— Sério, estou bem.
— O que você viu, então? — O velho grisalho, que estava com Nicholas desde a infância, olhou para ele com uma expressão inquieta.
Nicholas sabia que não poderia enganar Walter. Ele testemunhou Nicholas sofrer por muitas visões.
— Deixa para lá. Vamos terminar esta cerca e acabar com o nosso dia. — Ele ergueu o poste pesado.
— Eu estava consertando bem antes de você aparecer — resmungou Walter.
Nicholas estava passando quando viu o homem idoso e curvado lutando para pregar uma tábua no lugar. Embora soubesse que isso feriria o orgulho de Walter, ele parou para ajudar.
— Na verdade você estava. Da próxima vez, peça ao jovem Thomas para ajudá-lo. — Nicholas pregou outra prancha no poste. — É gentil da sua parte ajudar, já que a Sra. Mildred não tem marido para consertá-lo. Você parece gostar bastante dela.
O servo olhou para Nicholas boquiaberto como se tivesse enlouquecido.
— De onde você tirou essa ideia?
Nicholas deu de ombros. Ele levantou o assunto apenas para distrair Walter do retorno de suas visões.
Por que a visão apareceu?
O que isso poderia significar?
Meses se passaram desde que alguém tão forte o ameaçara. Enquanto ouvia Walter negar afeição por Mildred, ele tentou se concentrar na simples tarefa de martelar um prego na madeira para manter quaisquer outras visões afastadas.
Ele trabalhou rapidamente, bem ciente de que a Sra. Mildred observava de sua cabana. A última coisa de que precisava era que os aldeões discutissem como o novo senhor de Staverton agia de maneira estranha. Ele havia recebido esta propriedade em ruínas em Somerset por seu suserano e pretendia torná-la um sucesso. Ganhar a confiança e a lealdade das pessoas dali seria muito mais fácil se ele pudesse manter sua segunda visão escondida.
Logo depois, ele e Walter deixaram uma grata Mildred com seus gansos e porcos e seguiram em direção ao castelo.
— Tem mais do que essa cerca precisando de conserto — comentou Walter enquanto atravessavam o pátio.
— Sim, mas sobra pouco dinheiro nos cofres. — Os telhados de colmo das casas, a porta da forja, até as paredes da torre de menagem – tudo precisava de reparos. Embora grato por seu benefício, a responsabilidade pela terra e pelas pessoas dali pesava muito sobre ele. Trabalho árduo e riqueza seriam necessários para restaurar a propriedade à sua glória anterior, mas no momento, trabalho árduo era tudo o que ele podia fornecer.
— Uma noiva com um dote saudável resolveria muitos problemas, milorde — sugeriu Walter. — Hora de um herdeiro.
— Não — Nicholas negou veementemente. — Não para alguém como eu.
Walter parou para olhar para ele, com a testa franzida.
— Você não é o monstro que teme ser.
02- Confie em Mim 

22 de outubro de 2024

Um Beijo de um Cavaleiro

Série Vingança
As segundas chances nunca foram tão doces.
Sir Hugh é um cavaleiro em uma missão vital para deter uma trama assassina sem tempo para distrações. Liza é conhecida em toda parte por fazer cerveja de excelente qualidade, mas se depara com escolhas insuportáveis quando sua irmã e seu sustento são ameaçados. 
Viúva após um casamento brutal, Liza não confia em nenhum homem, mas a bondade deste forte cavaleiro e a paixão que ele desperta nela a tentam a reconsiderar. Tendo amado e perdido, Hugh não deseja arriscar seu coração novamente, mas precisa da ajuda de Liza para cumprir sua missão. Juntos, essas duas almas feridas devem confiar em si mesmos e um no outro para frustrar um complô contra o rei e reivindicar sua segunda chance no amor.

Capítulo Um

Inglaterra, 1249
Sir Hugh se perguntou pela décima vez em que se metera quando o portão da cidade apareceu no horizonte. O movimentado mercado central de Lincolnshire ficava em uma curva do rio Welland. A torre de uma igreja se erguia acima da muralha da cidade ao longe. Campos de trigo, cevada e aveia cruzavam a paisagem, alguns cortados, outros ainda esperando a vez de serem colhidos.
A cena era bastante encantadora se alguém ignorasse que este lugar poderia ser uma fonte de traição contra o rei.
— Ermine está mais ocupado do que eu esperava — disse Sir Matthew enquanto cavalgava ao lado de Hugh. — Maior também.
— Deve ser dia de mercado. — Hugh olhou para a multidão no portão. — As pessoas estão saindo e entrando para encontrar um lugar seguro para descansar antes que a noite caia. Os guardas parecem estar questionando todos que passam.
Hugh suspirou. Esta missão não foi ideia dele e, com toda a honestidade, ele duvidava de sua capacidade de concluí-la com sucesso. Ele olhou para o pesado machado de lâmina dupla amarrado à sela. Dê a ele um alvo claro e ele poderia facilmente acertar um golpe mortal, mas fingir ser algo que não era o deixava nervoso. Seu amigo, Royce, era muito melhor nessas missões, como provou ao derrotar seu próprio tio, Lorde Tegmont.
Seguir os movimentos de Tegmont fez com que ele e Royce tropeçassem em um pequeno grupo de barões planejando uma revolta contra o rei Henry. Enquanto os barões, incluindo Tegmont, tinham todo o direito de estar descontentes com o rei por conceder muitos favores aos estrangeiros, permitir que a Inglaterra fosse dilacerada pela guerra civil a tornaria vulnerável aos inimigos. Isso não poderia ser permitido.
Recentemente casado com Lady Alyna e servindo como pai de seu filho, para não mencionar a reconstrução de sua propriedade recém-recuperada, Royce estava com as mãos cheias. Isso deixou Hugh para investigar Lorde Stanwick a mando de seu senhor, Lorde Pimbroke.
Os barões traidores não podiam ser confrontados diretamente. Afinal, Royce e Hugh não tinham nenhuma evidência real, além de saber que Lorde Tegmont havia visitado Stanwick nesta mesma cidade várias vezes. Em vez disso, o objetivo de Hugh era encontrar evidências para provar que Lorde Stanwick estava envolvido em planos para derrubar o rei e acabar com qualquer método que estivessem usando para se comunicar. Se surgisse uma oportunidade que lhe permitisse avisar Stanwick de que seus movimentos estavam sendo observados, melhor ainda. A esperança de Pimbroke era que um aviso fosse suficiente para forçar os barões a desfazer seus planos.
Certamente. Sem problemas. Hugh zombou da tarefa impossível diante dele.
— Por onde começamos nossa busca? — Matthew perguntou.
O jovem cavaleiro também serviu a Royce e fornecia a Hugh outro par de olhos e ouvidos. Matthew provou sua resistência e confiabilidade mais de uma vez desde que Hugh o conheceu.
Mas ninguém poderia substituir Royce como amigo de Hugh. Hugh já sentia falta dele. Observar Royce e Alyna dia após dia e seu amor óbvio um pelo outro deixava Hugh nervoso. Não que ele quisesse algo assim para si mesmo. De jeito nenhum. Era hora de deixar Larkspur, pelo menos por alguns dias, e esse era um motivo tão bom quanto qualquer outro.
Hugh ponderou a pergunta de Matthew por um momento. — Qual é a primeira coisa que as pessoas querem depois de um dia longo e difícil de trabalho ou viagem?
— Uma bebida e uma refeição quente.
— Sim. Vamos encontrar a cervejaria. Veremos o que os habitantes da cidade têm a dizer sobre seu senhor.




Série Vingança
1- Uma Promessa a Cumprir
1,5- Um Beijo de um Cavaleiro

1 de outubro de 2024

Uma Promessa a Cumprir

Série Vingança
Sir Royce de Bremont passou a vida inteira planejando a vingança contra o tio que assassinou seus pais e roubou seu direito de primogenitura.

Sequestrar a futura noiva do homem deixa Royce um passo mais perto de cumprir seu juramento de vingança. Lady Alyna de Montvue não deseja se casar nem se tornar um peão em um jogo de vingança. Seu único desejo é encontrar um lugar seguro para criar seu filho, uma criança dotada de uma segunda visão. Alyna logo percebe que este ousado cavaleiro conquistou seu coração, mas teme que ela seja apenas parte de seu plano de vingança. A bela dama e seu filho precoce fazem Royce desejar uma família própria, mas seus planos já estão em andamento e não podem ser interrompidos. À medida que as paixões aumentam, Royce deve escolher entre seu voto de vingança e arriscar seu coração por amor.

Capítulo Um

“Uma folha grande de matricária pode ser comida para afastar uma dor de cabeça. ”
Diário de ervas de Lady Catherine
Primavera, quatro anos depois.
O estômago de Sir Royce de Bremont roncava enquanto observava as idas e vindas em Montvue de seu lugar bem escondido nas árvores perto do portão da mansão. A hora da refeição da noite havia passado e a escuridão logo cairia, mas ele não fez nenhuma tentativa de aliviar sua fome. Os pedaços de pão seco e queijo em sua bolsa já serviram para duas refeições e tiveram pouco apelo até então.
Após quinze dias de planejamento, a vingança estava quase ao alcance. Esse conhecimento era todo o sustento que ele precisava.
Como ele havia sido avisado, a mansão não estava bem guardada. Dois homens de armas estavam no portão discutindo algo com grande entusiasmo, se os tapas nas costas um do outro fossem alguma indicação. Eles eram os únicos soldados à vista. Embora a mansão fosse relativamente pequena, Royce achava que a falta de guardas cheirava a preguiça. Para manter as coisas que ele tinha, um homem tinha que segurar com as duas mãos. E às vezes nem isso era suficiente.
Uma mulher saiu do portão da mansão e chamou a atenção de Royce. Ela usava um manto fino, seu véu esvoaçava na brisa leve, e ela carregava uma cesta no braço. Por seu porte e traje, ela parecia ser uma dama. Nenhuma empregada a acompanhava, mas um garotinho caminhava ao seu lado, arrastando uma bengala atrás dele. Depois de algumas palavras com os soldados, ela se abaixou para falar com o menino, então se virou e apontou.
A respiração de Royce parou quando seu dedo apontou diretamente para ele. Como ela poderia tê-lo visto?
Ele soltou a respiração em um assobio quando ela beijou a bochecha do menino e o deixou de guarda com os homens de armas, sua bengala levantada e pronta. Ela se apressou pelo caminho que contornava a floresta e levava à pequena aldeia próxima, passando diretamente por ele.
Royce permaneceu escondido atrás das árvores grossas enquanto ela passava apressada. A breve descrição que lhe foi dada deixou poucas dúvidas de que ela era realmente a pessoa por quem ele veio, mas não o preparou para sua beleza. Seu véu branco emoldurava um rosto elegante abençoado com pele de alabastro. Seus lábios carnudos eram de um vermelho profundo que atraía os olhos de um homem e seus pensamentos para atividades mais prazerosas. Maçãs do rosto salientes e sobrancelhas escuras enfatizavam grandes olhos cor de âmbar, uma cor familiar para ele.
Ele se acalmou quando ela olhou para as árvores onde ele se escondia. Sua testa franziu e seus passos diminuíram como se ela pudesse sentir seu olhar. Ela examinou a área mais de perto, em seguida, continuou seu caminho.
Royce podia ver por que se dizia que seu tio, Lorde Tegmont, cobiçava essa mulher. Pela aparência da propriedade de seu pai, seu dote seria pequeno, mas a própria dama era um prêmio com certeza. Teria grande prazer em arrancá-la das mãos de seu tio e impedir seu casamento. O pensamento da raiva de seu tio fez Royce sorrir. Se interromper o casamento desapontasse a dama, que assim fosse. Seus sentimentos não eram sua preocupação.
Ele precisava se afastar dos guardas antes de agir, então a seguiu à distância, curioso para ver onde ela ia com tanta pressa. Certamente, ela voltaria para casa antes do anoitecer, e isso significava que ele não precisaria encontrar uma maneira de entrar na mansão para buscar sua presa, apesar de ter vindo preparado para uma briga. Isso seria muito mais fácil do que ele esperava.
Alyna olhou por cima do ombro enquanto se apressava em direção ao chalé de Sarah, sem saber o que lhe causava desconforto. Ela andou por esse caminho muitas vezes antes e nunca teve uma preocupação. Nicholas estava ocupado em segurança no serviço de guarda e fora do caminho de Enid. A criada tinha o suficiente para fazer com as bagagens.
Muito provavelmente seu nervosismo com o que estava por vir esta noite causava sua preocupação. Ela precisava completar esta última missão e então todos estariam prontos para sua fuga.
— Lady Alyna, — chamou Sarah, a esposa do moleiro, da porta distante de sua cabana, acenando loucamente como se Alyna não pudesse vê-la. — Boa noite para você.
Em vez de gritar pela metade do prado, Alyna apenas devolveu o aceno até se aproximar. — E para você, Sarah. Beatrice me disse que seu estômago está doendo.
A mulher robusta suspirou quando colocou a mão na cintura. — De fato, minha senhora. Eu odiaria incomodá-la, mas estive infeliz o dia todo.
— Tenho o prazer de ajudar. — Um pedaço de culpa passou por Alyna. Quem ajudaria Sarah e os outros aldeões na próxima vez que se sentissem mal?
— Somos abençoados por tê-la — insistiu Sarah enquanto se dirigia para seu pequeno chalé. — Ora, você é tão habilidosa com essas ervas quanto sua santa mãe.
Alyna sorriu, satisfeita com o elogio. Ela passou muitas horas agradáveis estudando o diário de ervas de sua mãe nos últimos quatro anos, preparando remédios e experimentando cataplasmas. Ela estava orgulhosa de quantas pessoas ela ajudou. Havia muita sabedoria no diário, e nem tudo dizia respeito a ervas.
Myranda também havia acrescentado entradas sobre o melhor uso de vários remédios, tornando o livro ainda mais precioso. Algum dia, Alyna acrescentaria seus próprios comentários para passar para outro curandeiro.
Ela olhou ao redor da casa do moleiro escassamente mobiliada, percebendo que nunca mais veria Sarah ou esta casa. Uma mesa de cavalete estreita e dois bancos estavam perto da porta. Uma cama com um pequeno baú de madeira na ponta estava encostada na parede dos fundos. Pequenas e estreitas fendas nas paredes permitiam a entrada da luz do dia restante.
Uma pontada de arrependimento a atravessou. Ela sentiria falta de muitas pessoas aqui, incluindo Sarah. Nos últimos dias, ela se pegou olhando para as coisas mais estranhas – o banco em seu quarto, a cozinheira, o jardim de ervas – tudo com a percepção de que nunca mais veria aquela pessoa ou coisa. Isso tanto a excitava quanto a assustava. Mas as pessoas mais importantes para ela estariam com ela.
— Sentiremos sua falta.
Alarmada, Alyna ergueu os olhos da cesta que havia colocado sobre a mesa. Como Sarah poderia ter descoberto que eles estavam indo embora?



Série Vingança
1- Uma Promessa a Cumprir