Série Westmoreland
Em Londres na época da regência, o cansado do mundo lord Nicki du Ville recebe uma ultrajante proposta de Julianna Skeffington que é a protegida de Sheridan Bromleigh em Até Você Chegar.
Capítulo Um
Os sons das vozes e da música começavam a chegar a Julianna Skeffington à medida que ela descia a escada do terraço da iluminada casa de campo, onde 600 convidados da mais alta nobreza assistiam a um baile de máscaras. Diante dela, os jardins estavam iluminados pela chama das tochas e cheios de convidados mascarados, e também de vários serventes uniformizados. Mas além dos jardins, um grande labirinto de plantas surgia entre as sombras oferecendo os melhores lugares para se esconder e foi para lá que Julianna se dirigiu.
Pressionando os aros de sua fantasia de Maria Antonieta contra seu corpo, ela passou entre os convidados dirigindo seus passos o mais rápido que podia através de cavaleiros com armaduras, bobos da corte, bandidos e uma grande variedade de reis e rainhas de Shakespeare, assim com uma profusão de animais selvagens e domésticos.
Viu um caminho aberto entre as pessoas e se encaminhou para lá, teve que desviar para um lado para não se chocar com uma frondosa árvore com maças de seda roxa em seus galhos. A árvore se inclinou educadamente para Julianna passar e, ao mesmo tempo em que passava a seu lado, um dos ramos se curvou ao redor de uma senhorita fantasiada de leiteira que levava um balde.
Não teve que se esconder de novo até que se aproximou do centro do jardim, onde um grupo de músicos situados entre um par de colunas romanas tocavam uma música para os casais que estavam dançando. Desculpando-se desviou de um homem fantasiado de um gato negro que estava sussurrando algo na rosada orelha de um pequeno rato cinza. O homem deixou de sussurrar para dar uma olhada apreciativa no decote do vestido branco de Julianna, depois a olhou descaradamente nos olhos e lhe fez um gesto antes de voltar novamente sua atenção para o adorável ratinho de bigodes absurdamente compridos.
Chocada com a pouca educação de que estava sendo testemunha esta noite, especialmente ali fora, nos jardins, Julianna deu uma olhada por cima de seus ombros e viu que sua mãe havia saído do salão de baile. Foi detida nas escadarias do terraço por um desconhecido e depois começou a observar pelos jardins. Estava procurando sua filha com o instinto de um sábio. A mãe de Julianna se virou e dirigiu seu olhar diretamente para direção onde ela se encontrava. Esse olhar tão familiar foi o suficiente para Julianna começar a correr até que se deparou com o último obstáculo que havia entre seu caminho e o labirinto: um grande grupo particularmente divertido de homens que estavam situados abaixo de um toldo de árvores rindo de um bobo da corte que tentava sem sucesso fazer malabarismo com umas maças. Em vez de se adiantar e desse modo ficar a vista de sua mãe, decidiu que era mais inteligente desviar e passar por trás do grupo.
-Me desculpem cavaleiros -disse tratando de passar furtivamente entre as árvores e as costas de um homem. -Tenho que passar.
Série Westmoreland
1 - Um Reino de Sonhos
2 - Whitney, Meu Amor
3 - Até Você Chegar
4 - Milagres
Série Concluída
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13 de junho de 2012
19 de junho de 2009
Até Você Chegar
Série Westmoreland
No início do século XIX Sheridan Bromleigh -- garota de catorze anos criada livremente pelo pai -- é enviada à casa de sua tia solteirona, professora de boas maneiras. Seu aprendizado dura seis anos: aos vinte, ela é uma bela, elegante e educada professora de um seleto colégio de moças, escolhida para acompanhar uma das alunas, noiva de um nobre, à Inglaterra. Durante a viagem, a aluna foge com outro homem, deixando Sheridan aterrorizada com a possibilidade de ser punida pelo descuido. Mas o noivo preterido acabara de falecer, atropelado pela carruagem do conde Stephen Westmoreland, que compungidamente recebe Sheridan no cais, confundindo-a com a noiva oficial. Antes que consiga esclarecer o mal-entendido, a jovem é atingida na cabeça pela carga de um dos navios, perdendo a memória. Em meio à confusão que se segue, brota entre o conde e a plebéia uma arrebatadora, louca paixão. . .
Capítulo Um
Reclinada sobre uma montanha de travesseiros de cetim, entre lençóis de linho amarrotados, Helene Devernay admirava o tórax musculoso e bronzeado de Stephen David Elliott Westmoreland, conde de Langford, barão de Ellingwood, quinto visconde de Hargrove, visconde de Ashbourne, enquanto ele vestia a camisa pregueada que jogara nos pés da cama na noite anterior.
— Iremos ao teatro na semana que vem? perguntou ela. Stephen fitou-a rapidamente, surpreendido, e pegou a gravata.
— Claro… Olhando-se no espelho sobre a lareira, encontrou o olhar dela, enquanto colocava a estreita tira de seda branca no pescoço e dava um nó complicado. — Por que pergunta?
— Porque a temporada começa na semana que vem, quando Monica Fitzwaring estará chegando. Foi o que disse meu costureiro, que também costura para ela.
— E daí? — Ele fitou-a no espelho, sem que seu rosto demonstrasse a menor reação.
Com um suspiro, Helene rolou de lado e apoiou-se num cotovelo; falou em tom sentido, mas absolutamente franco:
— O boato é que, afinal, você vai fazer o pedido que ela e o pai esperam há três anos.
—É isso o que andam dizendo? — indagou ele, com ar casual. Mas suas sobrancelhas ergueram-se, demonstrando silenciosa mas claramente seu desagrado por Helene ter tocado em um assunto que não considerava da conta dela.
Helene percebeu a reprimenda tácita e o aviso que continha, mas tirou vantagem do que havia sido um caso tranquilamente franco para ambos, e altamente prazeroso, durante vários anos.
— No passado houve dezenas de boatos afirmando que você estava prestes a propor casamento a uma mulher ou outra — comentou, calma, — e até agora eu jamais lhe pedi que confirmasse ou negasse qualquer um deles.
Série Westmoreland
1 - Um Reino de Sonhos
2 - Whitney, Meu Amor
3 - Até Você Chegar
4 - Milagres
Série Concluída
No início do século XIX Sheridan Bromleigh -- garota de catorze anos criada livremente pelo pai -- é enviada à casa de sua tia solteirona, professora de boas maneiras. Seu aprendizado dura seis anos: aos vinte, ela é uma bela, elegante e educada professora de um seleto colégio de moças, escolhida para acompanhar uma das alunas, noiva de um nobre, à Inglaterra. Durante a viagem, a aluna foge com outro homem, deixando Sheridan aterrorizada com a possibilidade de ser punida pelo descuido. Mas o noivo preterido acabara de falecer, atropelado pela carruagem do conde Stephen Westmoreland, que compungidamente recebe Sheridan no cais, confundindo-a com a noiva oficial. Antes que consiga esclarecer o mal-entendido, a jovem é atingida na cabeça pela carga de um dos navios, perdendo a memória. Em meio à confusão que se segue, brota entre o conde e a plebéia uma arrebatadora, louca paixão. . .
Capítulo Um
Reclinada sobre uma montanha de travesseiros de cetim, entre lençóis de linho amarrotados, Helene Devernay admirava o tórax musculoso e bronzeado de Stephen David Elliott Westmoreland, conde de Langford, barão de Ellingwood, quinto visconde de Hargrove, visconde de Ashbourne, enquanto ele vestia a camisa pregueada que jogara nos pés da cama na noite anterior.
— Iremos ao teatro na semana que vem? perguntou ela. Stephen fitou-a rapidamente, surpreendido, e pegou a gravata.
— Claro… Olhando-se no espelho sobre a lareira, encontrou o olhar dela, enquanto colocava a estreita tira de seda branca no pescoço e dava um nó complicado. — Por que pergunta?
— Porque a temporada começa na semana que vem, quando Monica Fitzwaring estará chegando. Foi o que disse meu costureiro, que também costura para ela.
— E daí? — Ele fitou-a no espelho, sem que seu rosto demonstrasse a menor reação.
Com um suspiro, Helene rolou de lado e apoiou-se num cotovelo; falou em tom sentido, mas absolutamente franco:
— O boato é que, afinal, você vai fazer o pedido que ela e o pai esperam há três anos.
—É isso o que andam dizendo? — indagou ele, com ar casual. Mas suas sobrancelhas ergueram-se, demonstrando silenciosa mas claramente seu desagrado por Helene ter tocado em um assunto que não considerava da conta dela.
Helene percebeu a reprimenda tácita e o aviso que continha, mas tirou vantagem do que havia sido um caso tranquilamente franco para ambos, e altamente prazeroso, durante vários anos.
— No passado houve dezenas de boatos afirmando que você estava prestes a propor casamento a uma mulher ou outra — comentou, calma, — e até agora eu jamais lhe pedi que confirmasse ou negasse qualquer um deles.
Série Westmoreland
1 - Um Reino de Sonhos
2 - Whitney, Meu Amor
3 - Até Você Chegar
4 - Milagres
Série Concluída
18 de junho de 2009
Whitney, Meu Amor
Série Westmoreland
Criada por um pai severo e frio, a encantadora e impetuosa Whitney não tem medo de dizer o que pensa. Por conta de seu comportamento inapropriado para uma moça da sociedade inglesa do século XIX, Whitney é forçada a mudar-se para a casa da tia em Paris, onde recebe aulas para se tornar uma mulher sofisticada. Quando retoma à Inglaterra, está mudada, mas ainda deseja conquistar o belo Paul, seu primeiro amor. No entanto, há alguém que parece disposto a destruir sua felicidade: trata-se de Clayton Westmoreland, um poderoso duque, que está decidido a se casar com Whitney a qualquer preço.
Capítulo Um
Inglaterra, 1816
Na elegante carruagem, que sacolejava ao longo da acidentada estrada campestre, lady Anne Gilbert pousou a cabeça no ombro do marido e deixou escapar um longo suspiro.
— Ainda falta uma hora para chegarmos, e esse suspense está me deixando nervosa — reclamou. — Como estará Whitney, agora que já se tornou uma mocinha?
Calou-se e olhou distraidamente pela janela, para os campos ondulantes, cobertos de flores silvestres amarelas e cor-de-rosa, enquanto tentava imaginar a aparência da sobrinha que vira pela última vez 11 anos antes.
— Ela deve estar bonita, como era a mãe dela. Com certeza tem o mesmo sorriso, a mesma gentileza, o mesmo temperamento doce...
Lorde Edward Gilbert lançou um olhar cético para a esposa.
— Temperamento doce? — repetiu com divertida incredulidade. — Não foi o que o pai dela disse na carta que nos enviou.
Como diplomata ligado ao consulado britânico em Paris, lorde Gilbert era mestre na arte das insinuações, dos comentários evasivos, das reticências e dos segredos. Mas, na vida particular, preferia a refrescante alternativa da verdade nua e crua.
— Deixe-me refrescar sua memória — disse, tirando do bolso a carta que recebera do pai de Whitney.
Colocou os óculos e, ignorando o trejeito aborrecido da esposa, começou a leitura:
Os modos de Whitney são ultrajantes, sua conduta deixa muito a desejar. Ela é estouvada e voluntariosa, para desespero de todos os que a conhecem e para meu profundo constrangimento. Imploro-lhes que a levem a Paris e espero que tenham o sucesso que não tive, na tentativa de educar tão teimosa criatura.
— Mostre-me onde ele diz que Whitney tem “temperamento doce”. — brincou Edward.
A esposa olhou-o, contrariada.
— Martin Stone é um homem frio e insensível que não reconheceria gentileza e bondade nem que Whitney fosse a imagem dessas coisas. Você se lembra de como ele gritou com ela e mandou-a para o quarto logo após o enterro de minha irmã?
Edward reconheceu certa teimosia no modo como a esposa ergueu o queixo, e passou o braço pelos ombros dela num gesto conciliador.
— Gosto tão pouco daquele homem quanto você, mas temos de admitir que foi muito embaraçoso, para Martin, logo após haver perdido prematuramente a esposa, ouvir a filha acusá-lo, diante de cinqüenta pessoas, de haver trancado a mãe dela no caixão para que não fugisse.
— Mas Whitney não tinha nem 5 anos! — Anne protestou com veemência.
— Concordo, mas Martin estava sofrendo. Além disso, se não me falha a memória, não foi por essa ofensa que ele mandou Whitney para o quarto. Foi pela explosão que ela teve, depois de nos reunirmos na sala de visitas, quando, batendo os pés no chão, ameaçou nos denunciar a Deus se não tirássemos sua mãe da “caixa” imediatamente.
Anne sorriu.
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2 - Whitney, Meu Amor
3 - Até Você Chegar
4 - Milagres
Série Concluída
Criada por um pai severo e frio, a encantadora e impetuosa Whitney não tem medo de dizer o que pensa. Por conta de seu comportamento inapropriado para uma moça da sociedade inglesa do século XIX, Whitney é forçada a mudar-se para a casa da tia em Paris, onde recebe aulas para se tornar uma mulher sofisticada. Quando retoma à Inglaterra, está mudada, mas ainda deseja conquistar o belo Paul, seu primeiro amor. No entanto, há alguém que parece disposto a destruir sua felicidade: trata-se de Clayton Westmoreland, um poderoso duque, que está decidido a se casar com Whitney a qualquer preço.
Capítulo Um
Inglaterra, 1816
Na elegante carruagem, que sacolejava ao longo da acidentada estrada campestre, lady Anne Gilbert pousou a cabeça no ombro do marido e deixou escapar um longo suspiro.
— Ainda falta uma hora para chegarmos, e esse suspense está me deixando nervosa — reclamou. — Como estará Whitney, agora que já se tornou uma mocinha?
Calou-se e olhou distraidamente pela janela, para os campos ondulantes, cobertos de flores silvestres amarelas e cor-de-rosa, enquanto tentava imaginar a aparência da sobrinha que vira pela última vez 11 anos antes.
— Ela deve estar bonita, como era a mãe dela. Com certeza tem o mesmo sorriso, a mesma gentileza, o mesmo temperamento doce...
Lorde Edward Gilbert lançou um olhar cético para a esposa.
— Temperamento doce? — repetiu com divertida incredulidade. — Não foi o que o pai dela disse na carta que nos enviou.
Como diplomata ligado ao consulado britânico em Paris, lorde Gilbert era mestre na arte das insinuações, dos comentários evasivos, das reticências e dos segredos. Mas, na vida particular, preferia a refrescante alternativa da verdade nua e crua.
— Deixe-me refrescar sua memória — disse, tirando do bolso a carta que recebera do pai de Whitney.
Colocou os óculos e, ignorando o trejeito aborrecido da esposa, começou a leitura:
Os modos de Whitney são ultrajantes, sua conduta deixa muito a desejar. Ela é estouvada e voluntariosa, para desespero de todos os que a conhecem e para meu profundo constrangimento. Imploro-lhes que a levem a Paris e espero que tenham o sucesso que não tive, na tentativa de educar tão teimosa criatura.
— Mostre-me onde ele diz que Whitney tem “temperamento doce”. — brincou Edward.
A esposa olhou-o, contrariada.
— Martin Stone é um homem frio e insensível que não reconheceria gentileza e bondade nem que Whitney fosse a imagem dessas coisas. Você se lembra de como ele gritou com ela e mandou-a para o quarto logo após o enterro de minha irmã?
Edward reconheceu certa teimosia no modo como a esposa ergueu o queixo, e passou o braço pelos ombros dela num gesto conciliador.
— Gosto tão pouco daquele homem quanto você, mas temos de admitir que foi muito embaraçoso, para Martin, logo após haver perdido prematuramente a esposa, ouvir a filha acusá-lo, diante de cinqüenta pessoas, de haver trancado a mãe dela no caixão para que não fugisse.
— Mas Whitney não tinha nem 5 anos! — Anne protestou com veemência.
— Concordo, mas Martin estava sofrendo. Além disso, se não me falha a memória, não foi por essa ofensa que ele mandou Whitney para o quarto. Foi pela explosão que ela teve, depois de nos reunirmos na sala de visitas, quando, batendo os pés no chão, ameaçou nos denunciar a Deus se não tirássemos sua mãe da “caixa” imediatamente.
Anne sorriu.
Série Westmoreland
1 - Um Reino de Sonhos
2 - Whitney, Meu Amor
3 - Até Você Chegar
4 - Milagres
Série Concluída
17 de junho de 2009
Um Reino de Sonhos
Série Westmoreland
O destino não poderia ter traçado um futuro pior para as duas moças da nobreza escocesa.
Pior do que serem raptadas por um temível guerreiro inglês, foi descobrir que o inglês é um homem sucinto e amigável.
Quando uma delas fica doente, ele permite libertá-la em troca dos favores da outra, Jennifer.
Ela não tem duvida em sacrificar sua honra para salvar a vida de sua irmã. Indevidamente, entre Jennifer e o implacável guerreiro surge um intenso amor alheio ao combate entre seus respectivos clãs.
Mas a vida pedirá um acerto de conta aos irrefletidos amantes!
Capítulo Um
-Um brinde ao duque de Claymore e a sua noiva!
Em circunstâncias normais este brinde de noivado teria arrancado sorrisos das damas e cavalheiros elegantemente vestidos que se encontravam no grande salão do castelo de Merrick. Teriam levantado às taças e devotado mais um brinde para celebrar as bodas de um dos principais nobres do reino, como a que em breve teria lugar no sul da Escócia.
Mas não foi isso o que aconteceu naquele casamento.
Naquele casamento ninguém aclamou, ninguém levantou sua taça de vinho.
Naquele casamento os presentes nervosos, se observavam.
A família da noiva estava tensa, assim como a família do noivo.
Os convidados, os criados e até os cães que havia no salão estavam tensos. Inclusive o primeiro conde de Merrick, cujo retrato estava pendurado sobre a lareira, parecia estar tenso.
-Um brinde ao duque de Claymore e sua noiva - falou novamente o irmão do noivo, e sua voz ressonou como um trovão no silencioso salão.
-Que desfrutem juntos de uma longa e frutífera vida.
Normalmente esse tipo de brinde produz uma reação alegre: o noivo sorria orgulhosamente porque está convencido de ter ganhado algo maravilhoso; a noiva sorria porque conseguiu convencê-lo de que é verdade; os convidados sorriem porque um matrimônio entre membros da nobreza, ainda mais da união de duas famílias importantes e de duas grandes fortunas, é motivo suficiente para uma grande celebração e um estado de júbilo fora do comum.
Mas não foi assim naquele casamento. Não naqueles 14 de outubro de 1497.
Depois do brinde, o irmão do noivo levantou sua taça e sorriu inexoravelmente para o noivo. Os amigos deste levantaram suas taças e sorriram friamente. O noivo, que parecia ser o único imune à hostilidade reinante no salão, levantou sua taça e sorriu serenamente para a noiva, embora o sorriso não se visse refletido em seus olhos.
A noiva nem sequer se incomodou em sorrir para ninguém. Mantinha uma expressão furiosa e rebelde.
Na realidade a fúria de Jennifer era tal que apenas não se dava conta da presença de ninguém. Nesse instante até a última fibra de seu ser se achava concentrada em um desesperado pedido a Deus, que por falta de atenção ou de interesse tinha permitido que ela chegasse a essa lamentável situação.
"Senhor, gritou em silêncio tratando de controlar o terror que lhe fechava a garganta, - se fores fazer algo para deter este matrimônio, terá que fazê-lo já, pois dentro de cinco minutos será muito tarde. Certamente mereço algo melhor que este matrimônio à força com um homem que me roubou a virgindade. Sabe que não a entreguei voluntariamente."
Série Westmoreland
1 - Um Reino de Sonhos
2 - Whitney, Meu Amor
3 - Até Você Chegar
4 - Milagres
Série Concluída
O destino não poderia ter traçado um futuro pior para as duas moças da nobreza escocesa.
Pior do que serem raptadas por um temível guerreiro inglês, foi descobrir que o inglês é um homem sucinto e amigável.
Quando uma delas fica doente, ele permite libertá-la em troca dos favores da outra, Jennifer.
Ela não tem duvida em sacrificar sua honra para salvar a vida de sua irmã. Indevidamente, entre Jennifer e o implacável guerreiro surge um intenso amor alheio ao combate entre seus respectivos clãs.
Mas a vida pedirá um acerto de conta aos irrefletidos amantes!
Capítulo Um
-Um brinde ao duque de Claymore e a sua noiva!
Em circunstâncias normais este brinde de noivado teria arrancado sorrisos das damas e cavalheiros elegantemente vestidos que se encontravam no grande salão do castelo de Merrick. Teriam levantado às taças e devotado mais um brinde para celebrar as bodas de um dos principais nobres do reino, como a que em breve teria lugar no sul da Escócia.
Mas não foi isso o que aconteceu naquele casamento.
Naquele casamento ninguém aclamou, ninguém levantou sua taça de vinho.
Naquele casamento os presentes nervosos, se observavam.
A família da noiva estava tensa, assim como a família do noivo.
Os convidados, os criados e até os cães que havia no salão estavam tensos. Inclusive o primeiro conde de Merrick, cujo retrato estava pendurado sobre a lareira, parecia estar tenso.
-Um brinde ao duque de Claymore e sua noiva - falou novamente o irmão do noivo, e sua voz ressonou como um trovão no silencioso salão.
-Que desfrutem juntos de uma longa e frutífera vida.
Normalmente esse tipo de brinde produz uma reação alegre: o noivo sorria orgulhosamente porque está convencido de ter ganhado algo maravilhoso; a noiva sorria porque conseguiu convencê-lo de que é verdade; os convidados sorriem porque um matrimônio entre membros da nobreza, ainda mais da união de duas famílias importantes e de duas grandes fortunas, é motivo suficiente para uma grande celebração e um estado de júbilo fora do comum.
Mas não foi assim naquele casamento. Não naqueles 14 de outubro de 1497.
Depois do brinde, o irmão do noivo levantou sua taça e sorriu inexoravelmente para o noivo. Os amigos deste levantaram suas taças e sorriram friamente. O noivo, que parecia ser o único imune à hostilidade reinante no salão, levantou sua taça e sorriu serenamente para a noiva, embora o sorriso não se visse refletido em seus olhos.
A noiva nem sequer se incomodou em sorrir para ninguém. Mantinha uma expressão furiosa e rebelde.
Na realidade a fúria de Jennifer era tal que apenas não se dava conta da presença de ninguém. Nesse instante até a última fibra de seu ser se achava concentrada em um desesperado pedido a Deus, que por falta de atenção ou de interesse tinha permitido que ela chegasse a essa lamentável situação.
"Senhor, gritou em silêncio tratando de controlar o terror que lhe fechava a garganta, - se fores fazer algo para deter este matrimônio, terá que fazê-lo já, pois dentro de cinco minutos será muito tarde. Certamente mereço algo melhor que este matrimônio à força com um homem que me roubou a virgindade. Sabe que não a entreguei voluntariamente."
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